408 e Frontier: novidades da Peugeot e Nissan.

Depois de colocar no mercado os novos 208, 2008, 308 e 3008, a Peugeot completa a renovação da sua linha ao lançar o sedã 408 reestilizado. Produzido em El Palomar, na Argentina, o modelo já está disponível na rede de concessionárias da marca com opção do motor turbo THP Flex de 173 cv a partir da versão Griffe, oferecido também em outros modelos da PSA Peugeot Citroën.

Salta aos olhos as mudanças visuais no modelo, que agora traz o logotipo do leão integrado às barras cromadas abaixo do capô. Segundo a companhia, em comunicado, o sedã incorporou a nova identidade visual da Peugeot, inspirada em dois carros conceitos – Exalt e Onix.

De série o modelo oferece volante revestido em couro, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, retrovisores elétricos, vidros elétricos com sistema anti-esmagamento, acendimento automático dos faróis e do limpador de para-brisa ligados à velocidade do veículo, banco com revestimento parcial em couro, ar-condicionado automático bi-zone e sensor de estacionamento traseiro.

A versão Allure, de entrada, traz motor 2 litros VVT flex associado à caixa automática de seis velocidades AT6, por R$ 76 mil. A Griffe está equipada com o 1.6 THP, também flex, e a mesma transmissão, por R$ 87 mil.

O sistema multimídia oferecido no veículo permite espelhar a tela do smartphone no carro, desde que este seja compatível – modelos Sony, Samsung e Apple estão na lista.

Picape – Nacional, produzida na fábrica da Aliança Renault Nissan em São José dos Pinhais, PR, a Frontier chega à linha 2016 com uma central multimídia integrada ao sistema de navegação e à câmera de ré a partir da versão SV Attack 4×4, que tem opção de transmissão manual e automática.

Este sistema incorpora DVD, som com bluetooth e sistema de navegação GPS, além da câmera de ré, outra novidade para esta versão, que podem ser controlados por botões no volante. O catálogo topo de linha, SL, ainda oferece santantônio de série.

Permanece o motor 2,5 litros 16V turbodiesel da terceira geração, o mesmo do mercado europeu – e que atende às legislações ambientais do continente.

As concessionárias da Nissan começam a vender a linha 2016 da Frontier nessa semana, a partir de R$ 114 mil, acréscimo de quase R$ 12 mil ao preço da versão mais básica da linha 2015.

Vendas de leves na Europa crescem 3% em outubro

A Europa viu outubro sagrar-se como o vigésimo-sexto mês consecutivo de crescimento nas vendas de veículos leves, considerando sempre o comparativo anual. No mês passado a elevação foi de 2,9% ante outubro de 2014, segundo dados revelados pela Acea, que reúne as fabricantes de veículos instaladas naquela região.

O mês passado fechou com 1 milhão 105 mil unidades vendidas na União Europeia ante 1 milhão 74 mil há um ano. Ainda que positivo o índice de crescimento foi o segundo menor de 2015, à frente apenas de maio, com elevação de 1,3%.

Os melhores resultados foram colhidos na Itália, em alta de 8,6%, Espanha, 5,2%, e Alemanha e França, na faixa de 1%. No Reino Unido o resultado foi negativo em 1%.

No acumulado de 2015 as vendas de leves no mercado europeu avançam 8,2%, para 11,5 milhões de unidades. Espanha, com 20,5% de alta, e Itália, com 14,7%, se destacam no ano. Reino Unido, com 6,4%, França, 5,7%, e Alemanha, 5,1%, também colaboram para a elevação geral das vendas.

O Grupo VW segue disparado como o maior em vendas no continente europeu, mas aparentemente começou a sentir o impacto da fraude dos motores diesel e, agora, também gasolina. Em outubro suas vendas foram apenas estáveis, com leve queda de 0,5%. No acumulado do ano a empresa ainda registra crescimento de 6,4%.

A PSA Peugeot Citroën vem logo atrás mas também amargou outubro negativo, em 0,9%. No ano, cresce 4,3%. Na terceira posição a Renault teve mês passado em baixa de 0,7% mas no acumulado avança 6,8%.

Outubro foi bom na Europa para a Ford, que cresceu 1,7%, assim como BMW, avanço de 13,4%, FCA, de 8%, e Daimler, de 21%.

