Mercado deve manter mesmo ritmo até dezembro

O presidente da Anfavea, Luiz Moan, reafirmou na quinta-feira, 6, que a retomada do mercado nacional de veículos deve acontecer no primeiro trimestre de 2016 – expectativa que revelou em primeira mão em seminário promovido pela AutoData Editora em 20 de julho. Segundo ele, houve uma postergação da melhora do cenário devido à demora da implantação do ajuste fiscal: “Esperávamos que as medidas fossem realizadas de forma mais ágil, mesmo assim estamos confiantes que o mercado apresentará uma reação”.

Durante a divulgação dos resultados de julho, realizada em São Paulo, o dirigente afirmou que a retração acentuada nas vendas faz parte de um momento passageiro.  “Sabemos que isso vai passar. Não é a toa que a indústria anunciou R$ 8 bilhões em novos investimentos no País. Ao todo já foram confirmados R$ 85 bilhões no Brasil para os próximos anos”, afirmou. “Todos estamos confiantes em uma melhora e no potencial do País.”

Moan acredita que o ritmo de vendas até dezembro deve manter o mesmo patamar apurado durante o ano. “Nós prevíamos uma recuperação no segundo semestre, mas haverá um atraso nesses resultados justamente pela demora na aprovação das medidas de ajuste fiscal.”

Em julho foram comercializados 227,6 mil automóveis, comerciais leves, ônibus, caminhões e máquinas agrícolas no País. O volume é 22,8% menor do que o apurado um ano antes.  Na comparação mensal, no entanto, houve um incremento de 7,1% nas vendas.

De acordo com Moan, os brasileiros mantêm a propensão de compra de veículos. “Prova disso é a venda de veículos usados. De janeiro a julho foram comercializadas cerca de 6 milhões de unidades, uma alta de 4% na comparação anual”, disse.

Para Moan, outra prova de que o mercado tem potencial para se recuperar são os consórcios. “Em junho foram comercializadas 78,5 mil cotas no País, uma alta de 9% ante maio e de 37% ante junho de 2014. Os brasileiros querem comprar.”

No acumulado do ano a venda de veículos soma 1 milhão 546 mil unidades, em baixa de 21% na comparação anual. Já as vendas anualizadas apresentam retração de 13,9%, para 3 milhões 90 mil unidades.

Estoques – O nível de estoque recuou em julho. Segundo a Anfavea, o total caiu de 46 dias em junho para 45 dias no último mês.

Em volumes a somatória passou de 351,1 mil unidades para 344,8 mil no fechamento de julho. Desse total, 206,9 mil estão em poder dos concessionários e 137,9 mil nas fábricas.

Máquinas: mercado interno volta a cair em julho.

Depois de uma leve reação em junho, com elevação de quase 7% sobre o mês anterior, o segmento de máquinas agrícolas e rodoviárias recuou novamente em julho. No mês, indica levantamento da Anfavea divulgado na quinta-feira, 6, foram negociadas 4 mil unidades, 37,5% a menos do que um ano antes e  9,1% abaixo do apurado no mês anterior. No acumulado dos primeiros sete meses a queda nos negócios chegou a 27,2% na comparação com igual período do ano passado.

Para Ana Helena de Andrade, vice-presidente da Anfavea, o resultado mensal inferior ao de junho não indica necessariamente um cenário de quedas ainda mais expressivas ao longo do ano. A dirigente admite até mesmo uma média igual ou até um tanto melhor nos últimos cinco meses de 2015, suficiente até mesmo para diminuir o recuo apurado de janeiro a julho. 

“Ainda dá para acreditar em um mercado anual só 20% inferior ao de 2014”, afirmou, enfatizando a própria ironia para acrescentar que a indústria ainda persegue a projeção inicial para o ano.

Esse degrau abaixo do mercado de julho não surpreendeu, segundo a vice-presidente da Anfavea.  Afinal o setor se ressentiria de alguma escassez de crédito em especial na primeira quinzena, período de transição do Plano-Safra 2014/2105 para o 2015/2016. “O BNDES voltou a operar suas linhas somente na metade do mês”, lembrou Andrade.

