O diretor de compras da Mercedes-Benz do Brasil, Erodes Berbetz, surpreendeu a plateia do Seminário Autodata de Compras Automotivas, na manhã da segunda-feira, 16, ao revelar projeção de vendas de caminhões para este ano de apenas 90 mil unidades. Tal volume representaria queda de 35% sobre as 139 mil do ano passado e meta dos emplacamentos de 2012.
“É uma redução muito grande e nossos fornecedores já estão visualizando esses números em nossas programações. Estamos nos adequando e esperamos que eles façam o mesmo. Se não vier nenhuma medida, como renovação de frota, por exemplo, vamos ficar nisso”.
Com 450 fornecedores ligados diretamente à produção, a Mercedes-Benz está adotando nova política de compras. “Nosso objetivo é reduzir esse número em cerca de 20% nos próximos três a quatro anos”, informou Placeres. “Trabalhamos com muitos fornecedores de um mesmo componente ou do mesmo segmento. Estamos agrupando as compras e consolidando o vínculo com os escolhidos. Com operações menos complexas ganhamos velocidade. O processo já está em andamento.”
O executivo também informou que o dólar atual vai favorecer o aumento do conteúdo local dos produtos da Mercedes-Benz: “Componentes feitos aqui passam a ter, agora, competitividade global”.
Mas com relação ao peso do atual valor do dólar nos preços dos fornecedores o diretor de compras destacou que a empresa não aceitará indexação direta, ou seja, repasse da alta da moeda estadunidense no custo das peças: “Eu não consigo aumentar o preço do caminhão e, por isso, não posso aceitar reajustes automáticos dos fornecedores”.
Berbetz fez questão de dizer que apesar dos problemas do momento a Mercedes-Benz continua acreditando no País, tanto é que mantém investimentos de R$ 2,5 bilhões no período 2014/2015, dos quais o montante de R$ 1 bilhão destinado à fábrica de São Bernardo do Campo, SP, que passará por completo remodelamento de sua logística interna.
Quanto à fabrica de automóveis em Iracemápolis, no Interior paulista, o diretor da Mercedes-Benz garantiu que o projeto está a todo vapor. Passado o processo de autorização de licenças e documentos afins será iniciada agora a fase da terraplanagem: “A produção será iniciada no primeiro quadrimestre de 2016 e já estamos negociando com algumas autopeças a formação de um parque de fornecedores lá. Mas não posso, por enquanto, revelar pormenores deste projeto e nem o número de parceiros locais”.

O segundo parque de fornecedores da FCA, Fiat Chrysler Automobiles, em Goiana, PE, ficará pronto em cerca de dois anos, revelou Roger Dias, diretor adjunto de compras da FCA para a América Latina.
A General Motors pretende reduzir o número de fornecedores de componentes para seus modelos, atualmente em aproximadamente 5,7 mil empresas considerando-se todos os elos – das quais dois terços são nacionais. Segundo Fred Roldan, diretor de supply chain para a América do Sul, o objetivo é concentrar as compras para ampliar parcerias.
Dar sequência a processo de consolidação para fortalecer as estruturas e assim ampliar o faturamento é um dos caminhos indicados para as pequenas e médias empresas que formam a faixa dos Tier 2 de fornecimento. Essa análise foi apresentada por Maurício Muramoto, diretor da Deloitte do Brasil, em painel que abordou os problemas enfrentados por esse degrau da cadeia automotiva no Seminário AutoData Compras Automotivas 2015, organizado na segunda-feira, 16, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo.
“Sem parceria comercial não é possível viabilizar nenhum projeto”. Assim resume o diretor de engenharia de manufatura da Volkswagen do Brasil, Celso Placeres, ao se referir à decisão da empresa em construir uma segunda unidade de produção de motores na fábrica de São Carlos, SP, para produzir a família EA 211, na manhã de segunda-feira, 16, durante o Seminário AutoData de Compras Automotivas 2015, em São Paulo.
A edição de número 308 da revista AutoData, do mês de abril, já está disponível para acesso on-line, tanto via computadores quanto aparelhos portáteis como smartphones e tablets, tanto os de sistema iOs quanto Android.