Implementos rodoviários poderão ser financiados pelo Mais Alimentos

O programa Mais Alimentos, uma linha de crédito destinada à agricultura familiar, passará a permitir o financiamento de implementos rodoviários. O contrato será assinado na terça-feira, 18, pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e representantes da Anfir, associação que representa os fabricantes de reboques, semirreboques e carrocerias sobre chassis.

A inclusão dos produtos do setor dentre os itens financiáveis da linha de crédito foi anunciada por Alcides Braga, presidente da Anfir, no mês passado. Na ocasião, quando foram divulgados também os resultados do setor no semestre, o empresário afirmou que o anúncio ocorreria nas próximas semanas em um evento grande.

“A medida dará alento a algumas empresas do setor”, disse Braga em julho, durante a coletiva à imprensa.

De janeiro a julho foram comercializados 54,3 mil implementos rodoviários, volume 40,5% inferior ao resultado dos primeiros sete meses do ano passado, quando foram registrados 91,3 mil reboques, semirreboques e carrocerias sobre chassis.

O Mais Alimentos oferece taxas de juros de 2,5% a 5,5% ao ano, dependendo do valor da linha contratada, com prazos de 5 a 10 anos e até três anos de carência. Para adquirir uma linha de crédito do programa é preciso estar cadastrado no MDA.

A assinatura do termo de cooperação do MDA com a Anfir ocorrerá na tarde de terça-feira, 18, na sede da Abimaq, em São Paulo. No mesmo evento será assinado também um convênio do ministério com a Abimaq, que beneficiará alguns associados da entidade.

Na Paulista – Na manhã de quinta-feira, 13, empresários e trabalhadores se reunirão no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, em São Paulo, para o Grito em Defesa da Indústria e do Emprego. O ato, organizado pela Abimaq e por centrais sindicais, não é contra o governo, conforme explicou, em comunicado, o presidente da associação, Carlos Pastoriza:

“Vamos fazer um movimento apartidário com o objetivo de chamar a atenção para o que vem ocorrendo com a nossa indústria e clamar por medidas emergenciais que possam contribuir para a retomada da atividade industrial”.

De um jeito ou de outro, honra ao mérito

Uma marca cujo carro mais importante foi lançado há quase cinco anos e que tem pelo menos quatro de seus veículos em fim de carreira aqui. Esse quadro pode sugerir uma fabricante com vendas quase marginais, mas se trata da Fiat, líder de mercado brasileiro há mais de uma década e que dificilmente perderá essa condição em 2015.

Há quatro ou cinco anos, somadas estas e aquelas deficiências, estes e aqueles atributos dos produtos da empresa e dos da concorrência, dava até para entender como se mantinha líder até com merecida margem à frente das demais.

Mas desde então o mérito da Fiat parece ter se concentrado em outros aspectos como preço, vendas diretas e uma rede eficiente de concessionárias. Afinal, em um mercado movido por novidades e com uma avalanche de lançamentos da concorrência, uma linha envelhecida seria natural passaporte para o fracasso.

Em conversa informal durante o Salão do Automóvel de São Paulo de 2012, Cledorvino Belini, principal executivo da empresa, admitira que o estande da empresa tinha poucos atrativos e nenhum grande lançamento. Ainda assim, ao ser indagado sobre o provável desempenho da Fiat com aquele portfólio no ano seguinte, disparou convicto: “Manteremos a liderança”.

Não errou. A empresa seguiu na ponta com folga, assim como em 2014 e também neste ano. Mais: depois fez do Palio o carro mais vendido do Brasil, quebrando a hegemonia de quase três décadas do Volkswagen Gol.

É certo que a Fiat tem se sustentado muito em função do desempenho do próprio Palio, negociado com carroceria renovada e sobretudo com a antiga, batizada de Fire.  Além dele, se vale também da picape compacta Strada, eterna líder do segmento, e do Novo Uno, o último lançamento de peso, no primeiro semestre de 2010.  São seus únicos modelos na lista dos dez mais vendidos do Brasil.

