Anfavea: carro custa o dobro do que deveria, mas deveria custar outro dobro.

Os preços cobrados pelos veículos 0 KM no Brasil são o dobro do que deveriam, mas deveriam agora estar no dobro do patamar atual. Ao menos esta é a conclusão que se pode tirar de estudo sobre o tema realizado pela Anfavea e apresentado na sexta-feira, 5, em São Paulo.

Resumidamente a associação das montadoras aponta que do preço pago pelo consumidor metade é formada por impostos, diretos e indiretos enquanto que, ao mesmo tempo, desde 2004 o preço dos veículos subiu 2,5 pontos e o IPCA do período avançou 87 pontos.

Para Luiz Moan, presidente da Anfavea, durante a apresentação dos dados, “o brasileiro leva um carro e paga dois”.

A associação usou valores de dezembro para fazer seus cálculos e usou como referência o modelo nacional mais barato em oferta, o Fiat Palio Fire 1.0 2P: R$ 28 mil 360. A partir daí a associação converteu o valor em dólares, chegando a US$ 7 mil 326 com base em taxa de R$ 3,87, e fez os cálculos sempre a partir da moeda estadunidense. Segundo a Anfavea, se fossem descontados os impostos diretos como IPI, ICMS, PIS e Cofins e os indiretos, como aqueles embutidos nos gastos das áreas administrativas, como energia e materiais, o valor cairia para US$ 4 mil 947, ou R$ 19 mil 149.

Os dados da Anfavea apontam que, neste caso, se tomado o preço final como base 100, 67,5 representariam o valor que efetivamente fica com a montadora, contando a margem do distribuidor, ou 51,8%, enquanto 32,5 representam o valor cobrado de impostos, ou 48,2%.

Mas faltou ao estudo explicitar de que forma, dentro destes 67,5 que ficam com a montadora, se acomodam os custos com material, produção, pessoal, marketing, margem de lucro e outros. Assim os dados da Anfavea mostram apenas a realidade depois que o carro saiu da linha de montagem pronto, esquecendo todo o processo que vem antes e que, certamente, também ajuda a compor o preço final.

A pesquisa mostrou ainda comparação com outros importantes mercados globais no tocante à carga tributária para veículos: a mais próxima do Brasil é a da Itália, 22%, e a mais distante a do Japão, 5%.

Outro ponto indicado pelo levantamento da associação que representa as montadoras diz respeito à evolução dos preços nos últimos onze anos. Segundo os índices revelados, tomando por base 100, desde 2004 o IPCA, Índice Geral de Preços ao Consumidor, subiu 87,3%, enquanto o IPCA Veículo Novo cresceu 2,5% no mesmo período. Outras métricas como a Fipe e o Preço de Verdade, da Agência AutoInforme, apontaram respectivamente aumentos de 23,4% e de 8%, respectivamente.

Assim, calculando-se inversamente pelo IPCA e respeitando-se os dados divulgados pela Anfavea, o mesmo Palio Fire custava em 2004 R$ 27 mil 651 e deveria custar no fim de 2015, caso a inflação fosse reposta integralmente, R$ 51 mil 790.

O presidente da Anfavea não explicou como as montadoras absorveram essa diferença para a inflação no período – e nem porquê. Mas, aparentemente, a associação já se armou, antecipadamente, de argumentos para justificar um provável aumento dos preços dos veículos neste 2016 – usando como explicações principais justamente a carga tributária e a recomposição da inflação dos últimos anos.

Novo recall atinge mais de 1,7 milhão de veículos Audi, Daimler e VW

Três montadoras convocaram na quarta-feira, 10, campanhas de recall nos Estados Unidos envolvendo os air bags produzidos pela Takata. Segundo cálculos do portal AutoBlog esta etapa alcança mais de 1,7 milhão de veículos produzidos por Audi, Daimler e Volkswagen.

De acordo com o site novos recalls deverão ocorrer nas próximas semanas. No fim de janeiro a Takata e a NHTSA, órgão que regulamenta a segurança no trânsito nos Estados Unidos, anunciaram que em torno de 5 milhões de veículos precisariam substituir componentes do air bag produzido pela fornecedora. Foram citadas, além das três que anunciaram os recalls na quarta-feira, 10, a Ford, Honda e Mazda, que já fizeram recalls de alguns modelos.

