Sindipeças reduz projeções da indústria com mau desempenho dos pesados

São Paulo – O Sindipeças passou a projetar queda de até 1,2% na produção de veículos na comparação com 2022, para 2 milhões 341 mil unidades. É uma revisão, para baixo, da previsão inicial, de janeiro, que indicava 2 milhões 370 mil veículos produzidos no ano, volume estável com relação ao ano passado. George Rugitsky, diretor de economia e mercados do Sindipeças, divulgou as novas estimativas no segundo dia do Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2023, realizado de forma online até a quarta-feira, 22. Segundo ele os números foram definidos internamente na semana passada.

A revisão foi puxada para baixo por causa de caminhões e ônibus, que estão sofrendo com a transição de regulamentação de emissões com a adoção da tecnologia Euro 6, que gerou alta nos preços dos veículos e movimento de antecipação de compras no ano passado, segundo o diretor.

Para caminhões a projeção atual é de queda de 36% na produção, que chegará a 104 mil unidades, contra a previsão inicial de cair 24,1%, e a indústria de ônibus deverá retrair 39,7%, porcentual que era 24,7% em janeiro, chegando a 19 mil unidades.

A previsão para produção de automóveis foi revisada para cima, saindo de 1 milhão 828 mil para 1 milhão 830 mil, o que representará incremento de 0,3% sobre 2022. Os comerciais leves são o segmento com a maior projeção de alta no ano, 10,5%, chegando a 388 mil unidades, mas a previsão inicial era de alta de 12,5% o – Sindipeças entende que haverá desaceleração na demanda. 

Rugitsky não acredita em possíveis mudanças que possam gerar crescimento para a indústria geral: “Olhando para a média do primeiro semestre, e analisando o que precisaria acontecer no segundo, entendemos que não conseguiremos aumentar a produção. Seria necessário acontecer algo muito diferente do que ocorreu até agora”.

Para 2024 a projeção do Sindipeças aponta para 2 milhões 498 mil veículos produzidos, alta de 6,7% sobre 2023. Este crescimento será bem maior nos veículos pesados, por causa da baixa base de comparação, com caminhões chegando a 143 mil unidades produzidas, volume 37,4% superior ao de 2022, e a produção de ônibus deverá crescer 15% na mesma base comparativa, somando 22 mil chassis. 

No caso dos automóveis a expectativa é de alta 5,2% na produção em 2024, somando 1 milhão 925 mil veículos. O porcentual de expansão projetado para os comerciais leves é o mesmo dos automóveis, 5,2%, chegando a 408 mil unidades. 

O Sindipeças acredita que a indústria nacional produzirá cerca de 2 milhão 659 mil veículos em 2025 e 2 milhões 765 mil em 2026.

Autopeças – Para os fabricantes de autopeças instaladas no País a projeção é de crescimento de 7,1% no faturamento ante 2022, chegando a R$ 250,3 bilhões. Este incremento será puxado pelo setor de reposição e pela alta nos preços, pois para a produção de veículos é esperada queda. 

Com demanda abaixo do esperado os investimentos deverão recuar 13% na comparação com 2022, somando R$ 5,8 bilhões. Para os postos de trabalho a expectativa é de leve queda, 0,6%, chegando a 276 mil empregos diretos gerados.