Após o Uno apresentou somente o médio Bravo, ainda em 2010 e desde sempre um coadjuvante no segmento e no portfólio da marca, e o Grand Siena, sedã compacto que gerou algum atrativo somente nos primeiros meses após seu lançamento, em 2012. E só! Palio Weekend, Idea, Linea e Punto, quando muito, não mereceram mais do que retoques nesse período e hoje vegetam nas linhas de montagem da fábrica de Betim.

Sim, é verdade: embora a liderança continue a participação da Fiat é cada vez menor, na casa dos 18% de janeiro a julho – três pontos porcentuais a menos do que em igual período do ano passado. Mas a das principais concorrentes, como General Motors, com uma linha totalmente nova, e Volkswagen, também retraem na mesma velocidade.

Méritos, assim, para a montadora italiana que, a despeito de qualquer crítica – se valendo muito ou não de ações no mercado de frotistas, por exemplo –, soube manter sua posição em período adverso, de investimentos restritos em produtos e com as concorrentes mais diretas insufladas por novidades.

E a missão delas daqui para frente – caso queiram, de fato, roubar o primeiro lugar no pódio do mercado interno – será um tanto mais árdua. O trem para o topo pode ter passado.

Ao mesmo tempo em que colocará um ponto final na trajetória dos modelos mais velhos a Fiat lançará dois produtos em 2016.  E em novos segmentos, com uma inédita picape de maior porte, dotada até de tração 4×4 e opção de motor diesel, e um subcompacto que assumirá a condição de carro de entrada da marca, que cada vez mais, após a união com a Chrysler, se dedicará a modelos compactos – aqui e no mundo.

AutoData de agosto já está disponível via internet

Já está no ar a edição digital da revista AutoData do mês de agosto, a de número 312, com reportagem de capa que aborda as ações das fabricantes de veículos e de autopeças na área externa visando compensar, ao menos em parte, a queda de vendas que enfrentam internamente.

O número de veículos embarcados até junho atingiu 197,4 mil unidades, alta de 16,6% em relação ao primeiro semestre de 2014. E o saldo negativo da balança comercial das autopeças recuou 32,4%, baixando de US$ 4,9 bilhões para US$ 3,3 bilhões no mesmo comparativo.

Também disponível na edição todos os cases dos indicados ao Prêmio AutoData 2015, com o relato das iniciativas e soluções encontradas pelas empresas do setor para superar este momento de crise e até se fortalecer ao longo do processo.

Claro, não se pode ignorar os desafios que se mostram presentes, devidamente retratados na cobertura do Seminário Revisão das Perspectivas 2015. Mas como é na crise que se criam as melhores oportunidades, também nesta edição há reportagem sobre a decisão da General Motors de dobrar o valor de seu investimento no País, para R$ 13 bilhões.

Imperdível ainda a leitura do From the Top com Steve St. Angelo, nomeado em 2012 o primeiro CEO da Toyota para a América Latina e Caribe, assim como a reportagem especial sobre o polo automotivo do Paraná, que comemora neste início do segundo semestre a volta da Audi e a produção local do Golf Geração 7.

Além do acesso via Portal AutoData em sistema vira-página, pelo www.autodata.com.br, a nova edição pode ser lida também em smartphones e tablets: basta entrar no app da revista AutoData. Quem ainda não tiver o aplicativo instalado pode encontrá-lo gratuitamente na AppStore, para aparelhos com sistema iOs como iPhones e iPads, e na Play Store, para dispositivos dotados do sistema Android.

Revista AutoData 313, de setembro, já está na internet

Apesar da persistente crise do mercado, ainda sem qualquer perspectiva de reversão, o setor automotivo brasileiro não tirou o pé do acelerador quando o tema é investimento. É este o destaque da edição da revista AutoData do mês de setembro, número 313, refletido em diversas reportagens, do From the Top, com Besaliel Botelho, presidente da Bosch, à nova sede da Audi em São Paulo.

A publicação já está disponível para acesso via internet, antes mesmo do início de seu processo de distribuição em papel.

O futuro é a pauta do dia e quem acredita no potencial do País não quer ficar para trás quando a retomada chegar. Como diz Botelho em sua entrevista, antecipar-se ao futuro, desenvolvendo peças ainda sem demanda interna, é a estratégia de sucesso. Mais que isso, ele considera que 2015 é ano que abre leque de oportunidades em exportação e também no mercado local: com o real desvalorizado os clientes devem comprar mais internamente para fugir das importações.

