BMW montará moto pequena no Brasil

O Grupo BMW anunciou na quarta-feira, 11, em Munique, Alemanha, agressivo plano de crescimento para sua divisão de motocicletas, a BMW Motorrad. A proposta ambiciosa é elevar com vigor o volume de vendas e de concessionárias, em termos globais, pelos próximos cinco anos – ou até o fim de 2020.

Em números isso significa saltar os índices de comercialização das atuais 135 mil unidades/ano para 200 mil/ano e a rede de concessionárias crescer das 1,1 mil casas de hoje para 1,5 mil.

Serão dois os pilares para alcançar tamanho salto, que representará algo como 50% de evolução de 2013 para 2020: novos mercados e novos produtos. E em ambos o Brasil representará papel de protagonista. No primeiro pilar a estratégia será atacar novas faixas de mercado, em particular aquela abaixo de 500 cm3 de cilindrada, na qual a fabricante não atua hoje. Ou não atuava, pois mostrou pela primeira vez a novíssima G 310 R, na faixa dos 300 cm3 de cilindrada.

Esta moto será produzida na Índia, em parceria com uma fabricante local, e de lá exportada em regime CKD para o Brasil para montagem na unidade de Manaus, AM, uma parceria com a Dafra. As primeiras unidades da G 310 R montadas no Brasil chegarão às ruas no segundo trimestre de 2016. Para 2017 está nos planos a adoção da tecnologia flex fuel para o modelo.

Esta iniciativa já antecipa a participação brasileira no segundo pilar da estratégia, assegurou em Munique Peter Schwarzenbauer, o responsável pela Motorrad dentro da estrutura do Grupo BMW: “Nosso avanço se dará em especial na Ásia e na América do Sul, e Índia e Brasil têm participação significativa nestes dois continentes. E a nova motocicleta foi desenvolvida com olhar especialmente dedicado a estes dois mercados”.

O executivo contou que partir para o segmento abaixo de 500 cm3 de cilindrada foi o caminho encontrado para fazer crescer globalmente os volumes: “O total do mercado mundial de motos gira em torno de 11 milhões de unidades ao ano, enquanto o segmento acima das 500 cm3 responde por somente 865 mil ao ano”.

O melhor período em vendas globais para a BMW Motorrad foi 2014, com 123,5 mil unidades. Em 2015, até outubro, o volume foi muito próximo, 121,6 mil, crescimento de 11,5% no comparativo anual. 2015, assim, será o melhor ano da história da divisão – e não custa nada lembrar que a história da fabricante de origem bávara passa primeiro por motores para aviões, depois por motos e só então pelos carros.

No Brasil os números também são positivos: até outubro, de acordo com números da Abraciclo, as vendas da BMW Motorrad alcançaram 7,4 mil unidades, alta de quase 60% ante o mesmo período de 2014. Sua relevância no mercado total no País, entretanto, ainda é mínima: 0,7% de participação no bolo total.

A G 310 R chegará para tentar mudar esse quadro enfrentando especialmente a Honda, dona de nada menos do que 83% do mercado brasileiro, e Yamaha, com 10%.

Indústria argentina recua 25,6% em outubro

Em outubro as fábricas argentinas produziram 45,2 mil veículos, volume 25,6% inferior ao de igual mês do ano passado e 14,6% abaixo do resultado de setembro. Os dados foram divulgados pela Adefa, a associação que representa as montadoras daquele país, que deu duas razões para a retração: um dia útil a menos no mês passado e pausas na produção em algumas plantas, para adequar as linhas à chegada de novos modelos.

No acumulado do ano saíram das linhas de montagem argentinas 462,8 mil veículos, uma queda de 11,4% com relação às 522,1 mil unidades produzidas nos primeiros dez meses de 2014.

As exportações somaram 18,8 mil unidades no mês passado, uma queda de 48,7% na comparação anual e 13,8% na mensal. De janeiro a outubro os embarques de veículos argentinos caíram 25,4%, para 216,2 mil unidades.

Em nota a presidente reeleita da Afeda, Isela Constantini, afirmou que a queda nas vendas do mercado brasileiro contribuiu para o impacto negativo nas exportações de veículos produzidos na Argentina. “Por outro lado existe uma forte demanda por veículos no mercado local, que hoje tem limitações por restrição de oferta de dólares”.

