São Paulo – Ao longo dos primeiros seis meses do ano a produção de veículos, na Argentina, somou 250,4 mil unidades, alta de 15,6% na comparação com o primeiro semestre de 2024, 216,7 mil unidades. Foi o que informou a Adefa, entidade que representa as montadoras instaladas no país.
Em junho saíram das linhas de produção 42,8 mil veículos, 33,8% acima dos 32 mil no mesmo mês do ano passado. Com relação a maio, no entanto, houve recuo de 10,9%: de acordo com a Adefa deveu-se ao fato de que o mês passado contou com dois dias úteis a menos, e uma produção média diária de 2,5 mil unidades.
O presidente da Adefa, Martín Zuppi, pontuou que, a despeito dos dados positivos nas comparações interanuais, os resultados mensais refletem também um processo de adequação das estruturas às novas condições produtivas, devido aos investimentos recentes, à renovação do fornecimento e do encerramento do ciclo industrial de alguns modelos.
Quanto às exportações no primeiro semestre as montadoras embarcaram 129,6 mil veículos, 2,2% acima do resultado dos seis meses iniciais de 2024. Em junho os envios de 22,7 mil unidades representam acréscimo de 9% com relação ao mesmo mês no ano passado e recuo de 13,6% frente a maio.
Zuppi reconheceu que a melhora interanual é limitada e que, apesar da alta no mês, advertiu que o aumento no semestre é inferior em termos porcentuais, o que reflete uma maior concorrência nos mercados de destino, somado aos desafios persistentes em termos de competitividade e acesso a novos mercados.
Com relação às vendas, conforme publicado pela Agência AutoData, foram comercializados 326 mil veículos de janeiro a julho, 77,8% acima do mesmo período no ano passado, de acordo com a Acara, que representa os concessionários locais. Em junho as 52,2 mil unidades vendidas estão 69% acima do sexto mês de 2024 e 7,3% abaixo de maio, o segundo melhor mês do ano.
Zuppi complementou que o dinamismo do mercado interno deveu-se, em grande parte, à eliminação de diversas alíquotas internas de impostos, à exclusão do PAIS e às restrições à importação, “o que permitiu a expansão da oferta disponível e acompanhou a melhora da demanda, impulsionada também pelo acesso ao crédito”.
São Paulo – A Cummins Brasil anunciou André Garcia como o novo líder de estratégia de produto da unidade de negócios de motores. Ele terá o desafio de identificar oportunidades, definir prioridades e impulsionar iniciativas que contribuam ao crescimento sustentável dos negócios.
Engenheiro mecânico formado pela FEI e com MBA pela FGV ele trabalha na Cummins há dezenove anos. Garcia iniciou a carreira na engenharia de motores, na qual trabalhou por treze anos em funções técnicas e de gestão, passando pelas áreas de engenharia de produto e gestão de projetos. Em 2018 assumiu a liderança das equipes de engenharia Cummins Emission Solutions e Cummins Turbo Technologies, da unidade de negócios de componentes no Brasil.
Quatro anos atrás retornou à unidade de negócios de motores como líder de programa para introduzir produtos da geração Euro 6 e, recentemente, esteve à frente de iniciativas de desenvolvimento de novos negócios dedicadas à linha on-highway, de veículos e equipamentos projetados para uso em rodovias e estradas públicas, no Brasil.
São Paulo – No primeiro semestre as vendas de veículos leves, no Chile, somaram 145,6 mil unidades, expansão de 2,2% na comparação com iguais meses do ano passado, de acordo com a Anac, entidade que representa o mercado automotivo chileno. O resultado está em linha com a projeção dos especialistas para o ano, que esperam alta de 2,5% chegando a 310 mil unidades.
Em junho foram comercializadas 24,3 mil unidades, crescimento de 7,6% na comparação com idêntico mês do ano passado, enquanto que na comparação com maio o resultado foi de estabilidade na demanda.
No mercado de caminhões o volume vendido de janeiro a junho foi 8,2% maior do que o comercializado no primeiro semestre de 2024, com 6 mil unidades entregues. Junho somou 962 vendas, incremento de 6,9% sobre igual mês do ano passado e de 2,5% na comparação com maio.
O segmento de ônibus cresceu 37,8% no primeiro semestre, com 1,3 mil veículos comercializados. Junho foi o melhor mês de venda de ônibus, com 480 unidades, alta de 361,5% na comparação com idêntico período do ano passado e de 332,4% com relação a maio.
