Vale o risco e a aposta

Apesar de o setor automotivo viver o quarto ano consecutivo de queda de vendas, diversas montadoras e empresas sistemistas comunicaram nos últimos noventa dias a decisão de manter absolutamente inalterados seus planos de investimentos para o Brasil. E, em todos os casos, por boas e concretas razões.

É bem provável que o gradativo avanço neste período do processo de impeachment – concluído na tarde de quarta-feira, 31 de agosto – deve ter colaborado na medida em que a saída definitiva da presidente afastada e a posse efetiva do novo presidente sempre projetou a adoção de novos rumos na área da economia.

E é claro, também, que o fato da média diária de vendas se manter em torno de 8 mil unidades desde meados do primeiro semestre igualmente deve ter tido peso ponderável. Trata-se, afinal, de bom indicativo de que, desta vez, o fundo do poço foi de fato alcançado. Ou, em outras palavras, de que o pior muito provavelmente já passou.

Todavia, mesmo que esta relativa estabilidade não estivesse sendo registrada, ainda assim é bem pouco provável que tais empresas assumissem o risco de interromper os investimentos programados.

Trata-se do ciclo normal e natural do setor automotivo. Durante os anos de crescimento constante, a prioridade das montadoras e sistemistas era aumentar a capacidade instalada de produção ou, no caso dos novos competidores, a construção das fábricas.

A fase agora é outra. As prioridades do momento passam a ser os investimentos na modernização de fabricas antigas e, sobretudo, no desenvolvimento e no lançamento de novos produtos, sejam eles automóveis, comercias leves, caminhões ou ônibus.

São, em síntese, aquilo que Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil, define como investimentos estratégicos. Ou seja, aqueles que se não forem feitos podem comprometer, e muito, o poder de competição da companhia em médio prazo.

No caso específico da Mercedes-Benz, o investimento projetado de R$ 730 milhões, que engloba o período de 2014 até 2018, já resultou na renovação e ampliação das linhas Actros e Atego. E foca, agora, em reformulação da fábrica de São Bernardo do Campo, SP, – a principal da companhia, que está completando 60 anos de funcionamento e que precisa ser colocada em pé de igualdade, em termos de produtividade, com as novas fábricas que estão sendo instaladas, sobretudo pelos concorrentes.

Os novos Actros e Atego foram apresentados em outubro do ano passado. Apenas um mês depois, portanto, da apresentação das versões igualmente renovadas das linhas Constellation, Worker e Delivery da MAN, a empresa com a qual a Mercedes-Benz disputa cabine a cabine a liderança do mercado.

Era, assim, movimento que não tinha como deixar de ser feito. Nem por uma e nem pela outra. Afinal, além dos novos players que chegaram, como DAF e International, todas as demais montadoras que atuam neste segmento, Agrale, Ford, Iveco, Scania e Volvo, também trataram de reforçar suas linhas de produtos neste mesmo período.

É a lei da selva automotiva: quando o consumidor rareia, cada uma tentar buscar na fatia de mercado das outras alguma compensação para a queda de mercado como um todo.

Na área dos automóveis e comerciais leves, a situação não é diferente. Depois de ter perdido a liderança para a General Motors, que praticamente renovou toda sua linha de uma só vez, a Fiat, por exemplo, não tinha nem como pensar em adiar o lançamento do Mobi, realizado em abril passado. E muito menos em cancelar a renovação do Uno, programado para chegar agora em setembro.

O movimento da Fiat, por sua vez, deixa a Volkswagen – que já foi líder e hoje se encontra em terceiro lugar no ranking do setor – sem alternativa a não ser, no mínimo, renovar rápida e completamente a linha do Gol, ainda seu principal produto.

A fila vai longe, com o movimento de cada uma forçando todas as demais a mexer suas próximas peças no tabuleiro do mercado. Algumas vezes em mero movimento de defesa, outras tantas de puro ataque, como é o caso, por exemplo, da completa reformulação que a Toyota vem fazendo em sua linha Etios.

E é uma batalha que vai de ponta a ponta do mercado. Que se alonga da base ao topo, do Mobi a novo X4, SUV cujo início da produção local foi anunciado há poucos dias pela BMW.