A tendência é confirmada na reportagem de capa, que mostra planos de sistemistas e fornecedores para aumentar produção e nacionalizar componentes que garantam aos veículos brasileiros padrões globais de segurança. Nesse sentido é positivo para o setor e o País o início de produção das marcas de luxo, caso da Audi que lança o sedã A3 Made in Brazil neste mês e fez verdadeira revolução em sua gestão local para marcar a nova fase da empresa no País. Um investimento que vai muito além de produto e da manufatura, que envolve novos empregos e qualificação profissional.

Destaque também para as empresas brasileiras que aproveitam o momento adverso para ouvir os brasileiros que continuam acreditando no País, e que não só consolidaram-se no mercado interno como também conquistaram o mundo a partir de produtos e serviços de padrão internacional.

Esta edição traz ainda o Top Supplier da Ford, os recentes avanços das novas tecnologias dos caminhões Volvo, o Congresso SAE, o lançamento do Jaguar XE, as expectativas do segmento de climatização, os benefícios muitas vezes desconhecidos da Lei do Bem e muito mais.

Os exemplares impressos acompanham também a cédula para votação no Prêmio AutoData 2015.

Para ler a edição via internet pelo sistema vira-página, basta acessar diretamente o link arquivos/autodatadigital/313-2015-09/. A nova edição pode ser lida também em smartphones e tablets: basta entrar no app da revista AutoData. Quem ainda não tiver o aplicativo instalado em seu aparelho pode encontrá-lo gratuitamente na AppStore, para aparelhos com sistema iOs como iPhones e iPads, e na Play Store, para dispositivos dotados do sistema Android.

Nissan March e Versa receberão câmbio automático até o fim do ano

As novas gerações dos modelos March e Versa fabricados pela Nissan em Resende, Rio de Janeiro, ganharão opção de câmbio automático até o fim do ano – hoje os modelos dispõem de oferta apenas de câmbio manual para as duas versões de motor disponíveis, 1.0 e 1.6.

A engenharia da fabricante trabalha para oferecer a opção CVT, câmbio automático continuamente variável, sem marchas, mais confortável que o tradicional, para ambos. No México há oferta de caixa automática para os dois modelos com motor 1.6, mas de quatro marchas. Na Argentina o Versa também tem a mesma opção de câmbio na gama.

Entretanto nos Estados Unidos a Nissan oferece o Versa com o mesmo motor 1.6 dos modelos nacionais acoplado a câmbio CVT, e caso idêntico ocorre para o Note – uma espécie de monovolume no estilo do Honda Fit – nos Estados Unidos e no México, igualmente equipado com o mesmo motor 1.6. Assim tecnicamente esta possibilidade já existe, bastando apenas o desenvolvimento local para adaptação ao motor flex.

Ronaldo Znidarsis, vice-presidente de vendas e marketing da Nissan brasileira, está empolgado com a chegada da variação automática à gama de nacionais: segundo seus cálculos a fabricante saltará de cobertura de cerca de 60% do mercado para 70% com a nova oferta. Concorrentes como o Chevrolet Onix e o Hyundai HB20 já oferecem há tempos opção de câmbio automático, além dos que têm na gama o automatizado, como Ford Fiesta e VW Fox.

O executivo confirmou o fim da produção do Livina, que, para ele, “não combina com a imagem de atrevimento da Nissan” e garantiu que a marca terminará este ano fiscal – de abril a maio – em crescimento de dois dígitos no mercado brasileiro. Apenas no primeiro trimestre, ou seja, de abril a junho, a Nissan ganhou 0,4 pontos porcentuais de mercado e chegou a 2,5%.

Segura na tocha – A fabricante aposta alto em ações para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro no ano que vem, dos quais é uma das principais patrocinadoras – até lá a montadora terá fornecido aproximadamente cinco mil veículos para a comissão organizadora.

A Nissan quer aproveitar a exposição durante a competição para se tornar mais conhecida do consumidor brasileiro. Para Znidarsis, é necessário “levar maior visibilidade e notoriedade” à marca para mudar este quadro – mas a montadora não pretende esperar mais um ano.

