Abeifa pede IPI não majorado para carros vindos do México

Mesmo ciente de que dificilmente alguma medida será tomada antes das definições na área política previstas para agosto, o presidente da Abeifa, Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos, José Luiz Gandini, encaminhou pedido ao governo solicitando que os carros vindos do México não sejam penalizados com o IPI majorado em 30 pontos porcentuais.

“Nós já vínhamos brigando pela revisão do sistema de cotas, hoje limitado a 4,8 mil unidades/ano sem a majoração extra do IPI, e agora estamos pleiteando também um tratamento diferenciado para os carros que os importadores trazem do México”, explicou Gandini na quarta-feira, 22, durante o lançamento do novo Kia Sportage.

O executivo, que também preside a Kia do Brasil, disse que já conversou com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sobre as dificuldades enfrentadas hoje pelos importadores: “Também protocolamos no MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Externo, os pedidos para revisão das cotas, IPI não majorado para veículos importados do México e esse mesmo tratamento para carros híbridos”.

Na avaliação de Gandini, a cota que foi estabelecida por ocasião da implantação do Inovar-Auto, de 4,8 mil unidades sem IPI majorado, é muito baixa e não condiz com a atual situação do mercado.

“Queremos que a definição da cota seja feita com base na média das vendas de cada marca nos três anos anteriores à sua implantação, que foi em 2012. A Kia, por exemplo, chegou a vender 77 mil carros em 2011 e na média de três anos ficou em 52 mil. O reflexo da cota de 4,8 mil é o fechamento de concessionárias e a redução do número de empregos no País”.

Fábrica mexicana – A Kia inicia em setembro a venda no Brasil de produtos da marca produzidos na nova fábrica do grupo no México. “As operações lá já começaram e dentro de três meses deveremos lançar o Cerato mexicano no mercado brasileiro. Também vamos trazer de lá o compacto premium Rio, mas isso só no ano que vem”, informou Gandini.

Mesmo sem pagar Imposto de Importação de 35% por causa do acordo bilateral Brasil-México, os carros vindos daquele país, segundo o empresário, têm preços menos competitivos do que os produtos vindos da Coréia. “Como as operações são novas, os custos ainda estão sendo diluídos”, comentou o presidente da Kia do Brasil.

Ele informou ainda que o grupo retomará as operações relativas à produção do caminhão Bongo no Uruguai. “Como tínhamos estoque alto do produto no Brasil decidimos suspender a produção lá em janeiro. Agora vamos voltar a montar o Bongo no Uruguai, a partir de kits vindos da Coreia. As primeiras unidades chegarão aqui em setembro”

Librelato projeta faturamento 28% maior

Como qualquer outro segmento do setor automotivo, o de implementos rodoviários também passa por um momento difícil. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, o mercado registrou uma queda nos emplacamentos de 30,64% na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com os dados da Anfir. Neste cenário desolador, no entanto, há os que projetam crescimento nos negócios.

A Librelato é uma delas. A fabricante de Santa Catarina esperar faturar R$ 400 milhões em 2016, receita 28% maior do que a registrada no ano passado. “Estamos fazendo um crescimento importante neste primeiro semestre, de 14%”, revela José Carlos Sprícigo, CEO da empresa. “Ainda há muitas desconfianças com relação ao segundo semestre, mas apostamos nas oportunidades de temos.”

Sprícigo conta a empresa apostou na produção de equipamentos capazes de entregar mais carga líquida ao transportador e, portanto, maior rentabilidade. “Os segmentos canavieiro e florestal estão indo bem e, no ano passado, desenvolvemos um produto com tara de 1 tonelada menor, o que nos levou a liderança do mercado deste segmento.”

O CEO adianta ainda que para o mercado de grãos, segmento de equipamentos que representa 30% das vendas da empresa, terá no segundo semestre oferta de uma nova carreta graneleira também mais leve, “em vez do compensado, desenvolvemos a caixa de carga com PVC”.

O entusiasmo do executivo também se sustenta no aporte realizado pela empresa de R$ 3,5 milhões na unidade de Criciúma para uma nova linha de produção. Com a ela a empresa passou a produzir baús de alumínio para furgões leves, segmento no qual não atuava. “Estamos confiantes. Detectamos uma fatia de mercado que podemos atacar, além dos nossos próprios clientes solicitaram este tipo de produto. A expectativa é de vender cerca de oitenta furgões mensais.”

Spricígo lembra ainda que a nova linha também coloca em marcha um movimento da empresa para entrar mais fortemente no segmento de bebidas.

