Chery tenta fazer do New QQ o nacional mais barato

A Chery está fazendo os cálculos para tentar tornar o New QQ o modelo nacional mais barato em breve.

Não sem um certo atraso – uma vez que o cronograma original previa setembro – o modelo começou a ser produzido neste mês em escala comercial na unidade de Jacareí, no Vale do Paraíba, Interior do Estado de São Paulo, e passou assim a ser o terceiro produto a sair da linha de montagem, ao lados dos Celer hatch e sedã.

A fabricante de origem chinesa agora se debruça sobre planilhas e mais planilhas para equalizar os custos do modelo nacional e fazer com que ele chegue às concessionárias como o veículo nacional mais barato. Este objetivo, entretanto, não será tarefa fácil e pode até mesmo não se concretizar: “Faremos todo o possível”, assegura Luis Curi, vice-presidente da Chery Brasil, em entrevista exclusiva à Agência AutoData.

O New QQ está nas concessionárias desde o primeiro semestre do ano passado, em lote importado da China, com preço de tabela abrindo em R$ 31 mil. Mas o objetivo de Curi é levar o preço do modelo nacional para valor imediatamente abaixo da barreira psicológica dos R$ 30 mil, cobrando algo como R$ 29 mil 990.

Mesmo este valor, entretanto, hoje não seria suficiente para fazer do New QQ o modelo nacional mais barato. Isso porque o Fiat Palio Fire 2P tem tabela abrindo em R$ 28,8 mil, enquanto que por um Uno Vivace, sem as recentes evoluções visuais aplicadas a partir da versão Attractive, com duas portas, a mesma Fiat pede R$ 29,6 mil.

Ocorre que estes dois sairão de linha muito em breve para dar lugar ao novo subcompacto da Fiat, que atuará na mesma faixa do VW Up!, de lançamento previsto para as próximas semanas, e que dificilmente terá o mesmo preço dos modelos que substituirá. “Esta será nossa chance de então passar a responder pelo nacional mais barato com o New QQ”, aposta Curi.

Em 2015, segundo dados da Abeifa, o QQ obteve volume de vendas de 1 mil 430 unidades no País, de um total de 4 mil Chery comercializados ao longo de todo o ano passado. A versão nacional começa a chegar às concessionárias dentro de algumas semanas sem qualquer diferença com relação ao modelo chinês, à exceção da tecnologia flex para o motor 1.0 três cilindros.

Até o barbeiro paga a conta

Caso as novas projeções da Anfavea, de nova queda de vendas de veículos este ano, se confirmarem, o que parece cada vez mais provável, cerca de 2,3 milhões de automóveis e comerciais leves serão comercializados em 2016, 35,7% a menos do que os 3,6 milhões registrados em 2012, o pico das vendas no mercado doméstico. Em termos concretos o setor venderá este ano 1,3 milhão de unidades a menos do que conseguia comercializar em doze meses há quatro anos.

Quando se considera que nenhum carro é vendido hoje, no Brasil, por menos de R$ 30 mil isto significa que o faturamento deste ano ficará no mínimo R$ 39 bilhões abaixo do potencial que o mercado já mostrou ter.

E como cerca de 30% do preço de venda de qualquer automóvel refere-se a impostos federais, estaduais ou municipais na prática isto significará R$ 11,7 bilhões a menos nos cofres públicos. Provavelmente mais, bem mais, na medida em que este cálculo foi feito partir do preço mínimo e, não, do valor real médio de venda dos veículos.

Trata-se, sem dúvida, de renúncia fiscal indireta de muito bom tamanho. A titulo de comparação é valor que equivale a quase 40% de tudo o que o governo projeta conseguir de arrecadação adicional caso consiga aprovar a volta da desgastante CPMF.
Este é, na verdade, apenas um dos vários pontos que geralmente são esquecidos por aqueles que se apressam a criticar qualquer iniciativa governamental que objetive aumentar, ou no mínimo preservar, as vendas da indústria automobilística.

