AutoData - Fornecedores preveem recuperação da indústria em dezoito meses
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16/04/2015

Fornecedores preveem recuperação da indústria em dezoito meses

Por Michele Loureiro

- 16/04/2015

Representantes da Basf, Rhodia e Pirelli foram unânimes durante o Seminário Compras Automotivas da AutoData: a recuperação do mercado automotivo só virá em dezoito meses.

O evento foi realizado na segunda-feira, 16, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo, SP.

Na avaliação dos fornecedores a retomada econômica do País depende do sucesso das medidas anunciadas recentemente pelo governo federal. No entanto, eles acreditam que levará mais de um ano até que seja possível notar uma recuperação.

Para Marcelo Leonessa, vice-presidente de compras da Basf, a indústria automotiva deve se recuperar até o final de 2016. “Acredito que vamos observar um novo patamar, diferente dos recordes que estávamos vivenciando. Mesmo assim ainda será um mercado interessante.”

Segundo Marcos Curti, diretor geral da Rhodia, tem sido difícil explicar o momento econômico do Brasil para a matriz francesa da empresa química. “Em 2009 o País estava em alta e era fácil aprovar investimentos por aqui. Porém, nas últimas reuniões perdemos relevância e somos sempre os últimos a falar. É difícil explicar o que aconteceu aqui.”

O executivo afirmou que apesar de a economia passar por ciclos, a situação do Brasil é diferente. “Aqui as medidas são sempre emergenciais e não estruturais. Por isso vivemos sempre a espera de uma nova crise e no meio tempo alçamos voos de galinha, sabendo que vamos cair.”

Roberto Fernando Ruoppolo, diretor de equipamento original da Pirelli, ressaltou a relevância do País nos negócios globais da fabricante de pneus. “Isso tem a parte do ônus e da honra. Estamos sempre no radar da matriz, mas tem sido difícil apresentar resultados. Infelizmente teremos de fazer ajustes que não gostaríamos por aqui.”

Na avaliação dos executivos o câmbio instável é uma das principais preocupações. “É difícil não repassar custos quando 80% da matéria prima da Pirelli é importada”, afirmou Ruoppolo.

O aumento dos custos trabalhistas e das tarifas de energia elétrica e água também são queixas recorrentes. “Em 2014 ficamos com a produção paralisada por 45 dias na unidade de Paulínia por falta de água”, disse Curti, da Rhodia.


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