Chevrolet apresenta cinco carros de uma vez, dois elétricos

São Paulo – De uma só vez, em um evento que reuniu clientes, concessionários, jornalistas e influenciadores no Transamérica Expo Center, na Capital paulista, a General Motors anunciou seus cinco lançamentos da Divisão Chevrolet prometidos para o ano do centenário. Sem grandes mistérios o SUV Tracker, o hatch Onix, o sedã Onix Plus, e os SUVs elétricos Spark e Captiva EV, importados da China, foram apresentados.

O Captiva deverá demorar um pouco e não teve preço divulgado: os produzidos em Gravataí, RS, chegam às concessionárias nas próximas semanas, o Tracker já está na rede e o Spark está em pré-venda a partir da quarta-feira, 9.

Apesar dos importados da China gerarem mais barulho, pelo fato de serem inéditos e elétricos, são os nacionais que eram mais aguardados pela rede de concessionários. As vendas da Chevrolet caíram 15% no primeiro semestre e a expectativa é de, ao menos, reverter parte deste desempenho até dezembro com as novidades.

Tracker

O Tracker é o primeiro a chegar. O SUV já saiu da fábrica de São Caetano do Sul, SP, rumo às concessionárias com sua nova identidade frontal, agora alinhada ao desenho global dos SUVs Chevrolet. O conjunto de iluminação bipartido, com a luz diurna em cima e os faróis em Led em baixo, se junta à grade, para-choque, rodas e lanternas reestilizados.

Chevrolet Tracker. Foto: André Barros.

Internamente o modelo ganhou banco com espumas de diferentes densidades e superfície acolchoada e painel de instrumentos integrado com a central multimídia, gerando uma superfície de 11 polegadas. O motor turbo foi recalibrado já visando as regras do IPI verde, segundo a GM.

São cinco versões:

  • Tracker AT – R$ 119 mil 990
  • Tracker LT – R$ 154 mil 090
  • Tracker LTZ – R$ 169 mil 490
  • Tracker Premier – R$ 189 mil 590
  • Tracker RS – R$ 190 mil 590

Onix e Onix Plus

Depois vêm os campeões de volume, o hatch Onix e o sedã Onix Plus, ambos produzidos em Gravataí. Segundo o presidente da General Motors América do Sul, Santiago Chamorro, a fábrica volta a operar em dois turnos em 22 de julho, quando encerra o layoff iniciado em abril.

Chevrolet Onix. Foto: André Barros.

Agora trazem faróis full led de série na dianteira, que é toda nova – para-choque frontal e grades. Apesar de ser a parte que mais chama a atenção é no interior que estão as principais novidades, com a introdução da tela inetegrada ao painel de instrumentos, como no Tracker, ar-condicionado otimizado com auxílio de softwares de inteligência artificial. Todas as versões terão mais itens de série, como wi-fi nativo e chave presencial.

São duas opções de motor, 1.0 aspirado e 1.0 turbo, que ficaram mais econômicas: segundo a GM o Onix consegue autonomia de até 17,7 km/l com gasolina na estrada.

Chevrolet Onix Plus. Foto: André Barros.

Preços e versões:

  • Onix 1.0 MT – R$ 102 mil 990
  • Onix 1.0 Turbo MT – R$ 107 mil 290
  • Onix 1.0 AT – R$ 112 mil 290
  • Onix LT Turbo AT – R$ 118 mil 290
  • Onix LTZ Turbo AT – R$ 123 mil 490
  • Onix Premier Turbo AT – R$ 129 mil 190
  • Onix RS Turbo AT – R$ 130 mil 190
  • Onix Plus 1.0 MT – R$ 106 mil 790
  • Onix Plus 1.0 Turbo MT – R$ 113 mil 990
  • Onix Plus 1.0 AT – R$ 118 mil 990
  • Onix Plus LT Turbo AT – R$ 123 mil 790
  • Onix Plus LTZ Turbo AT – R$ 129 mil 990
  • Onix Plus Premier Turbo AT – R$ 136 mil 490

Spark e Captiva

Ainda no terceiro trimestre a rede Chevrolet será abastecida com o SUV elétrico Spark, que foi apresentado na festa do centenário, no início do ano. Ele mira exatamente no BYD Dolphin: tem espaço para apenas quatro ocupantes, movimentado por um motor elétrico de 180 Nm e traz pacote de equipamentos recheados, com um conjunto avançado de ADAS. Sua autonomia é de 258 quilômetros, pelo ciclo do Inmetro.

