Abeifa rebate Anfavea e pede previsibilidade no imposto de importação

São Paulo – Em nome de previsibilidade, termo muito usado pelos executivos do setor automotivo, a Abeifa rebateu a Anfavea que, na quarta-feira, 6, divulgou nota à imprensa pedindo a antecipação do retorno do imposto de importação para 35% para veículos eletrificados e citou a chegada do navio da BYD com 5,5 mil veículos importados como algo “preocupante”. Em nota seu presidente, Marcelo Godoy, manifestou a contrariedade com o retorno imediato e pediu o respeito ao calendário estabelecido no fim de 2023:

“Em 2023 foi acordado o faseamento do imposto de importação para veículos importados eletrificados, por meio do qual em julho de 2026 a alíquota chegará a 35%, igualando-se ao porcentual de veículos a combustão”, disse Godoy na nota. “Hoje a incidência do imposto é de 18% para carros elétricos, de 24% para híbridos plug-in e de 25% nos híbridos. Em julho deste ano as alíquotas crescerão, respectivamente, para 25%, 28% e 30%. Nossas associadas já contam com esta previsibilidade, o que é muito salutar”.

Para a entidade que representa as empresas importadoras “é imprescindível respeitar os clientes e consumidores brasileiros, que têm o direito ao acesso e à escolha por tecnologias de ponta”.

Pouco depois da chegada do comunicado da Abeifa foi a vez do Sindipeças se manifestar, fazendo coro à Anfavea. Seu presidente, Cláudio Sahad, disse “apoiar irrestritamente” o pedido da recomposição imediata dos 35% do imposto de importação para híbridos e elétricos: “O poder público precisa prestar atenção ao que está ocorrendo e considerar fortemente os danos, atribuindo ao fato a urgência que lhe é própria”.

Balanço dos importados

Em fevereiro as dez marcas associadas à Abeifa somaram 9 mil unidades vendidas, aumento de 46,8% sobre o volume de fevereiro de 2024 e de 5,8% sobre janeiro. 91,6% deste volume é formado por veículos eletrificados, 8,3 mil unidades: “Esse dado é muito importante para o setor de importação de veículos. Nos mostra uma tendência inequívoca de contribuição dos importados rumo à descarbonização”.

No bimestre o crescimento foi de 41,2%, somando 17,5 mil unidades.