VW em Taubaté adia novamente férias coletivas

A Volkswagen adiou mais uma vez as férias coletivas na fábrica de Taubaté, SP, junto à Delegacia Regional do Trabalho. De acordo com comunicado do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, a parada na produção começaria na segunda-feira, 4, mas ficou agendada para o dia 18 de julho. O documento foi entregue na sexta-feira, 1º de julho.

Segundo o sindicato o recesso tem sido postergado desde maio devido a falta de componentes, consequência direta da encrenca da montadora com Keiper, do Grupo Prevent. Na notificação, no entanto, a empresa alega ao Ministério do Trabalho a necessidade de adequação do processo da linha produtiva com o mercado.

A notificação se refere à concessão de férias coletivas a aproximadamente 3 mil 980 funcionários. A maior parte dos trabalhadores fica em casa a partir de 18 de julho e retoma as atividade em 8 de agosto. Um grupo de 780 empregados volta ao trabalho no dia 16 de agosto.

Alta de 2,56% das vendas de veículos em junho

As vendas de veículos em junho, incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, totalizaram 171 mil 792 unidades, com crescimento de 2,56% em relação a maio. No comparativo com junho do ano passado, no entanto, verifica-se queda de 19,2% e no acumulado do semestre a retração é de 25,4%.

De acordo com dados divulgados na segunda-feira, 4, pela Fenabrave, foram emplacados 983,6 mil veículos nos primeiros seis meses do ano, ante total de 1,3 milhão registrado no mesmo período de 2015.

Diante dos números de junho o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr., admite que começa a haver uma recuperação do mercado, mas destaca que ela ainda é pequena e sem grandes oscilações: “Já estamos notando uma melhora nos índices de confiança, tanto por parte de consumidores como de investidores, mas não imaginamos grandes mudanças nos dados do setor até que o cenário político se defina. Os números do setor apontam que retornamos uma década em resultados de vendas.”

O segmento que mais cresceu em junho com relação a maio foi o de comerciais leves, com 140,5 mil emplacamentos e expansão de 8,6%. Considerando automóveis e comerciais leves a alta no mesmo comparativo foi de 2,62%, com respectivamente 166,4 mil e 162,1 mil unidades comercializadas. Se comparado com junho de 2015 o resultado do mês passado aponta queda de 18,67%.

Também é negativo o desempenho do primeiro semestre. No acumulado do ano o licenciamento de automóveis e comerciais leves teve queda de 25,09%, com 951,2 mil unidades no primeiro semestre de 2016 contra 1 milhão 270 mil no mesmo período do ano passado.

Pesados – Na área de pesados, o segmento de caminhões também reagiu em junho comparativamente a maio. Foram vendidas 4 mil 188 unidades no mês passado, 3,15% a mais dos que as 4 mil 60 do mês anterior. No acumulado do semestre, no entanto, o segmento de caminhões caiu 31,99%, com 25,4 mil unidades comercializadas este ano contra as 37,4 mil dos primeiros seis meses de 2015.

Já o segmento de ônibus apresenta resultado negativo em todos os seus indicadores. As vendas de junho, num total de 1 mil 194 unidades, foram 6,7% inferiores às de maio [1 mil 280]. No acumulado do semestre a queda chega a 40,7% – 6 mil 964 ante ante 11 mil 747.

No aguardo de definições na área política a Fenabrave prefere, por enquanto, manter as últimas projeções feitas pela entidade, que indicam queda de 20% no segmento de automóveis e comerciais leves e de 23% nas vendas de caminhões.

“Essas projeções já consideram uma melhora no quadro geral da economia e do setor, pois, se os dados se mantivessem como no início do ano, os resultados seriam piores”, comenta Assumpção Jr. O problema, segundo ele, é que apesar de a economia dar sinais de recuperação, “o desemprego ainda ameaça a população, afetando, principalmente, os consumidores da base da pirâmide”.

Cita, como exemplo, o mercado de motocicletas que ao contrário do de automóveis e comerciais leves não reagiu em junho. Com a venda de 81 mil unidades no mês passado, o segmento de motos caiu 6,5% em relação ao mês anterior. E apresenta queda de 14,76% no semestre.