Chevrolet Spark. Foto: André Barros.

Ele está em pré-venda a partir da quarta-feira, 9, por R$ 159 mil 990.

Por fim, no último trimestre, chegará a Captiva EV. SUV de médio porte, que ainda está em fase de homologação e não tem preço definido.

Chevrolet Captiva EV. Foto: André Barros.

Roger Corassa fala sobre o lançamento do Volkswagen Tera no Linha de Montagem

São Paulo — O Linha de Montagem AutoData desta semana traz entrevista com Roger Corassa, vice-presidente de vendas e marketing da Volkswagen do Brasil, que revelou com exclusividade os bastidores e os resultados da ousada estratégia de lançamento do Tera, considerado o modelo mais importante da marca no Brasil nos últimos anos.

Diferente das edições anteriores, que abordaram temas amplos do setor automotivo, o programa desta vez focou em um case específico: o lançamento do novo SUV compacto da Volkswagen, que mobilizou toda a rede de concessionárias e registrou resultados impressionantes logo nas primeiras horas de vendas. Segundo Corassa mais de 63 mil pessoas visitaram as lojas no dia do lançamento e mais de 12 mil unidades do Tera foram comercializadas em menos de uma hora.

A entrevista também destacou a visão da montadora para o mercado brasileiro e sul-americano em 2025, os planos futuros de exportação do modelo produzido em Taubaté, SP, e os reflexos que o Tera poderá ter sobre o portfólio da marca no Brasil.

Além do conteúdo de peso o programa comemorou um marco importante: ultrapassou 50 mil visualizações em seus primeiros cinco episódios no canal do YouTube de AutoData. Um número que reforça o apetite por conteúdo qualificado no setor automotivo e a relevância do espaço criado para discussão aberta, direta e especializada sobre os rumos da indústria no Brasil.

O novo episódio já está disponível no canal do YouTube de AutoData.

GM une-se aos chineses, mas mantém esperança de produzir elétricos no Brasil

São Paulo – Os dois veículos chineses que serão vendidos no mercado brasileiro com o emblema Chevrolet, Spark e Captiva EV, são, para Santiago Chamorro, perfeitos para serem produzidos em alguma fábrica local da General Motors. “Veja bem, é um SUV B e um SUV C, dois segmentos bem aquecidos do mercado”, disse o presidente da General Motors América do Sul a jornalistas, após uma cerimônia em que a marca apresentou cinco lançamentos – os dois chineses e os novos Onix e Onix Plus, que saem de Gravataí, RS, e o SUV Tracker, montado em São Caetano do Sul, SP.

O que não bate é a equação para a fabricação local: “Os chineses possuem custo muito inferior ao nosso e mesmo com os 25% de imposto de importação [atualmente aplicados para veículos elétricos importados] compensa trazer de lá”.

Chamorro disse que a competitividade chinesa é justificada por dois fatores: o primeiro é a larga escala de produção. “As fábricas de lá podem produzir 45 milhões de veículos. As nossas, 4 milhões. Eles produzem 1 bilhão de toneladas de aço por ano, em boa parte com minério de ferro exportado do Brasil. As siderúrgicas locais produzem pouco mais de 30 milhões de toneladas”.

O outro fator, segundo ele, são os subsídios que as fabricantes chinesas têm e que, no Brasil, é justamente o oposto, com uma pesada carga tributária. O presidente da GM América do Sul disse que a Anfavea prepara um estudo para apresentar estes fatores ao governo e debater, em conjunto, medidas para uma “verdadeira política industrial”.

“Os mais de R$ 130 bilhões em investimentos anunciados recentemente pela indústria estão em risco com os carros chineses chegando tão facilmente ao nosso mercado”.

Então por que a GM importa os carros elétricos da China? A resposta, segundo o executivo, está no ditado “se não consegue vencer o inimigo, junte-se a ele”. Mas ele deixa claro que a sua vontade é reforçar a industrialização, trazendo veículos tecnológicos como o Spark e a Captiva para as fábricas locais.

