AutoData - Karmann Ghia demite em São Bernardo do Campo
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19/03/2015

Karmann Ghia demite em São Bernardo do Campo

Por Michele Loureiro

- 19/03/2015

A Karmann Ghia anunciou a demissão de 137 trabalhadores da unidade de São Bernardo do Campo, SP – aproximadamente um quarto de seu atual quadro de funcionários.

Segundo porta-voz da companhia o “faturamento caiu brutalmente depois que a Volkswagen descontinuou os modelos Kombi e Gol G4, parte importante dos contratos de fornecimento”.

Sem condições de pagar os salários dos 550 trabalhadores da unidade do ABCD, atrasados desde janeiro, e com a capacidade ociosa por falta de novos contratos, a companhia decidiu realizar o corte.

A empresa alegou que não teria como arcar com o valor das rescisões imediatamente. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC interviu e houve uma paralisação na fábrica na quarta-feira, 18.

Depois de cerca de três horas de reunião de representantes da empresa com o sindicato foi formatada uma proposta, posteriormente aprovada em assembleia. O acordo inclui a recontratação de vinte dos trabalhadores demitidos – os nomes serão divulgados na próxima semana – diante de expectativa de novos negócios.

O acordo estabeleceu ainda que a empresa pagará, de forma parcelada de sete a 17 meses, as verbas rescisórias, incluindo multa, férias atrasadas e depósitos de FGTS aos demitidos. Segundo o sindicato a dívida soma R$ 4,7 milhões.

A companhia comprometeu-se a colocar máquinas como garantia caso não consiga honrar com esse acordo e, se houver atrasos, pagará multa de até 50% do valor da parcela.

De acordo com o coordenador do sindicato, Nelsi Rodrigues, o Morcegão, alternativas como o lay-off foram adotadas na companhia durante o ano passado, mas a queda nas vendas piorou a situação: “O compromisso do Sindicato sempre foi a manutenção dos empregos e, na sua impossibilidade, vamos garantir o pagamento dos direitos da rescisão de contrato”.

Segundo comunicado do presidente do sindicato, Rafael Marques, a situação da Karmann Ghia é um reflexo do cenário das autopeças nacionais.

“O que está acontecendo é que as montadoras estão tentando salvar a produção doméstica em seus países de origem e trazendo peças produzidas na Alemanha e nos Es-tados Unidos, o que aumentou muito as importações de peças para o setor. Precisamos rever isso, apro¬veitar o câmbio do dólar favo¬rável à produção brasileira e essas medidas para que o País exporte mais do que importe.”


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