E que passa, entre outros, também pelo novo Civic, que acaba de ser deslocado para cima pela Honda a fim de abocanhar parte dos consumidores até agora atraídos pelo Corolla, o best seller da Toyota nesta faixa, renovado pela empresa no fim de 2014 e já com outra atualização programada para o próximo ano.

Na realidade prática deste setor, nenhuma montadora pode dar-se ao luxo de baixar a guarda, por mais frustrantes que sejam as atuais condições do mercado em relação tanto ao passado quanto ao que todos projetavam para agora.

Afinal, se no topo do ranking setorial a General Motors tomou a liderança que, no passado, foi, durante anos e anos, da Fiat e da Volkswagen, nas posições subsequentes Toyota e Hyundai já ultrapassaram a Ford.

A mesma Ford que por décadas seguidas ocupou o quarto lugar e que, agora, em sexto, tem em seus calcanhares a Renault que, por sinal, aumentará seu poder de fogo com o sucessor do Clio, seu modelo de entrada.

No caso dos sistemistas, a manutenção dos programas de investimentos decorre justamente da necessidade de acompanhar as montadoras em tantos e tão frequentes movimentos. O que nem sempre é fácil na medida em que todos os novos veículos chegam ao mercado, hoje, carregados de novas tecnologias. No mínimo, para atender às exigências do Inovar-Auto, que torna obrigatório o aumento da eficiência energética e do conteúdo local.

São, em todas as esferas, decisões e movimentos que, por certo, se justificam. Afinal, depois de quatro anos seguidos de queda e de ter chegado ao provável ponto culminante daquela que é, de longe, a maior crise já atravessada por este setor no País, o mercado doméstico brasileiro ainda deverá consumir, neste ano, cerca de 2,1 milhões de veículos, conforme as projeções da Anfavea e da Fenabrave.

Colocada diante de um espelho, todavia, esta mesma realidade projeta a imagem reversa de que, mesmo com tudo contra – total instabilidade política, brutal insegurança dos consumidores em relação ao futuro, as mais altas taxas de juros do mundo e os mais elevados tributos do planeta – o mercado brasileiro de veículo ainda será muito provavelmente o oitavo maior do mundo.

E se há uma certeza comum a todos neste setor, está é a de que por mais que o mercado doméstico brasileiro ainda não seja aquele dos 3,8 milhões de veículos vendidos no ano recorde de 2012, certamente é maior, bem maior, do que o que será registrado neste ano. Pelo menos 50% maior.

Vale, portanto, o risco e a aposta.

Mercedes-Benz inicia produção do GLA no País

A fabricante colocou em linha de produção seu segundo produto, como previsto anteriormente, o utilitário esportivo compacto GLA, cinco meses após a inauguração oficial da unidade de Iracemápolis, SP, em março passado. O modelo será produzido na mesma linha onde já ocorre a fabricação do Classe C.

A fábrica de automóveis da Mercedes-Benz do Interior Paulista é a primeira das 26 unidades que possui espalhadas pelo mundo cujo principal pilar é a flexibilidade. Por lá, o processo introduzido possibilita produzir em uma mesma linha de montagem duas plataformas distintas, o sedã classe C com tração traseira e, agora, o utilitário esportivos configurado com tração dianteira.

Na ocasião da inauguração da fábrica, Markus Schäfer, membro do Board da Mercedes-Benz Automóveis, produção e logística, revelou que a empresa tem plano agressivo de liderar o mercado premium global até 2020. “Para isso precisamos aumentar o portfólio. Já saímos de vinte para quase quarenta. E descobrimos que para acompanhar essa alteração produtiva precisávamos de flexibilidade. Iracemápolis, desde já, é o benchmark global nesse quesito.”

Na prática a fábrica de Iracemápolis possui maior número de funcionários e menos automação. Segundo Schäfer, ao expandir a produção local no País a empresa fortalece de maneira consistente a sua competitividade global. “Com a produção do GLA estamos estabelecendo novos padrões em termos de flexibilidade e eficiência”, observa o executivo em nota. “Pela primeira vez em uma de nossas plantas, veículos de tração dianteira e traseira compartilham a mesma linha de produção. Isso torna Iracemápolis referência para a rede global de produção de automóveis da marca.”

