A Audi elegeu como um dos pilares para sustentar seu crescimento no País o pós-vendas. Ainda que não revele valores específicos, a montadora – que retorna à condição de fabricante nacional em setembro, com a produção do A3 Sedan em São José dos Pinhais, no Paraná – prepara duas ações específicas para esta área: expansão de seu CD de peças em Jundiaí, SP, e inauguração de um novo centro de treinamento.
“O pós-vendas é essencial para mantermos a fidelidade do cliente”, avalia Jörg Hofmann, presidente da Audi no País. “Se não for desta forma, vendemos um veículo e nunca mais conseguimos comercializar outro. De 2013 para 2014 dobramos as vendas no Brasil e, para assegurar a qualidade dos serviços, triplicamos o número de treinamentos.”
O executivo acrescenta: “Há um sério risco quando se cresce rápido, como é o nosso caso: o de perder a qualidade. Há vários exemplos disso e não queremos repeti-lo, daí aplicarmos muito recursos em qualificação e treinamento”.
Neste contexto a Audi inaugura ainda em maio um novo centro de treinamento, instalado na Zona Sul da Capital Paulista, na região do autódromo de Interlagos. “Ao mesmo tempo em que precisávamos de mais espaço para peças em Jundiaí as instalações para treinamento também já pediam instalações maiores e mais completas. Como o CT antes ficava junto com o CD, optamos por utilizar sua área para aumentar o estoque e construímos um CT novo.”
A unidade de Jundiaí é relativamente nova: foi originalmente inaugurada em agosto de 2012. Agora terá o dobro de espaço para peças, antes alocada em 2,7 mil metros quadrados. Anteriormente a montadora estocava as peças em galpão no bairro da Lapa, em São Paulo.
Na parte de peças o executivo garante que o CD já contempla 92% das partes dos modelos Audi em estoque, como forma de atender com a máxima rapidez possível as requisições das oficinas da rede de concessionárias.
Outra iniciativa da fabricante nesta área é um serviço expresso para as três primeiras revisões, que promete cumprir o serviço em apenas uma hora. Lançado em setembro do ano passado em três concessionárias da Capital Paulista, chegará às revendas de Belo Horizonte, MG, Rio de Janeiro, RJ, e Curitiba, PR, neste ano.
Mais uma ação ligada ao pós-vendas para a Audi teve início no ano passado: o Audi Approved Plus, programa de revenda de seminovos em funcionamento em três concessionárias, que deverão ser quinze até o fim do ano – de acordo com Hoffmann, entretanto, “o objetivo é estender este programa a todas as casas em algum momento”. São oferecidos modelos da marca das quatro argolas com de seis a dezoito meses de uso, com checagem de 110 itens e garantia. “É quase como se fossem carros novos, mas custam cerca de 30% mais barato.”
O programa também serve para elevar o valor de revenda dos modelos, explica o presidente – a alta depreciação sempre foi uma característica dos veículos importados no mercado nacional, inclusive os do segmento premium.

Essa estratégia prevê chegar a 30 mil unidades comercializadas no País em 2020 – destas, 26 mil nacionais Made in Paraná, A3 Sedan e Q3. Para 2015 o plano é alcançar 15 mil, novo recorde no País e crescimento de nada menos do que 20% ante as 12,5 mil de 2014, que por sua vez já foram quase o dobro daquelas de 2013, 6,5 mil. O cenário geral de mercado em baixa no quadrimestre não abala o executivo: “Tenho certeza que quebraremos outra barreira de melhor resultado de vendas no Brasil neste ano”.
Dimitris Psillakis deixará o posto de diretor geral de automóveis da Mercedes-Benz do Brasil: o executivo foi nomeado presidente e CEO da fabricante de origem alemã na Coréia do Sul, cargo que assumirá em 1º. de setembro. Seu substituto será indicado futuramente, segundo a empresa.
Abril marcou mais uma virada de pagina na vida do setor automotivo no Brasil: o fim do lugar marcado no mercado de automóveis e comercias leves. Era movimento que vinha sendo ensaiado desde meados do ano passado, quando Gol, Palio, Uno e o recém-chegado Onix passaram a disputar as primeiras posições do ranking.