Brexit custará US$ 8,8 bilhões às montadoras

A saída do Reino Unido da União Europeia reduzirá as vendas de automóveis em todo o mundo em cerca de 2,8 milhões de unidades, de acordo com as mais recentes previsões da consultoria especializada IHS Automotive compiladas pela Bloomberg.

Especialistas têm reduzido as previsões para as vendas globais e, em especial, para o mercado do Reino Unido depois de se concretizar sua saída do bloco, dada a importância da indústria automotiva instalada na região.

Em termos econômicos a redução das vendas terá um impacto sobre o faturamento global de até 8 bilhões de euros ou US$ 8,8 bilhões a menos nos próximos dois anos, segundo empresa de consultoria baseada em Londres, Inglaterra, Evercore.

De acordo com cálculos da IHS, o volume de vendas de veículos no mundo chegará a 89,8 milhões de unidades em 2016, cerca de 200 mil unidades a menos do que o projetado anteriormente. O impacto, no entanto, será bem maior nos anos seguintes. Em 2017, os licenciamentos serão 1,25 milhões de unidades menores e, em 2018, 1,38 milhões de unidades não vendidas devido à decisão do Reino Unido.

“O Reino Unido carregará a maior parte do impacto”, observou o analista Ian Fletcher, da IHS Automotive. Cálculos preliminares estimam que mercado britânico deva crescer somente 1% este ano contra os 3,2% que esperavam os analistas de mercado. A Evercore, porém, projeta declínio acentuado, de 14%, em 2017.

Excluindo o mercado russo, a indústria de automóvel britânica é a quarta maior da Europa, atrás da Espanha. No ano passado, as fábricas do Reino Unido fabricaram 1,59 milhões de veículos, dos quais 80% foram exportados. De acordo com a associação que reúne os fabricantes locais, a SMTT em sua sigla em inglês, 60% das exportações, ao redor de 900 mil unidades, abasteceram países europeus.

Marcas como Nissan, Toyota, BMW, Ford, General Motors, Rolls Royce, Bentley, do Grupo Volkswagen e Jaguar Land Rover , da Tata Motors, produzem no território britânico modelos tão populares quanto o Nissan Qasqhai, o SUV mais vendido em todo o mundo.

Por outro lado, os licenciamentos no mercado britânico no ano passado alcançou 2,6 milhões de veículos. Cerca de 90% destes carros também são importados da Europa. A Espanha, por exemplo, exportou para o Reino Unido 363,5 mil veículos, de acordo com a Anfac, a associação espanhola dos fabricantes de veículos.

“Nossa indústria está profundamente integrada com a Europa. É a relação mais importante que temos”, destacou Mike Hawes, diretor geral da SMTT.

As montadoras se posicionaram, em sua maioria, pela permanência do Reino Unido na União Europeia. A Toyota chegou a enviar comunicado aos seus funcionários antes do referendo, argumentando os impactos para a empresa com o Brexit. A Tata Motors, dona da Jaguar Land Rover, perdas de 1,2 bilhões de euros com a decisão do referendo de 24 de junho.

O Reino Unido é o terceiro maior mercado para a Ford e, embora só tenha fábricas de componentes, advertiu que vai fazer “o que for preciso” para manter seu negócio rentável no Reino Unido.

Tecnologia diesel: esperanças e experiências.

O Brasil atravessa um momento econômico de difícil escolha de caminhos que possam garantir a saúde financeira, com a devida responsabilidade social e ambiental, das organizações que utilizam os motores do ciclo diesel. Entender os problemas atuais, compartilhar as experiências de suas soluções e, mais ainda, ter informações confiáveis que possam ajudar a ter um pouco mais de esperança no que vem pela frente, neste inquieto ambiente de transporte de pessoas e bens, produção agrícola e obras, deve ser a meta dos profissionais deste setor, sejam eles clientes finais ou idealizadores de motores diesel.

Gerar um ambiente de discussões que alcance, além das tradicionais aplicações de motores diesel em caminhões e ônibus, as aplicações dos setores de agricultura, construção civil, geração de energia e motores industriais é, sem dúvida alguma, abrir uma janela de esperança neste momento tão dificultoso.