Foram vendidos aos concessionários argentinos 52,2 mil veículos em outubro, queda de 9,6% com relação ao mesmo mês de 2014 e retração de 15,1% na comparação com setembro. De janeiro a outubro foram vendidas 521,3 mil unidades, em linha com o resultado dos primeiros dez meses de 2014.

A restrição para compra de divisas impede que as montadoras faturem mais veículos à rede, que demanda mais carros para atender à procura do consumidor argentino. Os licenciamentos naquele país cresceram 7,9% com relação a outubro do ano passado, apesar de registrarem uma queda de 11,4% na comparação com setembro, para 54,5 mil unidades.

No acumulado do ano foram emplacados 560,6 mil veículos, queda de 9,1%, de acordo com a Acara, que representa o setor de distribuição.

Novo mandato – Em assembleia geral da Adefa a brasileira Isela Costantini, presidente da General Motors, foi reeleita por unanimidade presidente da associação, onde continuará no comando por mais um ano. Enrique Alemañy, da Ford, será o vice-presidente.

Fabricantes de implementos disfarçam caminhões de montadoras ausentes

Mesmo sem presença oficial na Fenatran 2015, certos produtos de algumas montadoras de caminhões ocupam espaço em estandes de fabricantes de implementos – coadjuvantes, é claro, dos reboques e semirreboques expostos. As empresas se preocuparam, porém, em disfarçar os emblemas das marcas ausentes, evitando publicidade gratuita àquelas que não colaboraram com a realização da 20ª edição da feira voltada ao setor de transporte de cargas.

Ao passear pelos corredores do Pavilhão de Exposição do Parque Anhembi, onde até a sexta-feira, 13, ocorre a Fenatran, nota-se o cuidado das implementadoras em esconder os logos da “concorrência” – no caso, de produtos que não sejam Daf ou Volvo, as únicas duas montadoras a participar desta edição.

No estande da Gascom, fabricante de Sertãozinho, SP, um caminhão Mercedes-Benz Axor e um Volkswagen Constellation ostentam em suas grades uma placa comemorativa dos 35 anos da companhia em cima dos emblemas das duas marcas. Em espaços próximos, outras duas empresas disfarçam unidades do Ford Cargo – adesivos escondem o oval azul.

A paulistana Truckvan também disfarçou veículos com placas de seu logotipo em cima do emblema de um Iveco Daily. Seu presidente Alcides Braga, que também é presidente da Anfir, associação que representa as fabricantes de implementos, disse que não houve nenhuma orientação da organização da feira para aplicar o procedimento, mas explicou que algumas empresas tomaram essa atitude para preservar o investimento de quem compareceu.

“É uma forma de valorizar [quem expôs]”, afirmou o presidente da Anfir, pouco depois de conceder uma entrevista coletiva a jornalistas no estande da associação. Nela, falou sobre a grande presença do setor – que ocupa 13 mil m² do pavilhão, com quarenta empresas brasileiras expondo produtos. “Recebemos benefícios do governo nos últimos cinco anos e muitas empresas tiveram lucros no período. Não podemos deixar de comparecer só por causa da crise”.

Braga ponderou que, além de uma feira de negócios, a Fenatran é vista pelos participantes como um evento de confraternização do setor. “Todos os estandes são abertos, com oferta de comes e bebes”.

O presidente da Anfir espera, inclusive, que a Reed Exhibitions Alcantara Machado valorize os esforços da indústria de implementos rodoviários ao definir os espaços de exposição da próxima edição da Fenatran, prevista para 2017 em um novo local – o SP Expo, antigo Espaço Imigrantes, na Zona Sul de São Paulo. “Queremos um espaço semelhante ou superior ao dessa edição”.

Sem PSI em 2016 – Na sexta-feira, 13, a Anfir assinará com a Caixa Econômica Federal um convênio que prevê a criação de linhas de crédito para financiamento de implementos rodoviários. Braga, sem dar pormenores do convênio, descartou a possibilidade de renovação do Finame PSI, do BNDES, para 2016 – a prorrogação do programa pelo governo, anunciada na abertura da feira na segunda-feira, 9, tem validade até 27 de novembro.