Segundo a fabricante, uma importante etapa para a qualificação da equipe brasileira para produção do GLA foi o período em que realizaram treinamentos na fábrica de Pune, na Índia, e Kecskemét, na Hungria. Durante a capacitação, os multiplicadores puderam se familiarizar com todos os processos produtivos com objetivo de replicar esse conhecimento internamente na fábrica de Iracemápolis.

“Com o auxílio da rede global de produção, foi possível preparar a nova fábrica da melhor maneira para o início da fabricação do GLA”, diz Chris Wittke, gerente sênior de engenharia de manufatura da planta de Iracemápolis. “O time fez um excelente trabalho coordenando a produção dos dois modelos em um intervalo de poucos meses.”

De acordo com a companhia, sua fábrica do Interior paulista integra a rede global de produção da Mercedes-Benz, que inclui fábricas localizadas na Índia, Indonésia, Malásia, Tailândia e Vietnã. A unidade de Iracemápolis recebeu investimento em torno de R$ 600 milhões. Atualmente possui seiscentos empregados e capacidade para 20 mil unidades/ano em dois turnos. No momento serão 12 mil/ unidades/ano em um único turno.

Confortável vantagem

Ainda restam quatro meses para o fim do ano, mas dificilmente o Chevrolet Onix perderá a liderança entre os modelos vendidos no mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves em 2016. De janeiro a agosto foram mais de 92,6 mil unidades comercializadas, volume que gera confortável vantagem sobre o vice-líder de mercado, o Hyundai HB20, com 75,9 mil veículos negociados no mesmo período.

A diferença do hatch da Chevrolet para o seu concorrente da Hyundai, 16,7 mil unidades, corresponde a mais de um mês de vendas. Em julho, por exemplo, os brasileiros adquiriram 12,4 mil Onix, ante 10,2 mil HB20. Tudo caminha para o bicampeonato do modelo, que passou por seu primeiro facelift este ano.

Da mesma forma, o HB20 pode celebrar seu primeiro vice-campeonato – no ano passado o segundo modelo mais vendido foi o Fiat Palio, atualmente quarto no mercado. Os 75,9 mil licenciamentos do carro produzido em Piracicaba, SP, garantem ampla distância sobre o Ford Ka, terceiro mais comercializado no acumulado do ano, com 48,8 mil emplacamentos – o Palio soma 44,7 mil unidades vendidas.

A briga pelo terceiro degrau do pódio está acirrada: além de Ka e Palio, disputam a posição o Toyota Corolla, com 43,8 mil licenciamentos, Chevrolet Prisma, 42,9 mil emplacamentos, Fiat Strada, 40.845 mil unidades vendidas, VW Gol, com 40.834 mil comercializações, e Honda HR-V, com 40,1 mil modelos. Até o Renault Sandero, que teve 38,8 mil licenciamentos, deverá brigar: foi o quinto mais vendido em julho.

Dos dez primeiros, portanto, todos têm boas chances de encerrar o ano no pódio.

Grande aposta da Fiat para o ano, com alta expectativa de vendas, o Mobi ainda não decolou. Quando foi lançado, em abril, a montadora esperava chegar à média de 7 mil unidades por mês, ou 65 mil unidades durante todo o ano. Em julho foi pouco mais da metade: 3,8 mil Mobi vendidos, apenas o 15º colocado dentre os modelos brasileiros. No acumulado do ano foram 13,8 mil unidades, o que indica que dificilmente a meta traçada pela Fiat seja alcançada nos próximos quatro meses.

Honda aumenta foco na inclusão

Pioneira na venda de veículos adaptados para pessoas com deficiência, público conhecido pela sigla PcD, a Honda aposta nesse segmento para amenizar o momento difícil da indústria automotiva. Até o fim de 2016, todas as concessionárias da marca no País terão padrão de instalações que seguem parâmetros definidos pela norma de acessibilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas, a ABNT.