E isto tudo, o presente e o futuro das tecnologias envolvidas nos motores diesel, serão discutidos com forte embasamento durante o 13º Fórum SAE Brasil de Tecnologia de Motores Diesel, que será realizado no Teatro Positivo, em Curitiba, PR, em 23 e 24 de agosto.

Os cenários econômico, produtivo e de real utilização destes motores serão expostos, inclusive, por clientes que vivenciam no dia a dia a operação do diesel para proporcionar uma visão que objetiva não somente trazer à tona os problemas que emergem mas, também, as soluções encontradas. O futuro da motorização diesel será também analisado, considerando a experiência de nossos colegas europeus com motores que atendem legislações mais exigentes, dotados de tecnologias bem mais complexas do que as que estamos usando atualmente no Brasil e na América Latina.

Integrar-se nesta discussão e ajudar a desenhar um futuro mais sustentável e confiável para toda a sociedade é obrigação dos profissionais envolvidos nesta área do conhecimento e utilização tecnológica.

Gilberto Leal é físico, consultor e integrante da comissão organizadora do 13º Fórum SAE Brasil de Tecnologia de Motores Diesel

Luz no fim do túnel?

Ainda que na esfera da política o cenário permaneça um tanto quanto conturbado e indefinido no mundo da economia alguns parâmetros que começam a se definir parecem indicar que o pior, de fato, pode já ter ficado para trás. O Relatório da Inflação divulgado pelo Banco Central na terça-feira, 28, por exemplo, cravou projeção de 7% na inflação deste ano e, mais importante, de 4,7% em 2017, praticamente já dentro do centro da meta.

É bem verdade que, de um lado, o fato de estes índices serem ligeiramente superiores aos da edição trimestral passada deste relatório – que especificava respectivamente 6,9% e 4,5% – levou os analistas a adiar de agosto para outubro ou novembro o mês do provável início da redução da Selic. De outro lado, todavia, eles indicaram aparente convicção do Banco Central de que a inflação está sob controle e com viés de queda acentuada com relação aos dois dígitos registrados no ano passado, o que abre as portas para a real e concreta viabilidade do processo de redução da Selic se manter por bom tempo ao longo do ano que vem.

Trata-se, sem dúvida, de alento significativo para quem tem de planejar o futuro das empresas de um setor, como o automotivo, cujas vendas têm forte dependência da disponibilidade e do custo do crédito. Alento duplo, por sinal. Afinal, a própria redução da inflação, em si, já tende a abrir mais espaço dentro do orçamento doméstico para prestações resultantes da compra financiada de bens de consumo de forma geral.

Neste primeiro semestre, tomado em separado, a insegurança dos consumidores diante da manutenção futura do emprego também contribuiu de forma marcante para a dificuldade das vendas. E em particular a dos automóveis, um bem cujo valor implica financiamentos que, na média, flutuam de 24 a 36 meses.

Foi o resultado natural e prático das 3,4 milhões de demissões anotadas nos doze meses anteriores a maio, o dado mais divulgado pelo IBGE, e que elevaram o total de desempregados para 11,9 milhões de pessoas.

Neste mesmo maio, todavia, a taxa de desemprego, que vinha crescendo mês a mês de forma acentuada, permaneceu nos 11,2% que haviam sido registrados em abril. Não melhorou – o que provavelmente somente deverá acontecer mais para o fim do ano. Mas, ao menos, parou de piorar, o que já representa outro alento na medida em que pode contribuir para um começo de redução deste clima generalizado de insegurança.

Ao menos aparentemente, depois do susto nos primeiros meses do ano, as empresas e seus trabalhadores passam, agora, a encontrar formas de se acomodar à nova situação sem recorrer tanto a demissões em massa. Dentro do próprio setor automotivo Ford e Chery são bons e bem recentes exemplos deste tipo de ação.

Outro alento importante vem do mercado externo: de janeiro a maio as vendas domésticas de veículos na Argentina, ainda o principal mercado no exterior dos produtos fabricados no Brasil, somaram 283 mil unidades, nada menos que 28,9% acima do registrado no mesmo período do ano anterior.

