Creta, o SUV de Piracicaba

A Hyundai produzirá um utilitário esportivo compacto em sua fábrica de Piracicaba, no Interior de São Paulo, de onde atualmente saem os modelos da família HB20 – um hatch, um sedã e um aventureiro. Batizado com inspiração na maior ilha grega do Mar Mediterrâneo, o Creta será oficialmente apresentado ao mundo no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, que ocorre em novembro.

Ao mundo porque, apesar de compartilhar o nome do modelo já vendido em mercados como Índia, Russa e outros países sul-americanos, o Creta made in Piracicaba terá design exclusivo para o Brasil.

A informação foi confirmada pela montadora na quinta-feira, 15, em comunicado divulgado à imprensa, sem fornecer detalhes. Duas fotos dão pistas sobre o design do modelo, enquanto uma terceira revela parte da traseira do modelo, com destaque para a lanterna.

O Creta não será montado, no entanto, sobre a plataforma do HB20: segundo a Hyundai o modelo tem base na estrutura do sedã Elantra, enquanto os modelos da família HB20 derivam do i20. Câmbio e motores também serão diferentes.

A montadora promete também equipamentos inéditos para o SUV, que começará a ser vendido a partir do ano que vem. Ele chega para disputar espaço em um dos segmentos mais concorridos e com mais novidades dos últimos tempos, os utilitários esportivos compactos. Hyundai HR-V e Jeep Renegade são os líderes dessa faixa de mercado, por muitos anos dominado pelo Ford EcoSport. O lançamento mais recente foi o do Nissan Kicks.

Vendas de automóveis crescem 10% na Europa em agosto

Em agosto as vendas de automóveis nos mercados da União Europeia somaram 819,1 mil unidades, alta de 10% sobre o mesmo período do ano passado. De acordo com a Acea, associação que reúne as fabricantes de veículos instaladas no continente europeu, trata-se de um forte crescimento, considerando que o mês costuma ser fraco devido as férias locais de verão. Os dados do desempenho do setor foram divulgados pela entidade na quinta-feira, 15.

Ainda segundo a Acea, o resultado de agosto foi seguido de um declínio de 1,4% nas vendas de automóveis em julho, fato que interrompeu uma sequência de 34 meses consecutivos de crescimento nos negócios.

No acumulado do ano até agosto, o mercado europeu absorveu quase 9,8 milhões de automóveis, crescimento de 8,1% sobre o mesmo período do ano passado. De acordo com os dados da associação, todos os principais mercados do continente contribuíram com resultado positivo.

Nos primeiros oito meses do ano, Itália e Espanha apontaram crescimentos de 17,4% e 11,4%, respectivamente, França com expansão de 6,1%, Alemanha, 5,7%, e Reino Unido, 2,8%.

Tenneco amplia a fábrica de Mogi Mirim

Enquanto comemora 20 anos de presença no mercado brasileiro, a Tenneco finaliza a ampliação de sua fábrica de Mogi-Mirim, SP, onde produz componentes da linha Walker. As obras já terminaram, gerando cerca de 1 mil m² de área útil adicional à unidade, que receberá uma nova linha de sistemas de exaustão em 2017.

Em junho o diretor de engenharia e vendas da Tenneco Sistemas de Exaustão, Rafael Rampazzo, anunciou a inauguração de uma linha nova de conversores catalíticos da marca Walker na mesma fábrica, voltada ao mercado de reposição. 240 aplicações destinadas a veículos leves com motores flex, gasolina e etanol marcaram a entrada da companhia ao disputado aftermarket brasileiro.

Agora este novo investimento prevê a entrada de uma linha de produtos no ano que vem, mas a companhia não forneceu detalhes. Em comunicado, Rampazzo apenas destacou o aniversário da Tenneco:

“O balanço desses 20 anos é altamente positivo. Foi um período bastante desafiador e de muito amadurecimento e conquistas, que nos faz enxergar boas perspectivas de crescimento”.

Atualmente a Walker, uma das marcas da Tenneco – que por aqui opera também com Clevite Elastomer, Gillet e Monroe – possui mais de 4 mil tipos de escapamentos no portfólio nacional.

