AutoData - Onde estão as menores taxas do mercado?
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24/08/2017

Onde estão as menores taxas do mercado?

Foto Jornalista  Mônica Cardoso

Mônica Cardoso

As taxas de juros nos financiamentos de veículos oferecidos pelos bancos das montadoras são menores do que as de bancos de varejo, de acordo com dados do Banco Central. Na primeira semana de agosto, por exemplo, a menor taxa era praticada pela BMW Financeira, com 12,33% ao ano, e a menor taxa de um banco de varejo era quase o dobro, 20,46% ao ano, oferecida pela Alfa Financeira. Depois dos da BMW Financeira os juros mais baixos praticados no mercado são 12,68% ao ano do banco da Mercedes-Benz e 13,15% ao ano do Banco PSA.

 

A diferença nas taxas de juros ocorre porque os bancos das montadoras têm interesse estratégico alinhado com suas empresas, para incentivar as vendas e diminuir os seus estoques nos pátios, de acordo com Marcelo Prata, fundador da plataforma Canal do Crédito: “Os bancos das montadoras são focados nos financiamentos de veículos enquanto os de varejo atendem clientes dos mais variados perfis para diferentes produtos. Por esse motivo seu risco é maior e, consequentemente, a taxa de juros é mais alta. É como se os bancos das montadoras se autofinanciassem e, por esse motivo, podem praticar taxas de juros mais agressivas”.

 

Segundo ele as taxas de juros dos bancos de montadoras costumam ser menores, mas a disparidade com os bancos tradicionais diminui quando o mercado está aquecido e as vendas em alta.

 

Concessão de crédito – Com a recuperação nas vendas de veículos o volume na concessão de crédito deve aumentar este ano, de acordo com a Anef, Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras. A entidade revisou para cima sua projeção do total de liberação de recursos para financiamentos em 2017, com alta de 10,2% contra a estimativa de 5,5% do início do ano. A entidade calcula que serão liberados R$ 90,6 bilhões em novos contratos em 2017 contra R$ 82,2 bilhões em 2016.

 

Segundo Luiz Montenegro, presidente da Anef, o aumento na projeção se deve à combinação de fatores econômicos como a queda na Selic, a inflação sob controle, a estabilização da taxa de desemprego e a projeção de crescimento do PIB para 2018:

 

“A estabilidade econômica provoca aumento da confiança do consumidor, o que, aliado à demanda reprimida, deverá aumentar a venda de veículos no segundo semestre. Mas será uma retomada lenta e gradual no setor automotivo”.

 

Só no primeiro semestre deste ano os bancos de montadoras e de varejo liberaram R$ 45,8 bilhões, o que representa alta de 18,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior, R$ 38,6 bilhões.