Vendas caem 25% na primeira quinzena de junho

A queda nas vendas do mercado brasileiro acentuou-se ao fim da primeira quinzena de junho, que fechou com números inferiores aos registrados nos meses anteriores. Segundo dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData foram licenciados 108,3 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus até a terça-feira, 16, quando junho completou onde dias úteis.

Os números são 25% inferiores ao do mesmo período do ano passado, com a ressalva de que a sexta-feira, 5, foi emenda do feriado de corpus christi – o que, em junho do ano passado, ocorreu apenas na segunda quinzena. Em junho de 2014 a primeira quinzena fechou com 144,5 mil licenciamentos, ainda sem efeito da Copa do Mundo, que começara dias antes.

O desempenho repete o da primeira quinzena de maio, que igualmente fechou em retração de 25% com relação ao mesmo período de 2014. Ali a queda se agravou no decorrer do mês, que acabou com vendas 27,5% inferiores às de maio do ano passado.

Na comparado com a primeira quinzena de maio o mercado em junho recuou 1,6% – no mês passado foram licenciados 110,1 mil veículos na primeira quinzena.

A média diária ficou abaixo do nível de 10 mil unidades registrado nos últimos meses, ainda que bem próximo: foram emplacados 9,8 mil veículos por dia útil, volume pouco superior apenas ao de março, quando a média diária alcançou 9,6 mil unidades – naquele mês registrou-se também o pior desempenho médio do ano.

O acumulado do ano registra retração de 21,3%, com 1 milhão 214 mil unidades comercializadas. Em volume a queda está próxima de 330 mil veículos, uma vez que até o fim da primeira quinzena de junho de 2014 o mercado brasileiro havia registrado 1 milhão 544 mil veículos vendidos.

De acordo com fonte do varejo ouvida pela reportagem a rede de concessionários projeta para junho números inferiores aos de maio, na faixa de 205 mil a 210 mil licenciamentos. Pesa nessa conta o feriado de corpus christi, que tirou praticamente dois dias de emplacamentos – a quinta-feira, 4, e a sexta-feira, 5.

Mas o mercado em si, está fraco, de acordo com a fonte, que relata lojas vazias ou com baixo movimento e muitos licenciamentos pela modalidade direta. De acordo com suas informações, nesta primeira metade do mês houve marca que registrou cerca de 60% de seus negócios por este sistema, que oferece descontos para pessoas jurídicas.

A fonte calcula, no geral, como de 30% a 35% a proporção das vendas diretas nas 108,3 mil unidades licenciadas na primeira quinzena.

Junho do ano passado fechou com 263,6 mil unidades comercializadas. Caso as vendas alcancem a projeção dos varejistas, o mês fecharia com queda de mais de 20% nos licenciamentos.

Mercedes-Benz reforça estratégia para caminhões usados

Desde que foi inaugurada, em agosto de 2013, o SelecTrucks, primeiro ponto de vendas de caminhões seminovos da Mercedes-Benz no País, permanecia como único da espécie. Agora, segundo Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas, Marketing e Pós-Venda de Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, a companhia acelera planos de expansão deste modelo de negócio, que incluem uma nova unidade em Minas Gerais até o fim deste ano.

“A Mercedes-Benz já sabia da relevância desse mercado, mas não imaginava que ele seria tão representativo. Atualmente o mercado de usados tem 2,5 vezes o tamanho do segmento de caminhões novos e queremos participar dele mais ativamente.”

O primeiro SelecTrucks do Brasil, instalado em Mauá, SP, às margens do Rodoanel, comercializou 548 caminhões usados desde sua inauguração. Foram 103 caminhões em 2013, 287 em 2014 e 158 no acumulado de 2015 até maio. “Vemos curva crescente e devemos encerrar esse ano com o maior volume”, estima Leoncini.

Ainda segundo as contas da M-B, as vendas de usados geraram também setecentos contratos de caminhões novos. “Um mercado acaba ajudando o outro: os clientes dão os usados como entrada e compram modelos zero quilômetro ou veículos mais novos.”

O SelecTrucks é responsável pela compra, estoque, manutenção e venda de seminovos, apoiando os concessionários na negociação com os clientes. O portfólio é divulgado por um site, que facilita a consulta e escolha do cliente.

Para ampliar o formato, a montadora estuda um local para instalar o SelecTrucks em solo mineiro. Segundo Leoncini a unidade não seguirá exatamente os mesmos padrões da loja de Mauá: “Inicialmente vamos usar um terreno grande para alocar os caminhões e uma estrutura montada em contêiner. Dessa forma podemos realizar uma espécie de teste, avaliar a melhor localização e eventualmente mudar de local”.

