São Paulo – Os ajustes necessários dentro do plano Re:Nissan, que busca reestruturar financeiramente a gigante montadora japonesa na região da América Latina, já foram todos anunciados. O fim da produção da Frontier em Córdoba, Argentina, e o fechamento de duas fábricas no México, uma em Aguascalientes, com quem mantinha joint-venture com a Mercedes-Benz, e a histórica Civac, em Morelos, além do encerramento da operação do estúdio de design em São Paulo, foram as contribuições dadas pela região ao plano de reestruturação.
Não houve pisada no freio de investimentos, garantiu o presidente da Nissan América Latina, Guy Rodriguez: “Em termos de produto nada mudou: há dois anos anunciamos o investimento de R$ 2,8 bilhões para dois novos SUVs e um motor turbo e cumprimos”, disse, referindo-se ao Novo Kicks e o Kait, os dois mais recentes lançamentos.
“Estamos acelerando: a produção da fábrica de Resende subiu de 24 carros por hora para 28 e estamos pensando em aumentar novamente a produção [para 32 carros/hora]. Contratamos mais quatrocentos funcionários.”
A América Latina responde por 25% da produção global da Nissan, somando as fábricas mexicanas e a brasileira. Em termos de volume de vendas chega a 15%, com o objetivo de subir para um a cada seis veículos vendidos: “Nossa meta é vender 500 mil unidades na região no ano fiscal de 2027. Até lá renovaremos todo o nosso portfólio”.
No Brasil o presidente local Gonzalo Ibarzábal traçou o desafio de vender 100 mil unidades já no ano fiscal atual. Rodriguez destacou o aumento de participação para 3,2% no último trimestre, ainda sem o Kait.
Faltou volume em Córdoba
Quando o CEO global Ivan Espinoza anunciou o Re:Nissan, em maio, estavam na mesa o fechamento de sete fábricas. Córdoba, na Argentina, já estava com o plano de encerramento em curso.
Rodriguez justificou que o local, que produziu a Nissan Frontier e a Renault Alaskan, jamais alcançou o volume desejado: “Nosso projeto era para 70 mil unidades por ano, volume que, infelizmente, não alcançamos. O máximo a que chegamos foi 34 mil”.
A produção da Frontier foi transferida para o México e, em breve, a picape lá produzida substituirá a argentina no portfólio local da Nissan. Outra novidade, anunciada por Rodriguez, foi a chegada da tecnologia e-power no Brasil, com o X-Trail importado do Japão.