Déficit comercial das autopeças segue em queda

A balança comercial do setor de autopeças registrou déficit de US$ 1,42 bilhão no primeiro quadrimestre de 2016, de acordo com relatório do Sindipeças elaborado com dados do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O resultado negativo, porém, é 41% menor ao registrado no mesmo período de um ano antes.

De acordo com os dados do relatório, tanto as exportações quanto as importações recuaram nos quatro primeiros meses na comparação com os mesmos meses do ano passado, 16,22% e 28,4%, respectivamente.

As vendas do setor de autopeças para 163 países somaram US$ 2,09 bilhões, enquanto as compras vindas de 139 países alcançaram US$ 3,51 bilhões.

Somente em abril o déficit foi de US$ 326,9 milhões, valor 48,5% menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado. No mês passado as exportações somaram US$572,3 milhões, recuo de 9,81% ante abril de 2015, enquanto as exportações chegaram a US$ 899,3 milhões, 29,1% menor do que as compras de um ano antes.

No acumulado dos quatro primeiros meses a Argentina foi a maior compradora das autopeças brasileiras, totalizando US$ 592,1 milhões no período, recuo de 31,64% e participação no bolo total das exportações de 28,32%. Em segundo lugar aparece os Estados Unidos, com fatia de 16,7% e, em terceiro os Países Baixos, com 10,2% de participação.

Já nas importações são os Estados Unidos o país que mais vende autopeças ao Brasil. No acumulado do ano, o Brasil comprou US$ 456 milhões, em queda de 24,45% na comparação com o valor obtido um ano antes. Sua participação no valor das importações foi de 12,98% no período. Depois aparece a Alemanha com fatia de 11,1% e a China, com 9,8%.

Produção das autopeças cai 26% e faturamento 9,9%

A produção industrial nacional de autopeças recuou 26,09% no primeiro quadrimestre do ano na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com o Relatório da Pesquisa Conjuntural do Sindipeças. Na mesma análise de comparação, o faturamento líquido nominal consolidado também registrou retração de 9,9%.

Ainda que em queda, o resultado do faturamento é o melhor comparativo no acumulado anual dos últimos doze meses. A maior queda registrada no período foi em maio de 2015, de 14,9%.

Em abril, de maneira isolada, a produção caiu 17,55% e o faturamento 3,32%, ambos em relação ao mesmo mês de 2015. No confronto com março mais variações negativas, de 7,12% e 5,07%, respectivamente.

No primeiro quadrimestre, o faturamento das vendas para as montadoras registrou queda de 20,22% na comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a participar com 55,2% da composição total do faturamento. Na mesma análise de comparação anual, a receita proveniente das vendas para a reposição ficou estável, com leve queda 0,19%, enquanto o faturamento das vendas intrassetorias cresceram 3,94%. Outra alta registrada no período vem da receita das exportações em reais, de 11,68%.

O número de empregos na indústria brasileira de autopeças caiu 16,15% na comparação com o mesmo mês do ano passado, como também ficou mais pronunciada o tamanho da capacidade ociosa das empresas, de 50,2% em abril contra 46,3% em março.

Ford remaneja gerência de vendas e marketing

Em tempos mais desafiadores, como os atuais do mercado automotivo brasileiro, aglutinar e ao mesmo tempo compartilhar conhecimentos e melhores práticas tem sido quase uma norma nas grandes corporações, como montadoras de veículos. Não à toa é grande a movimentação e alternância em postos-chave, mesmo entre áreas, com profissionais hoje reconhecidos em uma determinada função assumindo outras bem distintas.

Nesta semana foi a vez da Ford reforçar essa tendência já verificada em outras fabricantes de veículos que nos últimos dois anos promoveram um carrossel entre seus executivos – Fiat e Mercedes-Benz são dois bons exemplos. A empresa anunciou na quarta-feira, 22, o remanejamento de três destacados profissionais e justificou: “Essas mudanças gerenciais fazem parte dos objetivos corporativos de crescimento da empresa e visam a integrar a experiência dos profissionais desses setores nas variadas operações da Ford no mercado”.

Essa movimentação – uma reestruturação das gerências nas áreas de vendas e marketing de veículos, como prefere chamar a Ford – colocou Antonio Baltar Jr. na liderança nacional de vendas no segmento de automóveis, picapes e utilitários esportivos. Sob sua tutela estão as operações de vendas e distribuição, os escritórios regionais e as relações com os distribuidores da marca.

Já Maurício Greco assumiu a gerência geral de marketing e já responde pelas áreas de gestão de produtos, propaganda, publicidade e promoção de vendas. Ambos, Baltar e Maurício, se reportam a Guy Rodriguez, diretor de vendas, marketing e serviço da Ford Brasil, ele mesmo recente no cargo – desde março do ano passado –, onde chegou depois de emigrar da diretoria da operação de caminhões da montadora, cargo que ocupava desde 2013.