“Todas as nossas lojas já têm adaptações como rampa e banheiros especiais desde 2014. Mas até dezembro, melhoraremos o nível dessas instalações e ampliaremos a acessibilidade nas 325 concessionárias da marca”, afirma Renato Squaiella, gerente de vendas especiais da Honda. As melhorias incluem obras nas unidades, mas a montadora não divulga o investimento no projeto.

Segundo o executivo, as vendas para o público PcD caem em ritmo menor do que o restante da indústria. Enquanto o mercado amarga retração de 24,6% nas vendas no acumulado do ano, segundo a Anfavea, o volume de veículos para pessoas com deficiência caiu 18%.

“Esse público tem extrema necessidade de possuir carro, ainda mais com um transporte público que não atende todas as expectativas”, avalia Squaiella. “Além disso, os descontos acabam motivando os compradores.”

A Secretaria da Fazenda concede isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços, ICMS, e Imposto sobre Produtos Industrializados, IPI, para o público PcD que comprar modelos de até R$ 70 mil. Caso o valor ultrapasse esse teto, há apenas desconto do IPI. Todos ficam isentos do rodízio municipal e do pagamento do IPVA.

Para se ter uma ideia, um Honda Fit LX de câmbio automático é vendido por R$ 51,6 mil, um desconto de R$ 16 mil ante o preço de tabela, quando aplicados os descontos de IPI e ICMS. Já um Honda City LX de câmbio automático sai por R$ 52,7 mil, um desconto de R$ 16,3 mil ante o preço tabelado da marca.

No caso do utilitário esportivo compacto HR-V, que extrapola o teto de R$ 70 mil, o abatimento no preço chega a R$ 10,8 mil apenas com a isenção de IPI e o modelo topo de linha sai por R$ 90,6 mil.

Para garantir que as vendas tenham um bom desempenho, além dos benefícios fiscais, a montadora mantém uma equipe especializada de vendas com 350 pessoas espalhadas pelo Brasil. Todas as concessionárias possuem um consultor especializado para ajudar o público PcD com a compra.

“Sabemos que há um processo burocrático para conseguir a isenção dos impostos. Todo o trâmite leva de 120 a 150 dias, em média, e estamos prontos para servir de consultores para os nossos clientes”, afirma o gerente. Além disso, a montadora mantém parcerias com despachantes e empresas que realizam as eventuais adaptações nos veículos.

Além de contemplar o público PcD, os benefícios fiscais também são estendidos a pessoas com doenças crônicas, câncer e até mesmo para os condutores da família responsáveis pelo transporte da pessoa com deficiência.

Edição digital de AutoData de setembro já está no site

A mais nova edição da revista AutoData aborda em sua reportagem de capa a reviravolta pela qual passa a rede de distribuição de veículos no País. Só na área de automóveis e comerciais leves houve uma redução de oitocentos pontos de venda, com algumas marcas encolhendo, principalmente veteranas como a Volkswagen, e outras crescendo.

Certo é que há um movimento comum no setor em busca de maior rentabilidade, com medidas que visam redução de custos, maior volume de vendas por concessionária e fortalecimento das ações no pós-venda e nos negócios de usados.

De acordo com presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr., o processo caminha para o seu fim. Ainda poderão ser fechados de cem a duzentos pontos mas a avaliação é a de que no geral a rede sairá fortalecida da crise. O Brasil tem hoje, incluindo o segmento de motos e o de implementos agrícolas, cerca de 7 mil concessionárias, 1,3 mil a menos do que no início de 2015.

Ainda com foco no mercado, a edição 325 da AutoData – acesso pelo www.autodata.com.br – traz reportagem sobre a estratégia adotada pela Toyota para manter o Corolla no topo do segmento de sedãs médios e ainda posicioná-lo neste ano como o sexto automóvel mais vendido no País.

A revista também mostra a nova geração da família Sprinter, da Mercedes-Benz, nas opções van, furgão e cabine-chassi, além de trazer todos os cases dos indicados ao Prêmio AutoData 2016 que reconhece os Melhores do Setor Automotivo. São 65 indicados em dezessete categorias, incluindo a Personalidade do Ano. Os vencedores serão conhecidos em novembro.

