O novo número ainda não está definido, mas é certo que a Anfavea estuda e muito provavelmente deverá fazer nova revisão nas projeções de vendas e produção de veículos para este ano. E mais a vez, a revisão será para baixo.
A nova projeção poderá ser anunciada no início de outubro, em conjunto com a divulgação dos resultados deste mês. Mas resultará, no fundamental, não exatamente das vendas de setembro mas, sim, da frustação gerada pelos resultados de agosto. A média diária do mês passado se manteve na mesma faixa de 10 mil unidades que vinha sendo registrada nos meses anteriores.
Na prática, todavia, isto significou que, ao contrário do que o setor esperava, o início da retomada não aconteceu. Caíram por terra, assim, as projeções de um segundo semestre com números melhores do que os da primeira metade do ano. Perdemos mais um trimestre. “No mínimo”, especifica Luiz Moan, presidente da Anfavea.
Ele faz coro, assim, com a avaliação de Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que também esperava alguma recuperação a partir de agosto. “Resta, agora, neste ano, tentar preservar o máximo possível de empregos”, diz.
Para a definição dos novos números a serem projetados para este ano a Anfavea ainda acompanha bem de perto as vendas neste setembro, sem afastar completamente a possibilidade da média diária de vendas apresentar alguma redução.
Não sem razão. Afinal, conforme dados divulgados pela Fenabrave há poucos dias, a manutenção do ritmo em agosto se deveu, basicamente, às vendas no atacado, para frotistas, que compensaram queda nos negócios no varejo.
De qualquer forma, por mais que as vendas diárias se mantenham neste e nos próximos meses na mesma faixa das 10 mil unidades, o ritmo da produção será reduzido com relação ao que vinha sendo registrado nos últimos meses.
E a explicação mais uma vez pode ser encontrada na mesma frustação gerada por agosto: como a esperada retomada não se cumpriu, o setor perdeu as esperanças de diminuir via aumento das vendas os elevados estoques com os quais vem trabalhando.
Neste contexto, a redução dos estoques terá de se dar, necessariamente, via redução do ritmo das linhas de montagem.
Em temos concretos, o setor trabalha, hoje, com estoque correspondente a pouco mais de cinquenta dias de vendas, sempre considerada a média diária da ordem de 10 mil unidades. No geral, o estoque considerado ideal é de cerca de um mês de vendas. Talvez, no máximo, segundo Moan, quatro ou cinco dias a mais, em se considerando um país com dimensões continentais como é o caso do Brasil.
Em termos concretos isto significa que o setor terá de parar sua produção em torno de quinze dias – meio mês – de agora até dezembro, para conseguir chegar ao final do ano com padrão de estoque mais equilibrado e mais bem ajustado à nova realidade do mercado.
As chances de conseguir alguma compensação neste quarto final de ano via aumento das exportações são consideradas remotas. O principal mercado do setor no Exterior, a Argentina, também não vai bem. Nos demais casos que estão sendo trabalhados – como a Colômbia, por exemplo, país com o qual um acordo automotivo deverá ser formalizado em uma ou duas semanas –, os frutos não terão como ser colhidos de imediato.
E em se tratando de mercados que foram abandonados e agora precisam ser recuperados – tais como Oriente Médio e África, por exemplo – serão necessários de quatro a cinco anos, na avaliação de Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz.
Vale lembrar que o setor entrou neste ano projetando um primeiro trimestre difícil, equilíbrio no segundo e retomada a partir da metade do ano. Com isto, produção e vendas em 2015 seriam iguais às do ano passado, no máximo 5% abaixo, com um pouco de sorte talvez até 5% acima.
Quando ficou claro que o segundo trimestre também seria de queda, postergando o equilíbrio em pelo menos um trimestre, a nova projeção, tornada pública em junho, passou a ser de queda já na faixa de dois dígitos, próxima de 20% nos automóveis e de 40% nos caminhões. Agora, com a nova frustação gerada por agosto, esta projeção de queda deve se tornar um pouco maior. Com impacto igualmente maior na produção.
É bem provável, todavia, que os reflexos nos empregos já possam ser considerados como coisa do passado. Marques informa que nos fabricantes de autopeças, responsáveis pela maior parte da mão de obra, as demissões aconteceram no ano passado. E aposta, além disso, que até dezembro, na sua base pelo menos, bem mais da metade dos trabalhadores estarão vinculados a empresas que terão aderido ao Programa de Proteção a Emprego.
Ele lembra, contudo, que o PPE acomoda a situação apenas por alguns meses. Ou seja: “É indispensável que as vendas no próximo ano sejam maiores do que neste. A mera repetição do resultado não será suficiente”.

Barry Engle, apresentado oficialmente como o sucessor de Ardila à frente da América do Sul, não deixou de surpreender ao garantir, em excelente portunhol: “Adoro uma boa crise.” Ele explicou: “Já vivi diversas, em muitos mercados. Nestes períodos nunca trabalhei tanto, mas também nunca cresci tanto e nem me senti tão satisfeito profissionalmente. A crise vai passar e vamos sair dela mais fortes e competitivos. A GM acredita na América do Sul e em seus mercados”.
A AutoData está de casa nova. Depois de 11 anos instalada na R. Verbo Divino, na Chácara Santo Antônio, Zona Sul de São Paulo, a editora retorna à Rua Pascal, desta vez no numeral 1 693, no bairro do Campo Belo, na mesma região da cidade.
A Iveco Bus, unidade de ônibus da fabricante de Sete Lagoas, MG, completou um ano de operação no País – a empresa oficializou a estreia da marca na FetransRio 2014 com o lançamento do chassi 170S28. Pelo desempenho do período a empresa dá como certo a consolidação do negócio. De acordo com as estatísticas da Anfavea, somente no primeiro semestre do ano as vendas da empresa cresceram 106,5%. Foram 795 unidades negociadas nos primeiros seis meses contra 385 de um ano antes.
O Sandero R.S., fabricado no Paraná, é resultado do trabalho conjunto do time francês da divisão com a engenharia e o departamento de design da Renault na América Latina. Motor de 150 cv e transmissão mecânica de seis velocidades são importados e levam o hatch a acelerar da imobilidade a 100 km/h em 8 segundos e a atingir 202 km/h d velocidade máxima.