Avançando nos Caminhos da Descarbonização Automotiva no Brasil traz atualizações ao estudo apresentado em 2021
São Paulo – Pouco mais de três anos depois de apresentar o estudo O Caminho da Descarbonização do Setor Automotivo no Brasil a Anfavea, em parceria com a mesma BCG, Boston Consulting Group, finalizou uma versão atualizada e a entregou a Geraldo Alckmin, ministro do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, na quinta-feira, 5. O trabalho atualiza alguns dados e reforça o discurso que vem sendo feito nos últimos anos: a solução para o Brasil é a eletrificação combinada com biocombustíveis.
Se em 2021, quando o então presidente Luiz Carlos Moraes apresentou o estudo original, a perspectiva era chegar a 2035 com pelo menos um terço das vendas domésticas compostas por eletrificados em cenário de inércia, agora a expectativa é de que mais da metade do mercado será de híbridos e elétricos já em 2030, podendo chegar a 90% dez anos depois. De lá para cá diversos investimentos indo para esta direção foram anunciados, além da crescente demanda por elétricos, a preços mais acessíveis, trazidos da China.
Já em pesados as novas tecnologias de propulsão poderão representar 60% do mercado em 2050. No segmento de ônibus urbanos a expectativa é de que, já em 2035, os elétricos respondam por metade das vendas.
Cenários de redução de emissões
Segundo a nova etapa do estudo Avançando nos Caminhos da Descarbonização Automotiva no Brasil, apresentado pelo presidente Márcio de Lima Leite, atualmente 242 milhões de toneladas de CO2 são emitidas, por ano, pelo setor de transporte, ou 13% do total do Brasil. Caso siga no ritmo atual a emissão subirá para 246 milhões de toneladas de CO2 nos próximos quinze anos.
“A combinação dos esforços de intensificação das novas tecnologias de propulsão com maior uso de biocombustíveis pode gerar redução de 280 milhões de toneladas de CO2 nos próximos quinze anos.”
Medidas complementares, segundo o executivo, poderão elevar esta economia para 400 milhões de toneladas de CO2. Seriam elas, e dependentes de medidas do governo: renovação de frota, inspeção veicular, aumento do poder calorífico dos biocombustíveis e adoção de programas de reciclagem veicular.
O estudo apontou também para a necessidade de investimento em infraestrutura. Com o aumento dos eletrificados na frota, tanto em leves como em pesados, e da mistura do etanol na gasolina para 35% e do biodiesel no diesel para 30%, mais energia elétrica e produção de biocombustíveis seria necessária para manter o ecossistema em pé.