Na semana passada, além disso, Brasil e Argentina renovaram por mais quatro anos acordo automotivo que se encerraria em 30 de junho. E com regras definidas já para todo o período.

Há anos que este acordo vinha sendo renovado a conta gotas, sempre com validade máxima de doze meses, período demasiadamente curto para um setor cujos investimentos necessitam, em geral, de quatro a cinco anos para se efetivar.

Volta a se abrir, assim, a concreta possiblidade de uma volta ao inicio do Mercosul quando as montadoras e fabricantes de componentes repartiam a produção pelos dois países com foco específico nos ganhos de escala. Época em que raramente fabricavam o mesmo veículo nos dois países. Mais um bom parâmetro definido.

Aos poucos as empresas também parecem começar a reencontrar relativo equilíbrio dentro da nova e desagradável situação do mercado. Dados divulgados em meados de junho pelo Sindipeças indicam que, no primeiro quadrimestre, para uma queda 26,09% na produção, o faturamento líquido nominal consolidado registrou redução de 9,9%.

E em abril, em particular, em confronto com o mesmo mês do ano passado, para uma redução de 17,55% na produção a queda do faturamento ficou em módicos 3,32%.

Parece haver no ar, na verdade, uma certa mudança do clima de negócios em geral: pesquisa que acaba de ser divulgada pela FGV constatou, em junho, retomada disseminada da confiança por empresários dos vários setores da economia. Em particular no comércio e nos serviços. É bem verdade que antes de julgamento definitivo do impeachment da presidente afastada, em meados de agosto, qualquer projeção com relação ao futuro traz a bordo boa dose de risco de erro.

Parecem, porém, ser cada vez mais consistentes os indícios de que o brilho que começa a ser visto no fim do túnel é, agora, de fato, uma luz e não uma locomotiva vindo em sentido contrário, tal como aconteceu no início no ano.

Wabco assina contrato de fornecimento com a Mercedes-Benz

A Wabco, fabricante de componentes automotivos de segurança para veículos comerciais, assinou contrato de fornecimento de cilindro de freio com Mercedes-Benz. Denominado Tristop, o componente é produzido na fábrica da empresa em Sumaré, SP, e irá abastecer 100% de a linha de caminhões e ônibus da montadora de São Bernardo do Campo, SP.

“Já fornecíamos o cilindro para os demais fabricantes de caminhões e ônibus instalados no País, com exceção da Mercedes-Benz, que era abastecida por outro fornecedor”, conta Reynaldo Contreira, presidente da Wabco América do Sul. “A assinatura do contrato foi em 2014 e, desde então, iniciamos o desenvolvimento junto à montadora e adequações na fábrica para absorver a maior demanda.”

Segundo Contreira, em virtude do contrato de fornecimento, a produção de Sumaré duplicou. “Produzíamos 200 mil cilindros/ano, mas devido a baixa no mercado de caminhões e ônibus, hoje produzimos os mesmo 200 mil/ano, mas a Mercedes-Benz irá absorver cerca de 50%.”

Segundo a empresa, o cilindro de freios Tristop é um atuador com pistão tipo mola, que aciona tanto o freio de serviço de estacionamento quanto o de emergência em sistemas de acionamento pneumáticos de frenagem a tambor ou a disco. O produto é aplicado em veículos comerciais das linhas leve, semi-pesada, pesada ou fora, além de ser altamente customizado devido a mais de 1,5 mil variações disponíveis.

Com o contrato, a Wabco investiu em torno de US$ 4 milhões, aplicados tanto na duplicação da linha de produção, quanto no desenvolvimento de fornecedores locais. “Capacidade para maiores volumes nos coloca em posição privilegiada para sermos mais competitivos e conquistar novos clientes.”

Apesar da expansão na operação do Interior paulista, o presidente da Wabco admite que a empresa não conseguirá crescer esse ano, mas cair menos que o mercado. “Se ele cair 10%, a Wabco caiu 2%”, ilustra Contreira. “Em todo o mundo a meta da Wabco é sempre crescer 8% acima do mercado, no mínimo. Mas nada compensa a brutal queda na produção de caminhões e ônibus, acima de 60% nos três últimos anos.”

