São Paulo – O desembarque do Explorer Nº 1, navio da BYD que trouxe a bordo em torno de 5,5 mil veículos elétricos e híbridos importados da China, foi recebido “com preocupação” pela Anfavea, que divulgou nota à imprensa na tarde da quarta-feira, 5, quase uma semana depois da embarcação atracar no Espírito Santo.
Segundo o documento, que volta a pedir a recomposição imediata da alíquota de 35% do imposto de importação para eletrificados, existem no momento mais de 40 mil veículos importados em estoque no País. “No ano passado, mais de 120 mil veículos, com origem chinesa, por exemplo, foram vendidos em nosso país, um volume três vezes maior do que em 2023, isso sem considerar os cerca de 55 mil veículos que viraram o ano em estoque”.
Há cerca de um ano a Anfavea passou a pedir a recomposição imediata do imposto, a despeito do calendário estabelecido pelo governo no final de 2023, que prevê o retorno gradativo da alíquota para eletrificados – desde julho está em 18% para elétrico, 20% para híbridos plug-in e 25% para híbridos.
“Nenhum país do mundo, com indústria automotiva instalada, tem uma barreira tão baixa para as importações, o que torna o nosso importante mercado um alvo fácil, especialmente para modelos que estão sendo barrados por grandes alíquotas na América do Norte e na Europa. Elas são de 100% nos Estados Unidos e Canadá, e podem chegar a 48% na Europa”, diz a entidade na nota. E completa: “Sem um equilíbrio saudável na balança comercial, essa indústria que gera mais de 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos estará sob forte ameaça”.
Na nota a Anfavea pede ainda a continuidade da política automotiva, por meio da publicação dos decretos do Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação. Segundo a Agência AutoData publicou recentemente segue sem previsão de sair do papel.
A Anfavea ainda voltou a citar o aumento da participação de máquinas importadas importadas em contratos de compras públicas, citando licitações vencidas por empresas instaladas no Brasil que não contam nem com vinte funcionários. “O crescimento acentuado das importações de máquinas transformou o tradicional superávit em déficit na balança comercial pelo segundo ano seguido, dobrando o valor do déficit em 2024”.