AutoData - Prefeito de São Bernardo confirma produção do Prius na cidade
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11/03/2015

Prefeito de São Bernardo confirma produção do Prius na cidade

O híbrido Prius será mesmo fabricado na unidade da Toyota de Piraporinha, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Os planos de produção do modelo foram apresentados pela diretoria da Toyota ao prefeito de São Bernardo do Campo, SP, Luiz Marinho, na terça-feira, 10, na própria unidade.

A inciativa foi objeto de reportagem da Agência AutoData em outubro do ano passado, com informações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

O modelo será produzido na fábrica do ABCD Paulista a partir de 2016 em sistema MKD – processo de montagem final próximo ao CKD, porém com componentes nacionais somados a peças importadas.

O prefeito publicou as informações em sua página pessoal do Facebook na manhã da terça-feira, 10. No texto Marinho afirmou que visitou a fábrica da Toyota em São Bernardo do Campo na companhia do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos local, Rafael Marques, e de secretários municipais.

“Participei […] de um café na planta da #Toyota aqui em São Bernardo com o presidente Koji Kondo e outros diretores do Grupo no País. Nos apresentaram algumas informações sobre relações trabalhistas da empresa, o processo de retomada da planta na cidade e o projeto de um veículo híbrido que será produzido aqui em São Bernardo.”

Acompanhavam o texto cinco fotografias, sendo que em uma delas é possível ler com clareza em monitor instalado na sala de reunião a frase “Produção do Toyota Prius na Planta de São Bernardo do Campo”, que abria apresentação sobre o tema. Também é possível ver facilmente que os todos participantes da reunião receberam o mesmo material de forma impressa.

Procurada pela Agência AutoData, porta-voz da Toyota afirmou que a empresa não comentaria o assunto. Logo a seguir o post na página do prefeito no Facebook foi apagado.

Marques, presidente do sindicato dos metalúrgicos, confirmou à reportagem o encontro com representantes da Toyota e o prefeito. Para ele a produção do Prius já é uma questão confirmada, mas ainda não há data para o início da produção.

Segundo o dirigente sindical o encontro foi uma forma de dar um parecer sobre o andamento das operações da montadora na cidade. Ainda de acordo com o sindicalista durante a reunião os representantes da montadora falaram sobre a mudança de sede para o ABCD, articulações junto ao Governo Federal em busca de mais incentivos para os veículos híbridos e o atual momento da indústria automotiva.

A produção do Prius foi uma das cláusulas do acordo salarial assinado pela empresa com o sindicato no fim do ano passado. Em outubro Marques afirmou à Agência AutoData que o acordo para a produção do híbridos foi selado com a montadora e geraria cerca de 500 empregos para atender a nova demanda. Uma equipe da área de finanças da Toyota estava alocada na fábrica para acertar os pormenores e o investimento calculado chegaria a US$ 60 milhões na primeira fase de produção, mas subiria conforme o aumento de nacionalização de componentes.

Em outubro de 2013 a Toyota apresentou ao Governo Federal plano para produção do Prius no Brasil, complementar a projeto da Anfavea para estímulo à nacionalização de modelos híbridos e elétricos. Há um ano Steve St. Angelo, chairman da Toyota do Brasil e CEO para a América Latina e Caribe, confirmou a intenção mas condicionou o plano à concessão de incentivos e possibilidade de iniciar a produção em CKD.

Em setembro do ano passado a Camex concedeu condição de ex-tarifários para modelos híbridos sem sistema plug-in, como é o caso da atual geração do Prius vendida no Brasil, importado do Japão. O incentivo prevê até imposto de importação zerado para caso de montagem em CKD no País, válido, a princípio, até o fim deste ano. Desde então, entretanto, a montadora não confirmou a produção do modelo no Brasil.

Mesmo ainda importado o Prius foi beneficiado pelas novas alíquotas do imposto de importação e teve seu preço reduzido de R$ 121 mil para R$ 111 mil em outubro de 2014. Em fevereiro, entretanto, o valor sugerido de tabela saltou a R$ 114,3 mil – a Toyota alegou repasse da recomposição do IPI e do aumento do dólar.


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