E é exatamente no setor de caminhões semileves, leves, médios, pesados e extrapesados, que Oswaldo Ramos tem nova atribuição. Ele passou a gerente geral de vendas e marketing, função que abrange também o relacionamento com os distribuidores exclusivos da área. Oswaldo reporta-se a João Pimentel, diretor da Ford Caminhões, que assumiu a operação no ano passado, em substituição ao próprio Guy Rodriguez.

Maxion Wheels inaugura mais uma fábrica de rodas de alumino

Em meio ao nevoeiro que tanto atormenta o setor automotivo nos dias de hoje, um sopro de alento. A Maxion Wheels, empresa parte integrante do Grupo Iochpe-Maxion, inaugurou na terça-feira, 21, uma fábrica de rodas de alumínio em Limeira, no Interior de São Paulo.

Resultado de investimento de R$ 120 milhões, a nova unidade, localizada no mesmo terreno onde já se encontra a fábrica de rodas de aço para veículos leves, será dedicada à produção de rodas de alumínio, também para abastecer o segmento de leves. As instalações começaram a ser construídas em 2014 e, agora, deve gerar em torno de quinhentos empregos na região.

Em uma primeira fase a unidade terá capacidade terá capacidade para produzir 800 mil rodas de alumínio/ano. Até 2018, no entanto, quando uma segunda fase estiver totalmente introduzida alcançará capacidade para 2 milhões de unidades/ano, praticamente dobrando sua capacidade atual de produção para este tipo de produto.

Não faz muito tempo a Maxion Weels aumentou em 50% a capacidade de sua fábrica de Santo André, no ABC paulista, onde também produz rodas de alumínio e capacidade para 2 milhões de unidades/ano.

Marcos de Oliveira, CEO da Iochpe-Maxion, disse que a decisão de construir uma nova fábrica e assim ampliar a oferta de rodas de alumínio, se deve principalmente ao fato de o mercado brasileiro seguir tendência global de buscar veículos mais sofisticados e completos. “As rodas de alumínio fazem parte desse contexto e estarão cada vez mais presentes, principalmente nos novos modelos que serão lançados de agora em diante.”

Oliveira também destacou que a escolha por Limeira para a nova planta ocorreu de forma natural. “Além de já acolher uma fábrica da marca, com toda a logística já conhecida e preparada, esta região do Interior de São Paulo está se transformando em um polo automotivo competitivo, com extensa cadeia de fornecedores e presença cada vez maior de grandes montadoras globais com novas plantas.”

Dan Iochpe, presidente do conselho da Iochpe-Maxion e atual dirigente do Sindipeças, também presente à festa de inauguração da fábrica, enfatizou a importância do empreendimento. “Todos sabemos das dificuldades que estamos enfrentando no Brasil, principalmente no setor automotivo. Dessa forma a inauguração de uma nova planta e a confirmação deste investimento de R$ 120 milhões constituem boas notícias que devem ser ressaltadas.”

A Maxion Wheels é a líder na produção de rodas para automóveis, caminhões e trailer, além de rodas de aço para veículos agrícolas e militares. Em todo o mundo a empresa produz, em média, 60 milhões de rodas por ano, atendendo montadoras globais em doze países nos cinco continentes. No Brasil fornece para praticamente todas as montadoras locais.

Cade recomenda condenação da Fiat, Ford e Volkswagen

Nem mesmo os folhetins televisivos parecem requerer tanto tempo para uma conclusão – feliz ou não. Lá se vai quase uma década desde que fabricantes independentes de autopeças questionam autoridades sobre aquilo que entendem ser prática anticoncorrencial de montadoras para produção de peças de reposição.

Um novo capítulo desta novela foi publicado na quinta-feira, 16, no Diário Oficial da União e indica que a trama ganhou viés favorável aos produtores de autopeças. Afinal, a Superintendência-Geral do Cade recomendou a condenação de Fiat, Ford e Volkswagen por entender que as empresas fizeram uso abusivo de patentes de autopeças com objetivos anticompetitivos. 

As montadoras estariam, indevidamente, utilizando os direitos de propriedade industrial para impedir que os fabricantes independentes produzam os componentes. O processo agora, assim como a recomendação, segue para o Tribunal do Cade, mas sem prazo para o julgamento.