Além disso, a Mercedes-Benz iniciará um projeto-piloto em duas concessionárias, ainda não definidas, na macrorregião que vai de Campinas a Ribeirão Preto, no Interior do Estado de São Paulo, que ganharão estrutura complementar para a venda de caminhões seminovos.

“Estamos em contato com concessionários e precisamos fazer que eles entendam que não seriam pontos concorrentes e sim complementares, uma vez que a venda de novos continuaria sob responsabilidade da concessionária.”

Para garantir participação no mercado de caminhões usados o SelecTrucks não vende apenas veículos Mercedes-Benz: todas as marcas são aceitas, desde que os caminhões tenham até dez anos de uso. Ainda assim a montadora oferece garantia total para os veículos com até seis anos de uso: 12 meses para caminhões rodoviários e seis meses para os modelos fora de estrada. A garantia não possui limite de quilometragem, reembolsa 100% dos custos com reparos até o valor de venda do veículo e não possui franquia.

“Fazemos um trabalho minucioso de avaliação na hora da aquisição do caminhão e garantimos que o veículo esteja nas melhores condições quando chegar ao novo dono.”

Segundo Leoncini, além da garantia, um dos atrativos para a aquisição de seminovos no SelecTrucks é o financiamento. “Temos um acordo com o Banco Mercedes-Benz e a taxa de juros para 42 prestações é de 1,5% ao mês, enquanto a maioria dos bancos trabalha com um índice médio de 2,3% ao mês.”

Ainda de acordo com o executivo “a iniciativa no mercado de seminovos contribui para que a Mercedes-Benz mantenha-se competitiva em um mercado extremamente disputado e colabora para um maior volume de serviços e de peças, gerando mais resultados para a empresa e para os concessionários”.

O SelecTrucks adequou-se às características do mercado brasileiro usando os mesmos conceitos e padrões do TruckStore, modelo de negócio de caminhões usados utilizado pela Daimler em 14 países da Europa e também nos Estados Unidos e na África do Sul. Anualmente as 31 lojas no mundo comercializam cerca de 16 mil caminhões seminovos.

M-B dará sistema de rastreamento grátis por três meses

Na tentativa de atrair e fidelizar clientes, a Mercedes-Benz instalará, por conta própria, equipamentos de rastreamento nos modelos Atego, Axos e Actros mesmo que o consumidor não solicite o serviço. A ideia é fornecer o sistema de telemática FleetBoard gratuitamente por três meses e, depois, torcer para que os clientes considerem o serviço indispensável – e comecem a pagar por ele.

Segundo Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas, Marketing e Pós-Venda de Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, cada equipamento custará R$ 1,8 mil para a montadora. “Se depois de três meses o cliente não quiser continuar com o serviço pago, será impossível remover o equipamento. Estamos fazendo uma aposta.”

O sistema de telemática FleetBoard utiliza a integração da informática com os recursos da Internet e da telefonia móvel para proporcionar uma gestão da frota e dos motoristas. Além disso, possui funções de rastreamento e bloqueio, o que auxilia na segurança do veículo e da carga.

Depois dos três meses serão oferecidos cinco pacotes de serviço, que partem de R$ 90 mensais.

Atualmente cerca de 10% da frota da Mercedes-Benz tem algum tipo de contrato de manutenção ou gestão com a montadora. “A meta é elevar esse volume por meio de programas de degustação.”

Leoncini afirmou que há uma preocupação com a receita do segmento de serviços da montadora, uma vez que a passagem por oficinas que realizam manutenção dos veículos sofreu redução neste ano. “Os proprietários estão sem caixa e, assim, postergando a manutenção. Daí a importância de estabelecer contratos por períodos determinados.”

Por enquanto, Fenatran tem 140 expositores confirmados

A expectativa é chegar a pelo menos 330 expositores, mas até agora são 140 confirmados, incluindo apenas duas montadoras de caminhões – Volvo e DAF. Esse é o cenário prévio do que poderá ser a Fenatran 2015, programada para novembro, reflexo de um ano extremamente difícil no mercado automobilístico e, em especial, no segmento de caminhões.

Apesar, no entanto, das dificuldades para atrair os grandes fabricantes de veículos para o evento, o diretor de eventos da Reed Exhibitions Alcântara Machado responsável por todas as feiras da área automotiva, João Paulo Picolo, não demonstra desânimo:

“Montadoras são importantes, mas a Fenatran não se resume apenas a elas. Temos as fabricantes de implementos, as empresas de gestão de frota, a indústria de pneus e vários outros segmentos de grande importância na área de transporte que já confirmaram presença”.