Como ação prévia às Olimpíadas lançou a iniciativa Rota da Tocha, no qual cinco equipes vão se revezar pelo País à procura de pessoas que tenham histórias de iniciativa e superação ou, como prefere a Nissan, de atrevimento. Os escolhidos farão parte de um grupo de pré-selecionados para carregar a tocha olímpica, que percorrerá trezentas cidades do País antes do início das competições.

O material gerado pelas equipes estará disponível na internet em fotos, textos e vídeos. Interessados também podem se cadastrar pelo site http://www.quemseatreve.com.br/.

Alguns personagens de Brasília, DF, já foram selecionados: dois amigos que se conheceram pedalando em uma bicicleta de dois lugares por 1,7 mil km – sendo que um deles é cego –, e um dono de açougue que montou uma biblioteca no estabelecimento e oferece livros emprestados gratuitamente aos clientes que lá vão para comprar carne.

GM São José: sindicato pede ajuda ao governo estadual.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, reuniu-se na terça-feira, 11, com o secretário estadual do Emprego e Relações do Trabalho, José Luiz Ribeiro, para discutir a situação da fábrica da General Motors em São José dos Campos, SP.

Há duas semanas a GM anunciou pacote de R$ 13 bilhões em investimentos no Brasil, que serão aplicados em todas as suas fábricas locais, com exceção da unidade joseense. Para piorar no fim de semana a companhia demitiu cerca de 250 trabalhadores da fábrica por telegrama – a companhia não confirma o número. O sindicato alega que novas demissões vêm sendo feitas durante a semana, agora por telefone.

Macapá deseja agendar uma reunião com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e pede a intervenção do governo contra as demissões e para que a fábrica de São José receba novos investimentos. O presidente do sindicato pondera que o governo estadual participou de negociações em 2013 e prometeu benefícios à GM para investir R$ 2,5 bilhões naquela fábrica.

Segundo o sindicato o secretário Ribeiro afirmou que buscará contato com a companhia e com o governador para colocar as demissões e os investimentos em discussão.

Essa é mais uma frente do sindicato para tentar pressionar a montadora. Os 5,2 mil trabalhadores da fábrica, incluindo 750 que voltariam de lay off na segunda-feira, 10, estão em greve, protestando contra as demissões. Ao governo federal o sindicato pede a publicação de uma Medida Provisória que garanta estabilidade de emprego a todos os trabalhadores do País.

Mahle Metal Leve: manutenção do lucro no semestre.

A Mahle Metal lucrou R$ 96,2 milhões no primeiro semestre, resultado levemente inferior aos R$ 96,6 milhões de lucro líquido apurado nos seis primeiros meses do ano passado. A fabricante de autopeças divulgou seu balanço na noite de segunda-feira, 10, na Bovespa.

No documento a companhia destacou o equilíbrio das suas fontes de receita, que compensa a queda nas vendas em um segmento, como o de equipamento original nacional, com o aumento nas exportações, por exemplo.

“Ao final do primeiro semestre as exportações de equipamento original e o aftermarket [local e exportação] responderam por 70,4% do total de nossas vendas, o que permite manter um grau de resiliência importante seja em receita ou rentabilidade”, afirmou o comunicado.

Mesmo no segmento de equipamento original regional – a companhia soma Brasil e Argentina – a Mahle Metal Leve apresenta desempenho superior ao da média do mercado. Enquanto a produção de veículos nos dois países caiu 17,6% no primeiro semestre, as vendas da companhia cederam 8,8%, devido a conquistas de novos contratos ao longo de 2014 e pelo fato de fornecer a montadoras que apresentam desempenho superior ao mercado, como Honda, Hyundai e Nissan.

No semestre a Mahle Metal Leve registrou R$ 1,2 bilhão de faturamento, avanço de 3,1% sobre o resultado do mesmo período do ano passado. A valorização do dólar contribuiu significativamente para esse crescimento, uma vez que as vendas para montadoras no Exterior representaram 39,4% do total da receita – um avanço de 16,1% sobre o primeiro semestre de 2014.