As investigações começaram depois que um cidadão da Georgia morreu após defeito no air bag de seu Ford Ranger em uma estrada na Carolina do Sul. Apesar de ser a nona vítima fatal de um erro no componente da Takata, foi o primeiro em que o veículo envolvido não era Honda.

O maior dos três recalls envolve veículos produzidos pela Daimler de 2005 a 2014, dentre 705 mil automóveis Mercedes-Benz e 136 mil vans da companhia, como a Sprinter. A companhia calcula que o recall custará € 340 milhões.

Da Volkswagen foram convocados 680 mil veículos produzidos de 2006 a 2014 – Passat Sedan e Wagon de origem alemã, Eos, Golf, Jetta SportWagen, Passat produzido nos Estados Unidos e o CC.

Os modelos Audi afetados foram o A3, o A4 Cabrio, o Q5 e o A5 Cabrio, produzidos de 2005 a 2013. São cerca de 170 mil unidades envolvidas.

Mercado de usados também inicia o ano em baixa

Assim como o segmento de 0 KM, o mercado de veículos usados fechou janeiro com queda de dois dígitos com relação ao primeiro mês de 2015. De acordo com dados da Fenabrave as transferências chegaram a 735,7 mil unidades no mês passado, volume 10,6% inferior comparado com o resultado de um ano atrás – 822,7 mil veículos.

Com relação a dezembro e suas 971,6 mil unidades usadas comercializadas, a queda chegou a 24,3%.

Segundo a Fenabrave o mercado de 0 KM registrou um licenciamento para cada 4,7 transferências de veículos usados, bem abaixo do índice de janeiro do ano passado, quando cada licenciamento de veículo novo representou 3,2 unidades usadas vendidas. A média do ano passado inteiro ficou em 4,3.

Todos os segmentos apresentaram queda na comparação anual. Em automóveis e comerciais leves o recuou chegou a 10,8%, para 711,1 mil unidades – há um ano o volume registrado alcançou 940 mil unidades.

Em caminhões a retração foi de 3,2%, a menor dentre todos os segmentos, para 22 mil unidades. O segmento de chassis de ônibus registrou a maior queda, de 14,4%, para 2,5 mil veículos transferidos.

As vendas de motocicletas usadas recuaram 6,4% em janeiro, para 198,3 mil unidades. Com relação a dezembro a queda do segmento alcançou 28,3%.

Modelos – O Volkswagen Gol foi o usado mais negociado em janeiro, com 71,5 mil unidades transferidas. Os Fiat Uno, com 43,7 mil unidades, e Palio, com 42,1 mil veículos transferidos, completam o pódio do primeiro mês do ano.

Um começo de ano dos sonhos para a General Motors

2016 não poderia ter começado melhor para a General Motors no Mercosul: ainda que as vendas totais tenham caído nos dois maiores mercados da região, a montadora obteve a liderança tanto no Brasil quanto na Argentina em janeiro, em quadro pouco usual.

No mês passado a montadora ultrapassou a Fiat e abocanhou 18,1% do mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves – vantagem considerável, uma vez que a fabricante de origem italiana, líder por quatorze anos, obteve 15,4% e a terceira colocada, a Volkswagen, 13,8%. Em volumes foram 27,1 mil para a GM, 23 mil para a Fiat e 20,7 mil para a VW.

Os números são da Fenabrave.

Deve-se considerar que janeiro foi novamente um mês atípico para o ranking, com a Hyundai na quarta colocação, com 9,9%, a Toyota em quinto, 8%, e a Ford apenas a sexta, 7,7%. Essas mudanças repetem um cenário diferenciado registrado em dezembro, quando igualmente a GM foi a líder, a Hyundai a quarta e a Ford somente a sexta – mas atrás da Renault, a oitava em janeiro.

Na Argentina a GM também liderou o mercado em janeiro, desta feita ultrapassando a Volkswagen, líder no total de 2015. Os números da Acara, que refletem o movimento de varejo, indicam a fabricante com 8,5 mil licenciamentos no mês passado ante 8,3 mil da VW, 7,8 mil Ford e 7,2 mil Fiat. As quatro caíram no comparativo anual, mas enquanto GM, Ford e Fiat ficaram na casa de um digito alto a VW caiu bem mais, quase 28%.