CNHi abre suas portas globais aos fornecedores brasileiros

Com 165 unidades espalhadas pelo mundo e atuação em 190 mercados a CNH Industrial decidiu abrir suas portas globais para que fornecedores brasileiros exportarem para outras plantas do Grupo, principalmente na Europa, Estados Unidos e Ásia. A empresa já identificou sessenta itens que as autopeças nacionais poderiam exportar e, com isso, gerar receita adicional da ordem de R$ 60 milhões.

A informação foi divulgada pelo diretor de compras da CNH Industrial América Latina, Osias Galantine, na segunda-feira, 16, durante o 1º. Fórum Regional Automotivo Minas Gerais, promovido pela AutoData Editora e que contou com participação de cem executivos ao longo de um dia de debates sobre as oportunidades de negócios naquele Estado.

Também presente ao evento o gerente de compras da CNHi, George Ferreira, deu alguns pormenores sobre o incentivo que o Grupo decidiu dar aos seus fornecedores para a ampliação de negócios externos. Segundo ele, os sessenta itens inicialmente identificados fazem parte de um projeto-piloto que futuramente será estendido:

“São de quinze a vinte fornecedores nesse piloto, para os quais estamos abrindo todas as nossas plantas da Europa, Estados Unidos e Ásia. Já há um negócio fechado, por exemplo, para fornecimento de um componente de colhedora de cana produzida na China”.

Segundo Ferreira os fornecedores escolhidos têm produtos validados pela CNHi globalmente, ou seja, já estão certificados para fornecimento interno e externo.

Também Iveco – A CNHi, que abrange as marcas Iveco, FPT, Case e New Holland, de máquinas agrícolas e industriais, não só investe no fortalecimento dos seus parceiros locais como também busca novos fornecedores internos para ampliar o índice de conteúdo local de seus produtos. O grupo investe US$ 80 milhões em localização de peças, incluindo a instalação de condomínio industrial da Iveco em Sete Lagoas, MG.

O projeto prevê o funcionamento ali de vinte fornecedores, dos quais oito já fizeram reserva de espaço e dois assinaram contratos. No Fórum AutoData, realizado no Ouro Minas Hotel, em Belo Horizonte, MG, Galatine revelou que uma das empresas já confirmadas no local é a Tenneco, fornecedora de sistemas de exaustão e pós tratamento de gases.

De acordo com Ferreira o Grupo já havia iniciado processo de nacionalização desses itens e a ideia é ter praticamente 100% de fornecimento interno futuramente. Também presente no Fórum AutoData de Minas Gerais o diretor de vendas da Iveco, Osmar Hirashiki, informou que o índice de conteúdo local está hoje em 60% a 70% dependendo do modelo, havendo espaço para ampliá-lo.

Segundo ele a empresa está ajudando os fornecedores nas exportações para que eles consigam melhor equilíbrio nos negócios frente à retração do mercado interno. E previu: “Quando houver a retomada, será rápida. Temos de preparar nossos fornecedores para isso”.

Outros participantes do Fórum AutoData em Belo Horizonte foram Armando Carvalho, diretor de compras de commodity da FCA, Fiat Chrysler Automobiles, e Luiz Carlos Moraes, diretor de comunicação e relações institucionais da Mercedes-Benz do Brasil.

Segundo Carvalho, a Fiat conta com 123 fornecedores em Minas Gerais, dos quais sessenta instalados em raio de até 50 km.

Já o diretor da Mercedes-Benz revelou que dos R$ 700 milhões que a empresa aplicará na fábrica de Juiz de Fora, onde será concentrada toda a produção de cabines de caminhões da marca, o desembolso já atingiu R$ 450 milhões. O executivo comentou ainda que a Mercedes-Benz tem elevado índice de nacionalização, na média de 85% – “em alguns modelos chega a 100%”.

 

Fenabrave projeta nova queda nas vendas em 2016

A Fenabrave acredita em nova queda nas vendas de veículos no mercado brasileiro em 2016, reduzindo em até 5% o volume de emplacamentos deste ano. De acordo com estimativas divulgadas à imprensa na terça-feira, 17, os brasileiros consumirão em torno de 2 milhões 414 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus no ano que vem – para 2015 o setor de distribuição projeta vendas de 2 milhões 539 mil unidades.