Picolo diz acreditar ser viável chegar até a 350 expositores nesta edição, não descartando inclusive que mais montadoras de caminhões venham a aderir ao evento. A Ford Caminhões, por exemplo, promete uma decisão até o fim deste mês, segundo o executivo. Já Mercedes-Benz e MAN Latin América informaram que não participarão da mostra neste ano.

“O processo de adesão à Fenatran só está mais lento por causa do momento econômico que vivemos. O cenário, sem dúvida, é difícil. Mas como diz o presidente da Anfir [Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários], Alcides Braga, o momento é ideal para quem quer ganhar mercado. E a Fenatran é uma feira geradora de negócios.”

Dentro desse espírito a Reed Exhibitions Alcântara Machado traz para a Fenatran, pela primeira vez, o que chama de Premium Club Plus, “um projeto comprador”, como define Picolo. Ele explica: “São convidados VIPs, a partir de uma lista elaborada por nós em conjunto com os expositores, que são contatados por telefone, recebem suas credenciais em mãos, têm acesso a todos os estantes e facilidades para estacionar e entrar no evento”.

Ao final haverá uma rodada de negócios com os participantes do Premium Club Plus. “A princípio esse projeto envolve compradores brasileiros, mas estamos em tratativas para trazer também visitantes de outros países da América do Sul. Já temos apoio da Anfir e da Apex [Agência de Promoção de Exportações e Investimentos] para essa iniciativa. Vamos reforçar a parte de negócios este ano.”

Também como novidade a organizadora da Fenatran promete para a edição deste ano um programa de caravanas de compradores para atender todos os segmentos da feira, incluindo implementos rodoviários e equipamentos, caminhões e veículos comerciais, autopeças, motores e pneus, combustíveis, equipamentos e serviços para gestão e rastreamento de frotas e instituições financeiras e seguradoras.

A expectativa, segundo a Reed Exhibitions Alcântara Machado, é reunir 60 mil compradores, público similar ao registrado na sua última edição, em 2013. De acordo com pesquisa da empresa realizada naquela oportunidade, 80% dos visitantes declararam que retornariam em 2015. O perfil dos visitantes, segundo Picolo, é totalmente profissional: a mesma pesquisa apontou que 45% dos visitantes em 2013 tinham cargos de liderança em suas empresas e 46% o poder de decisão de compra.

Picolo informou ainda que o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, já confirmou presença na abertura da feira. Na área de implementos a líder Randon ainda não definiu participação, mas outras grandes empresas da área, como a Guerra, Noma e Rossetti estão na lista de expositores confirmados.

A Fenatran acontece de 9 a 13 de novembro, das 13h às 21h, no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi, em São Paulo. É proibida a entrada de menores de 16 anos, mesmo que acompanhados. O evento é exclusivo e gratuito para profissionais do setor que fizerem pré-credenciamento por meio do site ou apresentarem convite na entrada – caso contrário será cobrado R$ 55 para acesso à mostra.

Laureados os Melhores do Setor Automotivo do Prêmio AutoData 2015

A AutoData Editora realizou na noite da quinta-feira, 16, evento em que laureou os Melhores do Setor Automotivo 2015, primeira fase do Prêmio AutoData, em sua décima-quinta edição.

A premiação, realizada no Salão Nobre do Milenium Centro de Convenções, na Zona Sul de São Paulo, contou com cerca de duzentos participantes das 51 empresas eleitas em 21 categorias, além das fabricantes de dezenove veículos nomeados em suas respectivas categorias e de quatro executivos em Personalidade do Ano.

Os escolhidos receberam placas alusivas ao reconhecimento, um dos mais importantes e disputados do setor automotivo brasileiro, das mãos de S Stéfani e Vicente Alessi Filho, diretores da AutoData Editora, além de George Guimarães, diretor adjunto, e Marcos Rozen, editor da Agência AutoData de Notícias. Márcio Stéfani, diretor da AutoData Editora, conduziu a cerimônia.

Agora o Prêmio AutoData entra em sua segunda fase, na qual os leitores e assinantes das publicações da AutoData Editora, bem como os participantes do Congresso Perspectivas 2016 – que acontecerá nos dias 20 e 21 de outubro em São Paulo – votam nos indicados em cada categoria. Os cases relativos serão publicados na revista AutoData 312, do mês de agosto, bem como nas edições diárias da Agência AutoData de Notícias do mesmo mês e servirão como balizamento e referência para melhor decisão dos eleitores a respeito das iniciativas de cada uma das indicadas.