“Meu sonho é poder produzir esses veículos aqui. O Brasil possui fonte de energia limpa, é perfeito para o carro elétrico. Mas precisamos resolver a equação”.

Liderança é bem-vinda, mas não o objetivo

Os cinco lançamentos simultâneos, considerados por Chamorro “a maior ofensiva de produtos da história da Chevrolet no Brasil”, chegam em um momento em que a rede de concessionárias ansiava por novidades. As vendas caíram 15% no primeiro semestre, para cerca de 120 mil unidades. A renovação de três dos campeões de vendas, Onix, Onix Plus e Tracker, pode ajudar a reverter os números negativos. Mas esta não é a grande preocupação do presidente:

“Participação de mercado é a estatística da vaidade, não paga a conta no fim. O mercado brasileiro é complicado, é difícil combinar bom resultado comercial com o financeiro”.

Tanto que a Chevrolet equipou seus modelos com tecnologia, oferecendo, de série, itens como faróis full-Led, painel digital integrado ao multimídia formando uma tela de 11 polegadas, wi-fi nativo e chave presencial. O preço do Onix parte de R$ 103 mil, acima de seus concorrentes, como Volkswagen Polo e Hyundai HB20.

“O brasileiro quer carro com tecnologia, segurança e qualidade”, justificou Chamorro. Mas houve a preocupação em adequar o modelo aos requisitos do programa do Carro Sustentável, que será apresentado pelo governo federal na quinta-feira, 10. “Nossa engenharia trabalhou para que o Onix se enquadrasse. Ele perdeu um cavalo de potência, algo que nossos consumidores não sentirão falta”.

Ford mantém o preço do Territory e aumenta o conteúdo

São Paulo – A Ford renovou o visual, acrescentou tecnologia embarcada e segurou o preço do novo Territory, que começa a ser vendido nas concessionárias: R$ 215 mil, o mesmo valor da linha anterior. Apresentado globalmente no Festival Interlagos 2025 o SUV teve sua dianteira redesenhada, com nova grade frontal integrada aos novos faróis, agora com formato de L, e ao novo para-choque dianteiro.

Na traseira, o para-choque também é novo, assim como algumas leves mudanças na tampa do porta-malas:

“O desenho do veículo é um ponto muito importante, segundo as pesquisas que fizemos com nossos clientes”, disse Dennis Rossini, supervisor de marketing da Ford para América do Sul. “Por esta razão apostamos que o Territory renovado seguirá sua trajetória de crescimento no Brasil: desde o lançamento da primeira geração a América do Sul foi a região em que a Ford mais vendeu o modelo, correspondendo por 64% do total vendido no mundo”.

O Territory registrou 2,3 mil emplacamentos no primeiro semestre, alta de 9% na comparação com igual período do ano passado. A expectativa é de que, com o SUV renovado, o porcentual de crescimento seja mantido ou avance mais. 

Segundo Rossini o estoque do modelo anterior que estava na rede já foi todo comercializado e o novo Territory já está à venda nas concessionárias. O plano da Ford é importar mensalmente um lote do SUV, de acordo com a demanda do mercado. O modelo chega calibrado para o mercado brasileiro.

“A nossa engenharia local realizou uma série de mudanças no modelo para adaptá-lo ao mercado nacional, enviou os padrões nacionais para a China, que os aplicou na produção e os exporta para o Brasil.”

A lista de itens ganhou novos equipamentos como novas rodas aro 19, conectividade com aplicativo Fordpass, interior com novo acabamento, bancos com aquecimento e resfriamento e novo encosto de cabeça, iluminação interna em led com 26 cores disponíveis, assistente de permanência em faixa e novo efeito de audio 3D.

Outros itens que já estavam presentes no modelo anterior seguem no atual, como kit multimídia com tela sensível ao toque de 12,3 polegadas, quadro de instrumentos digital de 12,3 polegadas, ar-condicionado digital e automático de zona dupla com saídas para o banco traseiro, teto solar panorâmico.

O motor segue o mesmo Ecoboost 1.5 de 169 cv de potência com câmbio automático de dupla embreagem e sete marchas. De acordo com Ariane Campos, supervisora de engenharia da Ford para América do Sul, o motor já chega calibrado para rodar com a gasolina nacional, que terá 30% de etanol misturado a partir de 1º de agosto.