O presidente da associação, Alarico Assumpção Júnior, afirmou que não enxerga sinais de alteração de cenário no ano que vem. Segundo o empresário a falta de confiança do consumidor, agora também com medo do desemprego, faz com que a decisão de se investir em um novo veículo seja postergada e, por isso, o mercado cai.

“O consumidor vê o vizinho, o parente perdendo o emprego e fica retraído. Há ainda a inflação alta, os juros em ascensão e a restrição no crédito, com os bancos mais rigorosos. Mas o que mais dificulta é a falta de confiança do brasileiro”.

Para a Fenabrave apenas o setor de caminhões apresentará números positivos em 2016, recuperando parte da queda de 46,7% estimada para este ano. Os dados da associação apontam vendas de 75 mil caminhões no ano que vem, crescimento de 6,8% sobre a projeção para o resultado deste ano.

Segundo Assumpção Jr, a safra recorde esperada pelo setor alavancará a venda de caminhões novos, apesar da nova projeção negativa para o PIB em 2016.

O segmento de automóveis e comerciais leves tem queda de 5,2% projetada para o ano que vem, com 2,3 milhões de unidades, contra 2,5 milhões estimadas para este ano. As vendas de chassis, 19 mil unidades, representarão recuo de 4,2% com relação às 19,9 mil unidades projetadas para 2015.

Mas existe um componente que pode mexer com essas estimativas – e de maneira positiva. O empresário disse estar confiante na possibilidade do projeto de renovação de frota, costurado por diversas associações ligadas à indústria automotiva com o governo desde a penúltima Fenatran, realizada em 2013, saia no ano que vem.

“A renovação de frota está para sair. Chegou ao último estágio dentro do governo, pronto para a aprovação”, explicou Assumpção Jr, que ponderou que há a possibilidade de automóveis e comerciais leves entrarem no programa. “O projeto tira de vez os carros velhos das ruas. Será concedida uma espécie de certidão de óbito do veículo. Estou confiante que saia em 2016”.

Caso isso ocorra, a associação certamente mexerá em sua projeção para o mercado no ano que vem, garantiu o empresário.

Novembro – A primeira quinzena do mês registrou volume 9% superior ao mesmo período de outubro, com 108,5 mil licenciamentos – média de 10,8 mil por dia útil.

Mas comparado com a primeira metade de novembro do ano passado o mercado segue em baixa – e bem forte: os licenciamentos caíram 32,5%, de 160,8 mil para 108,5 mil veículos.

No acumulado do ano as vendas somaram 2,3 milhões de unidades, queda de 24,7% com relação aos 3 milhões de veículos licenciados no mesmo período de 2014.

Ford inaugura CD de peças em Gravataí

A Ford inaugurou na terça-feira, 17, centro de distribuição de peças em Gravataí, RS, que recebeu em 5 anos investimento de R$ 45 milhões. De acordo com comunicado da fabricante o novo depósito deverá aumentar a eficiência e agilidade na entrega de peças para 93 distribuidores instalados nos Estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina, além da região Oeste do Paraná.

Localizada em um condomínio logístico a 30 quilômetros da Capital, Porto Alegre, a unidade será operada em parceria com a Penske Logistics. Possui 14 mil m2 e terá estoque regulador de peças suficiente para garantir entrega em até 24 horas para a maioria dos distribuidores da região.

Com o CD de Gravataí a Ford passa a somar cerca de 86 mil m2 de depósitos de peças – há ainda duas unidades em São Paulo e uma na Bahia.

Os últimos lançamentos de veículos no País, segundo os cálculos da fabricante, adicionaram 18,6 mil itens de reposição ao estoque de peças, praticamente dobrando a variedade de material de reposição, que atualmente compõem estoque médio com giro de cerca de 40 mil itens.

Knorr-Bremse inicia produção de simulador no Brasil

A Knorr-Bremse iniciará comercialização no Brasil de simuladores de direção de caminhões e ônibus. Os produtos, fabricados aqui, utilizarão a marca Sydac, que pertence ao Grupo de origem alemã.