A perspectiva para esse negócio segue positiva, de acordo com o documento:

“A contínua evolução dos nossos indicadores de produtividade permitirão trabalhar condições comerciais mais competitivas com as montadoras do Exterior. Além disso a melhora na produção de veículos em mercados como o Nafta e a Europa, aproximadamente 87% das nossas exportações, também deve contribuir para o desempenho das nossas exportações no médio prazo”.

Produção de motocicletas cai 25,2% em julho

A produção de motocicletas na Zona Franca de Manaus, na Capital amazonense, recuou 25,2 em julho, comparado com o mesmo mês de 2014. Dados divulgados pela Abraciclo na terça-feira, 11, apontam que saíram das linhas de montagem 101,7 mil motocicletas, ante 136 mil unidades há um ano. Com relação a junho a queda foi de 13%.

No acumulado dos primeiros sete meses do ano a indústria de motocicletas recuou 12%, para 800 mil unidades. De janeiro a julho do ano passado foram produzidas 908,9 mil unidades.

As vendas no atacado chegaram a 752,7 mil unidades no acumulado do ano, volume 9,3% inferior às 829,7 mil motocicletas faturadas às redes concessionárias de janeiro a julho de 2014. No mês passado foram comercializadas 93,7 mil motocicletas, queda de 17,1% na comparação anual e 7,3% na mensal.

O varejo acumula 10,6% de retração de janeiro a julho, para 794,4 mil unidades. Em julho foram licenciadas 107,7 mil motocicletas, recuo de 11% na comparação com igual mês de 2014 e avanço de 6,6% sobre junho. Porém a média diária foi inferior: em junho 21, dias, chegou a 4 mil 814 unidades, volume que caiu para 4 mil 684 nos 23 dias úteis do mês passado.

Em comunicado Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, justificou o resultado pelas férias coletivas nas fábricas e incertezas no contexto macroeconômico neste começo de semestre, devido ao aumento da inflação, ao medo de desemprego e à baixa oferta de crédito para aquisição de veículos. Mas procurou ser otimista:

“Apesar disso as montadoras permanecem confiantes e realizam lançamentos de produtos. Acreditamos que o Salão Duas Rodas, que ocorrerá de 7 a 12 de outubro no Anhembi, em São Paulo, trará vários atrativos aos consumidores e poderá impulsionar o mercado de motocicletas”.

Vendas de veículos nos Estados Unidos não param de crescer

As vendas de veículos nos Estados Unidos, um dos mercados mais importantes do globo, superaram em julho as expectativas mais otimistas. Com 1 milhão 510 mil unidades comercializadas no mês passado, alta de 5,3% ante mesmo período de 2014, o período anualizado aponta 17,5 milhões de unidades vendidas, melhor ritmo desde 2000, quando o ano encerrou com 17,3 milhões.

O preço do combustível em queda, assim como as taxas de juros, estimularam os consumidores daquele país.

A maior parte das marcas que atua no mercado estadunidense registrou alta acima das previsões nos negócios no comparativo anual, em especial as três locais. A GM vislumbrava vendas apenas 0,6% maiores e viu índice de 6,4%. A Ford esperava 1,8% e fechou em 4,9%, enquanto a FCA Fiat Chrysler previu 4,8% e registrou 6,2%, de acordo com informações de publicações locais.

Outras marcas também tiveram bastante a comemorar: a Nissan terminou julho em alta de 7,8%, a Honda de 7,7%, a Audi 20,8%, a Kia 7,7%, a Hyundai 6% e a Porsche 10%. Um pouco abaixo ficaram Toyota, em elevação de 0,6%, Mercedes-Benz, de 1,2%, e BMW, apenas estável.

No caso da FCA – melhor julho desde 2005 – a maior responsável pelo aumento dos volumes foi a marca Jeep, com crescimento de 23% e nada menos do que 64º. mês seguido de crescimento, sempre na comparação com o mesmo período do ano anterior.

No caso da Ford, com o melhor julho desde 2006, a demanda foi puxada especialmente pelas picapes da Série F, que isoladamente cresceram 23% no mês. Diante do mercado aquecido a fabricante cancelou ou reduziu os dias de férias de verão que seriam concedidas aos trabalhadores em algumas das fábricas naquele país.