Mário Paziani é o novo diretor de vendas da Omoda Jaecoo 

São Paulo – Mário Paziani é o novo diretor de vendas e marketing de varejo da Omoda Jaecoo. O executivo terá a missão de acelerar e consolidar os planos comerciais da empresa no País, com a meta de fazer com que o ritmo de vendas alcance volume mensal de 1 mil unidades até dezembro.

A nomeação ocorre em meio à fase de expansão da rede de concessionárias e à chegada de novos produtos ao mercado, e conclui ciclo de construção e planejamento completo de toda a área comercial.

Assim como o responsável pelo desenvolvimento de rede, Felipe Amaral, que tem a meta de chegar a setenta lojas até o fim de 2025, e André Maranhão, que responde por pós-vendas e atendimento ao cliente, Paziani também responde a Peng Hu, diretor geral para o Brasil.

Com mais de vinte anos de experiência no setor automotivo Paziani tem passagem por fabricantes e grupos de concessionárias de marcas premium como Jaguar Land Rover, na qual trabalhou por doze anos e, mais recentemente, liderou a área de vendas.

Graduado em administração pela Universidade Anhembi Morumbi ele tem especialização em finanças e marketing pela Universidade de Newcastle e MBA de executivo em marketing pela FGV.

HC Hornburg investe R$ 3,5 milhões na fábrica de Guaramirim

São Paulo – A HC Hornburg investiu R$ 3,5 milhões para estabelecer fábrica em Guaramirim, SC, distante 9,4 quilômetros da matriz em Jaraguá do Sul, SC. A unidade que acaba de ser inaugurada produzirá carrocerias frigoríficas três quartos para VUCs, dos modelos liso e palleteiro.

A fábrica em Guaramirim recebeu estrutura de produção completa com a aquisição de novas injetoras, laminadoras, mesas de vácuo, aparelhos de solda, ponte rolante, prensas e outros equipamentos.

Com 5 mil m² a unidade tem a capacidade de produzir quarenta carrocerias por mês. O plano, de acordo com a empresa, é reduzir prazos de entrega, tanto que alguns funcionários foram realocados para a nova fábrica.

Investimentos poderão ser revistos caso regras do jogo mudem, diz Anfavea

São Paulo – Fabricantes de veículos poderão rever seus planos de investimentos para o Brasil caso haja alguma mudança nas regras. Quem afirmou foi Igor Calvet, presidente executivo da Anfavea, quando questionado, na segunda-feira, 7, sobre a possibilidade de o governo aplicar descontos no imposto de importação de kits CKD e SKD, atendendo a um pleito da BYD.

Segundo ele os R$ 180 bilhões que a Anfavea calcula estarem sendo investidos pela indústria automotiva no País foram desenhados diante de um cenário de previsibilidade reforçado pelo Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, e qualquer alteração poderia provocar uma revisão.

“Em momento algum foi colocado sobre a mesa que os investimentos eram condicionados a alguma alteração. Eles foram feitos com a previsibilidade do Mover e estão garantidos, não há conversa para revisão. Agora, uma alteração na alíquota do imposto de importação prejudica muito as contas feitas e sinaliza às empresas que o governo aceita investimentos com baixa sofisticação tecnológica. Pode nos levar a revisitar as contas”.

Para Calvet a produção a partir de kits SKD ou CKD não traz sofisticação tecnológica e gera poucos empregos, razão pela qual a entidade não vê sentido em reduzir, ainda que temporariamente, as alíquotas, como pede a BYD.

A montadora chinesa, que está prestes a iniciar sua produção em Camaçari, BA, a partir de kits SKD, alega que seria uma medida provisória enquanto prepara a fábrica para a produção plena, e diz que a montagem destes kits gera empregos e tem custos superiores à importação de um carro completo. Segundo seu vice-presidente sênior, Alexandre Baldy, a cobrança da mesma alíquota no carro completo e no kit SKD ou CKD torna a importação de modelos montados mais vantajosa.