“É o prazo que precisa para que as operações sejam aprovadas. O Finame PSI sempre terminou nos últimos dias de novembro”.

O presidente da Anfir disse que o setor terá que voltar a se acostumar a trabalhar com os juros da TJLP, Taxa de Juros de Longo Prazo, que, pelas suas contas, chegarão a 12% ao ano, somados os ganhos das instituições financeiras. Mas não espera impacto muito grande no setor de implementos.

“Dificilmente teremos um ano com volumes inferiores ao deste ano. Acredito que com essas linhas da Caixa poderemos ter até um desempenho um pouco melhor”.

Audi mostra A3 Sedan e mural em homenagem a Ayrton Senna

Um carro novamente produzido no Brasil a ser lançado, o A3 Sedan, e uma homenagem a Ayrton Senna, que em 1993 trouxe a Audi para o País, são atitudes que podem ser tomadas ao mesmo tempo – e foi isto o que a empresa fez na terça-feira, 10, em São Paulo. Foi um lançamento simples, sem vaidades, que reflete os tempos vividos, realizado basicamente para firmar um feito, que é a volta à produção em São José dos Pinhais, PR, em planta que divide, e que já dividiu, com a Volkswagen.

A graça foi, então, a apresentação oficial do mural A Lenda do Brasil – baseado num olhar de Ayrton Senna – realizado pelo artista Eduardo Kobra e equipe, e que pelo menos durante cinco anos ficará exposto na rua da Consolação muito perto do seu cruzamento com a avenida Paulista, na parte traseira de um edifício residencial – quem subir a avenida Rebouças e trafegar pela avenida Doutor Arnaldo em direção ao Centro da cidade terá vista privilegiada da obra.

“Ficamos honrados em dar esse presente para a cidade de São Paulo. Além de ídolo do esporte internacional Senna foi muito importante para a história da Audi no Brasil e essa homenagem não poderia ter vindo em melhor hora”, afirmou Jörg Hofman, presidente e CEO da Audi no Brasil. “Acabamos de reiniciar a produção do A3 Sedan no País e por isto esse mural chega para relembrar a trajetória da marca e reafirmar nosso crescente sucesso.”

O mural tem 41 m de altura por 17,5 m de largura – quase 720 m2 de cores para enfatizar, ressaltar um dos olhares mais reconhecidos do mundo. Kobra e equipe também receberam liberdade poética para pintar o primeiro A3 brasileiro desta nova fase, saído em setembro da linha de produção, com homenagem a Ayrton. Será utilizado em eventos e, em seis meses, passará por leilão com arrecadação revertida para o Instituto Ayrton Senna.

Audi A3 Sedan – De acordo com a apresentação da Audi as atualizações do modelo obedecem ao tripé maior gama de equipamentos de série, mais opcionais e novas opções de motor, refletidos no espelho do conforto, da segurança e da economia.

O novo carro já estará disponível para os consumidores nas 43 concessionárias Audi já na segunda-feira, primeiro com as versões Attraction e Ambiente, dotadas de motor 1.4 Turbo FSI Flex também produzidos aqui, na fábrica do Grupo Volkswagen de São Carlos, com injeção direta e 150 cv.

Ambition, com motor 2.0 TFSI, será apresentada ainda neste mês, Mas seu motor é importado, movido a gasolina e com 220 cv.

Os preços serão divulgados na quinta-feira, 12 – mais uma graça da equipe Audi.

De acordo com técnicos da empresa o motor 1.4 das recém-lançadas versões Attraction e Ambiente dispõe de 28 cv a mais do que a versão então importada e de câmbio de seis marchas Tiptronic. Esse conjunto leva os carros a chegar de 0 km/h aos 100 km/h em 8,8 segundos – sua máxima é de 215 km/h.

Attraction é a versão de entrada, com câmbio automático, ar-condicionado, direção eletromecânica, faróis bi-xenônio e mais uma infinidade de facilidades e confortos, como sistema start-stop e freio de estacionamento eletromecânico. Cinza e preto são as cores dos acabamentos internos.