O Plano-Safra 2015/2016 foi anunciado ainda no transcorrer de junho com recursos da ordem de R$ 187 bilhões, 20% a mais do que no ano passado, embora com taxa média maior, de 8,75% ao ano.

Mas preocupante, para ela, é a seguida queda no índice de confiança do agricultor, que chegou a 82,8 pontos no segundo trimestre do ano – no encerramento de 2014 era de 104,4 pontos.

Com um mercado interno 27% menor no acumulado do  ano a produção de máquinas agrícolas e rodoviárias não poderia seguir ritmo nada diferente, até mesmo porque as exportações de 6,2 mil unidades em sete meses – 843 delas em julho – também não ajudam muito: foram 21,3% menores do que de janeiro a julho de 2014.

Em julho foram fabricadas 5 mil 119 máquinas, 41,6% a mais do que no mês anterior. A grande variação positiva, no entanto, se justifica somente pela base comparativa fraca, já que em junho muitas empresas mantiveram suas linhas paradas em função de férias. De qualquer forma, foi o terceiro melhor mês do ano e atenuou o decréscimo acumulado, agora de 27,7%. 

Os tratores de rodas, segmento de maior volume de produção, somaram 4,2 mil unidades fabricadas em julho, 49,3% a mais do que no mês anterior, mas 41,4 % a menos do que no mesmo mês do ano passado.   

Exportações à espera de novos acordos até setembro

Apesar de ter caído em julho comparativamente a junho, o volume de veículos exportados segue com resultado positivo no ano e a receita registra queda menor mês a mês, mantendo-se assim a expectativa de o setor de ao menos repetir em 2015 os US$ 11,5 bilhões do ano passado.

Ao divulgar os dados de exportação na quinta-feira, 6, o presidente da Anfavea, Luiz Moan, mostrou-se otimista com a perspectiva de crescimento contínuo nessa área, revelando contatos cada vez mais próximos do governo brasileiro com Peru e Colômbia: “Acreditamos que ainda este mês ou no máximo em setembro serão assinados com os dois países acordos bilaterais, com melhorias em relação ao que existe hoje”.

Por esta razão a associação decidiu postergar a revisão das projeções de vendas ao mercado externo neste ano por mais um ou dois meses.

Em julho foram embarcados 28,3 mil veículos, 17,6% a menos do que o total de 34,3 mil do mesmo mês de 2014 e resultado 40,7% inferior ao de junho, quando as exportações chegaram a 47,7 mil unidades. No acumulado, porém, verifica-se crescimento de 10,7%, com exportações de 225,3 mil veículos até julho ante os 203,6 mil dos primeiros sete meses do ano passado.

Em valores as vendas externas atingiram US$ 747 milhões no mês passado, 24,7% a menos do que no mesmo mês de 2014, US$ 992 milhões, e redução de 25,7% em relação a junho, quando o setor exportou perto de US$ 1 bilhão. As variações mês a mês, segundo a Anfavea, são naturais e, por isso, não preocupam. O importante, de acordo com Moan, é que no acumulado do ano a queda da receita com exportação mostra tendência de recuperação:

“Começamos o ano com o comparativo anual indicando 27% de retração no valor exportado e agora esse índice está em 10%. Nos primeiros sete meses atingimos quase US$ 6,3 bilhões ante US$ 7 bilhões no mesmo período de 2014, mas acreditamos em crescimento até dezembro e, por isso, mantemos nossa meta de equiparar a receita das exportações deste ano com as de 2014”.

O crescimento em volume em contraste com a queda em receita deve-se basicamente ao mix de produtos importados. Enquanto os embarques de automóveis crescem 10,7% no ano, os de máquinas agrícolas caem 21,3% – 6,2 mil unidades este ano contra quase 7,9 mil nos primeiros sete meses de 2014. “São produtos de maior valor agregado e preço unitário maior, o que acaba gerando a queda do faturamento do setor com exportações”, explica o presidente da Anfavea.