Em 5 de dezembro de 2010 o Cade aprovou por decisão unânime a abertura do processo administrativo para a investigação das três montadoras por supostas práticas de controle do mercado de autopeças. A medida já era um segundo importante capítulo da batalha iniciada três anos antes pela Anfape, Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças, que entrara com representação no conselho para que suas associadas continuassem a fabricar peças de reposição.

Por meio de nota, a Ford afirma que está analisando a recomendação emitida pela Superintendência-Geral e que “aguardará a decisão final do CADE para se pronunciar”.

Já a FCA, também em comunicado, lembra que a recomendação “está relacionada à fase preliminar da investigação, não tem caráter vinculante e pode ser revista pelo Tribunal do Cade, como já ocorreu anteriormente”.

A empresa diz que “confia nos argumentos que expôs à análise da instituição e reitera o respeito aos seus consumidores e o seu compromisso de comercializar e garantir produtos da mais elevada qualidade e confiabilidade”. Por esta razão “defende a comercialização de peças originais, como garantia de segurança aos consumidores e à sociedade”.

A Volkswagen emitiu longo comunicado oficial a respeito. O texto diz que “o parecer da Superintendência é apenas uma recomendação. A decisão final na esfera administrativa cabe ao Tribunal do Cade, que iniciará nas próximas semanas detalhado exame do caso”.

A empresa afirma que a recomendação “contraria a melhor prática internacional e passará uma imagem confusa dos valores defendidos pelo País com relação à Propriedade Intelectual. Decisões pautadas pelo Direito Concorrencial nos Estados Unidos e na Europa são contrárias ao que defende a Superintendência. A própria Procuradoria do Cade, órgão jurídico responsável por emitir opiniões acerca da legalidade de questões submetidas ao Cade, já manifestou posição contrária em parecer anterior e reconheceu a legalidade das ações da Volkswagen”.

Por fim, a montadora garante que “não comete nenhum tipo de abuso de seu direito de Propriedade Intelectual ou utiliza estratégia ilícita de dominação de mercado. A Volkswagen atua em mercado altamente competitivo, em que o design é um elemento chave da dinâmica de concorrência. Nesse sentido, a Volkswagen procura resguardar seus investimentos em inovação, exercendo pontual e moderadamente – direitos legítimos conferidos por Lei e confirmados pelo Judiciário”.

Volkswagen inicia embarques da nova família Gol

Lançados dentre fevereiro e março os novos modelos Volkswagen Gol, Voyage e Saveiro começaram a ser exportados. Mais de 13 mil unidades acabaram de ser embarcadas para Argentina, México, Bolívia, Colômbia, Chile, Peru, Uruguai e Paraguai.

No caso da nova Saveiro, a pequena picape também seguirá para Jamaica, estabelecendo um mercado internacional inédito. A fabricante também fará embarques do novo Gol e do utilitário para Honduras, do hatch compacto para Curaçao e da Saveiro para o Panamá.

De acordo com nota da companhia, o Gol é o carro mais exportado da indústria automotiva nacional, somando mais de 1,3 milhão de unidades embarcadas para 66 países. No ano passado, o modelo foi mais uma vez o mais exportado como também o mais negociado no mercado argentino. Segundo a fabricante, o Voyage acumula 400 mil unidades e a Saveiro 209 mil unidades exportadas.

“Temos o desafio de buscar mercados que tenham relativa semelhança técnica com os produtos que desenvolvemos e produzimos aqui no Brasil”, diz em comunicado Jorge Portugal, vice-presidente de vendas e marketing da fabricante. “Quanto mais diversidade de mercado, com economias diferentes, mais sucesso teremos com nossas exportações, o que ajuda a trazer divisas para o País e manter ocupadas as capacidades de produções de nossas fábricas no Brasil.”

Segundo nota da montadora, em 2015 a fabricante aumentou em 35% o volume exportado sobre o ano anterior, para 124 mil 959 unidades embarcadas para dezesseis mercados, com Argentina e México sendo os maiores. O desempenho da montadora foi 10 pontos porcentuais superior ao registrado pelo setor automotivo brasileiro, que encerrou 2015 com 24,8% de crescimento nas exportações. A Volkswagen é responsável por 30% do total de embarques do setor automotivo.

A nova família Gol foi introduzida no mercado recentemente. Apesar de mudanças visuais mínimas, os modelos da linha ganharam alterações significativas internas com a inclusão de um pacote de infotainment. Para o lançamento a fabricante investiu R$ 560 milhões aplicados no desenvolvimento de engenharia veicular e de motor, aquisição de equipamentos para modernizar o processo produtivo, além de treinamento dos colaboradores.

