AutoData - Fabricantes preveem queda de até 12% para máquinas de construção em 2015
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25/03/2015

Fabricantes preveem queda de até 12% para máquinas de construção em 2015

Por Michele Loureiro

- 25/03/2015

As vendas de máquinas para construção devem apresentar recuo de até 12% neste ano. A projeção foi feita por representantes das fabricantes Case New Holland Construction, John Deere Construction Equipment e Volvo Construction Equipment em workshop realizado pela AutoData Editora na quarta-feira, 25, no Centro de Convenções Milenium, em São Paulo.

Para Afrânio Chueire, presidente da Volvo CE, os anos posteriores às eleições são tradicionalmente mais fracos: “Normalmente os volumes aumentam em anos eleitorais e caem no ano seguinte”.

O executivo avalia que o número de encomendas do governo federal, realizadas pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário, o MDA, cairá cerca de 6% neste ano. “A redução desse volume impactará nos números finais.”

Para Gino Cucchiari, diretor comercial da Case New Holland Construction, a queda das vendas deste ano também será motivada pelas incertezas econômicas: “Passamos por um período de ajustes”.

Segundo os executivos a questão da Petrobras também afetará os negócios do setor, mesmo que de forma indireta. “Temos a maior empresa do País revendo seus investimentos e com uma nova diretoria. É evidente que os negócios vão diminuir”, afirmou o presidente da Volvo CE.

Como as condições de financiamento do PSI Finame só foram definidas no fim de janeiro, as vendas de máquinas começaram efetivamente em fevereiro e desta forma o primeiro bimestre será prejudicado.

Na Volvo CE as vendas iniciaram o ano em queda: “As políticas de financiamento deixaram os consumidores inseguros e já prevíamos o recuo”, disse Chueire. Na CHN Construction as vendas recuaram mais aos concessionários neste primeiro bimestre. “Observamos que a rede está insegura em comprar por medo de aumento dos estoques”, afirmou Cucchiari. “Mas as vendas aos consumidores caíram menos do que o esperado no começo do ano”, salientou.

Já na John Deere 2015 começou de forma mais positiva na comparação com o início do ano passado, mas por uma situação particular. Thiago Cibim, gerente de suporte ao cliente, lembra que a fabricante iniciou a produção em Indaiatuba, SP, em fevereiro de 2014, e assim os volumes neste ano são naturalmente maiores.

Os três executivos, em uníssono, acreditam que o volume de vendas deve apresentar reação a partir de meados de abril. Contudo, a média mensal deve ser inferior a 2014 e assim esse movimento não será suficiente para amenizar a perda anual.

“Olhando mais pra frente nos apoiamos em estudo do BNDES que prevê investimentos totais na economia do País na faixa de R$ 4 trilhões de 2015 a 2018. Uma hora a turbulência vai passar e o País voltará a crescer”, diz o presidente da Volvo CE.


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