Uno 2017 estreia nova geração mundial de motores

A FCA apresentou na quinta-feira, 12, a linha 2017 do Fiat Uno. O compacto passou por ligeira alteração estética na dianteira, em especial na grade e para-choque. A grande alteração do hatch, no entanto, que depois de três décadas cedeu a condição de carro de entrada da marca para o Mobi, está sob o capô: uma geração rigorosamente inédita de motores.

O Uno 2017 será vendido em seis versões: duas com motor 1.0 de três cilindros e outras quatro com 1.3 de quatro cilindros. Os dois motores bicombustíveis pertencem à família chamada Firefly, contam com bloco de alumínio e fazem suas estreias mundiais no Brasil. Posteriormente, terão lugar em linhas de montagem do conglomerado da Europa.

Por enquanto, contudo, são produzidos somente na fábrica da Fiat em Betim, MG, complexo que acaba de completar 40 anos. Para isso, ganhou uma linha de produção de motores totalmente nova. A exemplo da planta pernambucana, o nível de automação na nova linha de produção em Betim, capaz de fabricar 400 mil motores anualmente, é elevado: foram instalados 186 robôs em 22 mil m².

A fábrica mineira, no total, conta agora com mais de quinhentos robôs e já tem outros 160 em processo de instalação. E muito em breve terá motivo para mais uma festa: já está praticamente pronta a nova área de pintura, alocada em gigantesco prédio de 500 metros de comprimento por 50 metros de largura.

O novo carro e a nova linha de produção de motores consumiram R$ 1 bilhão de investimento, assegura Stefan Ketter, presidente da FCA América Latina. “Posso afirmar que é a mais moderna e sofisticada fábrica de motores do grupo, com produção de qualidade mundial”, diz o executivo, que no fim do mês participará do lançamento do Compass, segundo modelo da Jeep fabricado na planta de Goiana, PE.

Os novos motores objetivam, sobretudo, a maior eficiência energética dos modelos nacionais da marca, fundamental para que a FCA atinja os níveis propostos pelo Inovar-Auto e recolha menos impostos. Não por outro motivo eles chegam agora ao mercado, exatamente quando começam as avaliações que seguirão por um ano e determinarão os índices IPI até 2020.

A FCA assegura que o Uno 2017 1.0 é 14,4% mais econômico do que seu equivalente 2016. No caso da versão 1.3 a economia seria ainda maior: de 16,7% em relação a versão atual, equipada com um motor 1.4. Ambos os motores conseguiram duas notas A no Programa Brasileiro de Etiquetagem.

A montadora garante que, mesmo com duas válvulas por cilindro, o desempenho dos novos motores é equiparável ao da maioria dos motores quatro válvulas. O 1.0 de três cilindros desenvolve 77 cv enquanto o 1.3 de quatro cilindros, 109 cv – “o maior valor já alcançado em um motor 1.3 fabricado no Brasil”, enfatiza a empresa.

Carlos Eugênio Dutra, diretor de produto da FCA, entende que as alterações estéticas, somadas aos novos motores, aos dispositivos de conforto e segurança que passam a integrar o modelo, casos da direção elétrica ou do controle de estabilidade, agora como itens de série na configuração 1.3 com câmbio automatizado e opcionais para outras versões, são argumentos fortes o suficiente para ao menos manter as vendas atuais do modelo na ordem de 3 mil unidades mensais.

Números da Fenabrave mostram que de janeiro a agosto foram emplacadas 24,1 mil unidades do Uno. O modelo é apenas o quatro carro mais vendido da marca, atrás de Palio e das picapes Strada e Toro, e o sexto no ranking de compactos, com 10,3% de participação nas vendas.

A nova linha, definitivamente, agora tira do Uno a condição de carro de entrada da marca. Os pacotes mais completos do 1.3 têm até assistente de partida em rampas e start-stop, além de sistemas eletrônicos antiderrapgem e anticapotamento.

A versão mais barata, a Attractive 1.0, custa a partir de R$ 41.840 e tem como principais itens de série, além da direção elétrica, ar-condicionado, vidros e travas elétricos, computador de bordo, sistema de partida a frio – é o fim do tanquinho de gasolina – e os obrigatórios airbag duplo e freios ABS. Além dela estão disponíveis a Way 1.0, Way 1.3, Way 1.3 Dualogic, Sporting 1.3 e a mais cara, a Sporting 1.3 Dualogic, que sai por R$ 53.690.