E assim como no Brasil a liderança da GM em vendas na Argentina repete o ocorrido em dezembro.

Os números da fabricante, naturalmente, estão sendo ajudados pelas vendas de seus modelos. E aqui mais uma vez a GM tem muito a comemorar neste começo de 2016 nos dois principais mercados do Mercosul.

No Brasil o Onix manteve com enorme facilidade a liderança do ranking por modelos em janeiro, após a histórica vitória em 2015 – a GM não ponteava a lista de forma anual há nada menos do que 29 anos, vez que o conseguira antes somente em 1986, com o Monza.

E apenas na primeira semana de fevereiro, antes do Carnaval, o hatch da Chevrolet já abrira 1 mil unidades de vantagem para o segundo colocado, o HB20, segundo dados divulgados pela Fenabrave.

Na vizinha Argentina quem faz as honras da casa é o velho de guerra Classic. Ele foi o segundo mais vendido em janeiro, com 2,9 mil unidades, no encalço do líder Palio, com 3,3 mil – mas no comparativo anual enquanto o Chevrolet evoluiu 21,4% o Fiat avançou bem menos, 8,7%. Os dois brigam pela ponta enquanto o campeão local de 2015, o Volkswagen Gol, sequer apareceu na lista dos dez mais de janeiro e foi apenas o sexto em dezembro. Já o Classic terminou o ano passado também como vice-campeão, com 28,8 mil unidades, alta de 12,8%, a pouco menos de 2 mil unidades do Gol, 30,7 mil e baixa de 10,9%. O Palio foi o terceiro ali em 2015, com 26,7 mil, resultado estável ante 2014.

General Motors é a nova líder do mercado brasileiro

Ao fim de janeiro o mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves teve um novo líder: a General Motors superou a Fiat no primeiro mês de 2016 e ficou no degrau mais alto do ranking do segmento, com 27,1 mil unidades comercializadas, ou 18,1% do total das vendas.

A montadora repetiu, assim, o desempenho de dezembro do ano passado, quando também ficou à frente da Fiat. Mas a diferença, que foi de pouco mais de 1 mil unidades no mês anterior, aumentou para mais de 4 mil veículos – a Fiat registrou, em janeiro, 23 mil unidades comercializadas.

Embora a notícia seja boa para a GM, carece de certa dose de precaução. Isso porque essa liderança veio junto com uma queda de 42,2% nas vendas na comparação com janeiro de 2016, superior à média do mercado – em janeiro o segmento registrou retração de 38,7%.

A Fiat amargou uma retração de 53,6% no mês, a segunda maior dentre os dez primeiros. Terceira colocada, a Volkswagen teve 47,5% de queda e a Ford, tradicionalmente quarta colocada no ranking, caiu 54% – e perdeu duas posições no ranking.

Hyundai e Toyota passaram a Ford e assumiram, respectivamente, a quarta e quinta colocação do ranking nacional. A marca coreana registrou queda de 14,6% nas vendas e alcançou 10% de participação, recorde para a empresa, enquanto a Toyota caiu apenas 4,4% e ficou com 8% do mercado.

Os japoneses da Honda continuam indo na direção contrária do mercado. Em janeiro as vendas cresceram 3,3%, levando a marca para a sétima posição do mercado – superou a Renault, que caiu para a oitava posição após ver suas vendas encolherem 43,3%.

Outra marca a apresentar crescimento foi a Chrysler, puxada pelo sucesso do Jeep Renegade. Após debutar no ranking no ano passado, saltou mais uma posição e fechou janeiro em nono, com crescimento de mais de 700% – a base de comparação, porém, é ínfima, uma vez que o utilitário esportivo produzido em Goiana começou a ser vendido apenas em março do ano passado.

Fecha o ranking das dez marcas mais vendidas no mercado nacional a Nissan. Com 4,2 mil emplacamentos, a montadora encerrou janeiro com queda de 30,3%.