A versão intermediária, Ambiente, soma aos itens da Attraction sensores de luz e chuva e volante com acabamento em couro multifuncional com shift paddles. A Audi considera um diferencial, no vaso dessa versão, o opcional rádio MMI plus com sistema de navegação. No pacote Design estão incluídos bancos de couro sintético, porta-objetos e teto solar panorâmico, e no Assistence sensores de estacionamento dianteiros e traseiros com câmara de ré e controle de velocidade de cruzeiro.

Mas o pacote Assistence Plus é ainda mais saboroso: traz o Active Lane Assist, que é um assistente para a mudança de faixa, um assistente para luz alta, o sistema Auto-Park de estacionamento automático com câmara de ré… e o sistema Keyless Go, com o qual se destrava o carro e se liga o motor sem a necessidade de uso físico da chave.

Umas das referências Audi, a tecnologia, está presente, mesmo que invisível na estrutura dos A3 que saem de Pinhais. No que diz respeito à tecnologia que faz reduzir o peso do carro um exemplo é a adoção de alumínio para capô, para a subestrutura do eixo dianteiro e da seção absorvedora de impactos atrás do para-choque dianteiro e da plataforma traseira – só aí foram 12 kg a menos.

E de mais 3 kg foi a redução de peso com a adoção de plástico de alta resistência na manufatura do suporte do eixo dianteiro.

Para os aficionados mais uma informação tecníssima: o coeficiente de arrasto dinâmico dos novos Audi A3 sedãs é de 0,30.

Com as calibrações adotadas para o motor flex o motor 1.4 ganhou cavalos a mais e seus valores de desempenho são iguais com a utilização de álcool e de gasolina. Seu consumo divulgado, em uso urbano, é de 11,7 km/h com gasolina e de 7,8 km/h com álcool, e no regime de cruzeiro em estrada faz 14,3 km/h e 9,9 km/h respectivamente.

Fras-le apresenta avanço de 20% na receita do terceiro trimestre

A Fras-le apresentou evolução de 20% na receita bruta do terceiro trimestre, somando R$ 321,3 milhões. O crescimento ajudou a melhorar o resultado acumulado do ano, que atingiu R$ 871,3 milhões, um avanço de 11,4% na comparação com os primeiros nove meses de 2014.

Os dados financeiros da companhia foram divulgados na terça-feira, 10. Em comunicado o diretor superintendente e de relações com investidores, Ricardo Reimer, destacou a evolução nas receitas mesmo diante do cenário de crise política e econômica. “Esse fato se deve, principalmente, à diversificação de mercados e segmentos em que a Fras-le atua”.

O perfil exportador da companhia também contribuiu para o bom desempenho financeiro da fabricante de componentes de frenagem. O faturamento em dólar no mercado externo – somadas as exportações a partir do Brasil e as vendas das unidades controladas no Exterior – absorveu alguns fatores pontuais do desempenho da companhia, que, em dólar, apresentou retração no faturamento – 9,5% de queda no terceiro trimestre, comparado com igual período de 2014.

Nos primeiros nove meses as vendas em dólar somaram US$ 101,6 milhões, declínio de 12,6% com relação ao período de janeiro a setembro do ano passado.

Apesar das incertezas na economia, a Fras-le projeta manutenção dos resultados obtidos até o momento no último trimestre do ano, apoiado por ações internas como melhor utilização do parque fabril.

“Com as unidades no exterior se consolidando nesta estratégia global, a triangulação fabril Brasil, Estados Unidos e China, e também as unidades de distribuição e escritórios regionais intensificando a aproximação com os clientes, aprimorando dessa forma os níveis de relacionamento por meio da presença global e atuação local, é possível acreditar em uma tendência de avanços contínuos no desempenho da companhia”.

ZF implanta programa de ajuda aos fornecedores

 Com o objetivo de fortalecer sua base, elevando a qualidade dos processos industriais na cadeia de autopeças, a ZF criou o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores da ZF, que abrangerá perto de 25 parceiros das categorias Tier 2, aqueles que entregam diretamente para a empresa, e Tier 3, que atendem os Tier 2. A ideia básica é alavancar a competitividade, com redução de custos e ganhos de qualidade. 

Para Wilson Bricio, presidente da ZF para a América do Sul, diante do atual momento econômico do País, altamente desafiador, só irá sobreviver quem for competitivo e flexível: “A ZF enxerga que precisa ser protagonista, liderando o programa de desenvolvimento para garantir o nível de excelência necessário para que tanto os fornecedores como nós continuemos sendo uma referência de qualidade em seus mercados de atuação.”