Num País como o Brasil, que tem, de longe, a maior carga tributária do mundo sobre a produção e a venda de automóveis e comerciais leves, quem mais perde com qualquer queda na comercialização de veículos é sempre o governo, que fica com a parte do leão deste bolo.

O resultado operacional final de qualquer dos outros elos da cadeia de produção e comercialização de veículos não chega nem perto destes 30%.

E mais: é dinheiro certo, na mão. E de recolhimento centralizado. Afinal, dentro do sistema de contribuinte substituto, as montadoras são responsáveis por reter e repassar ao governo a maior parte dos impostos referentes à produção e à comercialização dos veículos.

Outro importante ponto normalmente esquecido é o de que os automóveis e comerciais leves são, na prática, verdadeiras maquinas geradoras de impostos, cujo recolhimento vai bem além do momento da produção e da venda originaisl.
É o caso, por exemplo, dentre outros tantos, do IOF cobrado no financiamento, do ISS pago pelo despachante, do IPVA e DPVA – que, aliás, têm de ser renovados todo ano. Até quando morre um carro gera tributo: há uma taxa a ser paga ao Detran no momento da baixa.

Há também o fato de que, em razão da forma como o setor automotivo se estrutura, nada que afete as vendas do setor automotivo tem seus reflexos restritos ao mundo específico das montadoras. Vai sempre além, muito além. Na área da produção afeta sistemistas, fabricantes de componentes isolados, fundições e estamparias, quase sempre de capital nacional, e produtores de matérias primas. No limite até o dono da barbearia que tinha como cliente aquele metalúrgico que perdeu o emprego acaba sendo chamado a pagar parte desta conta.

Na outra ponta, a da comercialização, os efeitos chegam às financeiras, seguradoras, empresas especializadas na instalação de som automotivo e, no limite, às borracharias e aos postos de combustível e às trocas de óleo expressas.

É mais e mais renúncia fiscal indireta. Neste caso dupla. São milhares e milhares de demitidos que deixam de recolher INSS e, na outra ponta, passam a receber seguro desemprego.

Em síntese é bom jamais deixar de levar em consideração que os reflexos de tudo o que envolve o setor automotivo é sempre grande e tem muita repercussão.

Quando as vendas vão bem cada nova fabrica inaugurada tem o poder de mudar completamente a vida e o futuro da população de uma cidade inteira, como aconteceu, por exemplo, no ano passado, pelas mãos da FCA, em Goiana, PE. Em compensação, quando as vendas vão mal, ao menor sinal de simples férias coletivas sempre haverá um muito bem organizado sindicato pronto para cerrar fileiras na porta da fábrica e, assim, colocar o tema nos noticiários noturnos das principais emissoras de televisão.

E para coroar o cenário há, ainda, o fato de as entidades representativas do setor automotivo serem, todas, muito bem estruturadas. No primeiro dia útil de cada mês já é possível saber, em todos os seus pormenores, como foram as vendas de todos os tipos de veículos no mês anterior. É a garantia de que, para o bem ou para o mal, os reflexos de qualquer coisa que venha a afetar a vida do mundo automotivo são e serão sempre imediatos.

Que tal, então, começar a pensar em preservar a clientela da barbearia?

FCA retoma lucratividade no País após Renegade

O presidente da FCA, Fiat Chrysler Automobiles, para a América Latina, Stefan Ketter, informou na terça-feira, 16, durante o lançamento da picape Fiat Toro em Campinas, SP, que a empresa fechou a segunda metade de 2015 com resultados financeiros positivos. “Se não ganharmos dinheiro, não investimos. E não vamos parar de investir, pois essa é a melhor forma de estarmos preparados para quando o mercado brasileiro retomar.”

Ketter reconheceu que o setor vive hoje a maior crise dos últimos anos no País, mas destacou ser fundamental continuar acreditando no Brasil: “Quando a retomada vier será mais rápida do que pensamos”. Ele admitiu ser difícil no momento fazer previsões, até porque o ano de 2016 começou em níveis abaixo dos registrados no final de 2015, porém ainda acredita que as vendas poderão melhorar a partir do segundo semestre.