BMW S 1000 RR nacional fica R$ 4 mil mais barata

A superesportiva BMW S 1000 RR começa a ser produzida este mês na Zona Franca de Manaus, dentro das instalações que a BMW Motorrad possui na fábrica da Dafra na Capital amazonense. O preço foi reduzido em R$ 4 mil com relação ao modelo importado da Alemanha.

Segundo a companhia, em comunicado, a versão nacional, que desde janeiro está disponível em nova geração, oferecerá o mesmo pacote de equipamentos da importada, mas o preço caiu para R$ 72,9 mil para as cores vermelha e preta e R$ 75,4 mil para a tricolor em vermelho, branco e azul.

É a sétima motocicleta nacionalizada pela companhia, que também monta por aqui a G 650 GS, F 800 R, F 800 GS, F 800 GS Adventure, R  1200 GS e R 1200 GS Adventure.

Frederico Alvarez, diretor da BMW Motorrad Brasil, afirmou no comunicado que a produção local da S 1000 RR dá sequência à estratégia de nacionalização das motocicletas da marca, com a mesma qualidade e preços ainda mais competitivos.

“O Brasil é o quinto maior mercado da BMW Motorrad no mundo e segue promissor no segmento de alta cilindrada.”

Rassini NHK é a primeira empresa do setor a aderir ao PPE

A fabricante de molas e feixes de molas Rassini NHK, detentora da marca Fabrini, é a primeira empresa do setor automotivo a aderir ao PPE, o Programa de Proteção ao Emprego, lançado pelo Governo Federal há aproximadamente um mês. A proposta foi aprovada em assembleia realizada na sede da empresa, em São Bernardo do Campo, SP, da manhã da quarta-feira, 5.

As informações são do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

O acordo prevê redução de 15% da jornada de trabalho com igual redução dos salários para todos os 550 trabalhadores da fábrica, com complementação via FAT, Fundo de Amparo ao Trabalhador, de metade da redução salarial – ou seja, 7,5%. A iniciativa terá duração de quatro meses, o que dará ao trabalhador a garantia de emprego até 31 de janeiro de 2015, salientou o sindicato em comunicado.

O programa poderá ser prorrogado por até oito meses.

Para Rafael Marques, presidente do Sindicato, em nota, “este acordo celebrado com a Rassini será referência para a base inteira. A aprovação foi unânime e demonstrou o reconhecimento do espírito do Programa, que valoriza o vínculo do trabalhador ao seu emprego”. Para o dirigente sindical, “é muito mais eficiente, inteligente e correto ter a participação do Estado brasileiro na preservação do emprego”.

Marques reforçou ainda, no comunicado, que o sindicato “não vai admitir demissões na categoria. Vamos exigir dos empresários que usem o programa [PPE] até o limite. Se tiver demissão, vai ter greve”.

Fim do lay-off – Os 750 metalúrgicos da General Motors que estão em lay-off desde março devem retornar à fábrica de São José dos Campos na próxima segunda-feira, 10. Esta é a expectativa do sindicato local, que revelou, em comunicado, que na quarta-feira, dia 5, os trabalhadores começaram a receber telegramas da montadora comunicando retorno.

A notícia da volta à fábrica está sendo recebida com alívio pelos trabalhadores, de acordo com o sindicato – os metalúrgicos terão direito a garantia de estabilidade pelos próximos três meses.

O lay-off na GM de São José dos Campos começou no dia 9 de março e atingiu 798 trabalhadores, sendo que 48 já retomaram suas atividades.

Padovan: vamos sair dessa.

Flávio Padovan, diretor geral da Subaru, marca aqui representada pelo Grupo Caoa, não deixou o otimismo de lado mesmo com a retração do mercado brasileiro de veículos. E isso não tem a ver com o desempenho da Subaru em 2015, quando pretende dobrar as vendas para 2,2 mil unidades, ante 1,1 mil veículos comercializados no ano passado: Padovan sabe que o mercado automotivo em geral sofre com a crise.