Com o hatch posicionado nessa faixa de preços a montadora espera estabelecer uma maior distinção com relação ao compacto Mobi. O modelo lançado no fim do primeiro trimestre ainda tem desempenho sofrível de mercado. Vendeu pouco mais de 13,8 mil unidades, muito pouco perto da projeção inicial da empresa de negociar perto de 50 mil unidades até o fim do ano.

Exclusividade mineira

A fábrica da FCA de Betim, MG, é a maior do grupo na América Latina e uma das maiores do mundo em capacidade produtiva. Com mais de 18,5 mil funcionários, poderia estar fabricando, a pleno regime, até 800 mil veículos por ano, mas hoje amarga ociosidade média de 40%.

Encontrar meio para ocupar suas linhas tem sido uma das grandes preocupações da diretoria. E uma medida já é certa: a unidade concentrará toda a produção dos motores Firefly na América do Sul, conforme garante o presidente Stefan Ketter.

A planta de Córdoba, na Argentina, receberá os Firefly brasileiros para montagem em seus veículos. E só ela. A exportação de motores sozinhos para outros países está descartada pelo executivo, que também diz não ter previsto novos investimentos na fábrica de Campo Largo, PR, de onde saem os motores 1.6 e 1.8.

O presidente da FCA mostra-se cauteloso ao falar de eventual recuperação no desempenho das vendas do setor automotivo, ainda que veja sinais positivos no curto prazo, como o começo da volta da confiança de investidores e consumidores. “Mas claramente já chegamos ao fundo do poço do mercado”, enfatizou.

Ao ser questionado sobre um eventual novo ciclo de investimentos da empresa no País, o executivo preferiu abordar o atual cenário de dificuldades do setor. Ele espera, sobretudo, que o Brasil crie instrumentos que garantam maior competitividade interna e externa para a indústria – “Buscar mais exportação é bonito, mas precisamos estar preparados para ela com excelências” – e uma agenda de longo prazo:

“Precisamos de regras mais simples e flexíveis, sejam trabalhistas ou fiscais, e que garantam maior segurança para os investidores. Não acredito em grandes coisas, mas nas pequenas mudanças que podem dar grandes resultados, ações que vêm em várias e pequenas ondas”.

Comil entra em recuperação judicial

Apenas oito meses depois de fechar as portas por tempo indeterminado de sua fábrica em Lorena, SP, a Comil entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça gaúcha na segunda-feira, 12. A encarroçadora já havia demitido 850 trabalhadores no começo deste mês e adotado somente meio turno de trabalho na sede de Erechim, RS.

A companhia, em nota, justificou a medida à “crise econômico-financeira que avassala as empresas brasileiras, especialmente o setor industrial automobilístico, que trouxe dificuldades sem precedentes em nossa indústria”.

A produção nacional de carrocerias de ônibus caiu de 32,6 mil unidades em 2013 para 17,1 mil no ano passado. Neste ano, de janeiro a agosto, foram montadas 8,6 mil unidades. Das linhas de montagem da Comil foram apenas 975. Em 2015 a empresa fabricou 2,1 mil, contra 3,1 mil do ano anterior.

“Nos últimos três anos o mercado de ônibus caiu mais de 60%, atingindo níveis de mais de uma década atrás que, associado aos baixos preços e volumes praticados, se tornaram insuficientes para cobrir os custos de produção, agravado com os encargos financeiros que restringiram drasticamente o capital de giro necessário para suportar a operação”, disse a empresa em comunicado.

“Essa crítica situação nos impeliu a tomar medidas duras e traumáticas, como o encerramento das atividades industriais da unidade em Lorena (SP) e demissões de número expressivo de trabalhadores na planta de Erechim, o que fizemos com enorme tristeza”, completou a Comil.

Após as demissões do início do mês, a fábrica gaúcha ainda reúne perto de mil funcionários – chegou a ter 4 mil. A Comil terá exatos dois meses para apresentar o plano para contornar dívidas da ordem de R$ 430 milhões, boa parte em encargos financeiros com instituições bancárias.

Na terça-feira, 13, Darsio Vieira Marques, advogado da empresa, revelou que a Comil buscava há dois anos alternativas para sua crise. “A mais viável foi a recuperação judicial”, afirmou Vieira, que assegurou que o acerto com os funcionários estará entre as prioridades do plano.