Os vencedores serão anunciados em novembro. A lista completa dos Melhores do Setor Automotivo 2015 do Prêmio AutoData pode ser encontrada aqui: paginas/15181.

Melhor providenciar curativo para os pulsos

Passado o susto inicial da divulgação, neste junho, da nova revisão para baixo da projeção da Anfavea para este ano, agora para queda de 20%, a poeira começa a baixar e, assim, permite visualizar sensíveis e importantes diferenças da crise atual em relação a outras vividas pelo setor. E, felizmente, diferenças para melhor.

Tão para melhor que, embora estejamos, ainda, bem no olho do furacão – com férias coletivas e montadoras recorrendo até a milagres para reduzir estoques –, na área de autopeças e de insumos, pelo menos, há empresas que já consideram ser esta mais uma página virada.

Conforme mostra a matéria de capa da edição de junho da revista AutoData, não são poucas as empresas destes segmentos que já projetam crescimento de faturamento e lucro no ano. Algumas já se preparam, inclusive, para a retomada do mercado. A aposta é de que os números de 2014 estarão de volta em até dois anos e, em cinco ou seis, os de 2013, o pico de produção e vendas de veículos produzidos localmente.

Não é pouco. Trata-se de projeção de crescimento médio anual de 5% a 10% ao longo de todo este período.

Na área da distribuição o quadro não é diferente. Matéria que esta sendo preparada para a edição de julho da revista AutoData mostrará que hoje, com novo perfil apoiado em grandes grupos econômicos, quase todos multimarcas, este é outro segmento cujas empresas, ao menos no que se refere a automóveis e comerciais leves, têm também boas chances de fechar o ano com faturamento maior e lucro.

É bem verdade que, segundo a Fenabrave, centenas de lojas de veículos fecharam neste ano. Todavia, conforme apurou a editora Alzira Rodrigues, a maior parte é do segmento específico de motos. Há também casos de grupos que estão reduzindo pontos de vendas sem, contudo, abandonar o setor. E outros ainda que, por serem multimarcas, estão fechando lojas de marca que está perdendo terreno para abrir ponto de venda de outra que está avançando.

Mas o que é, afinal, que faz com que esta atual crise seja diferente? São vários fatores. A começar pelo do fato de que, desta vez, a queda se dá depois de vários anos com produção e vendas anuais em torno de 2,5 milhões de unidades. Nos últimos cinco anos, a frota circulante brasileira saltou de 29,6 milhões para 41,7 milhões de veículos. São, assim,12,1 milhões de novos clientes para a área de serviços das concessionárias.

Novos clientes, por extensão, também das áreas de mercado de reposição dos fabricantes de componentes.

É, além disso, universo que, segundo mostrou esta semana a Agência AutoData, está mantendo o mercado de usados até mais aquecido do que no ano passado. Para deleite dos concessionários e, também, das financeiras, seguradoras, despachantes e todo o restante do mundo automotivo.

Outra diferença: ao contrário de outras crises geradas por crescimento da importação de veículos e componentes em função de valorização da moeda nacional, desta vez o que se verifica é o oposto: agora é a desvalorização da moeda que possibilita que produtos locais ocupem espaços dominados pelos importados. Tanto nas montadoras quanto no mercado de reposição.

Para a área de autopeças, em particular, esta é uma diferença marcante porque se soma à exigência do Inovar-Auto de aumento no índice de nacionalização.

E há que se considerar, ainda, que esta nova relação cambial aumenta a possibilidade de reativar exportações, outra frente deixada em segundo plano nos últimos anos.

Ou seja, ainda que a demanda continue em baixa e, ao mesmo tempo, permaneçam em alta, desalentadora alta, a inflação, os juros, os estoques e até as complicações políticas que retardam o ajuste fiscal, desta vez são varias as portas de saída que podem ser acionadas pelas empresas, em particular pelos concessionários e fabricantes de insumos ou de componentes.

Cabe, assim, forçar o olhar para além da poeira. Exemplo prático da diferença: quem olhar dentro da poeira vai constatar que dados divulgados esta semana pelo Banco Central mostram que quase metade da renda familiar está hoje comprometida por endividamento recorde dos consumidores. Isto deve tornar impossível qualquer reativação em curto prazo da venda de veículos. Melhor, então cortar os pulsos e desistir de vez.

Quem, todavia, focar um pouco além da poeira vai perceber que o comprometimento da renda familiar saltou, de fato, de 27,7% em 2009 para 46,6% neste ano. Mas basicamente em função de credito imobiliário.

Trata-se, assim, na grande maioria dos casos, de mera troca, dentro do orçamento domestico, do aluguel mensal pela prestação da casa própria. Sem maiores reflexos no poder geral de compra.