O primeiro passo do projeto foi dado em setembro, com o início da aplicação do módulo de gestão financeira em um primeiro grupo de cinco fornecedores. Também haverá o módulo de produção e os serviços de consultoria serão desenvolvidos ao longo de 2016 e 2017 por meio de parceria da ZF com o IEL, Instituto Euvaldo Lodi, da CNI, Confederação Nacional da Indústria.

A iniciativa da empresa veio após sua adesão ao Programa de Desenvolvimento de Fornecedores Automotivos, criado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior no fim de 2014. O órgão federal, de acordo com nova da ZF, planejava injetar recursos financeiros no programa no início de 2015. Devido às crises econômica e política que ganharam força nos últimos meses, os recursos foram temporariamente suspensos.

Mesmo assim a ZF decidiu tocar o projeto e em 27 de abril deste ano convocou as empresas estratégicas que iriam participar dessa iniciativa para assistirem a uma palestra que definiria como seria realizado esse trabalho. O programa é dividido em dois módulos, sendo o Financeiro (realizado por profissionais da IEL) e o de Produção (realizado por colaboradores da ZF), ambos com recursos oriundos da própria ZF.

Funcionamento – No módulo de gestão financeira os fornecedores serão atendidos por profissionais do IEL em grupos de cinco empresas, com os consultores visitando cada uma das companhias para análise de suas áreas de planejamento, processos e governança corporativa. Uma das primeiras empresas contempladas foi a Indústria Mecânica Kondor, de Itaquaquecetuba, SP, fornecedora de serviços de usinagem de alta precisão.

Após completar a consultoria no módulo financeiro, o passo seguinte será o módulo de produção, aplicado pela própria ZF. A sistemática será a mesma, com uma análise personalizada de cada fornecedor.

“No módulo de produção iremos indicar as ferramentas necessárias para solucionar problemas que tenham sido verificados no módulo financeiro”, comenta Tarcisio Costa, diretor de gestão de materiais da ZF do Brasil. “Se um fornecedor, por exemplo, tiver problemas com relação à administração de estoque, iremos aplicar alguma solução já existente em nossos processos internos, como o Focus Supplier ou a ZF Supplier Academy, dentre outros.”

Participando pela primeira vez de um plano de investimento de fornecedores, a Kondor, segundo informações da ZF, enxerga boas perspectivas na iniciativa. Kazunari Okimasu, diretor geral da empresa, avalia que a ZF está buscando a melhoria da cadeia, e contribuindo para a sobrevivência dos fornecedores: “Isto é uma forma de demonstrar que não estão de braços cruzados, somente lamentando a crise. É uma ótima oportunidade para melhorarmos as práticas em todos os processos”.

A Kondor ainda está na fase inicial do projeto. “Recebemos duas visitas do consultor financeiro e ele está nos mostrando uma forma diferente de avaliar os relatórios financeiros”, informa o diretor geral. “Nossa maior expectativa é com relação aos processos. Acreditamos que será de grande valor receber os especialistas de uma grande empresa como a ZF para nos ajudar a identificar onde podemos melhorar.”

Noma cresce em participação

Apesar do ano difícil para economia brasileira e em especial para o setor de transporte, com queda nas vendas de caminhões que chega a quase 50%, a fabricante paranaense de implementos rodoviários Noma comemora desempenho com aumento de participação, para 12,2% até setembro. No ano passado a empresa fechou com fatia em torno de 9%.

Durante coletiva de imprensa na Fenatran 2015 o presidente da empresa, Marcos Noma, justificou o crescimento baseado na oferta de seus produtos, com soluções diferenciadas para o cliente, principalmente devido ao desenvolvimento de carretas a partir do alumínio e, portanto, capazes de oferecer maior capacidade de carga por viagem.

“Não pensamos simplesmente em produzir carretas, mas aquela que a demanda do mercado precisa”, justificou o dirigente da Noma. “Buscamos a solução que proporciona mais resultado ao cliente, que ofereça mais rentabilidade e mais baixo custo operacional. Isso está dando certo.”

