São Paulo – Quem nunca se perguntou como é possível algo que você pesquisou na internet apenas uma vez aparecer, de repente, em todas as suas redes sociais? E a partir daí sua vida digital começar a ser bombardeada com informações relacionadas àquela busca, com a oferta de produtos e serviços? Pois essa é uma das aplicações da inteligência artificial que tem sido bastante usada pelas empresas de marketing digital. Atenta à possibilidade de negócio a Lead Force aprimorou plataforma dedicada ao setor automotivo para analisar cliques e ligações e transformar esses dados em informação para montadoras e concessionárias. E assim contribuir para atingir potenciais clientes que demonstrem algum interesse em seus produtos.
Há sete anos no mercado a Lead Force, de Porto Alegre, RS, ganhou impulso com a pandemia, período em que a operação dobrou de tamanho. Com o isolamento social e a instituição do home office a internet tornou-se ferramenta de trabalho e de consumo obrigatória. Esse comportamento vale, inclusive, para a compra de veículos. Foi o que avaliou o diretor comercial da Lead Force, Isac Campos, porque trata-se "de caminho sem volta o hábito do consumidor pesquisar tudo o que for possível na web para só então, com a decisão de compra, ir às lojas para testar o carro que tem interesse":
Campos afirmou que, para tanto, é condição obrigatória que a empresa esteja presente na web, com site, invista no Google para que as pesquisas sejam direcionadas à página e alimente perfis em redes sociais: “Hoje 90% da intenção de compra começa nesses meios digitais. Quem não estiver neles perde espaço para a concorrência”.
A matéria-prima principal para que a empresa promova aumento das vendas é o que chama de lead, oportunidade de negócio gerada a partir da internet, de campanhas do Google ou das redes sociais: “É possível a partir deles entender, por exemplo, de onde veio o interesse, quem foi à loja e se é possível nutrir esse potencial cliente com informações sobre o modelo pesquisado para que seja convertido em venda”.
Além disso a plataforma, chamada DMC, Dealer Marketing Center, concentra todos os canais virtuais do cliente e emite avisos para responder comentários. De acordo com o diretor comercial o principal ganho que o concessionário tem é a redução em 50% do tempo gasto para analisar as informações e lidar com elas, uma vez que a plataforma oferece toda essa assessoria.
O gerente de marketing Marcelo Magagnin assinalou que, dessa forma, “a empresa pode focar no que interessa, como em sua estratégia de mercado e não tanto em sua operação”:
“Ao fazermos uso de tecnologias como business intelligence mostramos ao cliente como ele está no mercado tanto em sua região como diante dos revendedores da mesma marca. Damos a ele uma trilha para que busque sua visão do mercado”.
A companhia encerrou 2021 com carteira composta por 1 mil 81 concessionárias e duas fabricantes de veículos, a Toyota e a BRP, Bombardier Recreational Products. Faturou o equivalente a R$ 10 milhões e ampliou o quadro de funcionários de 27 para 73 profissionais em dois anos, disse Campos: “Hoje detemos um quarto desse mercado, o qual lideramos. No ano passado ampliamos nossa presença com incremendo de 38% no volume de clientes”.
Os executivos contaram que estão fechando contrato com rede de concessionárias que vai agregar mais cem lojas à carteira.
Magagnin estimou que o uso da plataforma alavanca as vendas de 15% a 18%, pelo menos. Segundo o gerente a taxa de conversão dos interessados na internet é de aproximadamente 30% e que, geralmente, 20% dos que demonstram alguma curiosidade a respeito do produto anunciado não vingam.
Novidades — Com foco em oferecer soluções avançadas em marketing digital para o setor de mobilidade a Lead Force investiu no ano passado R$ 3 milhões para aprimorar suas ferramentas e não apenas realizar análise quantitativa, com números e gráficos, mas também qualitativa, das informações disponíveis.
Além disso lançará, em março, serviço que realiza a transcrição e a análise das ligações realizadas com call centers de montadoras e concessionárias chamado speech analytics, Magagnin antecipou a AutoData. Ele contou que hoje as empresas alocam alguns profissionais para ouvir amostra aleatória de ligações telefônicas e para entender um pouco mais do teor das conversas, porém, com o uso da tecnologia de inteligência artificial será possível fornecer estatísticas a respeito de quantas ligações foram atendidas, quais se referiam a financiamento, compra de veículo novo e usado, dentre outros tópicos:
“Fazer a verificação de ligações é o pesadelo do call center e, além disso, não há 100% de assertividade. Estamos virando a chave de um paradigma e expandiremos esse serviço para WhatsApp e Facebook. Se alguém falar a palavra Procon, por exemplo, será oferecido atendimento especial a fim de tentar reverter a situação. Assim como, se a conversa com o atendente vai mal, é acionado um supervisor para intervir prontamente.”
Com o uso da solução, somado ao da plataforma, o gerente acredita que é possível obter aumento de pelo menos 20% a 30% nas vendas.
Para este ano os planos são ampliar o faturamento da companhia em 40% e chegar a 110 funcionários. Há vagas abertas para as áreas de marketing, tecnologia da informação e administrativa e o trabalho é remoto. Interessados podem enviar currículo para rh@leadforce.com.br.