Chery negocia suspensão da produção por cinco meses

A Chery, primeira fabricante chinesa a construir fábrica no Brasil, em Jacareí, SP, deverá suspender sua produção por cinco meses a partir de julho. Com a medida, de acordo com informações do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, por volta de 140 trabalhadores serão colocados em lay-off.

Segundo Guirá Guimarães, diretor do sindicato e funcionário da Chery, as justificativas da empresa são os estoques elevados, mas também o período servirá para realizar ajustes na linha para receber o utilitário esportivo Tiggo, modelo que será apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo, em Novembro.

“Alguns trabalhadores da fábrica já estão em regime de licença remunerada há cerca de um mês”, lembrou o diretor sindical. “É importante que o acordo não acarrete perdas salariais, como também retirada de direitos, benefícios e preserve a estabilidade do emprego durante o período. Acompanhamos de perto a situação atual do País, mas também temos de lembrar que a Chery é uma das maiores fabricantes de veículos da China.”

De janeiro a maio, segundo levantamento da Abeifa, foram licenciados no mercado interno 991 veículos da marca – a maioria, 527 unidades, importada. A planta brasileira monta Celer, Celer Sedan e, desde abril, o New QQ, modelo de entrada.

Mas o ritmo em Jacareí é lento desde que as linhas entraram em operação, em fevereiro do ano passado, cinco meses depois da inauguração oficial, em agosto de 2014. Desde então, porém, não faltaram contratempos para a montadora.

Logo nas primeiras semanas o sindicato organizou a primeira greve, encerrada mais de um mês depois após julgamento no TRT de Campinas, SP. Quando os trabalhadores retornaram ao trabalho, um raio acertou a cabine de força da fábrica, provocando nova paralisação. Nos seus dez primeiros meses de funcionamento a fábrica ficou paralisada quase de quatro deles.

A capacidade oficial de Jacareí é de 150 mil unidades anuais. Segundo o representante do sindicato local, atualmente a produção é de 15 a 20 unidades/dia, dentre os três modelos.

Durante a cerimônia de inauguração, o vice-presidente da Chery, Zhou Biren, revelou que o objetivo da empresa era vender de 100 mil a 120 mil veículos no País até 2018, com a operação local funcionando a pleno vapor – objetivo hoje muito distante após os resultados do primeiro ano e da intenção de manter a linha paralisada nos próximos meses.

A Chery confirma a negociação de uma proposta de lay-off com o sindicato, mas que ainda nada foi assinado. Em nota, a empresa diz que “Só poderá divulgar detalhes do acordo depois que a proposta fora aprovada pelas partes”.

PSA cria diretoria de veículos utilitários América Latina

O Grupo PSA anunciou na terça-feira, 21, a criação de uma diretoria de veículos utilitários para a América Latina. De acordo com a empresa, a decisão é baseada em seu Plano Mundial de Desenvolvimento, o Push to Pass, com objetivo de lançar mundialmente 34 novos modelos. Destes, oito são veículo utilitários, dentre os quais uma picape de 1 tonelada. Na América Latina serão dezesseis novos modelos que têm como meta dobrar os volumes totais e triplicar os lucros até 2021.

Em nota, a empresa diz que a criação da Direção de Veículos Utilitários América Latina desenvolverá para as marcas Peugeot e Citroën uma estratégia comercial focada nessa categoria.

A missão foi confiada ao franco-brasileiro Frédéric Chapuis, nomeado diretor de veículos utilitários América Latina, respondendo diretamente a Carlos Gomes, presidente Brasil e América Latina do Grupo PSA. O executivo está no grupo há mais de vinte anos, cinco deles como diretor comercial da Citroën no Brasil. Também já atuou na China e na África do Sul.

“Nossa estratégia de expansão se baseia principalmente em três pilares”, revela em nota o novo diretor. “A nossa eficácia comercial, o pós-venda especializado para esse tipo de cliente e a nossa já reconhecida excelência e know-how de produção dessa categoria de veículos.”

Também no comunicado Carlos Gomes aponta a importância da decisão e do plano de desenvolvimento: “O Grupo PSA quer repetir na América Latina o mesmo sucesso da Europa e temos potencial para isso. Mesmo em um contexto econômico difícil, o Grupo reafirma sua total confiança na sua estratégia para os próximos anos. Teremos uma gama de produtos bem direcionada às necessidades dos nossos clientes e o recente anúncio da produção de nossa picape de 1 tonelada na região indica que seguimos nesse caminho”.

Hoje, para o segmento de veículos utilitários na região o Grupo PSA oferta as linhas de furgão e minibus Citroën Jumper e Peugeot Boxer, além do pequeno furgão Partner, da Peugeot. Em passado não muito distante constava também do portfólio a picape Peugeot Hoggar.