O pedido da BYD está em análise pela Camex, Câmara de Comércio Exterior, e pode ser atendido ou rejeitado nas próximas semanas. Enquanto a montadora está confiante que será atendida, pelos seus argumentos, a Anfavea acredita que o governo negará:

“As forças desindustrializantes não prevalecerão no País. Reduzir a alíquota de CKD e SKD é perpetuar movimento de baixa geração de emprego e de baixa sofisticação tecnológica e é a razão de nós, Anfavea, defendermos a não aceitação de um pleito como este. Precisamos fomentar empregos e industrialização”.

Com relação à afiliação da BYD à Anfavea, respondendo a Baldy, que disse esperar por um convite, Calvet deixou as portas abertas: “A associação à Anfavea se dá quando se inicia a produção no País. Se algum dos novos entrantes quiser se associar que conversem conosco: não há na Anfavea qualquer discriminação por origem de capital de qualquer empresa. A conversa é em duas vias, não há obrigatoriedade de nenhuma das partes em iniciar. Estamos abertos a conversar com qualquer empresa que vier a produzir aqui”.

IPI verde e Carro Sustentável

Calvet disse que ainda espera pela publicação do decreto com as regras do IPI Verde que, com base em quesitos como eficiência energética, reciclabilidade, conteúdo local e preço, decidirá a nova tributação de IPI dos veículos, enquanto não vem a reforma tributária.

“Não temos ideia ainda de quando será publicado. Como é previsto em lei [na lei do Mover] o rito é simplificado por ser um decreto. Estamos conversando com o governo”.

Calvet evitou entrar em pormenores a respeito do plano do Carro Sustentável, que zerará o IPI para alguns modelos, conforme antecipou a Agência AutoData, mas disse também aguardar para breve a sua publicação.

Caminho da Escola sustenta indústria de ônibus no primeiro semestre

São Paulo – O programa do governo federal Caminho da Escola continua sustentando o crescimento da indústria de ônibus no mercado brasileiro. Pedidos estimularam a produção, de janeiro a junho, de 15,7 mil unidades, 7,3% acima das 14,6 mil unidades fabricadas no mesmo período em 2024.

Os dados, divulgados pela Anfavea na segunda-feira, 7, mostram ainda que, assim como visto com os caminhões, as exportações de ônibus dispararam 52,3%, com 3,2 mil unidades ao longo do primeiro semestre, com demanda principalmente da Argentina, o que também ajudou a produção das montadoras.

Em junho saíram das linhas 2,7 mil chassis, 4,9% abaixo dos 2,9 mil de maio, mas 5,2% acima dos 2,6 mil do sexto mês do ano passado. Quanto aos embarques foram enviados a outros países 629 ônibus, 0,2% acima de maio e 23,6% além de junho de 2024.

Vice-presidente da entidade, Gustavo Bonini reforçou ser preciso, nesta análise, considerar o tempo que demora para um ônibus ficar pronto: “O veículo emplacado hoje teve seu chassi produzido cerca de seis meses atrás”.

Sendo assim o crescimento da fabricação é um bom indício: significa que a demanda continua aquecida e que os números refletirão novas vendas até o fim do ano.

De janeiro a junho foram emplacados 11,6 mil ônibus, o que representou alta expressiva de 31,3% em comparação ao mesmo período de 2024. Bonini ressaltou que o volume de veículos entregues por meio da iniciativa pública triplicou no primeiro semestre, ao totalizar 1,8 mil unidades, frente a seiscentas no acumulado do ano passado.

Somente em junho foram comercializadas 1,9 mil unidades, 1% acima de maio, que contou com praticamente o mesmo número de vendas, e 13% acima das 1,7 mil registradas no sexto mês de 2024.

Produção de caminhões cresce 3% puxada por exportações

São Paulo – Estimulada pela alta nas exportações a produção de caminhões cresceu 3,1% no primeiro semestre, totalizando 66,4 mil unidades, 2 mil a mais do que no mesmo período em 2024. No mesmo período, de acordo com dados da Anfavea divulgados na segunda-feira, 7, as próprias exportações cresceram 91%, somando 13,4 mil unidades.

“A produção está sendo impulsionada pela exportação e a Argentina é o mercado de maior destino dos caminhões”, contou Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea. “No comparativo do acumulado dos anos de 2024 e 2025 houve acréscimo de 266% nas compras.”