Na seção From the Top o entrevistado é o presidente da Abac, Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio, Paulo Rossi, que faz um balanço da atuação do setor este ano, informando que muitas empresas ampliaram o prazo de seus grupos para oferecer prestações menores e, assim, atrair novos consumidores.

Vendas de veículos crescem pelo quarto mês consecutivo

O mercado brasileiro de automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus registrou em agosto 183,9 mil unidades comercializadas, volume 1,4% superior ao de julho, quando foram vendidos 181,4 mil veículos. Foi o quarto crescimento consecutivo na comparação mês a mês e o melhor resultado mensal de 2016, de acordo com dados divulgados pela Fenabrave na tarde de quinta-feira, 1º.

Desde abril, quando o mercado sofreu uma queda na comparação com março, as vendas de veículos crescem no mês seguinte – embora, quando comparado com igual mês de 2015, sempre apresente retração. No caso de agosto a queda foi de 11,3% com relação ao mesmo mês do ano passado, que registrou 199,8 mil unidades, e ainda assim abaixo dos índices que vinham sendo registrados nos meses anteriores.

De janeiro a agosto, por exemplo, o mercado acumula 23,1% de retração, para 1,35 milhão de veículos comercializados. A queda acumulada, apesar de ainda elevada, ficou abaixo da registrada no comparativo de janeiro a julho de 2016 e 2015, quando fechou em 24,7%.

O segmento de automóveis e comerciais leves é o único responsável pelo crescimento mensal. Foram vendidas 178,1 mil unidades, volume 1,9% superior a julho – mas 10,9% abaixo de agosto de 2015. No acumulado do ano, queda de 22,8%, para 1,3 milhão de unidades.

Em caminhões o resultado de agosto foi inferior ao de julho: 6,3%. Os brasileiros adquiriram 4.385 unidades no mês passado, ante 4.682 no mês anterior. Na comparação de agosto 2016 com agosto 2015, a queda chegou a 24,7% e no acumulado do ano, 30,6%, com 34,5 mil caminhões vendidos.

No segmento de chassis de ônibus a retração na comparação mensal foi ainda maior: 27,5%, com 1.413 chassis negociados. Em julho do ano passado foram 1.590 unidades vendidas, o que representou uma queda de 11,1% na comparação anual. Já no acumulado do ano, recuo de 23,1%, para 10,3 mil unidades.

Já o mercado de motocicletas, assim como o de automóveis e comerciais leves, cresceu em agosto comparado com julho. Os brasileiros adquiriram 80,4 mil motocicletas, uma alta de 1,6%, mas queda de 19,6% com relação a agosto. De janeiro a agosto foram 706,6 mil unidades comercializadas, recuo de 16,8%.

Marcas – O ranking de automóveis e comerciais leves não teve alteração: a General Motors ficou na frente, com 16,7% de participação, seguida por Fiat, 15,5%, e Volskwagen, com 12,8% de market share.

MWM Motores reconhece seus fornecedores

A MWM Motores entregou na manhã de quinta-feira, 1º, o prêmio Supplier Award, que reconheceu os melhores fornecedores da fabricante de motores diesel no Mercosul. Realizado na fábrica da empresa, no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, o evento está em sua quarta edição.

Itens como qualidade, performance de entrega e flexibilidade, capacidade tecnológica e desempenho no desenvolvimento de novos produtos, postura comercial e contribuição em redução de custos de cada fornecedor foram avaliados pela companhia, por meio do processo GRSC, Global Supplier Rating System. São esses os critérios que definem a premiação, segundo explicou a MWM Motores, em nota – bem como os fornecedores de serviços de logística e os eleitos na categoria Destaque em Desenvolvimento.