Na avaliação do executivo as empresas que investiram em produtos de maior valor agregado, oferecendo inovações em qualidade e conectividade, estão se saindo melhor: “Os carros mais caros estão vendendo bem. Precisamos jogar de acordo com o jogo; se ele é diferente temos de ser diferentes”.

O presidente da FCA deixou claro, assim, que o lançamento do Jeep Renegade, em abril do ano passado, foi decisivo para a reversão dos resultados financeiros da empresa. E nessa mesma linha enquadra-se agora a apresentação da picape Fiat Toro, que inaugura um novo ciclo de lançamentos da marca no País.

Com a produção da picape em Goiana o complexo pernambucano ampliou seu quadro de mão de obra para 7,5 mil funcionários e mais 1 mil estão sendo contratados pelos fornecedores instalados no local. A projeção por lá é produzir no prazo de um ano 80 mil Jeep Renegade, mais 50 mil Toro para o mercado interno e outras 10 mil picapes para exportação.

Após altos investimentos no Polo Automotivo Jeep de Goiana, PE, a prioridade agora será a fábrica de Minas Gerais. “É a vez de Betim. Trata-se da maior fábrica do Grupo no mundo e vamos investir em processos e produtos para oferecer uma nova linha de veículos Fiat na América Latina.”

A FCA encerra este ano ciclo de investimento de R$ 15 bilhões iniciado em 2011, dos quais metade foi aplicada em Pernambuco.

Dentre as novidades em Betim há criação de área de comunicação, com conceito similar ao do Communication Center do complexo industrial de Goiana. O objetivo, segundo o executivo, é unificar o pessoal de manufatura, qualidade, desenvolvimento, compras e de outros departamentos em um mesmo espaço – “para ganhar maior agilidade nas tomadas de decisão”.

Revista AutoData de março destaca exportações

Em período de tantas incertezas nas áreas econômica e política, sem qualquer clareza quanto aos rumos do País até mesmo no curto prazo, uma das poucas áreas que destoa favoravelmente no cenário automotivo é a das exportações, tema de capa da edição 319 da revista AutoData, do mês de março, que já está disponível para acesso completo via internet.

Tanto montadoras quanto fornecedores montaram uma verdadeira força-tarefa em busca da ampliação das vendas na região e, principalmente, em novos mercados, sendo África do Sul, Oriente Médio e Rússia alguns dos novos destinos de nossos veículos, peças e motores.

A edição mostra ainda as dificuldades no segmento de máquinas agrícolas e de construção, as estratégias da Volkswagen para recuperar ao menos em parte a participação perdida nos últimos anos e o novo mapa da indústria automobilística com as recentes fábricas que serão inauguradas no País muito em breve, como as da Jaguar Land Rover e da Mercedes-Benz.

Esta, que abre as portas ainda neste mês de março em Iracemápolis, SP, teve seus pormenores revelados no From the Top pelo próprio presidente da empresa no Brasil, Philipp Schiemer, que não esconde a decepção com o momento pelo qual passa o País. Para ele, “quanto mais cedo vierem as reformas menor será a dor”.

Para ler a edição em smartphones e tablets, tanto os com sistema iOS quanto Android, basta entrar no app da revista AutoData. Quem ainda não tiver o aplicativo instalado pode encontrá-lo gratuitamente na AppStore ou na Play Store. Em computadores tradicionais utilize diretamente o link arquivos/autodatadigital/319-2016-03/.

 

Fiat prevê vendas anuais de 50 mil Toro no Brasil

A FCA, Fiat Chrysler Automobiles, programa vender 50 mil unidades da nova picape Fiat Toro no Brasil ao longo de um ano, o equivalente a pouco mais de 4 mil por mês. O modelo já está disponível nas concessionárias da marca para test-drive, mas suas vendas só serão iniciadas no final do mês. Em meados do ano a Toro começa a ser embarcada para países da América do Sul e a previsão da empresa é exportar pelo menos 10 mil unidades/ano.

