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18/06/2015

Uma oficina, várias marcas

Por Viviane Biondo

- 18/06/2015

Uma oficina única para três marcas: com esse propósito o Grupo Ramasa, representante das bandeiras Nissan, Peugeot e Toyota em Goiás, criou o Lince All Service, um centro de funilaria especializado em veículos das três montadoras.

Rogério Braz, gerente de pós-vendas, explica que os clientes deixam os veículos nas próprias concessionárias para o reparo – são seis casas no Estado, distribuídas nas cidades de Goiânia, Itumbiara e Rio Verde.

“O veículo a ser reparado é guinchado de cada revenda até o centro de funilaria, que fica no Polo Empresarial de Goiânia, a 20 quilômetros do centro da Capital. Ou seja: para o cliente não há mudança em sua rotina. Mesmo com esse custo a mais de transporte a operação é mais viável: antes terceirizávamos o serviço, mas decidimos centralizar em oficina própria.”

O centro de funilaria fica em área total de 10,2 mil m² e tem capacidade para atender seiscentos veículos por mês. “O investimento em equipamentos foi de R$ 5 milhões e compensou: nosso faturamento mensal passou de R$ 200 mil para R$ 900 mil, com picos de mais de R$ 1 milhão.”

Braz conta que 70% dos reparos realizados na unidade são via companhias de seguro. “Com a centralização conseguimos unir mão de obra especializada, preço e a confiança do reparo de concessionária, o que fideliza o cliente”.

A equipe, inicialmente de vinte pessoas, passou para 47. “Vamos ampliar a estrutura de pintura com uma terceira cabine para atender ao aumento da demanda.”

Para Alarico Assumpção Junior, presidente da Fenabrave, acredita que casos como o da Lince All Service devem se tornar cada vez mais frequentes:

“Grandes grupos de diversas bandeiras ou com muitas casas de mesma marca optarão por showroom em lugares de maior visibilidade, próximos aos grandes centros urbanos, portanto mais caros, e áreas dedicadas ao pós-venda, que exigem maior espaço, mais distantes”.

O Grupo Caltabiano, em São Paulo, adota a mesma estratégia e centralizou a reparação dos modelos Chrysler, Land Rover, Mercedes-Benz, Mini e Toyota em uma mesma oficina, no bairro da Barra Funda. Roberto Lyra, gerente de pós-venda do Centro de Reparação do Grupo Caltabiano, conta que antes cada loja tinha uma estrutura de reparo própria:

“Isso demandava muito espaço. Agora todos os equipamentos e ferramentas estão centralizados em uma só estrutura. A concessionária mais distante fica a 12 quilômetros, o que não atrapalha em nada a operação”.

Assumpção Jr. endossa: “Atender em pequenas oficinas dentro das concessionárias torna-se inviável por questões de custo e de difícil manutenção de mão de obra especializada. Acredito, inclusive, que a unificação de reparo mecânico também deverá ocorrer. É um passo mais difícil, mas não impossível”.

Em Brasília, DF, o Grupo Saga unificou a funilaria das marcas Citroën, Hyundai, Jeep, Peugeot, Toyota e Volkswagen. Leandro da Silva Diniz, gerente de serviços do CRT, Centro de Reparo Técnico, conta que o faturamento mensal do negócio passou de R$ 300 mil em 2008 para R$ 3 milhões atualmente.

“É uma prática muito rentável. A mão de obra qualificada é difícil de ser encontrada e o grupo enxergou na unificação dos serviços uma oportunidade. A tendência é de que o pós-venda represente parcela cada vez maior no faturamento das empresas.”

O Grupo Saga tem também um CRT em Goiânia e vai inaugurar outro em Cuiabá, MT, com investimento de R$ 2 milhões e equipe com cerca de oitenta pessoas.

Segundo o presidente da Fenabrave, embora o sistema de distribuição automotiva não tenha uma uniformidade, caminha a passos largos para a profissionalização e adoção de modelos operacionais com foco direcionado principalmente à excelência da área de pós-venda.

“Há pequenos, médios e grandes concessionários em todo o País, abrangendo diferentes grupos econômicos, sendo que 90% ainda são empresas de origem familiar. A gestão tem se modificado em termos de profissionalização e qualidade.”


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