AutoData - Mercedes-Benz confirma 160 demissões em São Bernardo do Campo
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09/02/2015

Mercedes-Benz confirma 160 demissões em São Bernardo do Campo

Por Michele Loureiro

- 09/02/2015

A Mercedes-Benz confirmou na quarta-feira, 7, desligamento de 160 funcionários da unidade de São Bernardo do Campo, SP. O grupo faz parte dos trabalhadores que estavam em regime de lay-off e que não tiveram a prorrogação do afastamento até 30 de abril.

Em resposta aos cortes os funcionários da unidade decidiram paralisar as atividades por 24 horas na própria quarta-feira, 7. O movimento foi aprovado por cerca de 90% dos 11 mil funcionários da planta, segundo o sindicato local, uma vez que parte dos trabalhadores só retorna das férias coletivas no dia 12 de janeiro.

Segundo nota divulgada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC na terça-feira, 6, o número de demitidos chegaria a 244. A montadora afirmou, no entanto, que foram cerca de 160 desligamentos e mais cem por meio do programa de demissão voluntária, o PDV, finalizado em dezembro.

O comunicado da fabricante afirma que “durante todo o ano de 2014 a Mercedes-Benz utilizou todas as ferramentas legais e negociáveis de flexibilização para preservar a sua força de trabalho”.

No documento a montadora elencou todas as medidas adotadas para evitar demissões: licença remunerada, férias coletivas, semanas com quatro dias de trabalho, redução para um turno em algumas áreas, programa de demissão voluntária, PDV, e o lay-off. No entanto, alega que “para manter a competitividade diante dos altos custos fixos de produção adotou o encerramento do contrato de trabalho para cerca de 160 funcionários”.

Além disso, a M-B informou que os 750 trabalhadores restantes daqueles colocados em lay-off assim permanecerão até 30 de abril – o grupo original era de 1 mil funcionários.

Na unidade Juiz de Fora, MG, também foi adotada a extensão do lay-off para aproximadamente 170 funcionários até 30 de abril. Os custos trabalhistas dos afastados nas duas fábricas serão assumidos integralmente pela companhia, uma vez que o subsídio do Fundo de Amparo ao Trabalhador, o FAT, tem validade de cinco meses e o período já foi utilizado.

A M-B afirmou ainda que “apesar do cenário de queda na produção em suas plantas manterá os investimentos de R$ 730 milhões anunciados recentemente com o objetivo de assegurar a competitividade da empresa no setor de veículos comerciais”.

Volkswagen – Segundo porta-voz do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC a Volkswagen não se posicionou sobre as oitocentas demissões efetivadas na terça-feira, 6, na unidade da Anchieta, e, assim, a greve iniciada naquela data está mantida por tempo indeterminado.

Todos os metalúrgicos foram orientados a comparecer aos seus postos de trabalho, porém sem produzir. Os funcionários do terceiro turno estão cumprindo seus horários durante o primeiro e o segundo períodos e a fábrica está fechada durante a noite.

Ainda de acordo com o porta-voz do sindicato o novo Ministro do Trabalho, Manoel Dias, colocou-se à disposição para mediar as negociações, assim como um representante do Governo Estadual, designado pelo governador.

A unidade da Volkswagen de Taubaté também é palco de negociações sindicais. Acordo da montadora com o sindicato local prevê que o terceiro turno da fábrica do Interior paulista, que emprega 1,4 mil metalúrgicos, funcione somente até 18 de fevereiro.

Segundo nota do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté há negociações em andamento para que este período seja prorrogado. “Apesar de vivermos um momento difícil, o sindicato pede aos trabalhadores que mantenham-se unidos em tranquilidade aguardando o desfecho das negociações”, disseram os representantes dos metalúrgicos em comunicado.

A unidade de Taubaté é responsável pela produção do Up! e, segundo o sindicato, caso ocorra o fim do terceiro turno os funcionários serão alocados para os demais períodos. Procurada, a Volkswagen não comentou as negociações.


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