São Paulo – A Lwart Soluções Ambientais, que trabalha com coleta e rerrefino de lubrificantes usados, coletou 225 milhões de litros em 2024, seu novo recorde no Brasil. Este volume correspondeu a 37% dos 600 milhões de litros que foram coletados no País no ano passado.
Com operação no Brasil todo a Lwart atendeu mais de 93 mil clientes em 2024, desde pequenas oficinas até grandes indústrias, garantindo que os lubrificantes tenham o destino correto, pois se forem descartados no meio ambiente podem contaminar o solo, água e ar.
São Paulo – A Volkswagen Caminhões e Ônibus doou 112 equipamentos para a unidade de Resende da UERJ, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A doação faz parte da parceria que a empresa mantém com o Estado para contribuir com a capacitação da população local.
Os itens doados faziam parte do acervo do Centro de Tecnologia de Materiais e eram usados diariamente pela área de qualidade assegurada da fábrica de Resende.
São Paulo – Prestes a começar as vendas do EX5 no Brasil a Geely iniciou a exposição do seu modelo elétrico em 22 shoppings, com a intenção de promover o primeiro contato com o público. Seu lançamento deverá ocorrer ainda este mês.
Para atrair o público a Geely oferecerá uma massagem, realizada pelo próprio carro, para as pessoas que visitarem o estande. Assim, aproveitará para mostrar um dos itens de série do EX5, que conta com seis tipos de massagem nos bancos.
São Paulo – A escalada da Selic, que iniciou 2025 em 12,25% ao ano e, agora, alcançou os 15%, sem perspectiva de recuar até dezembro, está segurando as vendas de caminhões no Brasil. Dados da Fenabrave apresentados em entrevista coletiva à imprensa na quinta-feira, 3, apontam que foram comercializadas de janeiro a junho 53,4 mil unidades, 3,6% abaixo do mesmo período de 2024, quando 55,4 mil veículos foram emplacados.
De acordo com o diretor executivo da Fenabrave, Marcelo Franciulli, o aumento do custo do financiamento ocasionou a menor renovação de frota: “Este cenário inspirou maior cautela de empresários e transportadores para a aquisição de caminhões ao limitar o apetite de compra e a capacidade de investimento”.
A queda em junho, quando foram vendidos 8,3 mil unidades, chegou a 13,3% na comparação com o mesmo mês do ano passado, 9,6 mil unidades. Com relação a maio, quando 8,8 mil caminhões foram comercializados, o recuo foi de 5,8%.
A retração dos implementos rodoviários foi ainda mais intensa ao longo do primeiro semestre, de 19,8%, totalizando 35,8 mil unidades. De acordo com Arcélio Jr houve um boom nos anos anteriores, especialmente de 2021 a 2023, para a renovação do implemento e, agora, quem pode investir optou por trocar somente o caminhão por um Euro 6, o que provocou este descolamento.
Caminho da Escola sustenta crescimento de ônibus
O segmento de ônibus está na contramão do de caminhões, principalmente por causa das entregas estimuladas pelo programa do governo federal Caminho da Escola, cujo edital vigente prevê até 16 mil unidades e ainda existem veículos a serem finalizados.
No acumulado de 2025 os emplacamentos dispararam 24,5%, para 14,1 mil, em comparação a igual período do ano passado – quando, vale dizer, havia uma espera pelo edital do programa.
Em junho foram emplacados 2,3 mil ônibus, 9,6% acima do sexto mês de 2024 e 2,3% abaixo de maio, o que, segundo Franciulli, deveu-se à diferença de um dia útil: “Apesar de o primeiro trimestre ter sido marcado pela maior aceleração de entregas acreditamos que este ritmo será mantido até o fim do ano”.
São Paulo – Passado o primeiro semestre, com crescimento de 4,8% nas vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus sobre os primeiros seis meses de 2024, somando 1,2 milhão de unidades, a Fenabrave revisou suas estimativas para o mercado brasileiro em 2025. E com apenas uma correção: nas vendas de caminhões, para baixo.
O segmento fechou o semestre com recuo de 3,6% nas vendas, o único com saldo negativo. Assim a associação, agora, passou a projetar queda de 7% para o ano, somando 113,6 mil unidades, cerca de 8,5 mil a menos do que as emplacadas no ano passado.