“Identificamos e homenageamos os parceiros de negócios que tiveram o melhor desempenho para incentivá-los a, juntos, buscarmos continuamente a excelência em nossos produtos e serviços”, afirmou José Eduardo Luzzi, presidente e CEO da Navistar Mercosul, no comunicado. “Este prêmio é o reconhecimento a todos que estão perfeitamente alinhados com as políticas, práticas, qualidade e desempenho da companhia”.
Confira os premiados:

BorgWarner Brasil
Cargolift Logística
Cestari Industrial e Comercial
CIP – Companhia Industrial de Peças
ElringKlinger do Brasil
ID Armazéns Gerais
Mann+Hummel brasil
Metalac SPS
TUP – Tecnologia em Usinagem de Precisão

Bridgestone amplia linha de pneus ecológicos

A Bridgestone, uma das maiores e mais tradicionais fabricantes de pneus em todo o mundo, passa a dar mais ênfase ao conceito de produzir pneus verdes e lança um nova linha de produtos Ecopia, de apelo ecológico. Apresentados na quinta-feira, 1, em São Paulo, os novos modelos foram desenvolvidos, segundo a fabricante, com materiais que minimizam a resistência ao rolamento, aumentam a eficiência energética, com consequente redução do consumo de combustível, e, ao mesmo tempo, ajudam a diminuir a emissão de dióxido de carbono (CO2).

“Investimos bastante no desenvolvimento tecnológico destes produtos, de forma a buscar novos materiais que, ao mesmo tempo em que minimizam a resistência ao rolamento e aumentam a eficiência energética , não sacrificam a durabilidade”, explicou Concheta Feliciano, diretora de marketing da Bridgestone. “Lançamos estes pneus há poucos meses na Europa e decidimos trazê-los quase que simultaneamente para o Brasil como forma de incentivo à implantação de uma nova filosofia mais ecológica com relação também a este tipo de produto no País.”

A nova linha Ecopia é formada por três modelos, um destinado ao segmento de automóveis, o EP150, e dois para caminhões e ônibus, os M792 e R268, atendendo tanto o mercado de reposição como negócios OEM. Na fabricação de veículos O km, inclusive, já estão equipando vários modelos fabricados aqui, dentre os quais o Cobalt e o Onix, da General Motors, e o Logan e o Sandero, da Renault.

A empresa possui quatro plantas produtivas no Brasil. Duas delas, a de Santo André, na Grande São Paulo, e a de Camaçari, BA, produzem pneus. Outras duas, localizadas em Campinas, SP, e Mafra, SC, fabricam bandas de rodagem e partes de borracha para reformas de pneus.

Ao todo a empresa projeta fabricar 6 milhões de unidades neste ano no Brasil, 5 milhões para automóveis e 1 milhão para veículos comerciais. Desse total, entre 500 mil e 600 mil unidades serão do novo pneu ecológico. Para 2017 a Bridgestone projeta um crescimento de 1,5% em sua produção local.

Consórcio mantém tendência de alta

As vendas de novas cotas de consórcio de automóveis e comerciais leves cresceram pelo segundo mês consecutivo e registraram em julho o melhor mês do ano. Houve 82,5 mil adesões, alta de 23% sobre as 67 mil de junho, conforme dados divulgados na quinta-feira, 1, pela Abac, Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio.

“O segundo mês consecutivo de alta nas novas adesões nos anima a nos faz acreditar que há possibilidade de reação consistente para o segundo semestre”, avalia o presidente da entidade, Paulo Rossi. “Se essa tendência se confirmar, acreditamos que vários segmentos do consórcio poderão apresentar ao final do ano resultados melhores em relação a 2015.”

A Abac acredita, assim, que as vendas de agosto a dezembro poderão reverter a queda de 7,3% nas adesões ao consórcio para compra de veículos de passeio, que atingiram este ano 511,3 mil, ante as 551,5 mil dos primeiros sete meses do ano passado.

Apesar desse dado negativo, cresceu 3,5% o número de participantes ativos nos grupos de automóveis e comerciais leves, atingindo 3,23 milhões no acumulado até julho. As contemplações totalizaram 304 mil consorciados, alta de 1,2% sobre os primeiros sete meses de 2015, e o sistema deixou à disposição dos consorciados do segmento R$ 12,32 bilhões, crescimento de 1,1% no mesmo comparativo.

Potencial de compra – Também cresceu no ano a potencial participação das contemplações nas vendas do mercado interno. Ela atingiu 31,5% no período de janeiro a julho deste ano, 7,3 pontos porcentuais mais do que em 2015. Nem todos os contemplados, no entanto, têm retirado o veículo de imediato.