A fábrica do Interior paulista encerrou suas atividades em janeiro, apenas dois anos depois de inaugurada. A unidade produzia modelos urbanos, linha transferida para Erechim. O argumento para o fechamento da planta e a demissão de 220 trabalhadores foi exatamente a crise do mercado interno.

A unidade foi inaugurada em dezembro de 2013, após investimento de R$ 110 milhões e um ano e meio de obras. Na ocasião a encarroçadora estimava gerar quinhentos empregos diretos e 1 mil indiretos, com capacidade de produção de doze ônibus urbanos por turno, dobrando sua capacidade de produção para este tipo de veículo.

DAF aumenta a produção de Ponta Grossa

A linha de produção da fábrica da DAF em Ponta Grossa, PR, passará a montar diariamente quatro caminhões, uma evolução de 25% sobre as três unidades por dia do volume atual. A decisão já foi aprovada pela matriz e o ritmo deverá aumentar nas próximas semanas, embora o presidente Michael Kuester não consiga estipular uma data – projeta algo entre o fim de outubro e começo de novembro:

“Antes de aprovar com a matriz imaginávamos que seria mais fácil negociar com nossos fornecedores. Mas deveremos começar talvez um pouco mais tarde do que gostaríamos”.

O executivo afirmou que toda a cadeia de fornecedores de veículos pesados está desconfiada, o que considera natural, uma vez que o mercado acumula queda superior a 20% de janeiro a agosto, a segunda consecutiva. A tarefa de convencê-los a elevar a produção nesse cenário de retração é bem complicada.

Acontece que a DAF segue um caminho oposto ao da indústria no geral. As vendas de caminhões da companhia cresceram 69% até agosto, para 436 unidades. “Agora em setembro já passamos o volume de vendas do ano passado, 440 caminhões. Este ano deveremos fechar com 750 unidades comercializadas”.

Kuester usa esses argumentos nas conversas com a cadeia fornecedora, com quem afirma ter bom relacionamento – por isso confia no rápido prosseguimento do plano de aumento de produção. O executivo disse ter a sensação de que o mercado está começando a se recuperar, com base no aumento de consultas e negociações com potenciais clientes.

“As vendas de caminhões pesados, que é o segmento onde atuamos, crescerá de 15% a 20% no ano que vem. As negociações aumentaram muito e não acredito que seja apenas conosco, que tudo será traduzido em market share”.

A operação recente – a fábrica de Ponta Grossa comemorará três anos no mês que vem – cresce em ritmo inferior ao inicialmente programado, mas nada que preocupe a matriz. Este ano o objetivo de participação, 5% na faixa de mercado superior a 15 toneladas, será atingido, de acordo com o presidente. “Será abaixo do volume esperado: no ano passado falávamos em vender 1 mil caminhões”.

Da mesma forma a rede de concessionários caminha a passos mais lentos. Serão abertas mais três casas este ano, que se somarão às 22 em operação. Para depois, o ritmo do mercado determinará.

Anfir acredita em recuperação de até 15% em 2017

A Anfir acredita que o próximo ano será de recuperação. Em comunicado divulgado na quarta-feira, 14, a associação estimou crescimento de 15% nos licenciamentos de implementos rodoviários em 2017, com base na expectativa de elevação de 1,7% do PIB brasileiro no período recentemente divulgada pela equipe econômica governo federal.

“O segmento produtor de implementos rodoviários é diretamente ligado às variações de atividade econômica”, explicou Alcides Braga, presidente da Anfir, na nota. “Uma retomada como essa trará resultados positivos para a indústria”.

Mas será apenas o início da recuperação. De janeiro a agosto foram licenciados 42,6 mil implementos rodoviários, recuo de 31% com relação às 61,6 mil unidades comercializadas nos primeiros oito meses do ano passado. No segmento pesado, de reboques e semirreboques, a queda foi de 17,2%, para 16,6 mil unidades, enquanto na linha leve, de carrocerias sobre chassis, a variação ficou negativa em 37,5%, com 25,1 mil licenciamentos.

Para Braga o BNDES deverá assumir papel efetivo como fomentador da retomada econômica. O empresário pede aumento na parcela financiada no Finame, que hoje é de 50%, para 80%. “Essa alteração oferecerá ao mercado uma equação de financiamento muito mais convidativa do que o cenário atual”.

