Presidente Márcio de Lima Leite afirmou que sinal amarelo foi aceso no setor
São Paulo – Ao encerrar o primeiro trimestre com 471,8 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus comercializados, 16,3% acima do resultado dos primeiros três meses de 2022, o mercado brasileiro ficou, ainda assim, abaixo da projeção da Anfavea, que indicava pelo menos 500 mil unidades comercializadas de janeiro a março. O fato acendeu o sinal amarelo no setor, segundo o presidente Márcio de Lima Leite.
O grande entrave, de acordo com o executivo, é o crédito: com as taxas de juros elevadas, inadimplência do setor em alta e maior seletividade dos bancos na hora de conceder financiamentos o mercado travou: “Não fossem as locadoras, que estão comprando mais, o resultado estaria ainda pior”.
Segundo a Anfavea dos 437 mil automóveis e comerciais leves vendidos no primeiro trimestre 107 mil foram para locadoras, com o varejo ficando responsável por 330 mil. No ano passado, neste mesmo período, de 375 mil veículos leves licenciados 84 mil ficaram para as locadoras e 291 mil no varejo.
“Ou seja: das 62 mil unidades de crescimento do mercado 23 mil foram das locadoras. Ou seja: quase 40% do crescimento do mercado foi por causa das locadoras.”
Lima Leite descartou, entretanto, rever as projeções para o ano: ainda é precipitado, na sua opinião, pois o governo tem trabalhado em alguns mecanismos para fazer com que o mercado cresça, como o carro verde popular e a renovação de frota. Mas não são projetos garantidos.
Em março as vendas somaram 199 mil unidades, alta de 35,5% sobre o mesmo mês do ano passado e de 53,1% sobre fevereiro: “Mas existem poréns: em março do ano passado estávamos em meio à crise dos semicondutores e fevereiro teve o carnaval e poucos dias úteis. O mês passado foi cheio”.
O desempenho mais fraco do mercado fez com que os estoques crescessem para 203,9 mil unidades nos pátios e revendas, igual a 31 dias de vendas. Em fevereiro eram 189,2 mil veículos, suficientes para suprir 29 dias.
O presidente da Anfavea chamou a atenção também para o aumento da participação dos importados no mercado: no trimestre chegou a 13,8%. O problema é que dobraram as importações de países com os quais o Brasil não mantém acordos comerciais bilaterais, como México e Argentina, por exemplo: quase dobraram segundo Lima Leite.