Segundo dados da Anfavea, há 270 mil contemplados aguardando melhor oportunidade para efetivar a compra. A Abac diz não ter estatísticas precisas a respeito, mas reconhece que esse movimento existe. Segundo o presidente da entidade, muitos estão preferindo segurar o crédito na expectativa de melhorias na área econômica.

De qualquer foram, Rossi mostra-se confiante na reversão do quadro negativo vivido pelo setor até maio. Os dados positivos de junho e julho, na sua avaliação, refletem a retomada da confiança do consumidor e do empresariado registrada em diversos indicadores, como os da CNI, Confederação Nacional da Indústria, e da Fecomercio/SP:

“O crescimento das vendas de novas cotas a partir de maio nos leva a crer que o consumidor está cada vez mais consciente quanto à importância do planejamento e do consumo responsável. Ao assumir compromissos financeiros de médio e longo prazos, como o consórcio, demonstra maturidade e confiança no sistema.”

Mobilidade em pauta

Prefeitura de São Paulo tem projeto para colocar em prática sistema de compartilhamento de carros na cidade de São Paulo. O anúncio foi feito por Jilmar Tatto, secretário municipal de Transportes de São Paulo, durante cerimônia de abertura do 12º Salão Latino Americano de Veículos Elétricos, Componentes e Novas Tecnologias. Hesitante se poderia estar revelando o plano, preferiu desconversar. “Ainda não sei qual seria o modelo, se apenas como veículos elétricos, híbridos ou convencionais, e como será introduzido.”

Organizada pela ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, a mostra reúne empresas e serviços dedicados a produtos cujo foco está na mobilidade urbana de baixo impacto ao meio ambiente, além de ser um fórum para discussão a respeito do tema. “Nesta edição estamos lançando o projeto MUV – Mobilidade Urbana Verde”, conta Ricardo Guggisberg, diretor do evento e presidente da ABVE. “A ideia é fazer com que cidades reservem uma parte de seu território a fim de criar uma zona onde se priorize a movimentação de veículos de emissão reduzida ou nula.”

De acordo com Guggisberg, zonas MUV já existem em mais de 220 cidades em catorze países. São experiências desde compartilhamentos de bicicletas e veículos elétricos, pedágios urbanos e zonas verdes de transporte. “Sem querer choramingar, mas acho que estamos perdendo o bonde da história com a falta de incentivos aos veículos elétricos. Como a indústria automotiva, vislumbro também que primeiro tenhamos importação em escala para podermos ter fábrica de veículos elétricos aqui.”

Instalada no Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte, em São Paulo, de 1º a 3 de setembro, o público poderá ver de perto as mais recentes novidades em produtos e tecnologias na área de mobilidade de baixa ou nenhuma emissão de poluentes. Estão lá desde montadoras, como a Toyota e a Eletra com seus ônibus, até fabricantes ou representantes de bicicletas, scooters, empilhadeiras, skates e patinetes.

A Toyota, por exemplo, escolheu o salão para exibir a nova geração de Prius, seu modelo híbrido, lançado no mercado nacional em junho passado. Para a fabricante, o carro representa sua visão sobre o futuro da mobilidade, cujo foco é desenvolver veículos cada vez melhores e menos nocivos ao meio ambiente. Também no estande da marca, o visitante poderá conhecer o Lexus CT 200h, um modelo híbrido de luxo.

Boa solução de mobilidade é apresentada pela Eletra, empresa 100% brasileira que desenvolve ônibus híbridos e elétricos, com seu mais recente protótipo de ônibus elétrico. A companhia, aliás, possui um modelo totalmente elétrico em operação no corredor Metro Diadema-Brooklin em São Paulo. É o primeiro modelo movido a baterias fabricado no Brasil.

No último dia de salão, 3, o visitante ainda poderá conferir algumas promoções das empresas expositoras com até 30% de descontos. Serão oferecidos produtos como bicicletas elétricas, scooters, diciclos, monociclos, skates dentre outros tipos de locamoção.