O equipamento, de acordo com a empresa, contribui para melhorar a qualificação dos motoristas, com resultados tanto na redução de acidentes quanto de consumo de combustível, que estima de 5% a 10%.

O sistema pode ser configurado de maneira personalizada para cada cliente, incluindo seus modelos de caminhão ou ônibus. O motorista pode experimentar rotas com características geográficas específicas, incluindo sentido, velocidade e outras variáveis do percurso requerido pelo frotista.

Segundo Jefferson Germano, gerente de aftermarket para o Brasil e América Latina da Knorr-Bremse, em comunicado, a empresa realizou investimento, de valor não revelado, para adaptar o software do simulador ao sistema modal rodoviário brasileiro. “Com essa tecnologia o frotista pode ter um maior conhecimento sobre o modo como os seus veículos são conduzidos em percursos específicos. Todos os dados são armazenados no equipamento, incluindo o histórico de troca de marchas, e essas informações podem melhorar o desempenho do condutor e estender a vida útil do veículo, reduzindo as necessidades de manutenção.”

Ele acrescenta que “hoje o treinamento de novos condutores e a reciclagem dos atuais tem que ser feito nas ruas. O simulador, além da economia com combustível e possível necessidade de reparação dos veículos ou custos com seguro, ajuda na realização deste processo de forma certificada”.

O preço estimado para o equipamento é de US$ 200 mil a US$ 250 mil, dependendo dos parâmetros requeridos pelo cliente, em especial quanto aos tipos de movimentações, cabines e programações de rotas.

Mais uma multa para a Volkswagen: agora do Procon-SP.

O Procon-SP, Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor, anunciou que a Volkswagen do Brasil foi multada em R$ 8,3 milhões por ter instalado um software que burla os testes de emissões dos motores diesel da Amarok. Segundo investigações da própria montadora e divulgadas no fim de outubro, 17 mil picapes fabricadas em 2011 e 2012 na Argentina e comercializadas no mercado brasileiro têm o dispositivo instalados.

A autuação do Procon é a segunda que a companhia recebe no País devido à fraude. Na semana passada o Ibama aplicou uma multa de R$ 50 milhões à Volkswagen, pelo mesmo motivo. Os gastos da VW brasileira, portanto, já chegam a R$ 58 milhões, apenas em multas – o valor subirá, pois ambos os órgãos exigem da empresa a convocação de um recall, algo que ainda não ocorreu.

Em comunicado o Procon afirmou que a multa se fundamenta no Código de Defesa do Consumidor, nos artigos 39, inciso 8 e 37 e parágrafo 3, sujeita às punições previstas nos artigos 56, inciso 1 e 57.

No fim de outubro a Agência AutoData antecipou, com exclusividade, que o Ministério da Justiça pretende obrigar a companhia a convocar o recall. Ao anunciar a presença do dispositivo nas 17 mil unidades da Amarok, a Volkswagen não mencionou recall: garantiu apenas que convocaria por carta os proprietários a partir do primeiro trimestre de 2016 para, voluntariamente, reprogramar o software.

Um recall, pelas leis brasileiras, exige um investimento maior, com publicidade nos meios de comunicação e regras mais rígidas de convocação do proprietário.

Procurada pela reportagem, a Volkswagen do Brasil não se manifestou até o fim da tarde de segunda-feira, 16.

A gestão dos riscos e a excelência empresarial

A receita para o sucesso nos negócios compreende a construção de um modelo que funcione e também a definição das estratégias que sustentem as ações para que se atinja as metas estabelecidas. No fim do dia as empresas visam a crescer, obter lucros de maneira consistente e a sustentação dos negócios ao longo de décadas. É preciso reconhecer, no entanto, que só o modelo de negócio e ainda as estratégias não garantem o sucesso. A execução das ações e planos de curto e médio prazos tem papel relevante visando à excelência empresarial.

A vida real nos mostra que, embora pareça que tudo vá acontecer como planejado, há muitos casos de fracasso e tropeços na gestão afetando negativamente a saúde das empresas, e algumas até vão à bancarrota.

Muitas das vezes a execução da estratégia falha por pobre gestão dos executivos principais. Em outras a falta de conhecimento, engajamento e preparo dos times responsáveis podem afetar o resultado esperado ou ainda ocorrem interferências externas não previstas nem planejadas pela empresa. Aqui cabe a abordagem da gestão dos riscos.

