São Paulo – A FCC, fornecedora de polímeros que compete também no mercado automotivo, investiu R$ 50 milhões na nacionalização de produtos depois de aplicar R$ 100 milhões nos últimos dois anos. Parte do aporte foi para ampliar a produção do TPV, elastômeros termoplásticos vulcanizados, que já era produzido no Brasil com capacidade para atender a apenas 20% da demanda.
A partir de 2026, de acordo com Marcelo Garcia, diretor de negócios da FCC, será possível atender a 100% dos pedidos com um produto nacional. A empresa é a única a fornecer o componente no mercado local: “Ele é produzido em apenas seis países no mundo todo e as montadoras tinham que importar boa parte do volume usado no País, com prazo de até 180 dias para chegar. Mas a partir do ano que vem conseguiremos atender todos os pedidos com prazo de dez dias”.
O aumento da capacidade produtiva da FCC é considerado importante para a a indústria, que não dependerá mais do produto vindo de fora, que pode atrasar e, de alguma forma, afetar a produção local. A produção nacional também ajudará a reduzir os efeitos da flutuação cambial no preço do TPV
O TPV produzido pela FCC já foi homologado em diversas montadoras instaladas no País, o que permite que a empresa avance também para outros mercados, pois a homologação é internacional. Desta forma o item que já era exportado para Argentina e Colômbia avançará para mais três mercados, Canadá, Estados Unidos e México, completando o volume produtivo que será ampliado a partir do ano que vem.
O componente é fornecido para as sistemistas que o utilizam na produção de itens que substituem a borracha, como dutos de ar, vedação de janelas, botões do painel, revestimento do painel. Isso é possível porque o TPV tem muita similaridade com a borracha, mas não é natural.
Com maior produção local a FCC está negociando com grandes sistemistas uma nova oportunidade de negócios, que é a administração do estoque de TPV. Desta forma a FCC ficará responsável por cuidar do volume que cada empresa possui em estoque e abastecê-lo de acordo com o ritmo produtivo de cada uma delas.
A FCC fornece outros componentes para o setor automotivo a partir das suas duas fábricas brasileiras, no Rio Grande do Sul e na Bahia. 90% dos carros fabricados no Brasil, hoje, possuem algum componente da empresa, que também nacionalizou recentemente o ETPU, polímero termoplástico expandido, que já é fornecido para outras indústrias e deverá avançar na automotiva.
No ano passado a empresa faturou R$ 690 milhões, com expectativa de chegar a R$ 800 milhões em 2025.