No início do ano a Fenabrave divulgou estimativa de crescimento de 4,5% nos licenciamentos de caminhões, levando as vendas a 127,6 mil unidades. O mercado total alcançaria 2 milhões 766 mil unidades, alta de 5% sobre 2024. Com as novas projeções, chegará a 2 milhões 752 mil veículos, avanço de 4,4%.
Outra mudança foi nos implementos rodoviários, que também recuaram, 19,8% no primeiro semestre, para 35,8 mil unidades. Para a Fenabrave, que estimava empate em 2025 com 2024, com 88,6 mil reboques, semirreboques e carrocerias sobre chassis vendidos, o setor cairá 20%, somando cerca de 71 mil unidades.
Para o presidente Arcélio Júnior o aumento na taxa de juros está afastando o comprador de caminhão e de implementos. “Quem compra caminhão o faz para investir e agora o transportador está segurando”.
No caso de implementos rodoviários o bom desempenho dos últimos anos é outro fator de recuo, porque investimentos recentes foram feitos.
O mesmo, porém, não ocorre com o segmento de automóveis e comerciais leves: a Fenabrave manteve as estimativas de aumento de 5% nas vendas, para 2,6 milhões de unidades. No primeiro semestre os emplacamentos cresceram 5,1%, somando 1,1 milhão de carros e utilitários.
“No caso de automóveis temos fatores como o pleno emprego e a renda crescente, que ajudam a aquecer o mercado, mesmo com os juros em alta. O Brasil tem ainda muito potencial de crescimento, nossa relação de habitantes por veículo é baixa, comparada com mercados maduros”.
A Fenabrave não mexeu também com as projeções para as vendas de ônibus: seguem em 6% de alta, com 29,3 mil veículos, puxadas, especialmente, pelo programa Caminho da Escola, que no primeiro semestre contribuiu para o crescimento de 24,5%, somando 14,1 mil unidades.
A indústria automotiva global passa por evoluções – e revoluções – e neste cenário o Brasil encontrou espaço para se sobressair: centros de desenvolvimento de programação instalados no País têm sido protagonistas no desenvolvimento de softwares embarcados, beneficiando-se de mão de obra competitiva e expertise em engenharia, fomentando inovações como inteligência artificial para veículos e soluções de conectividade.
As evoluções são marcadas pela integração de tecnologias digitais que transformam veículos em plataformas complexas movidas por programas computacionais, os softwares, aliados a muita conectividade. Esse avanço abrange desde a eletrificação até sistemas de segurança sofisticados e recursos de infoentretenimento que melhoram a experiência do usuário e influenciam as decisões de compra.
Hoje já é fácil achar quem se interesse em um carro por tamanhos de telas, recursos eletrônicos e conexão do smartphone com os sistemas de bordo bem mais do que potência do motor ou velocidade máxima.
Estão em desenvolvimento avançado em solo brasileiro tecnologias como atualizações over-the-air – que modernizam os sistemas dos veículos como se fosse um computador conectado à internet e permitem melhorias contínuas nos veículos – bem como coleta de dados via telemetria, fundamental para aprimoramentos de produtos, manutenções preditivas e redução de custos de garantia e reparos.
Tecnologias como inteligência artificial nos veículos já estão sendo desenvolvidas no País, melhorando a experiência dos passageiros a bordo e a comunicação homem-máquina, em adição a recursos já utilizados, como a conectividade para rastrear e recuperar veículos roubados, que impacta positivamente nos custos de seguro.
O caldo criativo da engenharia brasileira vem estimulando a criação de hubs de inovação e de centros de desenvolvimento de softwares veiculares, impulsionando a exportação de projetos e programas, consolidando sua posição como um polo estratégico na mobilidade conectada na indústria automotiva global.
DESENVOLVIMENTO RESISTE NO PAÍS
Esta reportagem foi publicada na edição 422 da revista AutoData, de Junho de 2025. Para ler ela completa clique aqui. Foto: Divulgação/Ford
São Paulo – A recente onda de lançamentos de veículos de passeio tem animado as perspectivas da Brose, fabricante de sistemas de portas e arrefecimento de motor de São José dos Pinhais, PR, e com unidades em Goiana, PE, e Jarinu, SP. O presidente da operação brasileira, Murilo Matta, contou à Agência AutoData que a projeção é de crescer de 8% a 10% em 2025, portanto acima do mercado, que espera alta de 6% a 7%.