Na verdade, como fazer negócios implica risco as empresas devem tomar o cuidado de avaliar antes eventuais pedras colocadas no meio do caminho durante a execução das estratégias. E mais: em que grau elas estão dispostas a tomar riscos? É o tal do apetite ao risco.

Os estudiosos de gestão dos riscos sugerem os seguintes passos nessa atividade: a) identificação dos eventos, b) avaliação dos riscos indicando probabilidade de ocorrência e, sempre que possível, o impacto em valores financeiros, c) respostas que deverão ser dadas em caso de o evento acontecer: isso dependerá do nível estabelecido de apetite ao risco, e d) estabelecimento de atividades de controle para assegurar que respostas sejam executadas eficazmente.

Mas afinal de que riscos nós estamos falando? Os especialistas os classificam de três naturezas: estratégicos, operacionais e financeiros.

Estes são alguns exemplos de riscos:

  • risco de mudança no ambiente regulatório: mudança de leis e de programas governamentais, mudanças tributárias. Um exemplo claro aqui é a recente modificação do governo no programa FIES, que afeta as empresas enquadradas na indústria de educação;
  • risco de mudança no ambiente tecnológico: perda de mercado por falta de inovação tecnológica ou porque a concorrência evoluiu mais rapidamente. A Kodak, por exemplo, que não vislumbrou a explosão das máquinas digitais;
  • risco de mudança no ambiente competitivo: novos concorrentes e guerra de preços;
  • risco de modificação do hábito dos consumidores: a diminuição da população fumante é um exemplo;
  • risco de terceirização e parcerias: a fragilidade financeira de fornecedores, por exemplo, que interrompam o fluxo de fornecimento à fábrica;
  • risco de segurança dos sistemas: a ação de hackers no sistema de informações da companhia, por exemplo;
  • risco de falta de mão de obra;
  • risco ambiental: o grande desastre causado pelo vazamento de óleo na plataforma Deepwater Horizon, da British Petroleum, no golfo do México, é bem emblemático;
  • risco de crédito: aumento inesperado de inadimplência de clientes. Vale lembrar, como exemplo, a crise estabelecida nos Estados Unidos, com impacto em todo o mundo, referente às operações de crédito sub prime causando falência do Lehman Brothers, quarto maior banco de investimentos, e perdas consideráveis ao Bank of America, Citibank e outros; e
  • riscos de mercado: variação do câmbio, aumento das taxas de juros, preço de commodities.

Todos os pontos mencionados para identificação de riscos com certeza estão presentes na cadeia do segmento automotivo. Tanto nas montadoras como nas empresas produtoras de autopeças podemos aplicar esses questionamentos para o mapeamento dos riscos das atividades de negócio, e a partir daí tomar outras ações para protege-lo limitando incidentes de percurso na execução das estratégias.

No setor automobilístico existe outra peculiaridade, muito sensível, e que tem tirado o sono de muitas empresas: o recall. Os consumidores mais exigentes e a preocupação dos governos com as questões do meio ambiente com certeza exigem que questões de segurança, e também aquelas relativas a emissões, façam parte das discussões relativas à gestão dos riscos.

No início dos 2000 a Ford enfrentou grande debate com sua fornecedora Bridgestone Firestone em função das falhas nos pneus originais da plataforma Explorer. O caso ganhou grandes proporções, não só pelas fatalidades registradas como, também, pela intensa disputa na identificação dos porquês dos defeitos e de quem era a culpa. O impacto foi muito negativo para as empresas, tanto financeiramente como do ponto de vista da imagem, e até pela demora no reconhecimento da necessidade do recall.

Em 2009 a Toyota mal celebrava o primeiro lugar no mundo pelo recorde de vendas de veículos quando anunciou recalls para corrigir falhas na aceleração de carros vendidos no mercado estadunidense. Em paralelo às ações de recall a empresa tomou iniciativas para melhorar a resposta às demandas dos consumidores avaliando com mais cuidado e pormenor as questões vindas do campo. O valor das ações da empresa chegou a cair 15%, mas hoje observa-se que a Toyota recuperou a imagem na oferta de produtos de alta qualidade enquanto se esforça para recuperar as vendas e reconquistar a liderança.

