AutoData - BorgWarner fecha contrato para primeiro 1.0 turbinado flex nacional
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05/03/2015

BorgWarner fecha contrato para primeiro 1.0 turbinado flex nacional

A produção brasileira de motores tem data marcada para ingressar na rota mundial do downsizing a partir de componentes locais. Em maio a BorgWarner iniciará fornecimento do turbo B01 produzido em Itatiba, SP, para equipar o primeiro veículo 1.0 turbo flex nacional.

Vitor Maiellaro, diretor geral da divisão de turbos, não revela qual é a montadora que receberá o componente, assim como o modelo. Fontes, entretanto, asseguram tratar-se de versão esportiva do VW Up!.

“Posso afirmar apenas que é um veículo dotado de motor 1.0 três cilindros que contará com uma versão turbo e potência ampliada em 40%”, afirma o executivo, adiantando ainda que este modelo pioneiro não reinará absoluto por muito tempo.

“Já temos negociações avançadas com outras quatro montadoras. Como o desenvolvimento leva algum tempo, a estimativa é iniciar o fornecimento a novos modelos em 2016.”

O diretor, que acaba de assumir o posto de Arnaldo Iezzi Jr., transferido para a direção geral da mesma divisão na Alemanha, fez projeções otimistas: “Estimo que em três anos 30% da produção nacional de automóveis de passeio deverá contar com motores turbinados. O downsizing é tendência: na Europa essa fatia já é de 85%”.

A unidade de Itatiba recebeu investimentos de R$ 70 milhões nos últimos anos e conta com capacidade atual de produção de 250 mil turbos para automóveis de passeio ao ano. O aporte incluiu a construção de um centro de engenharia e P&D no Brasil, o Tech Center, na mesma área da fábrica de Itatiba, inaugurado na quarta-feira, 4, com presença do presidente e CEO global James Verrier.

Lauro Takabatake, diretor de engenharia, afirma que o novo turbo B01 carrega índice de nacionalização de mais de 60% e pode ser utilizado em motores de 0,8 até 1,4 litro, com foco no atendimento às exigências do Inovar-Auto.

“Motores 1.0 turboalimentados saltam de potência média de 80 cavalos para 120, enquanto os 1.5 podem chegar a 160 cavalos, substituindo os 1.8 e 2.0 tradicionais. A demanda por testes deverá crescer, daí a necessidade dos novos laboratórios de ensaio.”

Os novos negócios no segmento de automóveis devem compensar a fatia de caminhões e ônibus, que demorará a recuperar fôlego na análise de Maiellaro: “Com a baixa venda de veículos comerciais, nosso principal segmento de atuação, a produção de turbos caiu 20% em 2014 na comparação com 2013, para a faixa de 270 mil unidades. Nossa projeção para o ano é de estabilidade nesses dois fornecimentos. A produção crescerá 10% graças às entregas aos carros de passeio”.

A nacionalização dos sistemas de pós-tratamento EGR para veículos Euro 5, que dispensam o Arla 32 pela recirculação de gases, também está em curso. Atualmente a BorgWarner fornece os componentes, importados, apenas para a MAN Latin America.

“Estamos fechando negociação com mais uma fabricante, o que ampliará nosso volume e justificará a localização da produção na nova unidade de Piracicaba. A partir de 2016 contaremos com capacidade anual de 35 mil a 40 mil sistemas/ano.”


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