A morte de Ivoncy Ioschpe

Conheci Ivonci Ioschpe em meados dos anos 70 provavelmente no antigo prédio da Fiesp no Viaduto Dona Paulina. Era um jovem empresário do Rio Grande do Sul, que começara com negócios envolvendo madeira, e a respeito de quem alguns de seus iguais de São Paulo falavam maravilhas: tinha a vontade e a disposição de ir à frente, e nos olhos a chispa da determinação. “Preste atenção a esse Ivoncy”, me disse doutor José Mindlin. Ele era presidente emérito do Conselho de Administração da Iochpe-Maxion, afastado da vida executiva desde 1998 e do próprio Conselho de Administração há oito anos.

Talvez fique correta no seu currículo a afirmação de que foi um pioneiro da segunda geração da indústria: enfrentou tarefas desbravadoras num mundo recém-saído da Segunda Guerra. Tornou-se, à custa da chispa nos olhos e dos seus méritos, um industrial brasileiro, particularmente no setor de transportes, nos segmentos ferroviário e automotivo.

Foi um dos integrantes do Fórum de Líderes escolhido pelos leitores da extinta Gazeta Mercantil. A seu lado estavam José Mindlin, Antônio Ermírio, Cláudio Bardella, Dílson Funaro… Industriais na defesa da democracia e do Estado de Direito, contra a ditadura.

Ivoncy Ioschpe certamente partiu amargurado com as dificuldades pelas quais passa hoje a indústria no País.

Seu filho Dan é o atual presidente do Sindipeças, eleito em 2016 e reeleito em 2019. Encerra seu mandato em abril. (Vicente Alessi Filho).