No ano passado foi a vez de a General Motors anunciar recalls devido a falhas no sistema de ignição de alguns modelos de veículos. No total quase 30 milhões de veículos foram chamados para correção do defeito.

A questão de atendimento às normas de emissões em território estadunidense e a descoberta, como amplamente divulgado, de que a Volkswagen fez uso de software especificamente instalado para mascarar os resultados na leitura das emissões de seus veículos de motorização diesel teve, e ainda tem, efeito dramático nos corredores da empresa, afeta o valor de suas ações no mercado e deve causar pesado prejuízo.

A questão da Volkswagen está sendo discutida também como um caso de governança corporativa frágil e como desvio de conduta de alguns de seus executivos, porém é possível depreender que o tema não teve relevância, ou foi mal dimensionado, no mapeamento dos riscos dos negócios da empresa.

A Takata, empresa de origem japonesa, também está enfrentando problemas com os sistemas de air bags que fornece a muitos de seus clientes. As primeiras estimativas haviam indicado a necessidade de reparo ou troca de 34 milhões de unidades, mas recentemente o volume foi recalculado para baixo, para cerca de 23 milhões. Embora menor em quantidade o impacto financeiro para a empresa deve ser relevante e ainda castiga sua imagem.

Os fatos citados, envolvendo montadoras e também fabricantes de autopeças, indicam que as organizações precisam melhorar na gestão dos riscos relativos aos projetos de engenharia, por exemplo, definindo padrões mais altos de desempenho, segurança e durabilidade dos veículos Não há duvida, porém, como indicado anteriormente, que existem outros riscos a ser identificados, medidos e de certo modo integrados à estratégia dos negócios para que a excelência empresarial seja realizada.

José Rubens Vicari é administrador de empresas pela FGV com pós-graduação em finanças. Atuou por vinte anos como CEO de empresas metalúrgicas no setor de autopeças. Mentor voluntário para empresas startups pela Endeavour. Seu blog é www.senhorgestao.com.br.

Oportunidades para autopeças na indústria mineira

Cerca de cem pessoas participaram do 1º Fórum Automotivo Regional de Minas Gerais, na segunda-feira, 15, no Ouro Minas Hotel, em Belo Horizonte, MG, promovido pela AutoData Editora.

Os debates giraram em torno das oportunidades de ampliação do parque de autopeças do Estado e do aumento de negócios tanto para outros Estados como para o Exterior.

O diretor econômico da Fiemg, Federação das Indústrias de Minas Gerais, Guilherme Velloso Leão, abriu o evento destacando a importância do setor automotivo para a economia mineira: “É o segundo maior arrecadador de ICMS do Estado, responsável por uma receita de R$ 1 bilhão 830 milhões no ano passado, ou 5% da arrecadação total e 10% da indústria de transformação”.

Leão também disse haver espaço para crescimento da produção local de autopeças. Segundo dados que divulgou no Fórum de AutoData, o conteúdo dos veículos produzidos no Estado envolve na média 5,5% de material importado, enquanto 18% são adquiridos de outros Estados:

“É possível ampliar a oferta das autopeças locais, principalmente as de maior valor agregado, como as eletrônicas. Precisamos avançar com a produção mais intensiva de tecnologia”.

Na sua avaliação, Minas Gerais tem potencial para consolidar um segundo polo automotivo, no Sul do Estado. “A região metropolitana já está saturada. Temos de fortalecer novas fronteiras e aquela região é geograficamente bastante estratégica.”

Também o primeiro vice-presidente da Anfavea, Antônio Megale, ressaltou a relevância do Estado como segundo maior polo produtivo de veículos do País e aproveitou o evento para fazer um balanço do setor este ano. Com relação ao mercado interno, reforçou a posição de que os volumes diários de comercialização aparentemente já chegaram ao fundo do poço e devem estabilizar-se nos próximos meses. Quanto às exportações, demonstrou maior otimismo.

Megale reconheceu que as montadoras abandonaram em parte os mercados externos no período de demanda interna aquecida, mas vê boas perspectivas das vendas para fora do País continuarem em expansão no ano que vem: “Estamos trabalhando forte com o governo federal para abertura de novos acordos bilaterais, havendo boas perspectivas de negócios com África e Ásia”.