As informações foram divulgadas na terça-feira, 16, pelo novo diretor comercial da FCA, Sérgio Ferreira, que adiantou haver interesse pela nova picape no Nafta, em particular o México, e também na Europa.

Produzida em Goiana, PE, onde também é feito o Jeep Renegade, a Toro tem preço na faixa de R$ 76,5 mil a R$ 116,5 mil. A mais barata é a versão Freedom 1.8 Flex AT6 4×2 e a mais cara a Volcano 2.0 Turbodiesel AT9 4×4. Há mais duas versões intermediárias, a Freedom 2.0 Turbodiesel MT6 4×2 e a Freedom 2.0 Turbodiesel MT6 4×4, além da série especial Opening Edition.

Totalmente desenvolvida no Brasil a nova picape Fiat, de acordo com o presidente da FCA para a América Latina, Stefan Ketter, representa o início da renovação da linha Fiat no País. Ele não descartou a possibilidade de o modelo vir a ser produzido em outro lugar mas deixou claro que a estratégia prioritária é abastecer o mundo a partir daqui.

“É um carro brasileiro, desenvolvido por brasileiros, o que nos dá muito orgulho e representa um novo marco para a Fiat aqui.” O modelo, segundo Ketter, consumiu investimento de R$ 1 bilhão.

O diretor de produto da FCA e diretor da marca Fiat para a América Latina, Carlos Eugênio Dutra, destacou no lançamento do produto que sua proposta é “conciliar os atrativos de um SUV com o conforto de um sedã, aliando-se a isso uma capacidade de carga de uma tonelada”. Segundo ele é um veículo para trabalho e lazer, que atende tanto o uso na cidade como no campo ou mesmo off-road: “Acreditamos que as versões com motor flex responderão por 35% do total. Dos 65% restantes de versões diesel, cerca de 20% deverão ser da Volcano, a topo de linha”.

A picape tem controle de estabilidade, direção com assistência elétrica, Remote Start, que permite abrir e ligar o carro a uma distância de até 50 metros, e monitoramento da pressão dos pneus, dentre uma série de outros equipamentos de segurança e conforto.

A caçamba tem abertura tipo bipartida – é dividida no meio e abre para as laterais – e pode vir com um extensor que amplia sua capacidade em mais 407 litros. São duas as opções de motor: 2.0 JTD Turbodiesel, com potência máxima de 170 cv, e 1.8 E.torQ Evo Vis gasolina/etanol, com potência máxima de  135 e 139 cv, respectivamente.

Primeira quinzena fecha com 63,5 mil emplacamentos

O mercado brasileiro de veículos está registrando em fevereiro ritmo de vendas parecido com aquele de janeiro, com média diária de vendas pouco além das sete mil unidades.

De acordo com fonte consultada pela Agência AutoData até a segunda-feira, 15, foram emplacados 63,5 mil autoveículos – automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus. O período corresponde a dez dias se descontado apenas o feriado da terça-feira de carnaval, mas se retirados do cálculo também a segunda-feira e a quarta-feira de cinzas, dias de movimento reduzido, os oito dias restantes apontam média diária de 7,9 mil, volume próximo ao registrado em janeiro, 7,7 mil.

Como este fevereiro terá 29 dias, serão 18 dias úteis descontando-se o período completo do carnaval. A expectativa da fonte é do mês fechar com volume total de 135 mil a 140 mil unidades comercializadas.

Se confirmado, este resultado representaria baixa de aproximadamente 26% ante os 186 mil licenciamentos de fevereiro do ano passado, ainda estimulado pelo estoque de modelos com IPI reduzido disponível na rede, além de redução em torno de 11% ante as 155,3 mil de janeiro. O primeiro bimestre fecharia próximo de 293 mil unidades vendidas, queda de 33% ante o acumulado dos dois primeiros meses de 2015.

O Onix está disparado na frente como o modelo mais vendido nas duas primeiras semanas de fevereiro, com pouco mais de 5 mil emplacamentos para 3,5 mil do vice HB20 e 3 mil do terceiro colocado, o Palio. Os números são da Fenabrave.

