Como um dos maiores players mundiais no fornecimento de soluções tecnológicas para o setor automotivo, o Grupo Schaeffler está otimista. Mas só para 2024. Neste ano, além da estagnação do volume de produção de carros e comerciais leves frente aos resultados de 2022, a empresa lamenta a forte queda do setor de Veículos Comerciais, próximo aos 40%. “Andamos de lado neste ano”, sintetiza Marcos Zavanella, President & CEO – South America. “Mas estamos otimistas para 2024”.
O executivo aposta em múltiplos fatores para apontar o próximo ano como positivo. O principal deles estaria relacionado à queda contínua da taxa Selic nos próximos meses, o que deve facilitar o crédito para acessar o carro zero km. E entende que as antecipações de compra de caminhões, ocorridas em 2022 ante o aumento de preços que acometeria os modelos 2023, já está superado. Zavanella vê boas perspectivas para a retomada de produção de caminhões para o próximo ano.
E é nesse cenário de um mercado “mais ou menos, mas que vai melhorar”, a empresa, estruturada para driblar crises momentâneas, terminará o ano de 2023 com a lição de casa bem feita. E já começa a ensejar as primeiras discussões com a matriz para planejar o próximo ciclo de investimentos da companhia, que é sediada em Sorocaba, interior de São Paulo. “Sempre trabalhamos com horizontes de cinco anos, com maior volatilidade no quarto e no quinto anos”. E foi essa flexibilidade que auxiliou a sistemista a vencer a estagnação de 2020 para cá.
Zavanella explica. “A Schaeffler atua com quatro pilares de negócios no Brasil: OEMs, Aftermarket, Industrial e Exportação. Se as entregas para as montadoras não registraram crescimento, nós redirecionamos esforços para as outras três opções de negócios. E deu certo”. Ele informa que a área de Aftermarket, que conta basicamente com insumos das três marcas da Schaeffler (INA, FAG e LUK) obteve ótimos resultados nos últimos dois anos, notadamente com a LUK. “Os investimentos acordados com a matriz levarão em conta o crescimento potencial do mercado futuro, a necessidade de substituição de equipamentos do atual parque produtivo e os projetos contínuos de racionalização, que sempre envolvem contenção de custos e recursos usados pela companhia”, explica.
Um desses esforços aponta, inclusive, para algo grandioso dentro da Schaeffler: a economia de recursos. E não só pelo dinheiro que será poupado, mas principalmente para atender às metas corporativas de redução de emissão de carbono. Ciente e comprometida com aspectos ligados à sustentabilidade, a Schaeffler se tornará carbono-neutro até 2030 – e até 2040 toda a sua cadeia de fornecedores. Mas está empenhada desde já em reduzir fortemente seus índices. “A planta de Sorocaba é a primeira na América e a segunda no mundo a produzir seus produtos com aterro zero. Isso não é pouco se você considerar nosso ramo de atividade”, orgulha-se Zavanella.
Dona de indiscutível experiência para elaborar sistemas e componentes que sirvam aos mais diversos tipos de powertrain, a Schaeffler também intensifica a pesquisa e o desenvolvimento de soluções cada vez mais eficientes em CO2, criando um portfólio de produtos que se estende de itens para motores de combustão interna, passando por soluções híbridas e até sistemas de acionamento totalmente elétricos. “Estamos prontos para a próxima década”, prevê Zavanella.