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19/03/2015

Renovação de frota e exportações: temas a avançar.

Por Décio Costa

- 19/03/2015

O segmento de veículos pesados no Brasil convive já há muitos anos com uma antiga reivindicação: a renovação de frota. Além de assunto frequente nos bastidores, já foram diversas as tentativas de criar um programa que funcionasse de maneira eficaz.

O tema ganhou força mais uma vez em 2013, em virtude de projeto encaminhado pela Anfavea ao governo federal. Em linhas gerais, após a entrega do veículo antigo para sucateamento, o proprietário receberia carta de crédito no valor de R$ 30 mil, independentemente das condições do caminhão antigo. O pagamento por um veículo novo ou usado até dez anos seria descontado diretamente no valor do frete, minimizando, assim, os índices de inadimplência do programa.

“O Programa Nacional de Renovação de Frota já foi realocado na nova equipe do governo, que pediu tempo para mais análises”, conta Luiz Moan, presidente da associação.

O dirigente revela que “os novos técnicos já concordaram com o mérito do projeto. É um programa que deve gerar compras de 30 mil unidades a um custo de R$ 1 bilhão, mas em compensação promoveria economia de R$ 5 bilhões provenientes dos atuais gastos no trânsito e no sistema de saúde, por exemplo”.

Um programa de renovação de frota contribuiria de maneira consistente para as vendas de caminhões pesados. De acordo com os dados da ANTT, Agência Nacional de Transportes Terrestres, o País tem frota de 2,4 milhões de veículos de carga, dentre caminhões e implementos rodoviários.

Desse total 622,7 mil são caminhões rígidos com capacidades de 8 toneladas a 29 toneladas e cavalos-mecânicos com idade média em torno de 20 anos nas mãos de motoristas autônomos, os mais pressionados pelos custos do transporte e, portanto, com mais dificuldade para substituir o próprio veículo.

“Um caminhão precisa proporcionar rentabilidade”, reforça Mathias Carlbaum, diretor-geral da Scania. “A renovação de frota é sempre bem-vinda e não há interesses conflitantes dentre os atores envolvidos. E não apenas o governo pode ajudar, mas também a indústria, oferecendo melhores condições de financiamentos por meio de seus bancos.”

NO EXTERIOR – Outro ponto importante a alavancar a cadeia produtiva de caminhões pesados no País está nas exportações. Ainda que o horizonte do comércio exterior para o Brasil esteja cada vez mais estreito, seja por dificuldades dos países com os quais mantém relações comerciais, seja pela tão propagada ausência de competitividade, o segmento costuma chegar perto ou mesmo superar os 40% de participação nas exportações de veículos de carga como um todo.

A Anfavea preparou programa específico com o objetivo de promover as exportações brasileiras de veículos. Com o Exportar-Auto, entregue ao MDIC no início da gestão de Luiz Moan, a associação espera alcançar remessa anual de 1 milhão de autoveículos embarcados ao ano até 2017.

“O programa está em linha com o que o governo pensa: voltar a ser competitivo para poder exportar”, ressalta Moan.

O presidente da Anfavea revela que “a nova equipe do governo também pediu tempo para análise, assim como fez com o projeto de renovação de frota. Porém cabe recordar que das 53 medidas propostas no Exportar-Auto cinco já foram adotadas”.

Moan recorda ainda que “existem também conversas com mercados na África e no Caribe”, que poderiam representar novas fronteiras para os caminhões pesados Made in Brazil.


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