A Anfir ataca também em outra frente: o aumento das vendas externas. De quarta-feira, 14, até sexta-feira, 16, empresas do setor participam da Expomina Peru, feira que reúne o setor de internacional de mineração no país andino. A iniciativa conta com apoio da Apex-Brasil, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.

Vendas a prazo recuam 4,5% em agosto

As vendas a prazo em agosto no País somaram 415,5 mil veículos, volume 4,2% menor na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano até agosto, a queda no volume de veículos financiados foi de 6,1%. De janeiro a agosto, pouco mais de 3 milhões de unidades, contra 3,6 milhões financiadas no mesmo período do ano passado. O levantamento é da Cetip, operadora do SNG, Sistema Nacional de Gravames, base de informações que reúne o cadastro das restrições financeiras de veículos dados como garantia em operações de crédito.

Do total de veículos financiados em agosto, 155,1 mil são novos e 260,4 mil usados. Considerando somente o volume de 0 km, há crescimento de 7,4% sobre julho, mas queda de 18,4% em relação a agosto de 2015. No caso de usados, o volume representou altas de 9,3% sobre julho e de 6,9% em relação ao mesmo mês de 2015.

No segmento de automóveis isoladamente, em agosto foram financiados 334,4 mil unidades de novos e usados, alta de 8% sobre julho e uma leve baixa de 1,5% em relação a agosto de 2015. Do volume total de automóveis em agosto, 95,4 mil são de novos, resultado 5,5% maior do que o mês anterior, mas 18,1 menor em relação a agosto de 2015. Já as vendas a prazo de usados somaram 239 mil unidades, crescimentos de 9% na comparação com julho e de 7,2% sobre o mesmo mês do ano passado. De acordo com Marcus Lavorato, gerente de relações institucionais da Ceitp, “o resultado positivo na comparação mensal reflete os dois dias úteis a mais que tivemos no mês de agosto em relação a julho”.

No acumulado do ano de financiamentos de automóveis novos e usados, as 2,4 milhões de unidades representaram queda de 13,8% na comparação com o mesmo período do ano passado.

No segmento de pesados, as 15,8 mil unidades novas e usadas financiadas em agosto representaram expansão de 9,1% em relação a julho e queda de 11,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado do ano até agosto, o volume de veículos pesados comprados a prazo somaram 117,2 mil unidades, resultado 15,4% menor do que o registrado um ano antes.

Dentre as modalidades de financiamento, a participação do CDC continua sendo a mais expressiva, acima dos 80%. Em agosto foram vendidos a prazo 334,9 mil veículos por meio do CDC, recuo de 4,3% em relação ao mesmo período de 2015.

Liberação de recursos para financiamento recua 17,2%

A liberação de recursos para financiamentos de veículos recuou 17,2% nos últimos doze meses, de acordo com dados divulgados pela Anef, associação que representa os bancos de montadoras, na segunda-feira, 12. Segundo a entidade os consumidores adquiriram R$ 45,4 bilhões até julho, para CDC e leasing, tanto para pessoas físicas como para jurídicas.

A carteira de financiamentos somou R$ 167,8 bilhões, queda de R$ 13,5 bilhões com relação a julho do ano passado. O indicador corresponde a 2,8% do PIB, enquanto há um ano equivalia a 3,2% do Produto Interno Bruto.

“Esses números demonstram o efeito da atual crise nos consumidores”, analisa, em comunicado, o presidente da Anef, Gilson Carvalho. “Por um lado há menor procura por financiamentos. Por outro existem aqueles impactados pela queda de renda e pelo desemprego, que acabam não conseguindo honrar os financiamentos assumidos”.

A inadimplência do setor, para pessoas físicas, alcançou 4,6% em julho, uma elevação de 0,7 pontos porcentuais com relação há doze meses. Para pessoas jurídicas também houve aumento, saltando de 4,3% para 5,2% no período.

“Para que o mercado volte à normalidade é necessário que as pessoas tenham confiança e que recuperem a renda, via aumento do nível de emprego e menor inflação e, com isso, tenham crédito. A ausência de um desses três pilares impacta diretamente no nível de atividade do setor”.

As taxas de juros praticadas pelas associadas da Anef são mais atraentes do que as dos bancos independentes. Em julho ficaram, em média, a 1,75% ao mês e 23,1% ao ano, enquanto a média geral ficou em 1,94% ao mês e 26% ao ano.