AutoData - Exportações caem 30% e refletem queda do mercado argentino
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05/03/2015

Exportações caem 30% e refletem queda do mercado argentino

Por Alzira Rodrigues

- 05/03/2015

As exportações de veículos despencaram em janeiro tanto no comparativo com o mesmo mês do ano passado como com relação a dezembro, com quedas de, respectivamente, 27,9% e 30,4%. Foram embarcados para o Exterior apenas 16,3 mil unidades no primeiro mês deste ano, ante as 22,6 mil de janeiro de 2014 e as 23,4 mil do mês anterior.

Ao divulgar os números na quinta-feira, 5, o presidente da Anfava, Luiz Moan, atribuiu o desempenho negativo basicamente à continuidade da retração no mercado argentino, principal parceiro do Brasil na área automotiva: “A venda de veículos na Argentina em janeiro caiu 39,1% comparativamente a idêntico mês do ano passado”.

Em valores as exportações atingiram US$ 656,6 milhões no primeiro mês do ano, resultado 29,3% inferior ao de janeiro de 2014, quando chegaram a US$ 897,8 milhões, e 9,5% abaixo dos US$ 725,4 milhões exportados em dezembro.

A Anfavea, segundo seu presidente, já vinha prevendo um ano bem difícil para as exportações, em particular no primeiro semestre. O executivo acredita que possa haver melhora na segunda metade do ano a partir da adoção de medidas de incentivo às vendas externas que a entidade vem discutindo com o governo:

“Desde o ano passado temos feito uma série de reuniões para discutir um pacote que envolve cinquenta medidas, das quais algumas – como o drawback integrado – saíram recentemente”.

Outras propostas estão em debate, como a periocidade do Reintegra, programa que permite apurar crédito sobre a receita obtida com a exportação de bens e hoje tem duração de apenas um ano.

“Isso não tem sentido. Negócios com o Exterior têm prazo maior do que um ano e nós precisamos de previsibilidade. Vale destacar que tudo que estamos propondo não vale só para o setor automotivo. São medidas que favorecem as exportações da indústria em geral”.

Negociações – Além de negociar com o governo formas de reduzir o custo do produto exportado a Anfavea também vem mantendo contato com alguns países visando renovar ou acertar acordos bilaterais na área.

No caso do México, Moan informou que a Anfavea está esperando o governo autorizar negociação com o setor privado daquele país para acertar a prorrogação do acordo que vence neste primeiro quadrimestre: “A promessa é de uma resposta em dez dias”.

Com relação à Argentina, cujo acordo atual encerra-se em junho, Moan informou que o governo brasileiro prometeu acelerar as tratativas com o país vizinho para viabilizar a renovação em prazo hábil. Além disso, há negociação também com a Colômbia: “Estivemos lá na semana passada e também neste caso precisamos de uma visão geral do governo para dar continuidade às negociações.”


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