Metalúrgicos cruzam os braços na GM São José

Os cerca de 5,2 mil trabalhadores da fábrica da General Motors de São José dos Campos, SP, cruzaram os braços na segunda-feira, 10, em protesto contra a demissão de alguns funcionários no fim de semana. O sindicato local calcula que 250 trabalhadores foram surpreendidos no sábado, 8, com um telegrama informando o desligamento da empresa – a GM não informa o número de demitidos.

Os grevistas exigem a abertura de negociação sobre as demissões, mas a GM, em comunicado, afirmou ter esgotado todas as alternativas possíveis – férias coletivas, lay offs, banco de horas e PDVs – para evitar o corte de postos de trabalho no complexo joseense.

“Essas medidas não foram suficientes diante da expressiva redução da demanda do mercado brasileiro, que registra queda em torno de 30% desde janeiro do ano passado. Os desligamentos realizados têm como objetivo adequar o quadro da empresa à atual realidade do mercado”.

Na segunda-feira, 10, em torno de 750 trabalhadores retornariam ao trabalho após cinco meses de lay off, mas todos aderiram à greve. Nenhum deles deverá ser cortado, uma vez que o acordo da GM com o sindicato garante estabilidade a estes funcionários.

Em nota Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, afirmou que os trabalhadores vão à luta. “Não vamos pagar pela crise criada pelo governo. A saída pela classe trabalhadora é a luta e essa greve mostra que os metalúrgicos estão dispostos a lutar”.

GM e sindicato descartaram, em seus respectivos comunicados, a possibilidade de adoção do PPE na fábrica. A entidade que representa os trabalhadores é contra qualquer redução de salários – reivindica, inclusive, a redução da jornada semanal para 36 horas sem qualquer alteração nos vencimentos.

“A GM lamenta a decisão do sindicato de convocar greve e reafirma sua disposição para o diálogo construtivo no sentido de encontrar alternativas para manter a unidade competitiva em um contexto de grande transformação no mercado brasileiro”.

Há duas semanas a GM anunciou ampliação de seu pacote de investimento de R$ 6,5 bilhões para R$ 13 bilhões nas operações brasileiras até 2018 e descartou qualquer aporte na unidade de São José dos Campos. Jaime Ardila, presidente da GM América do Sul, alegou falta de competitividade e flexibilidade para acordos trabalhistas na fábrica.

Cortes em setembro – Em São Bernardo do Campo, SP, as demissões ainda não ocorreram, mas a Mercedes-Benz deu um ultimato ao sindicato: as medidas de flexibilização se esgotaram e, salvo alguma reviravolta, novos cortes serão promovidos em 1º de setembro – em junho a fabricante de caminhões demitiu 500 trabalhadores.

Em comunicado a montadora afirmou que possui mais de 40% de ociosidade na fábrica e já adotou lay off, semanas curtas, folgas, férias coletivas, licenças remuneradas e abriu diversos PDVs, dentre outras medidas. Desde a semana passada todos os trabalhadores da área de produção estão em casa em licença remunerada e a fábrica está parada.

Porta-voz da M-B afirmou que 250 trabalhadores em lay off retornam à fábrica no fim de setembro. Mesmo assim existem 1 mil 750 funcionários excedentes na fábrica – o que não significa, necessariamente, que serão 2 mil os demitidos. Há ainda um PDV aberto até a sexta-feira, 14, para horistas e mensalistas da companhia.

A companhia não descarta aderir ao PPE, embora informe que apenas essa ação não seria suficiente para evitar as demissões: “A Mercedes-Benz está disposta a adotar o PPE desde que seja combinado com a aplicação reduzida da inflação na data base de 2016 e outras ações de contenção de custo”.

Antes mesmo da criação do PPE, no começo de julho, a companhia e o sindicato costuraram um acordo de redução de salários e jornada de trabalho, aliados a outras medidas, que foi recusada por 74% dos trabalhadores da companhia em assembleia.

Por meio de seu site na internet o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC convocou os trabalhadores da M-B para uma assembleia no sábado, 15, às 10h, na sede da entidade, para discutir os próximos passos a serem tomados pela categoria.