Crise esta que, em sua avaliação, é mais política do que econômica, embora atinja em cheio o desempenho da economia brasileira. “Mas vamos sair dela. A velocidade dependerá da capacidade do governo de arrumar a casa. E também da oposição, que não pode ter esse papel destrutivo e deveria ter uma posição mais construtiva”.

Segundo o executivo, que fez carreira no setor automotivo – passou pela Ford, Autolatina, Ford Caminhões, Volkswagen, Jaguar Land Rover e foi presidente da Abeiva antes de se transferir para o Grupo Caoa, no ano passado – o mercado brasileiro ainda é grande. “Com as 2,6 milhões de unidades vendidas seremos o sétimo maior mercado do mundo este ano. Ainda somos muito fortes”.

Durante o lançamento do Subaru WRX e WRX STI, dois sedãs esportivos, o executivo conversou com a reportagem da Agência AutoData. Confira:

Como você analisa o mercado brasileiro de veículos neste ano e qual sua expectativa para o fechamento de vendas em 2015?

O mercado e o País passam por um momento difícil. Na minha opinião essa crise que passamos é mais política do que econômica, mas mesmo assim atingiu alguns setores, como o automotivo. Agora, não podemos esquecer também que o Brasil chegou a vender 3,5 milhões de veículos há pouco tempo e, se hoje caiu – e caiu bastante – serão 2,6 milhões. Ainda é muito carro! Esse volume nos coloca como sétimo maior mercado do mundo. Ainda somos muito fortes, apesar da crise.

Você acredita que o mercado vai retomar? Quando?

Nós já passamos por outras crises no passado e agora vamos enfrentar essa, que é diferente. Eu sou um otimista: o mercado pode se recuperar no segundo semestre de 2016. Mas vai depender da capacidade do governo de se reorganizar politicamente, da velocidade que eles vão conseguir organizar e coordenar tudo para dar uma acalmada e para a economia voltar a crescer.

O segmento premium não está sofrendo tanto com a crise. Por quê?

O mercado de veículos premium também está sofrendo. Talvez não no mesmo nível do mercado em geral, porque o consumidor do carro popular tem menor poder aquisitivo e não tem tanto acesso a financiamentos. Mas o consumidor de premium também está evitando ir às compras por questão de confiança. Ele pensa: “Vou comprar agora ou espero seis meses até as coisas melhorarem?”. Aí ele adia a compra e o mercado também sofre. Mas concordo que não está sofrendo tanto quanto as marcas que têm carros populares, embora também sofra.

Mas a Subaru vai dobrar as vendas…

Nós crescemos porque viemos de uma base baixa e fizemos ações efetivas de exposição da marca, de lançamento de produtos, de atualização de produtos e de foco no negócio. Mas isso não quer dizer que o segmento está crescendo. Ele não está crescendo! O que ocorre é um movimento entre marcas, existem umas com maior capacidade de tirar mercado das outras.

Esse movimento de migração de marcas também ocorre no mercado de carros mais baratos?

Sim, é um movimento natural. Recentemente ocorreram movimentos de chegadas de novas marcas no mercado brasileiro: primeiro vieram os japoneses, depois os franceses, agora chegaram os coreanos. Não tem como as mais antigas manterem a participação de mercado – e todas elas sabiam disso.

Voltando à Subaru. Esse ano vocês projetam dobrar as vendas. Mas como será o ano que vem? A expectativa é dobrar novamente as vendas?

Dobrar novamente será um pouco difícil. Não posso te dar um número agora porque a Subaru opera no limite da capacidade nas duas fábricas que possui no mundo, tanto nos Estados Unidos quanto no Japão, e a locação lá é difícil. Mas estou negociando volumes para o ano que vem e dependerá também da nossa habilidade de aumentar as vendas ainda mais, de abrir novas lojas. Mas vamos continuar crescendo.

Vocês importam unidades acima da cota que possuem no Inovar-Auto?