Produção de motocicletas cai 38% em janeiro

A produção de motocicletas caiu 37,8% em janeiro, de acordo com dados divulgados pela Abraciclo na terça-feira, 16. Saíram das linhas de montagem da Zona Franca de Manaus 76 mil unidades no mês passado, ante 122,1 mil motocicletas há um ano.

Na comparação com dezembro a produção cresceu 50% – mas no ultimo mês do ano passado muitas fabricantes concederam férias a seus trabalhadores.

As vendas no atacado alcançaram 58,8 mil unidades, baixa de 43,6% com relação a janeiro de 2015, quando as concessionárias adquiriram 104,2 mil unidades. Com relação a dezembro o recuo foi de 15,1%.

Segundo Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, em nota, o desempenho reflete as férias coletivas de dezembro. “Os fabricantes também aproveitaram o inicio do ano para ajustar os estoques nas fábricas e nas redes”.

O varejo registrou recuo de 27,7% nas vendas do primeiro mês do ano, comparado com janeiro de 2015, para 78,6 mil motocicletas – com relação a dezembro, a queda chegou a 27%. Nos dados não estão considerados os ciclomotores usados, cujos licenciamentos passaram a serem obrigatórios desde setembro.

De positivo no setor apenas as exportações, que alcançaram 3,4 mil unidades em janeiro e cresceram 53,4% com relação ao mesmo mês do ano passado. No comparativo com dezembro, porém, a queda foi de 43,9%.

Volvo negocia alternativas com o sindicato

A Volvo e o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba começarão nos próximos dias a negociar possíveis alternativas para a situação da fábrica na Capital paranaense, que tem excedente de pessoal. A ideia é reduzir em até 15% o efetivo da unidade, que atualmente emprega 3,4 mil trabalhadores, para adequar ao tamanho esperado para o mercado de caminhões semipesados e pesados, segmentos em que a Volvo atua por aqui, em 2016.

No ano passado 600 metalúrgicos aderiram ao PDV, Programa de Demissão Voluntária, alternativa escolhida pela montadora para reduzir o excedente de pessoal – meta alcançada com sucesso. Mas a expectativa para 2016 é de mais queda, de acordo com Bernardo Fedalto, diretor de caminhões da Volvo do Brasil.

“Deveremos ter nova retração, de 10% a 15%. Saímos de um mercado [de pesados e semipesados] de 70 mil unidades em 2014 para 42 mil em 2015, e este ano deveremos chegar a 35 mil caminhões”.

Segundo Carlos Morassutti, presidente interino do Grupo Volvo para a América Latina, há um acordo fechado com o sindicato que impede a companhia de demitir qualquer funcionário até março. Mas antes disso as duas partes sentarão à mesa para discutir alternativas.

“Vamos avaliar todas as possibilidades que usamos em 2015 e certamente serão necessárias em 2016: banco de horas, PPE, PDV, lay off…”

Esta semana os trabalhadores retornaram às linhas, após uma esticada no carnaval. A partir da segunda-feira, 22, porém, eles ficarão novamente em casa – de duas a três semanas, dependendo da linha de produto.

Resultado – No ano passado a Volvo comercializou 6,7 mil caminhões no mercado brasileiro, queda de 64,3% com relação a 2014. As exportações representaram em torno de 30% deste volume, ou 2,8 mil unidades, ante 2,5 mil caminhões exportados um ano antes.

“O mercado caiu muito, não estamos felizes”, disse Morassutti. “Mesmo assim o Brasil é o segundo maior mercado da marca Volvo no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos”.

O presidente interino revelou que a companhia olha para os demais mercados da América Latina. O objetivo é ampliar as exportações: “Até porque, com o real valorizado, é um negócio que está sendo lucrativo”.

Na divisão de chassis de ônibus as exportações já representaram 51% das vendas no ano passado. Segundo Luís Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin America, foram exportadas 884 unidades, enquanto 864 ficaram no mercado doméstico. O resultado, porém, ficou 45% inferior ao de 2014, na soma total – caiu de 3,2 mil chassis para 1,7 mil unidades.