Nas contas de Contreira, de 20% a 25% da receita da empresa é proveniente do aftermarket e o restante das operações OEM. “Temos as exportações para América do Sul e a introdução de produtos em novos clientes nos permite aproveitar oportunidades e não cair como o mercado.”

Contreira lembra de tendências oportunas no segmento de veículos comerciais como a adoção crescente das montadoras pelas caixas automatizadas, da suspensão pneumática controlada eletronicamente e dos sistemas anti-tombamento. “As fabricantes estão intensificando o uso desses itens em seus produtos e somos líderes de mercado no fornecimento de atuadores para esses dispositivos.”

A Wabco tem sede em Bruxelas, Bélgica, está presente em 39 países e 12 mil funcionários. Está no País desde 1980 de onde abastece a região da América do Sul. Ano passado a empresa registrou receita de US$ 2,6 bilhões no mundo, dos quais a operação aqui responde por 3% atualmente. “Já tivemos participação de 10% nas vendas”, observa Contreira. “Retrato da crise que atravessamos hoje no País.”

Renault desvenda a Alaskan

A Renault colocou na vitrine o doce com o qual pretende seduzir os brasileiros que, por necessidade ou por gosto, buscarão mais uma alternativa no concorrido segmento de picapes grandes. A empresa apresentou na Colômbia, na semana passada, a Alaskan, modelo capaz de carregar 1 tonelada e a primeira investida mundial da montadora nesse tipo de produto.

O consumidor brasileiro, contudo, terá que esperar um tanto mais para vê-la de perto, cerca de um ano e meio. O modelo começa a ser produzido agora no México e, na Argentina, em 2018, de onde, aí sim, seguirá exportada para o Brasil. 

A peculiaridade neste caso é que a linha de montagem de Córdoba será compartilhada com Nissan e Mercedes-Benz, parceiras na plataforma e que terão, cada um delas, sua própria versão para o veículo agora apresentado pela Renault como Alaskan, cujas primeiras unidades ganharão as ruas colombianas no transcorrer deste segundo semestre.

A Alaskan, apresentada no Salão de Paris do ano passado como conceito, foi desenvolvida simultaneamente na França, Japão e América Latina, e contempla cabine simples, cabine dupla e chassi-cabine, com caçamba curta ou alongada e carroceria estreita ou larga.

Depois da Colômbia a picape será vendida em outros países latino-americanos logo na sequência, diz a montadora, que, no entanto, não revela necessariamente uma ordem. Dependendo do mercado poderá dispor de motores 2.3 turbodiesel, 2.5 a gasolina e 2.5 diesel, transmissões manual de seis velocidades ou automática de sete velocidades, com tração em duas ou quatro rodas.

A Renault calcula que o segmento de picapes com essa capacidade de carga corresponda a 5 milhões de unidades anuais em todo o mundo, mais de um terço das vendas de comerciais leves. Não por outro motivo a empresa já confirmou, além de México e Argentina, a produção da nova picape também em Barcelona, Espanha.

A montadora projeta que o mercado mundial de veículos comerciais leves deve crescer nos próximos anos, muito em função das picapes, que evoluirão da seguinte forma: as de meia tonelada representam 3% do mercado mundial, com projeção de crescimento de 35% de 2014 a 2019, as de 1 tonelada, 17% do mercado mundial, com projeção de crescimento de 19% de 2014 a 2019, e as grandes, algo como 18% das vendas globais, mas com 90% delas negociadas nos Estados Unidos e Canadá.

O Grupo Renault vendeu 387 mil comerciais leves no ano passado, crescimento de 12,4%. De janeiro a maio de 2016 já são 167 mil veículos, 15% a mais do que em igual período do ano passado, em um mercado que recuou 4%.

Em 2015 a empresa negociou 38,4 mil comerciais leves na América Latina e obteve 5,1% de participação. Só as picapes de 1 tonelada representaram 45% desse total e, projeta a Renault, devem crescer 15% nos próximos três anos.