MAN começa 2016 na liderança

No segmento de caminhões, que fechou janeiro novamente em forte queda de 42,4% na comparação com o primeiro mês do ano passado, não houve mudança na ponta do ranking: a MAN se segurou na primeira posição, com 41,5% de queda, seguida pela Mercedes-Benz, que registrou retração de 32% – ambas abaixo da média do mercado.

Das 4,4 mil unidades vendidas no mês passado, 2,5 mil foram das duas líderes.

A Ford manteve a terceira posição, apesar da queda de 57% nas vendas. Com 33,4% de retração, a Volvo, quarta, não teve fôlego para alcançar o pódio – a diferença para a fabricante de São Bernardo do Campo, SP, foi de 39 unidades.

Scania, em quinto, teve queda de 40,4% nas vendas, enquanto a Iveco registrou 218 unidades, 49,1% a menos do que em janeiro do ano passado, e manteve a sexta posição.

No sétimo posto, uma novidade: a Fiat Chrysler. A RAM registrou 71 picapes no primeiro mês do ano, volume suficiente para superar a DAF, oitava colocada com 51 caminhões comercializados, a Agrale, que vendeu 28 unidades, e a International, que comercializou apenas três caminhões em janeiro.

Chassis de ônibus – No também em baixa mercado de chassis de ônibus, a Mercedes-Benz segue na liderança mesmo com a queda de 35,4% das vendas em janeiro – inferior à média do segmento, que retraiu 44,9% no período. A marca teve quase metade dos chassis vendidos no mercado no mês passado.

A MAN ficou com a segunda posição, com 57,8% de queda nas vendas, seguida por Agrale, Volvo, Iveco, Scania e International.

Importados: janeiro em redução de 45%.

Acompanhando o desempenho do mercado geral, o primeiro mês do ano também foi fraco em número de licenciamentos para os veículos importados. Segundo dados revelados pela Abeifa suas associadas comercializaram somente 3 mil 672 unidades no mês passado, resultado que representou queda de 45,3% ante as 6,7 mil vendidas em janeiro de 2015 e de 25,3% ante as 4,9 mil de dezembro.

Com relação à produção nacional de três associadas – BMW, Chery e Suzuki –, os resultados apontaram 643 unidades, baixa de 17,6% na comparação anual e de 57% na mensal.

Em comunicado o presidente da Abeifa, Marcel Visconde, considerou que “o ano começa no mesmo ritmo de 2015, com queda nas vendas, sinalizando que o consumidor ainda permanece refratário a investir e aguardando sinais nítidos de que haverá melhora da economia”. A nota da associação afirma ainda que “a taxa de câmbio nos níveis atuais continua impactando, fortemente, todas as atividades de importação”.

Por marcas a mais vendida em janeiro dos quadros da Abeifa foi mais uma vez a Kia Motors, com 1 mil 32 unidades, baixa de 41% no comparativo anual. Na sequência aparecem Land Rover, com 735, alta de 15%, e BMW, 390.

E por modelos o ranking apontou, de acordo com as informações da associação, foi o Land Rover Discovery Sport, com 392 unidades, seguido pelo Kia Sportage, 381, e outro modelo da marca sulcoreana, o Picanto, 340.

Nevascas prejudicam vendas de janeiro nos Estados Unidos

O inverno rigoroso de parte do território dos Estados Unidos acabou prejudicando as vendas de veículos no primeiro mês de 2016. Segundo dados divulgados por agências internacionais a demanda caiu 0,4% com relação a janeiro do ano passado, para 1 milhão 148 mil unidades.

Alguns consumidores, especialmente na costa Leste, postergaram suas compras devido às fortes nevascas que atingiram a região. Não fosse esse fenômeno natural, provavelmente as vendas teriam registrado desempenho positivo, como tem ocorrido nos últimos meses no mercado estadunidense.

De todo modo, o resultado do mês foi positivo para muitas marcas, como Nissan e Hyundai, que apresentaram volume recorde para o primeiro mês do ano, e Fiat Chrysler, que acumulou o 70º mês consecutivo de crescimento.

