Equipamento desenvolvido nos Estados Unidos já está sendo comercializado no Brasil, ainda importado
São Paulo — A Eaton apresentou na Lat.Bus 2022 sua nova transmissão de quatro marchas para veículos elétricos e híbridos, dedicada ao segmento pesado, com capacidade para melhorar sua autonomia em até 30%. Henrique Uhl, gerente de estratégia de produto da empresa, disse que os primeiros projetos de elétricos não demandavam transmissão, mas após alguns anos as montadoras notaram a necessidade.
No Brasil a Eaton está em fase de prospecção, apresentando a transmissão para as montadoras, com expectativa de ganhar volume: “Podemos produzir essa transmissão no Brasil, na fábrica de Valinhos. Ela está pronta e requer pequenas adaptações. Dependemos do volume para nacionalizar e esperamos que ele venha nos próximos anos”.
O gerente disse que um veículo elétrico ou híbrido equipado com a transmissão de quatro marchas melhora seu desempenho no para-e-anda do trânsito das grandes cidades, e reduz o consumo na saída do veículo. Em altas velocidades essa transmissão também é importante porque reduz a rotação, consumindo menos carga da bateria.
Algumas empresas já utilizam câmbio de duas marchas em seus veículos pesados, caso do ônibus elétrico da Volvo, o BZL, que chegará ao Brasil em 2023.
A Eaton acredita que no Brasil o avanço da eletrificação acontecerá com os veículos híbridos flex, pelas características do País, com os elétricos crescendo em segmentos específicos como distribuição de mercadorias em grandes centros urbanos, com estrutura de recarga, coleta de lixo noturna sem ruídos e transporte público.
Hoje a transmissão de quatro marchas para o segmento eletrificado já é comercializada na China, em outros mercados asiáticos e nos Estados Unidos.
Veículos leves — No segmento leve o uso da transmissão de quatro marchas não deverá ser tão demandado porque existe uma outra solução no mercado, o redutor, que como o nome já diz serve para reduzir as rotações do veículo em determinadas situações, ajudando também no consumo de energia da bateria.
A Eaton já possui essa solução desenvolvida, a fornece em outros mercados e busca clientes no Brasil. Caso a demanda por esse item cresça também existe a possibilidade de nacionalização.