AutoData - Queda anual na produção supera 500 mil veículos e chega a 15,3%
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09/02/2015

Queda anual na produção supera 500 mil veículos e chega a 15,3%

Por Michele Loureiro

- 09/02/2015

A produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus encerrou 2014 com uma retração de 15,3%. Segundo dados divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 8, o volume chegou a 3 milhões 146 mil unidades, ante os 3 milhões 712 mil registrados um ano antes.

A diferença foi de 566 mil unidades, valor equivalente a dois meses de produção se observada a média de 2014.

De acordo com Luiz Moan, presidente da Anfavea, a queda na produção era esperada, uma vez que houve uma retração nas vendas. “As montadoras realizaram ajustes ao longo do ano todo na tentativa de se adequarem ao novo cenário. As férias coletivas e os mecanismos como licença remunerada e lay-off contribuíram para o recuo do volume produzido”.

Ao todo saíram das linhas de montagem brasileiras 2 milhões 314 mil automóveis, uma queda de 15% na comparação anual, e 658,4 mil comerciais leves, recuo de 13,6%. Os caminhões foram responsáveis pela maior retração, com 25,2%, e 139,9 mil unidades produzidas. Já os ônibus tiveram queda de 17,9% e 32,9 mil unidades fabricadas no ano.

Em dezembro o volume de produção teve o menor patamar do ano com 203,8 mil unidades. Na comparação anual a queda foi de 11,8% e em relação a novembro a baixa chegou a 23,1%.

Segundo Moan, “a fim de controlar os estoques algumas montadoras suspenderam a produção durante o mês inteiro e todas concederam férias coletivas em ao menos uma parte de dezembro. Isso explica o volume inferior”.

Além de medidas como as férias coletivas algumas empresas tiveram de reduzir o quadro de funcionários durante 2014. Em dezembro o número de empregados na indústria somou 144,6 mil, uma retração de 7,9% ante os 156,9 mil verificados um ano antes.

Apesar da eliminação de 12 mil funcionários, o equivalente a força de trabalho da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo, SP, Moan afirmou que as demissões foram todas realizadas por meio de programas de demissão voluntária, encerramento de contratos temporários e não reposição de vagas em casos de pedidos de demissão e aposentadorias. “Não houve demissão em massa e as empresas usaram todas as manobras possíveis antes de reduzir os quadros”.

Sobre as 800 demissões anunciadas pela Volkswagen em São Bernardo do Campo, SP, no início desta semana o presidente da Anfavea afirmou que espera uma mudança. “Eles concederam uma licença remunerada para o grupo [até 5 de fevereiro] e há possibilidade de rever isso caso os metalúrgicos aceitem a alteração do acordo trabalhista vigente até 2016 [que inclui congelamento de salários e foi rejeitada em 2 de dezembro de 2014]”.

Moan disse ainda que a Anfavea está a disposição para servir de interlocutora das negociações da empresa com o sindicato local. “Acreditamos que haverá uma solução para esse problema e as demissões possam ser revertidas”.

Consultada, a Volkswagen manteve sua posição inicial e afirmou que quando os funcionários retornarem ao trabalho em fevereiro serão dispensados de seus cargos.


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