As dificuldades operacionais da linha Finame PSI no início do ano passado, somadas ao baixo crescimento econômico estão dentre as principais razões da queda de 11,3% nas vendas de caminhões em 2014, com 137 mil 73 emplacamentos ante 154 mil 549 em 2013.
Mesmo com a baixa o resultado representou o quinto maior volume de caminhões vendidos no País.
Dezembro foi o melhor mês do ano, com 13 mil 695 licenciamentos, como comentou Luiz Carlos Moraes, vice-presidente da Anfavea:
“O mercado sabia que as taxas do Finame PSI para 2015 iriam aumentar, o que motivou uma parte dessas compras. De fato foi um mês melhor do que esperávamos, mas não há muito a se comemorar.”
Moraes evitou traçar projeções para caminhões neste ano. “Ainda é cedo para essa estimativa. Depende da economia, de investimentos em infraestrutura e das taxas de financiamento. A circular do BNDES sobre a operação do Finame PSI saiu segunda-feira à noite. Seu sistema operacional ainda não está pronto para as novas regras, que incluem composição de taxa fixa mais taxa variável.”
Sobre o início das operações do Finame PSI 2015 ele afirmou esperar que ocorra o mais depressa possível. “É um pleito permanente para evitar novo soluço do mercado como o de 2014, que teve basicamente dez meses de vendas, e com estabilidade para as compras acontecerem de forma programada.”
O vice-presidente comentou que, por ora, os caminhões vendidos no País contam com as opções de financiamento TJLP e CDC, modelo este menos procurado por frotistas.
“O TJLP pode oferecer melhores condições que o PSI que basicamente dobrou as taxas de juros para este ano frente ao último. Foi um aumento maior do que esperávamos.”
Sobre o aguardado projeto de renovação de frota Moraes revelou que já foi apresentado ao novo governo, que “entendeu a importância da medida, mas pediu um tempo para análise”.
O projeto defende o pagamento do valor de mercado do caminhão com mais de trinta anos, na faixa de R$ 20 mil a R$ 40 mil, acrescido de subsídio de 20% sobre esse valor, além de taxas mais atrativas que as de mercado para motivar o proprietário a trocar o veículo.
“O Brasil tem cerca de 240 mil caminhões com mais de trinta anos, o que sem dúvida representa uma oportunidade, com vários benefícios a toda a cadeia produtiva.”
Produção – Saíram das linhas em 2014 139 mil 965 caminhões, baixa de 25,2% em relação aos 187 mil 89 no ano anterior.
Em dezembro a produção totalizou 3 mil 704 unidades, redução de 49,6% ante as 7 mil 348 feitas no mesmo mês de 2013.
A queda é justificada pelo mercado interno e também externo: o ano fechou com 17 mil 737 embarques de caminhões, volume 29,1% inferior aos 25 mil 19 de 2013.
Em dezembro as exportações chegaram a 846 unidades, 56,9% abaixo das 1 mil 961 do mesmo mês em 2013.
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