AutoData - Anfavea abre a semana com três reuniões com o governo
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16/04/2015

Anfavea abre a semana com três reuniões com o governo

Por Viviane Biondo

- 16/04/2015

Luiz Moan, presidente da Anfavea, iniciou a semana com uma série de três reuniões com representantes do governo na segunda-feira, 16. O executivo, que não revelou com quais dirigentes esteve tampouco as pautas debatidas, afirmou apenas que saiu “esperançoso” dos encontros.

Moan anunciou a agenda cumprida, ainda que timidamente, durante sua participação no Seminário Compras Automotivas 2015, realizado pela AutoData Editora no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo.

Após um primeiro bimestre negativo no mercado automotivo, o executivo antecipou que as vendas continuam “reprimidas” na primeira quinzena de março, o que deverá se demonstrar na revisão das projeções para o setor automotivo da associação para o ano. Mas há alento:

“Voltamos aos volumes de 2009. Alterei meu horário de participação no seminário justamente em razão das reuniões. Elas foram positivas, vim para cá mais esperançoso.”

Durante sua participação no Compras Automotivas, Moan pormenorizou ainda as propostas do projeto Tríplice Fronteira, já antecipado com exclusividade à AutoData em 25 de fevereiro. Entregue ao governo há cerca de um mês este é, na análise do executivo, essencial para promover aumento da competitividade de autopeças e sistemas nacionais e, consequentemente, dos veículos produzidos na região.

“Criar uma zona de produção de componentes sem similar no Mercosul é a maneira mais rápida de atrair investimentos. A ideia é formar um polo de produção na região que engloba as fronteiras de Argentina, Brasil e Paraguai. É uma ideia para se ter base produtiva de peças de maior valor agregado, caso de eletrônicos e conjuntos como transmissão automática.”

Ele completou: “Precisamos dar um salto com a produção de autopeças com mais tecnologia. É preciso gerar maior competitividade no mercado interno e, com o ganho de escala, auxiliar as exportações”.

Moan revelou que pretende juntar esforços com o Sindipeças, a indústria de plástico e a Abinee, Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica. Ele evitou, porém, traçar estimativas para a conclusão do projeto: “Depende de outros anúncios que o governo deve fazer”.

Na pauta da Anfavea está também o plano nacional de exportações. Estes frutos, no entanto, não devem ser colhidos no curto prazo:

“No setor isso não é feito de um dia para o outro. É preciso ter peças a custo competitivo, buscar o cliente e refazer o projeto do veículo para os diferentes mercados, pois cada país tem uma característica, além do preparo do pós-vendas. Assim, o início da exportação leva de cinco a seis meses.”

Recentemente o presidente reuniu-se com dirigentes da Argentina para discutir o acordo bilateral automotivo, que vence em 30 de junho, e também de Colômbia e Peru para tratar de programas de exportações.

O presidente ainda reiterou a importância do Inovar-Auto: “Sem o programa a participação de mercado dos importados hoje estaria em 40%, e felizmente este ano devemos ficar em 16%”.

Ele destacou que na esteira do programa vieram numerosos lançamentos de modelos “em princípio com autopeças e componentes importados, mas com cronograma para nacionalização”. Moan também debateu a necessidade da criação de um programa de proteção ao emprego mais amplo que o atual. “Em vez de layoff, que obriga a paralisação de 100% das atividades, propusemos a redução de jornada e, proporcionalmente, de salário, para adequar o nível de produção a um momento específico de mercado em baixa.”


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