AutoData - Vendas de implementos pesados devem recuar 33% neste ano
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27/05/2015

Vendas de implementos pesados devem recuar 33% neste ano

Por Michele Loureiro

- 27/05/2015

As vendas de implementos pesados devem acompanhar a tendência de queda observada no segmento de caminhões e encerrar o ano em baixa. Segundo o presidente da Anfir, Alcides Braga, devem ser comercializados cerca de 40 mil reboques e semirreboques no País em 2015, ante 60 mil no ano passado – retração de 33%.

Braga revelou a projeção durante o Workshop AutoData Tendências Setoriais – Caminhões, realizado na segunda-feira, 27, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo. De acordo com o executivo mesmo com a baixa esperada o segmento ainda continua com um bom desempenho.

“O Brasil orbita na faixa de 50 mil reboques e semirreboques anuais. Se calcularmos a média de 2011 a 2014 temos 62 mil unidades. Ainda que a projeção de 2015 se concretize teremos uma média de 52 mil unidades nos últimos quatro anos, e isso ainda é bom número.”

O presidente da Anfir ressaltou o esforço da indústria para evitar demissões, em momento que os estoques chegam a cerca de dois meses. “A maioria das empresas está usando a bola de cristal e produzindo as formatações mais comuns na expectativa de que as vendas sejam retomadas. É uma tentativa para reduzir a ociosidade nas fábricas. O segmento, que sempre trabalhou por encomendas, agora se vê obrigado a produzir antes mesmo de vender.”

Pelos cálculos do dirigente a força de trabalho do setor já caiu 20% desde o final de 2014. “Há muitas medidas de flexibilização em andamento, mas as empresas ainda falam em mão de obra excedente.”

Cesar Pissetti, diretor de Marketing e Exportação da Randon, também participou do painel, no qual confirmou que o cenário é de dificuldades: “Estou há 42 anos na Randon. Passei pela concordata em 1982 e fazia muito tempo que não vivíamos um momento tão delicado”.

O diretor completou afirmando que os negócios na Argentina, onde a companhia mantém operação, estão ainda mais complicados. “Quem reclama do Brasil não imagina como é difícil na Argentina.”

Uma das saídas da Randon foi ampliar o foco nas exportações. Segundo o executivo 70% dos implementos exportados no País atualmente são da companhia: “Nós não priorizamos o mercado interno nem quando a situação aqui está favorável. Contamos com o mercado externo em todos os momentos e cultivamos nossos clientes. Em épocas como esta, isso é valioso.”

Apesar do momento complicado os dois executivos preveem o inicio de uma retomada no segundo semestre. Braga afirmou que manteve conversas com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, e disse que ele “afirmou de forma subliminar” que haverá um PAC 3. “Seriam demandados cerca de 2,5 mil caminhões e isso nos ajudaria muito.”

Já Pissetti aposta na realização da Fenatran como uma forma de reanimar a indústria. “É um lugar de rever amigos e de cultivar o otimismo.” Braga garantiu que 40 empresas do segmento já confirmaram presença na feira, que acontece em novembro.


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