Veja bem: a cota é do Grupo Caoa. A Subaru não tem CNPJ ainda, é uma marca representada pelo Grupo. Como ele possui duas cotas, uma de importação e uma de manufatura, pela fábrica de Anápolis [em Goiás, onde produz os modelos Hyundai Tucson, Ix35 e o caminhão HR], a capacidade [de importar com desconto no IPI] é grande. A de importação chega a 4,8 mil unidades por ano.

Você mencionou que a capacidade de produção da fábrica do Japão e dos Estados Unidos está no teto. Existe algum plano de produzir modelos Subaru por aqui, em Anápolis ou em alguma outra nova fábrica?

Por enquanto não existe. A Subaru está aumentando a capacidade de produção das fábricas dos Estados Unidos e do Japão. Aqui ainda precisamos solidificar muita coisa. Para fazer uma fábrica é preciso vender 15 mil carros por ano, aí o investimento tem um retorno equilibrado.

Nem para algum país vizinho, como base de exportação para a América do Sul?

Não. Não há planos.

Você ainda confia no Brasil?

Com certeza. O Brasil passa por dificuldades, mas ninguém em sã consciência pode duvidar do futuro do Brasil. É um país com muitos recursos naturais, uma potência no agronegócio. Tem uma capacidade enorme e potencial muito grande. Passamos por uma dificuldade que envolve também aspectos morais, culturais, mas acho que todo país que cresceu e superou problemas de certa forma enfrentou isso também. Falta também bom senso, falta pensar mais no País do que em si próprio. Isso de maneira geral, sem generalizar ou partidarizar. Mas vamos sair dessa, sou otimista. Agora, a velocidade depende da capacidade do governo de arrumar a casa. E a oposição não pode ter esse papel destrutivo, deveria ter uma posição mais construtiva.

Argentina: vendas em julho fecham em baixa de 2,8%.

As vendas de veículos na Argentina encerraram julho em queda de 2,8% quando comparadas ao mesmo mês do ano passado. De acordo com dados da Acara, a Fenabrave local, divulgados pelo Tiempo Motor, parceiro editorial da Agência AutoData naquele país, foram licenciados 59,8 mil unidades ali no mês passado, ante 61,5 mil um ano antes. Ante junho, porém, a comparação é positiva em 3,4%.

No acumulado dos sete primeiros meses de 2015 o mercado argentino registra baixa de 15,1%: 376,8 mil ante 444,2 mil no mesmo período de 2014.

As previsões da para o total do ano Acara foram mantidas, e indicam volume de emplacamentos próximo de 570 mil unidades na Argentina.

O mês passado foi bom para Volkswagen, Renault e Toyota no país vizinho, maior parceiro comercial do Brasil no Mercosul. A marca de origem alemã, líder ali, viu seus emplacamentos crescerem 21,3% e, com isso, recuperou índice negativo no acumulado e agora registra, no ano, alta de 1,33%. Em julho alcançou 10,1 mil unidades, ante 8,3 mil no mesmo período de 2014, e no ano registra 68,2 mil ante 67,3 mil.

A montadora francesa foi a segunda melhor em julho, com 8,9 mil licenciamentos, 22,9% acima dos 7,2 mil um ano atrás. No acumulado do ano, porém, é a quinta, ainda com queda de 32%, para 40,8 mil ante 60 mil.

Das montadoras com maior volume a japonesa também se destacou ao crescer 15,4% no mês passado, para 6,5 mil ante 5,6 mil um ano antes, o que lhe assegurou a sexta colocação. Na soma de janeiro a julho repete a posição do ranking mas cai 7,25%, para 37 mil ante 40 mil.

Em julho a Ford foi a terceira, 7,9 mil licenciamentos, em queda de 2%, seguida por Chevrolet, 7,5 mil e queda de 18,5%, e Fiat, 6,5 mil e 31% abaixo. No ano a Ford é a segunda, 53,6 mil emplacamentos em retração de 8,2%, a Chevrolet a terceira, 49,8 mil e 8,5% de retração, e a Fiat a quarta, 42,3 mil e baixa de 30%.

