AutoData - Consolidação, o único caminho para os Tier 2
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16/04/2015

Consolidação, o único caminho para os Tier 2

Por André Barros

- 16/04/2015

Dar sequência a processo de consolidação para fortalecer as estruturas e assim ampliar o faturamento é um dos caminhos indicados para as pequenas e médias empresas que formam a faixa dos Tier 2 de fornecimento. Essa análise foi apresentada por Maurício Muramoto, diretor da Deloitte do Brasil, em painel que abordou os problemas enfrentados por esse degrau da cadeia automotiva no Seminário AutoData Compras Automotivas 2015, organizado na segunda-feira, 16, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo.

Mesmo diante de cenário desafiador de globalização das plataformas, em que as montadoras tendem a buscar fornecedores com efetiva presença nos cinco continentes para aquisição de peças padronizadas que podem ser usadas em diferentes modelos, Muramoto não crê que o segmento Tier 2 brasileiro esteja com os dias contados.

“Fizemos um extenso trabalho de pesquisa, em campo, para identificar a situação real desse degrau da cadeia e existem muitas pequenas empresas com alto faturamento, que exportam e têm boa condição de caixa. O mercado não está totalmente destruído. Acredito, portanto, que o processo de consolidação é inevitável para aumentar a produtividade.”

O consultor afirmou que são filiadas ao Sindipeças cerca de trezentas pequenas e médias empresas, que compõem a base do segmento de autopeças. Uma redução deste número ajudaria a fortalecer aquelas que estão em dificuldade e gerar melhor condições de competitividade no mercado nacional e global, acredita o palestrante.

Há também oportunidades dentro do mercado local: segundo Muramoto o Inovar-Auto e o câmbio, agora apreciado e aparentemente alçado a novo patamar, forçam a localização de peças e componentes. Cabe aos fornecedores promover ações de aumento de qualidade e para novas tecnologias.

“Sei das dificuldades dos principais executivos dessas empresas, muita delas com estrutura familiar e dependente da presença do corpo diretor diariamente. Mas há a necessidade de fazer missões internacionais, para ver o que está sendo feito lá fora e aplicar aqui. O Sindipeças também vai ajudar, com a criação de um Conselho para dar suporte gratuito a essas empresas.”

Segundo Muramoto o Conselho será apresentado oficialmente na semana que vem.

Segundo projeções da Deloitte divulgadas por ele durante o evento em 2016 a indústria automotiva operará com apenas metade de sua capacidade instalada – ou seja: o nível de produção anual, ali, estaria na faixa de 2,8 milhões de unidades.

“Ao contrário do que muitos preveem 2016 ainda não será o ano da redenção. Ela talvez venha em 2017, mas ainda há muitas indefinições com relação ao Inovar-Auto. O momento atual da indústria é de instabilidade.”


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