Assim como Megale também o diretor de compras da CNH Industrial América Latina, Osias Galantine, falou das boas perspectivas na área externa, revelando projeto da empresa de incentivar os fornecedores locais a exportar para as fábricas do grupo em todo o mundo.

A CNHi investe US$ 80 milhões em localização de peças, programa que envolve principalmente incentivo à produção em Minas Gerais. O maior investimento é na Iveco, em Sete Lagoas, onde está sendo criado um condomínio industrial que terá capacidade para até vinte fornecedores – dois já estão confirmados – com perspectiva de faturamento de R$ 400 milhões por ano.

Atualmente a CNHi compra por ano US$ 135 milhões em peças. São 762 fornecedores espalhados no País, dos quais apenas 24%, ou 181, instalados em Minas Gerais.

O diretor regional do Sindipeças em Minas Gerais, Fábio Sacioto, informou no Fórum AutoData que será lançado no dia 2 de dezembro, na Fiemg, o Programa de Competitividade Regional, que abrangerá uma agenda propositiva do setor automotivo.

Dentre os objetivos destacam-se a qualificação de mão-de-obra, estímulo à inspeção veicular e ampliação do parque mineiro automotivo. Segundo Sacioto, a indústria de autopeças mineira está conseguindo ampliar seus negócios para outros Estados:

“Nos últimos dois anos a produção de veículos caiu 30% e a queda de faturamento das autopeças mineiras foi menor, de 19%. Isso mostra que cresceu a participação das vendas para fora do Estado. Muitas autopeças de Minas Gerais, inclusive, iniciaram vendas este ano para a fábrica da Jeep, da FCA, em Pernambuco”.

Sacioto participou de um painel de fornecedores no Fórum AutoData, que contou com presença também de Marco Aurélio Rangel, presidente da FPT Industrial, e Osmer Nogueira Dias Fiorese, gerente de vendas auto da ArcelorMittal Tubarão.

Rangel enfatizou processo de localização de peças por parte da FPT, com o objetivo principal de reduzir custos, enquanto Fiorese destacou o desenvolvimento de novos aços de alta resistência. que têm tido boa receptividade por parte das montadoras.

Daf e Volvo: presentes na Fenatran apenas 12% do mercado.

As duas únicas fabricantes de caminhão presentes na 20ª Fenatran, que fechou as portas na sexta-feira, 13, representam apenas 12% do mercado. Essa é a soma de participação da Volvo, quarta mais vendida no acumulado de janeiro a outubro com 11,6%, com a Daf, oitava colocada no ranking com 0,6% de market share.

A Volvo até o ano passado era a terceira do ranking, mas a queda de 55% nas vendas de janeiro a outubro, com relação ao mesmo período de 2014, fez com que a Ford, que caiu 26,2% – abaixo da média de 45% do mercado –, tomasse a posição.

A Daf apresenta crescimento de 66,7%, embora com baixo volume – foram 350 caminhões produzidos em Ponta Grossa, PR, vendidos. A companhia duas posições, porém: passou a Agrale, agora nona do ranking com 231 licenciamentos, queda de 36,7%, e a International, que comercializou apenas 58 caminhões no período, queda de 94%, e suspendeu temporariamente as atividades em sua fábrica de Canoas, RS.

A MAN segue na liderança, com 16,7 mil caminhões licenciados, queda de 43,6%, mas é seguida de perto pela Mercedes-Benz, com 16,4 mil licenciamentos, retração de 43,8%.

Chassis de ônibus – A Mercedes-Benz lidera o segmento com mais da metade das vendas no acumulado de janeiro a outubro: 50,2%, ou 7,3 mil unidades. Seu desempenho, 30% inferior ao de igual período do ano passado, foi melhor que o do mercado em geral, que caiu 36%.

A MAN ficou com a vice-liderança, com 21,4% de participação, seguida pela Agrale, que teve 13,8% de market share.

A Iveco, quarta colocada, apresenta desempenho distinto do mercado: suas vendas cresceram 98,3%, para 1 mil 53 unidades, fazendo com que a companhia superasse as suecas Volvo e Scania no ranking.