A Toyota continua investindo firme no Brasil. E na fria tarde da segunda-feira, 22, a montadora deu prosseguimento ao projeto de revitalização de sua planta de São Bernardo do Campo, SP, ao inaugurar seu primeiro centro de pesquisa aplicada no Brasil, empreendimento que contou com a aplicação de R$ 46 milhões em sua primeira fase de implantação e inicia seus trabalhos com cem colaboradores.
Em uma segunda etapa, ainda sem data definida para ser finalizada, o empreendimento receberá mais R$ 19 milhões de investimentos, totalizando R$ 65 milhões. A estrutura recém-inaugurada é o quarto centro de pesquisa da montadora em operação no mundo fora do Japão. Os três primeiros foram instalados nos Estados Unidos, na Europa e na Tailândia.
O novo local foi concebido para integrar localmente as atividades relacionadas à pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e desenvolvimento de fornecedores. Nele foram alocados os departamentos de engenharia, design, compras, regulamentação veicular e qualidade, permitindo maior sinergia entre estas áreas para constituição de futuros projetos.
O centro será a base de desenvolvimento de produtos da marca no Brasil. Inicialmente estão previstas atividades como concepção de melhorias nos modelos do mercado nacional, testes de emissões, análises de matérias-primas e desenvolvimento de acessórios, dentre outras atribuições. Seu primeiro trabalho, aliás, já foi realizado com o projeto de design do Etios Premium, lançado recentemente.
Steve St. Angelo, presidente da Toyota para a América Latina e Caribe, foi ovacionado por todos os colaboradores da Toyota que estiveram presentes à cerimônia de inauguração, afirmou que a entrada em operação deste novo centro de pesquisas significa a consolidação da importância da América Latina como região de negócios para a marca japonesa.
Segundo o executivo, as vendas da Toyota continuam crescendo em praticamente toda a região. No Brasil, por exemplo, a empresa pretende vender 180 mil unidades em 2016, volume que, se alcançado, representará crescimento de 2% em relação ao ano passado e participação de 9% do mercado. Na Argentina, seu segundo mercado na América Latina, a previsão para este ano é de 80 mil unidades, com crescimento de 1% sobre 2015 e participação de 11% no total das vendas do país.
St. Angelo também chamou a atenção para o crescimento das exportações da marca a partir de veículos fabricados no Brasil. “Estamos iniciando nossas vendas em novos mercados, como o do Peru. Cresceremos 21% em nossas exportações neste ano e pretendemos enviar 40 mil unidades fabricadas no Brasil para os demais mercados latino-americanos”, previu. O volume estimado fará com que a Toyota comercialize cerca de 360 mil veículos na região, com crescimento de 1,5% sobre o ano passado.
A cerimônia de inauguração do novo centro de pesquisas da Toyota contou com a participação do chairman da Toyota Motor Corporation, Takeshi Uchiyamada, que veio do Japão especialmente para o evento. Além dele, estiveram presentes também o vice-governador do Estado de São Paulo, Márcio França; a diretoria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Margarete Gandini; o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.
Margarete Gandini, diretora do MDIC, em seu pronunciamento aos presentes na cerimônia, chamou a atenção para a importância que este tipo de iniciativa tem para o desenvolvimento futuro da indústria automobilística local, frente ao atual desafio de consolidação que estamos enfrentando diante da atual crise e da necessidade de estarmos iniciando uma nova fase de inserção em uma indústria que, hoje, está cada vez mais globalizada.
“Temos um desafio muito grande para ser enfrentado nos próximos anos, não só na indústria automobilística mais em toda a atividade industrial, que é de continuarmos nos modernizando e buscando maior competitividade. Neste setor automotivo boa parte da indústria local já é globalizada, mas precisamos estar atentos para as camadas de baixo da cadeia, nos chamados tear 2 e 3 que certamente terão grandes dificuldades no futuro”, analisou.