De acordo com ele a empresa conseguiu cair menos do que o mercado. Enquanto o mercado de implementos aponta retração de 48%, acompanhando o desaquecimento das vendas de caminhões, a Noma registra recuo de 34%.

Independentemente da crise, no entanto, o presidente da Noma reafirma o investimento que está sendo realizado para a construção de uma nova fábrica da empresa, em Tatuí, SP. A fabricante aplica por lá R$ 75 milhões em terreno de 300 mil m² para tornar realidade uma unidade com capacidade para produzir 600 unidades mensais. As obras civis começaram em abril passado e as atividades fabris estão previstas para o segundo semestre de 2017. O empreendimento, segundo a empresa, deve gerar 450 empregos diretos e praticamente dobrar a capacidade produtiva da empresa.

“A nova fábrica surge de uma necessidade que vivemos há pouco tempo. No boom do mercado, em 2013, tínhamos de recusar pedidos pela falta de capacidade”, conta. “Infelizmente o mercado caiu mais do que o esperado e muito rápido, mas não podemos perder de vista o seu potencial, mesmo porque uma hora certamente a crise passa.”

O presidente da Noma acredita que o momento atual é mais político do que propriamente econômico. Não descarta os resultados negativos como o desemprego, a queda na renda e a baixa atividade econômica: “Mas antes de tudo isso há a falta de confiança na decisão da compra. O cliente sabe que qualquer mudança drástica de rota na política pode mudar completamente o cenário”.

Ainda assim Marcos Noma acredita em um 2016 semelhante a 2015 com viés de alta de 6% a 10% no volume de vendas: “Estamos acostumados a um mercado de sobe-e-desce, mas nunca na história ocorreram três anos de quedas consecutivas, o que me faz acreditar, pelo menos teoricamente, que já chegamos ao fundo do poço”.

Randon reduz custos e se ajusta ao mercado

A divisão de implementos do Grupo Randon aproveita a Fenatran para mostrar novas tecnologias e inovações em suas linhas de produto, como o semirreboque Furgão Ecoplate 2, adequado para o transporte de cargas volumosas, tipo linha branca e eletroeletrônicos, e o novo Bitrem Tanque Linha R, que transporta até 62 mil litros de combustível.

Ao divulgar as novidades na segunda-feira, 9, no primeiro dia da feira de transporte que é realizada no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi, em São Paulo, o diretor presidente da Empresas Randon, David Abramo Randon, informou que a companhia aproveitou o último um ano e meio de crise de mercado para reduzir custos e melhorar sua gestão.

Sem revelar números em função da lei do silêncio da CVM, Comissão de Valores Mobiliários, Randon disse que mais de 3% da receita líquida do grupo foram investidos em tecnologia, inovação, melhoria de processos e novos materiais: “Centralizamos nossos suprimentos, as compras passaram a ser feitas a partir de uma central com auditoria da consultoria McKinsey e concentramos mais os fornecedores, reduzindo o número de parceiros”.

Após dois períodos de redução de jornada de trabalho – três meses no ano passado e seis meses no atual –, a empresa está, hoje, com seu quadro de mão e obra ajustado ao novo patamar de produção: “Nós simplesmente fechamos a porta de entrada e não repusemos as vagas dos que saíram. Assim nos ajustamos sem grandes traumas”.

Randon não acredita em recuperação do mercado interno de implementos no ano que vem, mas vê perspectiva de aumento das exportações do grupo:

“No caso das autopeças, que enviamos para mercados de países desenvolvidos, o dólar ajudou e as exportações estão indo muito bem. Já nos implementos, destinados principalmente para países da América do Sul, não houve crescimento por envolver países que também tiveram valorização do dólar”.

Já para 2016 o executivo aposta em alta nas exportações. Um dos fatores que deverá contribuir nesse sentido é a nova tecnologia Ecoplate 2 utilizada em seus painéis, que por não conter madeira em sua composição é mais durável, mais leve e 100% reciclável.

Como contou Sandro Trentin, diretor de tecnologia e inovação do produto da Randon Implementos, durante a apresentação dos produtos da empresa na Fenatran 2015, “isso acontece porque o painel de PVC é mais modular e, portanto, é mais fácil de ser exportado”.