Junho deve ter leve alta em relação a maio

Os números oficiais da Fenabrave, baseados em dados do Renavan, só sairão nesta sexta-feira, 1, mas fontes ligadas ao varejo adiantam que os números das vendas de veículos em junho devem indicar pequena alta com relação a maio, persistindo, no entanto, queda de volume em relação ao mesmo mês de 2015.

No acumulado até a quarta-feira, 29, foram emplacados no País cerca de 160 mil veículos e a expectativa, no final da tarde de quinta-feira, 30, era alcançar algo na faixa de 170 mil a 172 mil unidades, incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Se confirmado o resultado, o crescimento em relação a maio, quando foram comercializadas internamente 167,5 mil veículos, será da ordem de 1,5% a 2,5%. E indica um processo, mesmo que lento, de alta mês a mês considerando que em abril as vendas limitaram-se a 163 mil veículos.

Já no comparativo com maio do ano passado, quando foram emplacados 212,7 mil veículos, verifica-se queda na faixa de 20%. Fonte do mercado garante que boa parte do movimento em junho baseou-se nas chamadas vendas diretas, aquelas feitas para frotistas e afins. O varejo ainda está difícil e depende de uma série de promoções para atrair consumidores.

Segundo essa mesma fonte teve montadora que no penúltimo dia do mês teve 60% dos seus negócios baseados em vendas diretas. E das 170 mil ou pouco mais a serem emplacadas em maio, perto de 40% serão para frotistas e pessoas jurídicas em geral. Tal dado, se consolidado no fechamento do mês, indica tendência de alta mensal na participação das vendas diretas no total do mercado.

Em abril, por exemplo, as vendas diretas responderam por 32,3% dos emplacamentos feitos no País, índice que subiu para 34,7% em maio. No acumulado dos primeiros cinco meses do ano as vendas diretas responderam por 28,8% dos 812 mil veículos vendidos no mercado brasileiro, ou seja, perto de 234 mil unidades. Se considerado o segmento de comerciais leves em separado, as vendas diretas responderam por praticamente a metade – exatos 49,2% – do total comercializado no acumulado até maio: 56 mil de 113,7 mil unidades.

Se confirmado o total de pelo menos 170 mil veículos emplacados em junho, as vendas no acumulado chegarão a algo próximo de 982 mil unidades, queda próxima de 25% no comparativo com o total de 1 milhão 314 mil unidades comercializadas no primeiro semestre do ano passado.

Grupo PSA investe em serviços de mobilidade

Os principais executivos e analistas da indústria automobilística mundial já acusaram o golpe e sabem que o passado do setor tem bem pouco a ver com o futuro, onde o automóvel não será a estrela maior, mas um dos muitos elos que garantirão a mobilidade mundo afora.

A preocupação em garantir um lugar ao sol nesse futuro cada vez mais próximo tem levado os grandes conglomerados automotivos a aquisições e parcerias com empresas que possam viabilizar suas futuras estratégias e desenvolvimentos de produtos.

Nesta quinta-feira, 30, foi a vez do Grupo PSA anunciar que comprou participação na TravelerCar, start-up francesa que trabalha em novas soluções de estacionamento e locação de veículos, tornar o automóvel “um recurso otimizado e raramente imobilizado”.

O conglomerado automotivo que reúne as marcas Peugeot, Citroën e DS chega mesmo a afirmar que “o investimento na TravelerCar é uma nova etapa para o Grupo PSA” e dá prosseguimento ao plano estratégico para 2016-2021, o Push to Pass, para tornar-se um fornecedor de serviços de mobilidade mundialmente reconhecido pelos clientes.

Os movimentos da PSA, no entanto, vão muito além da aquisição da strat-up. Em abril, a empresa anunciou que pretende desembolsar cerca de € 100 milhões em capital de risco para investir em empresas da área da mobilidade e atender futuras expectativas de consumo.

A TravelerCar já tem três tipos de serviços disponíveis nos aeroportos, estações ferroviárias e no centro das cidades para facilitar o dia a dia dos proprietários e locatários de veículos: oferece estacionamento gratuito para os proprietários que disponibilizarem seus veículos para a locação – e que receberão por isso –, estacionamento com preço preferencial para os proprietários que não desejarem compartilhar seus veículos e locação de veículos entre pessoas com preços reduzidos.