O dirigente disse que o Chile ampliou suas encomendas em 35% no período e países como Peru, México e Uruguai também compraram mais do Brasil. Apenas África do Sul apresentou recuo, mas com volumes menos expressivos.

Em junho o volume de 11,3 mil unidades representou queda 8,4% com relação a maio, que contou com 12,3 mil unidades, e 7,7% frente ao mesmo mês do ano passado, com 12,2 mil unidades. Foi o segundo mês consecutivo com redução de volumes.

No mês passado foram exportados 2,5 mil caminhões, 10,8% a menos do que em maio, com 2,8 mil unidades, mas 103,3% acima de junho de 2024, que havia registrado 1,2 mil unidades.

“Apesar da alta da exportação a queda mais acentuada na procura por caminhões está resultando em adequações das fábricas, que estão ajustando sua produção à demanda.”

Vendas de caminhões caem pelo terceiro mês consecutivo

A escalada da Selic, hoje em 15% ao ano, reflete em taxa média de juros para pessoa jurídica de 19,3% ao ano, que traz na esteira uma inadimplência aproximada de 3,1%, o maior porcentual desde 2017.

Nas vendas de caminhões o reflexo é imediato: foi o único segmento a diminuir as vendas no primeiro semestre, sendo que há três meses seguidos têm sido vistos recuos nos emplacamentos.

Foram comercializadas de janeiro a junho 54,8 mil unidades, 3,5% abaixo das 56,8 mil do mesmo período em 2024. Somente em junho as vendas alcançaram 8,5 mil unidades, 7% a menos do que em maio, 9,1 mil, e 14,7% abaixo de junho do ano passado, 10 mil.

De acordo com Bonini o impacto da alta dos juros é ainda mais intenso nos veículos pesados, que, somado ao seu custo mais elevado, faz com que o transportador opte por postergar a compra. No primeiro semestre do ano passado eles representavam 52% do total comercializado e, neste, caiu para 45%.

Venda de veículos importados cresce seis vezes mais do que a de nacionais

São Paulo – Os veículos importados, especialmente os eletrificados produzidos na China, capturaram a maior parte do crescimento de 4,8% nas vendas de janeiro a junho, quando foram emplacadas 1,2 milhão de unidades. Segundo divulgou a Anfavea os automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus produzidos no Brasil tiveram crescimento de 2,6% no primeiro semestre, para 970,6 mil unidades, e os importados avançaram 15,8% no período, somando 228,5 mil.

Foi um crescimento seis vezes superior dos importados. Em um ano as vendas cresceram, em números absolutos, 55,1 mil unidades, das quais 24,3 mil produzidas no Brasil e 30,8 mil importadas.

E a tendência é a destes números avançarem mais no caso dos importados: segundo Igor Calvet, presidente executivo da Anfavea, o primeiro semestre encerrou com mais de 110 mil veículos chineses em estoque nas concessionárias e pátios de importação: “Como em 1º de julho o imposto de importação para eletrificados subiu, houve, como no ano passado, uma antecipação das importações”.

Destes veículos importados licenciados, segundo a Anfavea, a maior parte, 102,8 mil, foram produzidos na Argentina, país com o qual há intercâmbio por causa de acordo comercial bilateral. A segunda maior origem, porém, é a China, com 71 mil veículos:

“E as importações da China cresceram 37,2%, enquanto as da Argentina 13,6%. No caso da China não tem movimento de exportação, só de importação, então este crescimento só aprofunda o processo de desindustrialização, gerando perda de empregos e enfraquecimento da cadeia de fornecedores”.

Varejo mais fraco

Calvet destacou também a queda nas vendas dos veículos nacionais no varejo. No primeiro semestre houve recuo de 10%, enquanto os importados cresceram 15%.

As vendas de veículos nacionais cresceram apenas por meio de faturamento direto, 16%. As de importados, nesta modalidade, avançaram 17%.

As locadoras seguem como principal cliente dos carros vendidos no País, somando 255,6 mil unidades adquiridas no primeiro semestre.

Em junho as locadoras adquiriram 56,3 mil dos 212,9 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus vendidos. O mercado registrou queda de 0,6% com relação a junho do ano passado e de 5,7% na comparação com maio.