Dimitris Psillakis deixará o posto de diretor geral de automóveis da Mercedes-Benz do Brasil: o executivo foi nomeado presidente e CEO da fabricante de origem alemã na Coréia do Sul, cargo que assumirá em 1º. de setembro. Seu substituto será indicado futuramente, segundo a empresa.
O movimento se deve à saída de Rainer Genes, atual presidente e CEO da empresa na Turquia, que deixa a indústria automotiva a partir de 1º. de agosto. Seu posto será assumido por Britta Seeger, que até então comandava a empresa na Coréia do Sul.
Psillakis entrega o cargo com a certeza de que as vendas de automóveis de luxo da marca da estrela no País crescerão em 2015: no primeiro quadrimestre os emplacamentos somaram 4 mil 238 unidades, alta de 31% na comparação com os 3 mil 242 do mesmo período do ano passado.
A montadora considera como participantes deste segmento apenas suas conterrâneas Audi e BMW, ignorando outras fabricantes como a Jaguar Land Rover. Nesta análise, de janeiro a abril a M-B cresceu mais do que o segmento, vez que as três juntas venderam 13 mil 907 unidades, alta de 18% o mesmo período do ano passado.
Psillakis acrescenta que os números da M-B poderiam ser ainda melhores, “uma vez que tivemos falta de alguns produtos, em função de antecipação de compras do ano passado pelo reajuste do IPI. O estoque foi normalizado apenas em abril, quando crescemos 62% ante mesmo mês do ano passado. Tudo indica que os próximos meses serão melhores, pois teremos sete lançamentos até dezembro”.
Dentre as novidades estão o superesportivo C63 AMG, de 502 cavalos, o AMG GT e a nova linha GLK, no fim do ano. O portfólio parte de R$ 121,5 mil, caso do Classe A, e vai a R$ 855 mil, para o AMG GT que estreia este mês.
Atualmente o Classe C e o GLA lideram as vendas da marca, com fatia de 65% das entregas – são justamente os modelos a serem produzidos em Iracemápolis, no Interior de São Paulo, a partir do ano que vem.
O otimismo mesmo em cenário de baixa de 18% nas vendas de veículos leves no acumulado anual justifica-se por uma série de razões, argumenta de Psillakis: “Nosso cliente não foi afetado pela crise de confiança. As classes A e B mantêm alto poder aquisitivo e estimo que o segmento premium crescerá 25% ante as cerca de 40 mil vendas no ano passado. Além disso, continuamos trabalhando para evitar qualquer efeito do cenário adverso”.
Dentre as ações da Mercedes-Benz para fisgar clientes, tanto das marcas concorrentes quanto das de maior volume, está programa de pacotes de manutenção com preços fixos.
“24% das nossas vendas contam com pacotes de manutenção, volume que supera a nossa expectativa. O pós-vendas é fundamental: nosso cliente precisa ter uma boa relação com as oficinas. É como a ida ao médico, da qual ninguém gosta mas é necessária.”
Outra importante estratégia da Mercedes-Benz é o crescimento da rede de concessionárias, atualmente com 45 pontos e previsão de alcançar 55 até o fim do ano. Em 2012 as revendas somavam 34 pontos.
“Serão duas novas casas na Capital paulista, além de Niterói, Uberlândia, Porto Alegre, Aracaju e Jundiaí” – ele não revelou o endereço das três restantes no plano.
A região que lidera a alta de vendas da Mercedes-Benz no acumulado do ano é a Centro-Oeste, com crescimento de 60%. “São locais que vivem momentos diferentes das grandes capitais. O Sul cresce 45%, enquanto São Paulo tem alta de 12%. Daí nosso trabalho com a inauguração de mais casas.”
Nas contas de Psillakis, 40% das vendas são por meio de financiamento – destas 50% pelo Banco Mercedes-Benz. “Nossa meta é liderar o mercado até 2016. Para tanto o foco é contar com operação abrangente, qualidade de portfólio e serviços e estratégia sustentável. Nossa briga não é por preço. Queremos tocar o coração do cliente sem deixar de lado o racional. Ou seja, ele comprará um modelo com bom custo de operação total, que não perderá valor rapidamente.”
A unidade produtiva de Iracemápolis, Interior paulista, mantém o plano de inauguração no primeiro trimestre de 2016, com capacidade produtiva de 20 mil unidades/ano.
Acordos com fornecedores estão em fase avançada de negociação, segundo Psillakis, inclusive para parcerias na montagem do motor 1.6 flex. “Ainda não acertamos se isso ocorrerá dentro ou fora da fábrica. Revelo apenas que teremos uma linha de produção para duas famílias, com conceito inovador e flexível.”
Em primeiro momento as carrocerias chegarão montadas e pintadas ao País, processo que será nacionalizado “o mais depressa possível”, segundo o executivo.
“O Brasil evoluiu seu parque de fornecedores desde a década de 1990, quando a Mercedes-Benz se instalou em Juiz de Fora. E a Mercedes-Benz também avançou, com produção mais simples e internacional. Hoje temos tecnologia alemã com desenvolvimento nos Estados Unidos e China e unidades produtivas na Hungria, África do Sul, Tailândia, Egito e, agora, Iracemápolis.”
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