Setor de duas rodas poderia chegar antes a esse volume, caso o ritmo das exportações fosse maior
São Paulo – O setor de duas rodas projeta retornar às 2 milhões de motocicletas produzidas em 2026. Este patamar foi atingido em 2011 pela última vez, quando a indústria local entregou 2,1 milhões de unidades, de acordo com Marcos Antônio Bento, presidente da Abraciclo, que participou do Congresso AutoData Perspectivas 2025, revelando a importância desta retomada:
“Estamos otimistas para voltar aos 2 milhões de motocicletas produzidas em 2026: se continuarmos crescendo no ritmo médio dos últimos anos isto será possível. É muito importante porque fomenta mais investimentos, mais localização e mais lançamentos no mercado”.
Para o ano que vem o executivo revelou que a produção e as vendas seguirão crescendo, mas não arriscou cravar se será no patamar de 2024, com alta de dois dígitos, ou de um dígito, em torno de 7,5%, que foi a média dos últimos anos da indústria de duas rodas. A expectativa da Abraciclo para esse ano é de produzir 1 milhão 720 mil unidades até dezembro, com alta em torno de 11% na comparação com 2023.
O ponto negativo continua sendo as exportações, uma vez que as motocicletas nacionais atendem o nível 5 de emissões do Promot, Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos, mas os países da América Latina não exigem esse nível, recebendo motocicletas mais baratas que atendem apenas o nível 2 ou 3, ou até o nível 0 em alguns casos:
“Esta falta de harmonia regulatória dos países da região reduz a competitividade dos nossos produtos, pois conseguimos exportar para Estados Unidos e Canadá mas não conseguimos avançar nos mercados vizinhos pelo custo maior na comparação com produtos vindos de países asiáticos”.
Segundo Bento as exportações deveriam ser até quatro vezes maiores do que o volume atual. Se este cenário fosse realidade a indústria nacional chegaria aos 2 milhões de unidades produzidas antes de 2026.