Por modelos o preferido no mês passado pelos argentinos foi o Volkswagen Gol: com 2,8 mil, cresceu 26,4% no comparativo mensal, deixando na segunda colocação o Chevrolet Classic, cerca de apenas trinta unidades atrás e alta de 26,3%, e o Fiat Palio em terceiro, 2,6 mil e baixa de 28%. Completam a lista de julho, pela ordem, o Ford New Fiesta, Toyota Etios, Renault Clio, Ford EcoSport, Renault Sandero, Ford Focus e Toyota Corolla.

No acumulado do ano até o sétimo mês o Gol também lidera, seguido por Palio, Classic, New Fiesta, EcoSport, Clio, Focus, Etios, Peugeot 208 e SpaceFox. Destes apenas o Classic, o Fiesta e o Focus têm índices positivos no comparativo anual, ainda assim de não mais que um dígito baixo.

Já nas picapes a Toyota Hilux lidera o mercado argentino com folga, tanto no mês passado quanto no ano. A sequência, neste caso, é a mesma para os dois comparativos: em segundo lugar está a Ford Ranger, em terceiro a VW Amarok e em quarto a Chevrolet S10.

Vendas diretas tiveram queda maior em julho

Em julho, mais uma vez, as vendas diretas registraram queda superior ao varejo automotivo. Levantamento da Agência AutoData com base nos dados divulgados pela Fenabrave indicam que as vendas nas concessionárias apresentaram retração de 20,7% no mês passado, comparado com igual mês de 2014, enquanto os licenciamentos para frotistas recuaram 23,7%.

Foram emplacados 63,2 mil automóveis e comerciais leves por meio de venda direta e 156,2 mil unidades via varejo, com participação de 28,8% e 71,2% no total de emplacamentos do mês, respectivamente. No geral foram comercializados 219,4 mil veículos no mês passado, retração de 21,6% com relação ao mesmo mês de 2014.

A tendência de retração maior nas vendas diretas vem sendo verificada nos últimos meses e reflete também no resultado do acumulado do ano. De janeiro a julho foram licenciados 408,1 mil veículos por meio das vendas diretas, volume 21,7% inferior ao do emplacado nos primeiros sete meses do ano passado. No varejo a queda chegou a 19,4% e no geral 20%.

A participação das vendas diretas no mercado total estava em 28% no acumulado de janeiro a julho de 2014, fatia que caiu para 27,4% em igual período deste ano.

Em recentes conversas com a reportagem da Agência AutoData executivos da indústria automobilística relataram a redução no apetite por parte das locadoras, os principais clientes de vendas diretas. Decorre do próprio desempenho das empresas do mercado de locação, que enfrenta redução na demanda por seus serviços.

Por outro lado varejistas também reclamam da redução no fluxo de pessoas nas lojas e da atenção que as montadoras direcionam a frotistas, ao promover generosos descontos nas negociações.

Duas marcas se destacaram no mês passado nesse tipo de negócio. Dos 26,2 mil automóveis e comerciais leves Ford vendidos em julho, 10,5 mil foram por meio de vendas diretas, ou 40% do volume dos licenciamentos. Na Renault a fatia chegou a 43%: das 15,8 mil unidades comercializadas no mês passado, 6,8 mil foram negociadas diretamente com frotistas.

Participação dos consórcios para veículos cresce quatro pontos

A participação dos consórcios nos financiamentos para veículos cresceu 4,1 pontos porcentuais no primeiro semestre deste ano ante mesmo período do ano passado. O dado foi revelado pela Abac, Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, na terça-feira, 4. O total foi de R$ 16,9 bilhões, para 26,5% – faz parte do sistema de vendas a prazo também as opções de CDC e leasing –, ante 22,4% na primeira metade de 2014.

Nos veículos leves, categoria que reúne automóveis e comerciais leves, registrou-se alta de 11,3% nas vendas de novas cotas e de aproximadamente 13% no total de participantes do sistema.

