AutoData - Greve na Volvo em Curitiba já é a maior da história
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19/06/2015

Greve na Volvo em Curitiba já é a maior da história

Por Marcos Rozen

- 19/06/2015

A greve dos metalúrgicos da Volvo na unidade de Curitiba, PR, entrou no oitavo dia na terça-feira, 19. A paralisação já se configurou como a mais longa já ocorrida na fábrica, inaugurada em 1979 – até então o maior período fora de cinco dias.

A montadora apresentou nova proposta aos trabalhadores, mas esta foi rejeitada em assembleias realizadas na manhã da segunda-feira, 18, e terça-feira, 19. A oferta foi por abertura de lay-off para seiscentas pessoas por sete meses – sendo os dois últimos com custos arcados na totalidade pela Volvo –, abertura de PDV, Programa de Demissão Voluntária, com salários pagos até dezembro e mais de um a quatro salários adicionais dependendo do tempo de casa, além do PLR 2015, e retirada dos limitadores mínimos desta, mantendo a referência do ano passado: R$ 30 mil para o volume de produção igual ao de 2014, com adiantamento de R$ 5 mil.

O SMC, Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, dividiu a votação em duas na assembleia da segunda-feira: votaram separadamente os associados ao sindicato e os não-associados. Para o primeiro grupo, a maioria do chão-de-fábrica, o plano foi rejeitado por 54% e para o segundo, formado majoritariamente pelos funcionários administrativos, aprovado por 74%. Depois de divulgado o resultado os não-associados entraram na empresa para trabalhar e os associados continuaram em greve. Na votação de terça-feira, 19, participaram apenas os associados ao SMC.

A discordância principal agora está no valor do adiantamento da PLR. A Volvo oferece R$ 5 enquanto o sindicato pediu R$ 9,5 mil – no ano passado o valor foi de R$ 19 mil. A montadora estima queda de 50% na produção neste ano e, assim, o benefício seria de R$ 15 mil no total, mas segundo porta-voz o valor pode subir caso os volumes fabris também alcancem índices mais positivos. Nova assembleia foi agendada para a manhã da quarta-feira, 20.

MERCEDES-BENZ – Enquanto isso a Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, no ABCD paulista, mais uma vez informou ao sindicato intenção de demitir 500 funcionários, repetindo o ocorrido há um mês, quando greve por cinco dias fez a montadora reverter a decisão. Ali, foi acordado extensão de lay-off para 750 trabalhadores até 15 de junho e abertura de novo PDV até 15 de maio.

O PDV, entretanto, segundo a empresa, obteve menos de cem adesões, o que a fez insistir no corte de quinhentos trabalhadores do grupo que está em lay-off – os demais 250 têm estabilidade assegurada por restrição médica e tem retorno agendado para o fim de setembro.

Além disso a montadora anunciou férias coletivas para todo o pessoal produtivo da unidade – cerca de 7 mil trabalhadores – de 1º. a 15 de junho.

Em comunicado, a montadora considerou que “há mais de um ano busca junto ao Sindicato gerenciar o excesso de pessoas na fábrica, em razão da forte queda de vendas de veículos comerciais no mercado brasileiro. Para isso adotou medidas como semanas curtas, folgas coletivas, licenças remuneradas e lay-offs com 100% dos custos assumidos pela empresa, além de vários PDVs. No último, que se encerrou no dia 15 de maio, ofereceu o máximo de benefícios financeiros possíveis, porém, teve-se baixa adesão. Diante do exposto e da retração do mercado, a empresa precisa encerrar os 500 contratos de trabalho do grupo hoje em lay-off até o dia 29 de maio”.

A Mercedes-Benz, na nota, também acrescentou que “continuará negociando com o Sindicato medidas para gerenciar um excedente de cerca de 1 mil 750 colaboradores que está dentro da fábrica e reitera que precisa recorrer às medidas para enfrentar o desfavorável cenário econômico”.


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