Para economista-chefe da General Motors, Mustafa Mohatarem, a tendência para 2016 é de mercado em alta. “Todos os fundamentos apontam para isso, como a idade da frota, o nível de estoque equilibrado, o preço estável do carro usado, baixo preço da gasolina e disponibilidade de crédito”.

A companhia, líder em vendas no mercado, apresentou elevação de 0,5% nas vendas, para 203,8 mil unidades. A Ford fechou na vice-liderança, com 172,5 mil veículos vendidos, seguida pela Toyota, com 161,2 mil unidades comercializadas.

Produção retorna aos níveis de 2003

Em janeiro saíram das linhas de montagem brasileiras 145,1 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus, segundo dados divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 4. Este volume para o primeiro mês do ano é o menor desde 2003, de acordo com Luiz Moan, presidente da associação.

“Voltamos aos níveis de treze anos atrás”, disse o executivo, após explicar que as linhas de montagem acompanham o ritmo do consumidor brasileiro. “A queda é consistente com a retração nas vendas e a necessidade de ajustar os estoques ao tamanho do mercado”.

Com relação a janeiro do ano passado, quando foram produzidos 205,3 mil veículos, a indústria apresentou uma queda de 29,3%. Na comparação com dezembro e suas 142,9 mil unidades fabricadas, houve leve aumento de 1,6% no volume.

Nas contas de Moan atualmente 41,9 mil trabalhadores da indústria estão com jornada reduzida, dentre os mais diversos mecanismos aplicados pelas montadoras. “Ao fim de janeiro 6,3 mil trabalhadores estavam afastados, em lay off, e 35,6 mil aderiram ao PPE [Programa de Proteção ao Emprego do governo federal]”.

De acordo com a Anfavea o setor – montadoras e fabricantes de máquinas agrícolas e de construção – emprega 129,4 mil pessoas, quase 15 mil a menos do que em janeiro do ano passado. De dezembro para janeiro houve o corte de 400 trabalhadores.

“Claramente há um excedente de pessoal na indústria, que tem usado todos os artifícios possíveis para preservar os empregos no setor”.

Nos últimos doze meses foram produzidos 2,5 milhões de veículos, volume 28,2% inferior ao do período imediatamente anterior – que chegou a 3,4 milhões de unidades. A Anfavea projeta para 2016 leve aumento de 0,5% no ritmo de produção das montadoras com relação ao resultado de 2015, para 2 milhões 440 mil unidades.

Moan: queda nos licenciamentos era esperada.

Luiz Moan, presidente da Anfavea, demonstrou certa tranquilidade ao abordar os baixos números de licenciamentos registrados em janeiro no mercado brasileiro – com apenas 155,3 mil unidades o mês fechou em baixa de 38,8% no comparativo anual e de 31,8% no mensal, retornando a níveis registrados para o período em 2007. Para ele, o resultado já era esperado.

 “Não foi nada que nos surpreendesse”, atestou, alegando que no mesmo mês de 2015 o mercado ainda foi inflado por promoções de veículos com IPI reduzido faturados no mês anterior, quando o benefício terminou , então ainda nos estoques das concessionárias. Isso, entende o dirigente, causou distorções no comparativo.

“Nós já havíamos alertado para este quadro no fim do ano passado”, reforçou Moan, mantendo a previsão para o ano de queda bem mais modesta, de 7,5% nas vendas.

No período anualizado, entretanto, o índice está bem longe desta monta: indica retração de 28,2%, com 2,47 milhões de unidades licenciadas de fevereiro de 2015 a janeiro de 2016 ante 3,44 milhões do período imediatamente anterior.

Preocupação mesmo ficou clara no momento do executivo abordar o nível de estoque: são agora 254,3 mil unidades aguardando os compradores. Ainda que o total seja menor do que o do fechamento de dezembro, de 271 mil veículos, a queda ocorreu só nas unidades estocadas na rede, de 202 mil para 179 mil agora. Nos pátios das fábricas, entretanto, o volume cresceu de 69 mil para 75 mil.

Em dias o total estocado desceu de 52 para 49, sendo que na rede diminuiu de 39 para 34 mas nas montadoras subiu de 13 para 15 dias. “São índices ainda muito elevados, e com isso o nível de produção deverá continuar a ser ajustado pelos próximos meses.”