São Paulo – As vendas diretas impulsionaram o resultado de julho, quando 182 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus foram licenciados no mercado brasileiro, alta de 3,7% sobre igual mês do ano passado e de 2,2% sobre junho. Segundo a Anfavea elas representaram 50% do total de emplacamentos de veículos leves, contra uma média de 42% no acumulado do ano.
“Notamos esse crescimento nas vendas diretas”, disse o presidente Márcio de Lima Leite. “Nessa modalidade a dependência de crédito para financiamento é menor. Vamos procurar entender melhor nos próximos meses como o mercado vai se comportar”.
Lima disse que os juros na casa dos 30% ao ano para financiamento de veículos por pessoas físicas estão afastando a classe média do mercado. Junto com a maior rigidez dos bancos na hora de liberar o crédito a participação nas compras à vista chegou a 65% de janeiro a junho, enquanto as financiadas responderam pelos outros 35%. Em 2021 as vendas a prazo representaram 80% do total comercializado.
A boa notícia para o presidente foi a média diária de 8,7 mil unidades/dia em 21 dias úteis do mês passado. Segundo ele é um motivo para celebrar, mas a busca segue pelos 9,5 mil emplacamentos diários nos próximos meses:
“A nova redução do IPI deverá trazer impactos positivos, assim como um maior volume disponível do mercado interno por causa da queda nas exportações para a Argentina. Mas o que vai causar impacto, de fato, será a melhora no fornecimento de semicondutores: essa é a grande expectativa que nós temos para o segundo semestre”.
No acumulado do ano foram comercializados 1,1 milhão de veículos, recuo de 12% sobre igual período do ano passado. O bom desempenho em junho ajudou a reduzir a retração no ano, que era de 14,5% no primeiro semestre.
Estoques – Os estoques do último dia de julho tinham capacidade para atender a 25 dias de demanda, um dia a mais que junho, mas com volume ainda distante do que a indústria estava acostumada a trabalhar antes da pandemia. O entrave para produzir mais continua sendo os semicondutores, que também causam outros problemas, como descompasso no mix de produção de alguns modelos.