Outros indicadores, como contemplações, créditos comercializados e concedidos e ticket médio, também cresceram, apontam a Abac. A participação nas vendas ao mercado interno foi de 24,2%, com volume de crédito de R$ 10,4 bilhões, crescimento de 18%. O total de participantes saltou para três milhões ante 2,7 milhões há um ano, alta de 12,8%, as vendas de novas cotas atingiram 468,5 mil no semestre ante 421 mil, elevação de 11,3%, o volume de crédito comercializado chegou a R$ 19,97 bilhões ante R$ 17,7 bilhões no primeiro semestre de 2014, subida de 12,8%, e o tíquete médio foi a R$ 40,9 mil ante R$ 39,4 mil há um ano, 3,8% acima. Já as contemplações foram 257 mil ante 218,5 mil, salto de 17,6%.

Nos veículos pesados, categoria que engloba caminhões, ônibus, semirreboques, tratores e implementos, a alta no volume de participantes ativos foi de 2,8%, para 265 mil, no mesmo comparativo. As vendas de novas cotas subiram 7,3%, para 23,6 mil, e o volume de crédito comercializado elevou-se em 9,2%, para R$ 3,79 bilhões, enquanto o tíquete médio evoluiu 5,7%, para R$ 166,4 mil. Mas as contemplações e o volume de crédito ofertado caíram 7,6% e 6,3%, respectivamente.

E nas motocicletas e motonetas – o segundo maior grupo do sistema brasileiro de consórcios – a participação da modalidade nas vendas chegou a mais de 60%, ainda que as novas adesões tenham registrado baixa de 10% e os participantes ativos de 3,3%. Mas o ticket médio cresceu pouco mais de 8% e as contemplações viram elevação de 2,3%.

Desta forma, sempre segundo a Abac, os veículos automotores em geral fecharam o primeiro semestre com alta de 7,4% nas contemplações, de 4,3% nos participantes ativos, que chegaram a 6,2 milhões, e estabilidade na venda de novas cotas, com pouco mais de um milhão.

Em comunicado a associação comemorou também os resultados do Festival do Consorciado Contemplado, realizado em parceria com Anfavea, Abraciclo e Fenabrave: na soma de maio e junho de 2015 as vendas de veículos 0 KM 19,8% e a utilização de cartas de crédito de consórcios para a aquisição de veículos avançou 4,4%, de 143,1 mil para 149,4 mil. Com isso houve aumento da participação dos consórcios nas vendas de 18,2% para 23,7%.

Para o presidente da Abac, Paulo Roberto Rossi, “os bons resultados devem-se ao engajamento das marcas participantes na oferta de condições vantajosas aos consorciados contemplados, verdadeiros clientes Classe Especial. Portanto, nossas expectativas por ocasião do lançamento se confirmaram ao longo desses dois meses iniciais”.

Fabrice Cambolive é o novo presidente da Renault do Brasil

O francês Fabrice Cambolive assumiu na terça-feira, 4, a presidência da Renault do Brasil, no lugar de Olivier Murguet, que desde 1º de abril é vice-presidente sênior e presidente do conselho da região das Américas da companhia – e, nos últimos quatro meses, acumulou funções.

Formado pela Escola Superior de Comércio de Toulouse e pela London Business School, Cambolive iniciou a carreira na Renault Áustria em 1995. Passou depois por diversas funções de gerência nas subsidiárias da Europa e Espanha e em 1999 assumiu a diretoria de pós-vendas na Renault Nissan Suíça, cargo que deixou para assumir a diretoria geral da divisão de distribuição Renault Retail Group no país helvético.

Em 2005 tornou-se diretor de marketing da Renault Alemanha e quatro anos depois gerente geral da Renault Commercial Romania SRL, divisão de vendas e pós-vendas da companhia na Romênia. De 2011 a 2015 ocupou a vice-presidência de vendas e marketing da região Eurásia e Rússia.

Murguet foi presidente da Renault do Brasil de 2012 até julho de 2015. Ingressou na Renault em 1990 na subsidiária de Portugal e ocupou diversos cargos. Antes de ser presidente da divisão brasileira, passou por aqui como diretor de vendas de 1996 a 2001. Desde 1º de abril ocupa o cargo atual, vice-presidente sênior e presidente do conselho da região Américas.