A empresa, assim, desenvolve um modelo híbrido entre os serviços de uma agência de locação convencional e uma plataforma de contatos entre as pessoas. Criada em 2012, possui atualmente oitenta agências e mais de 100 mil usuários na França, Espanha, Países Baixos, Alemanha, Suíça e Bélgica.

“Graças a esta parceria com o Grupo PSA, poderemos atingir mais rapidamente uma próxima etapa de desenvolvimento e implantar nossos serviços em outros países europeus”, antecipa Ahmed Mhiri, fundador da TravelerCar.

“Trata-se de uma nova experiência de mobilidade à qual o Grupo PSA se associa e dá seguimento à implementação da estratégia que adotou para ser um importante player nesse novo ecossistema”, afirma Brigitte Courtehoux, diretora da unidade batizada de Serviços Conectados e Novas Mobilidades do Grupo PSA.

Volvo Penta inicia produção de motor industrial no País

A divisão do Grupo Volvo responsável pelo negócio de motores marítimos e industrial começou produção de motores industriais TAD-1344GE e TAD-1345GR, ambos de 13 litros. De acordo com Ron Huibers, presidente da Volvo Penta Americas, o plano é alavancar produção dos produtos da divisão nos mercado onde a empresa tem fábricas estabelecidas. “Uma das ambições da Volvo Penta é criar uma cadeia global de fornecimento de nossos produtos com prazos de entrega competitivos, a um custo também competitivo”, disse em nota. “Com a produção dos motores industriais no Brasil, este é mais um benefício que oferecemos anos nossos clientes na América do Sul.”

Segundo a empresa, a nacionalização dos motores industriais faz parte de estratégia de crescimento da marca na América Sul. Como revelou Gabriel Barsalini, head da Volvo Penta South America, a empresa está expandindo atuação no setor industrial, no segmento de geração de energia, pois “É um mercado com enorme potencial”.

De acordo com o comunicado da empresa, o segmento de geração própria de energia cresce em importância, especialmente no Brasil, à medida que a demanda por energia é maior que a oferta. Dados da EPE, Empresa de Pesquisa Energética, do Ministério de Minas e Energia, o atual déficit energético brasileiro é de aproximadamente 50TWh.

A situação, portanto, entende a empresa, oferece oportunidades para fornecedores de grupos gerados, uma vez que indústrias, complexos agropecuários, hospitais, comércio e serviço apostam cada vez mais na geração da própria energia.

De acordo com a companhia, nos últimos dois anos a Volvo Penta estruturou atendimento de pós-vendas aos clientes, hoje com cobertura de 70% do território nacional. “Antes de iniciar a produção dos motores no Brasil, fizemos um trabalho para formar uma rede de suporte aos nossos clientes, fundamental para um atendimento de qualidade e para o sucesso do negócio”, conta João Zarpelão, diretor de motores industriais da Volvo Penta South America. “As distribuidoras da Volvo Construction Equipment, possuem similaridade com negócios da Volvo Penta, o que nos dará ganho de escala.”

O plano de expansão da Volvo Penta na América do Sul contempla ainda ampliar sua estrutura de negócios para mais três países: Equador, Bolívia e Paraguai. Segundo a empresa, a aposta é estreitar relações comerciais com os principais fabricantes de grupos geradores de energia, uma estratégia que permite atingir 70% do mercado a partir de parcerias. De acordo com Zarpelão, a meta é ser o parceiro profissional preferido de empresas que atuam nos segmentos de energia, construção, agrícola, portos e mineração.

Para a produir os motores industrias, a fábrica de motores e caixas de câmbio que equipam os caminhões e ônibus Volvo passou por uma alteração para receber mais uma linha de montagem. Segundo a empresa, o motor Volvo Penta é muito similar ao do caminhão FH. A principal mudança é no cabeçote, que ganhou projeto próprio para o ciclo de trabalho industrial. Do total de peças, 45% são iguais, o que facilita ainda mais a manutenção.