“Esperamos no mínimo a manutenção deste volume no mercado doméstico, que começou o ano bem devagar. Mas podemos ter algum crescimento nas exportações, uma vez que o primeiro trimestre apresentou um volume de pedidos mais forte do que o mesmo período do ano passado”.

Plano descartado – A intenção de trazer uma segunda marca do Grupo Volvo para o mercado brasileiro, anunciada em 2013, foi cancelada, de acordo com Morassutti. “O projeto foi abortado”.

O atual cenário do mercado brasileiro foi o argumento usado pelo executivo para explicar a decisão. Há três anos Roger Alm, então presidente do Grupo Volvo para a América Latina, havia anunciado que a companhia traria uma nova marca para o País, possivelmente para cobrir os segmentos mais leves do mercado, nos quais a montadora ainda não possui produtos no portfólio.

O Grupo Volvo possui cinco marcas de caminhões no mundo: além da sueca Volvo, compete com a francesa Renault Trucks, a japonesa UD – ex-Nissan Trucks – , a estadunidense Mack e a indiana Eicher. Destas, as quatro primeiras são comercializadas na América Latina. No Brasil, entretanto, são vendidos apenas caminhões Volvo.

Arteb pede recuperação judicial

A Arteb, umas das mais tradicionais empresas de autopeças do setor automotivo brasileiro, fabricante de sistemas de iluminação, pediu recuperação judicial na semana passada. A informação foi revelada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e foi confirmada pela empresa à reportagem da Agência AutoData por porta-voz na segunda-feira, 15.

Entretanto a empresa afirmou que só dará outras informações a respeito do caso na terça-feira, 16.

De acordo com o sindicato trezentos trabalhadores foram demitidos – informação não confirmada pela empresa.

Em nota, o sindicato afirma que a empresa alegou “falta de crédito para saldar dívidas com fornecedores, bancos e pagar impostos” como razão da decisão de pedir recuperação judicial. Seu presidente, Rafael Marques, considerou no comunicado que “o que está acontecendo na Arteb é um reflexo do papel negativo que o sistema financeiro tem desempenhado na crise econômica, negando crédito para as empresas. A atitude dos bancos está paralisando a economia, gerando desemprego e dificultando a retomada do crescimento do País”.

A Arteb é uma das dez maiores da base dos metalúrgicos do ABC, segundo o sindicato. A empresa foi fundada em 1934 e desde 1959 fornece faróis para montadoras instaladas no País. Além da matriz em São Bernardo do Campo, SP, possui unidades em Gravataí, RS, e Camaçari, BA, que fornecem em just-in-time para as fábricas da General Motors e Ford ali localizadas, respectivamente.

Cooper Standard investe R$ 20 milhões em Atibaia

A Cooper Stardard investirá R$ 20 milhões para instalar uma nova linha de produção dentro de sua fábrica em Atibaia, SP. Lá serão fabricados coxins, componente que tem como objetivo o controle de vibração do motor e redução dos ruídos do veículo, item ainda inédito para a empresa no Brasil – são produzidos apenas em fábricas da América do Norte, Ásia e Europa.

A fabricante estadunidense com sede em Dearborn, Michigan, fornece sistemas de vedação e antivibração e componentes para freio e combustível no mercado nacional. Recentemente transferiu para a mesma Atibaia sua linha de vedação, que estava anteriormente em Varginha, MG. Com isso ampliou em 30% a capacidade de produção dos itens.

Em nota o diretor geral da Cooper Standard para a América do Sul, Jürgen Kneissler, afirmou que o projeto ainda está no início. “De fato nosso plano é expandir ainda mais, fornecendo para cada vez mais montadoras e consolidando o trabalho da nossa empresa no mercado automotivo”.

Além das unidades de Atibaia e Varginha, e Cooper Standard possui uma fábrica em Camaçari, dentro do complexo Ford, e um escritório de vendas em São Bernardo do Campo, SP.