O motivo: adição de portfólio: “As montadoras têm lançado muitos projetos por causa da mudança de tecnologia e renovação de powertrain, então vivemos um ciclo de alta. É preciso aproveitar o momento”.
No ano passado o faturamento da companhia cresceu 6% em comparação a 2023, disse, sem compartilhar números absolutos: “Nós passamos a fornecer ao Tera, por exemplo, sem deixar de prover ao Polo. Portanto, temos uma soma de negócios e não uma reposição”.
O projeto do SUV Tera gerou a criação de vinte postos de trabalho em Jarinu, onde hoje a ocupação da capacidade produtiva está em 100%. Ao todo a Brose emprega em torno de 550 trabalhadores.
A operação em Goiana, pareada à da Stellantis, também está completa. Apenas a unidade paranaense, por causa de aquisições realizadas nos últimos anos, ainda tem cerca de 20% de capacidade para ser utilizada.
Murilo Matta, presidente da Brose no Brasil, mantém o otimismo a despeito da alta dos juros. Foto: Divulgação.
Apesar da escalada dos juros, com a Selic em 15% ao ano, Matta segue otimista diante dos lançamentos: “Acredito que o marco de garantias deverá ajudar neste cenário. A inadimplência tem crescido, mas já foi pior. Como o índice de renda está elevado se a parcela couber no bolso o consumidor acaba trocando de carro, frente às novidades que lhe têm sido apresentadas”.
A Brose também está em projetos como o novo Nissan Kicks e o Hyundai Creta.
Contribuem para o otimismo o fato de os contratos de carros por assinatura estarem crescendo, o que puxa a demanda pelo 0 KM, e também a melhora do mercado argentino, seu principal cliente do Exterior. Hoje em torno de 20% da produção, considerando exportação direta e indireta, são embarcados para lá. Outros destinos respondem por fatias menores, como África do Sul e México.
Aposta em inovação aberta
Murilo Matta contou que a Brose está investindo em um projeto de tecnologia para a gestão de requisitos específicos de clientes, que, segundo ele, é uma grande dor da indústria: “Cada montadora tem suas particularidades, e é preciso coletar os requisitos específicos em sites ou nas cartas de requisitos. Trata-se de processo manual de entendimento para ver se conseguimos atender às demandas”.
Por isto, compartilhou, a empresa está com projeto piloto em andamento, de uso de robotização e inteligência artificial a fim de que esta gestão seja feita toda de forma digital. Desta forma a solução irá automaticamente aos portais resgatar as informações, trazê-las para o sistema da Brose e comparar com seus processos, verificar se existem discrepâncias e, se houver, a IA dá uma caminho para a solução. O plano é que o processo seja estabelecido até outubro.
Hoje este trabalho é feito mensalmente e dois a três profissionais são escalados para a atividade. Com o sistema isto poderá ser feito diariamente e com uma pessoa para acompanhar o processo no começo, até que ele ganhe maturidade: “Teremos, portanto, ganhos na celeridade, assertividade e eficiência de custo, que refletirão na melhora da na nossa competitividade”.
Estão sendo investidos em torno de R$ 100 mil na iniciativa aplicada às fábricas de São José dos Pinhais, Goiana e Jarinu: “Não é nada da Nasa. É algo possível, que tira o paradigma de que investir em tecnologia é difícil. E que nos motiva a buscar novas soluções para obter novos ganhos de eficiência”.
A iniciativa está sendo desenvolvida de forma conjunta no hub de inovação aberta da PUC PR, o Hot Milk, a partir do uso de tecnologia de startup que está auxiliando no processo. O programa foi lançado em fevereiro.
Esta não é a primeira vez que a Brose busca o auxílio do conhecimento de startups para promover a tecnologia em seus processos. Recentemente, após conexão facilitada pelo Porto Digital de Recife, foi criada em parceria com a Stepps Tecnologia solução de captura de imagens para o operador na unidade de Goiana, que será expandido para outras unidades.
A Brose também digitalizou toda a parte de manutenção da fábrica desde meados de 2024, o que diminuiu tanto o tempo de reparo das máquinas quanto o período em que elas ficam paradas.