DAF investe R$ 60 milhões na produção de motores Paccar

A DAF Caminhões iniciou este mês a produção local dos motores Paccar MX nas versões de 360, 410, 460 e 510 cv. A informação foi divulgada pelo presidente da empresa no Brasil, Michael Kuester, na segunda-feira, 9, primeiro dia da Fenatran 2015 que é realizada no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi, em São Paulo. O investimento nesse novo projeto envolveu R$ 60 milhões.

A linha de motores localiza-se no mesmo prédio onde são fabricados os modelos XF105 e CF85, esse último o grande destaque da empresa na Fenatran por ser o segundo modelo produzido pela DAF no País, com vendas iniciadas este mês. A produção de motores, de acordo com Kuester, deve acompanhar a de caminhões, atingindo perto de 1 mil unidades já no ano que vem.

“Com essa nova linha queremos ampliar nosso número de fornecedores locais, hoje em torno de cinquenta.”

A empresa já comprava blocos e virabrequins da Fundição Tupy, aqui no Brasil, componentes que seguiam para a Holanda, onde os motores eram montados, e retornavam para cá.

Com a linha local a expectativa é ampliar a localização das peças dos dois modelos de caminhões produzidos no Paraná: “Hoje nosso índice de nacionalização é de 65%, o que já permite que nossos clientes utilizem o Finame do BNDES”.

Kuester, no entanto, ainda não tem dados exatos de como ficará o novo porcentual de conteúdo local.

De qualquer forma destacou que a empresa está atrás de novos fornecedores aqui: “Recebemos visitas constantes de representantes e técnicos de empresas de autopeças interessadas em ter parceria com a DAF e certamente ampliaremos nossa base de fornecedores”.

Além do aporte na produção de motores a empresa também fez alto investimento na nova linha de caminhões pesados CF85: “Aplicamos R$ 200 milhões no desenvolvimento do produto para o mercado brasileiro, principalmente em engenharia e na parceria com fornecedores”.

Destinado ao segmento de pesados para transporte de curtas e médias distâncias o CF85 chega nas versões 4×2 e 6×2 com motor de 360 cv e 410 cv. Com capacidade projetada para 10 mil unidades por ano, a DAF – que inaugurou fábrica local há dois anos – prevê encerrar 2015 com vendas em torno de 450 unidades, o dobro do que comercializou no ano passado. E o projeto é mais do que dobrar os negócios em 2016, atingindo perto de 1 mil unidades.

O presidente Kuester acredita que o mercado de caminhões pesados se manterá estável no ano que vem e, com isso, a empresa ampliará sua participação para cerca de 5%. A DAF tem hoje 220 funcionários em Ponta Grossa, PR, número que já engloba os contratados recentemente para a nova linha de motores.

Alcoa promete redução de peso com componentes em alumínio

Diversos componentes em alumínio desenvolvido pela Alcoa com parceiros prometem reduzir em até 1 tonelada o peso do caminhão, comparado com os materiais usados atualmente pelas montadoras. A companhia apresenta um conceito com a estrutura no metal em seu estande na Fenatran, que ocorre de 9 a 13 de novembro no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi, em São Paulo.

Da cabine ao reboque, são muitas as peças em alumínio já prontas para aplicação. Celso Soares, diretor de laminados da Alcoa América Latina, contou que o eixo 100% manufaturado no material – desenvolvido em parceria com a Metalsa – reduz em 40% o peso da estrutura, quando comparado com o aço.

“É um salto para a indústria de transporte de cargas”, disse o executivo.  “O processo de fixação das peças é exclusivo da Alcoa, sem folgas nelas”.

Além do inovador chassi, a companhia apresentou um radiador até 14 quilos mais leve que um convencional, rodas em alumínio de até 18 quilos, eixos de transmissão com redução de 45 quilos no peso, tanques de combustível e até uma quinta roda, também 45 quilos mais leve.

Outra proposta apresentada pela companhia foi uma carroceria inteiramente em alumínio, nas laterais e no assoalho. O executivo estima uma redução de 50% no peso quando comparado ao seu equivalente em aço e de 55% no de madeira.

Segundo Soares os componentes são tão ou mais resistentes que os seus equivalentes de outros materiais e estão prontos para serem oferecidos aos interessados.