O mercado de duas rodas no Brasil tem surpreendido de maneira negativa até mesmo os mais pessimistas observadores. Nos primeiros dez meses do ano, indica levantamento da Abraciclo, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, as vendas no varejo ficaram em apenas 750 mil unidades, contra pouco mais de 1 milhão em igual período do ano passado, recuo da ordem de 27%. Isso depois de queda de 11% no ano passado.
Vender motocicletas, em especial as de segmento de entrada, o mais afetado especialmente pela restrição do crédito, passou a ser um exercício diário de imaginação. Mesmo para públicos tradicionalmente mais seletos, de maior poder aquisitivo.
Prova disso são as diferentes ações que a cada semana são lançadas no mercado em complemento às tradicionais modalidades de financiamento ou ao consórcio, responsável por mais de 70% das vendas no mercado interno, mas cujo tíquete médio em setembro foi da ordem de apenas R$ 7,8 mil.
Bem aquém do custo de qualquer modelo de luxo ou de alto desempenho vendido no Brasil. Exatamente por isso criatividade e esforços financeiros tem sido quase uma imposição para essas marcas. A Ducati, por exemplo, dá um fôlego e tanto para aqueles que desejam adquirir os novos modelos XDiavel e Multistrada 1200 Enduro, produtos que variam de R$ 75 mil a R$ 90 mil.
A Ducati Financial Services tem financiamento para os dois modelos sem parcelas mensais. Pelo Ducati One Time, como foi batizado o plano, o comprador pode dar entrada a partir de 50% do valor da motocicleta e pagará o restante após doze meses da compra em uma única parcela. E, se desejar trocar de moto, poderá utilizá-la para liquidar a parcela e adquirir um novo modelo Ducati a cada ano.
“O produto foi desenvolvido para clientes que valorizam seus investimentos e aplicações, além de consumidores que recebem bonificações, prêmios e participação de lucro de empresas em períodos específicos”, diz a empresa.
A Ducati ainda tem outras opções de financiamento, como a que combina “entrada a partir de 30%, 23 prestações em média 48% menores do que num plano convencional e uma parcela final de 50% do valor da moto, com a garantia de recompra pela concessionária Ducati ao final do contrato”.
Até mesmo a recém-chegada Vespa tem procurado inovar pra atrair a clientela. Desde a segunda-feira, 21, os brasileiros poderão comprar produtos da tradicional marca italiana pela internet.
O Grupo Piaggio do Brasil, importador das motonetas, assegura que o consumidor “poderá fechar toda a compra pelo site loja.vespabrasil.com.br, sem a necessidade de se deslocar a uma loja física”. Poderá escolher modelo, motorização, cor e até acessórios e fazer o pagamento com cartão de crédito, boleto ou transferência bancária.
Quem utilizar essa modalidade de compra até 10 de dezembro ainda gozará de descontos – na compra à vista, da ordem de 10% sobre o preço de tabela.
“O consumidor tem agora a opção de pagar, receber e fazer as revisões da scooter em sua residência”, afirma, em nota, Longino Morawski, presidente da Piaggio brasileira, referindo-se ainda ao Vespa Home Service, serviço de atendimento em domicílio da entrega da scooter em qualquer lugar do País ou ainda possibilidade de fazer as revisões no local com auxílio de unidades de oficina móvel.