Excluído o crédito imobiliário, o padrão de endividamento médio das famílias, na verdade, até diminuiu ligeiramente no período, de 27,73% para 27,37%. Melhor, então, talvez seja providenciar, e logo, um bom curativo para os pulsos…

Eletropostos para recarga de veículos elétricos chegam às estradas

Os primeiros eletropostos para recarga de baterias de veículos elétricos estão chegando às estradas brasileiras. A CPFL Energia firmou parceria com a rede de postos de serviços Graal para criar o primeiro corredor intermunicipal para veículos elétricos do País, na ligação de Campinas a São Paulo. A cerimônia de oficialização ocorreu segunda-feira, 15.

O eletroposto pioneiro ficará no posto Graal 67, na rodovia Anhanguera sentido Campinas, altura de Jundiaí, no Interior paulista. Sua instalação está marcada deverá ocorrer do fim de julho ao início de agosto, como revela Marcelo Gongra, coordenador de inovação da CPFL Energia.

“Trata-se de um projeto de pesquisa e desenvolvimento que se estenderá até 2018, com investimento de R$ 21,2 milhões, da Aneel. O objetivo é estudar a aplicação real de elétricos no Brasil, com postos de recarga em cidades e estradas para avaliar os impactos na distribuição de energia.”

A meta é passar de quatro para trinta postos de recarga instalados em Campinas e região metropolitana, incluindo-se aí os eletropostos das estradas.

Eles permitem carregamento gratuito e rápido dos veículos, com reabastecimento de 80% da bateria em meia hora e serão compatíveis com veículos elétricos na configuração chamada plug tipo 2, caso de modelos BMW, BYD e Renault. Até o fim do ano a CPFL avaliará a ampliação também para os veículos de plug tipo 1, de marcas como Mitsubishi e Nissan.

A posterior expansão para um posto na rodovia dos Bandeirantes já está em estudo e tem apoio da ABVE, Associação Brasileira de Veículos Elétricos.

A instalação da infraestrutura de eletroposto rápido inclui transformador de baixa tensão, carregador e cabeamento, com custo estimado em R$ 50 mil.

A rede Graal, por seu lado, assumirá as despesas com o consumo de energia, de modo que os motoristas de elétricos possam ter à disposição recarga gratuita por 24 horas, todos os dias.

“Não há, ao menos por enquanto, regulamentação para venda de energia para recarga de veículos, daí a necessidade de se estabelecer uma parceria nesse sentido”, esclarece Gongra. “Temos frota própria de seis carros elétricos e temos a meta de ampliar esse total para 27, para realizar os testes.”

O BMW Group Brasil também avança na oferta de energia para elétricos BMW e de outras marcas compatíveis com seu sistema de recarga. Desde maio oferece, em parceria com a rede de shoppings Multiplan, o BMW i Wallbox, em São Paulo.

Na semana passada anunciou a extensão dos pontos de recarga pública de automóveis elétricos e plug-in híbridos em estacionamentos de shoppings centers da Multiplan. Nos próximos meses os postos serão instalados em estabelecimentos das cidades de Ribeirão Preto, SP, Curitiba, PR, Rio de Janeiro, RJ, e Belo Horizonte, MG.

Melhores ares nas cidades – Em um ano, modelos elétricos Renault participantes do Projeto Curitiba Ecoelétrico evitaram a emissão de 6,6 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera.

Parte do Programa de Mobilidade Urbana Sustentável, da capital paranaense, é resultado de parceria da Prefeitura de Curitiba com Renault do Brasil, Itaipu Binacional e CEIIA, Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel, de Portugal.

De acordo com dados da prefeitura de Curitiba, a frota de elétricos Renault é composta por dez unidades: cinco Zoe, três Kangoo Z.E e dois Twizy. Já percorreram 53 mil quilômetros desde o lançamento, em junho do ano passado.

O meio ambiente agradece o desempenho dos modelos: além de evitar a emissão de 6,6 toneladas de CO2, eles geraram economia equivalente a 5,3 mil litros de combustível, ou 33 barris de petróleo.

Em São Paulo os veículos urbanos movidos a hidrogênio contribuem para reduzir a emissão de poluentes como material particulado e gases de efeito estufa. Graças a esse sistema de propulsão o modelo emite apenas vapor d’água.

Na segunda-feira, 15, o Estado recebeu quinze ônibus a hidrogênio, a primeira frota brasileira com essa especificidade.

A frota circulará no trecho Diadema-Morumbi no corredor S ão Mateus-Jabaquara. A estação de produção e abastecimento de hidrogênio fica na unidade São Bernardo do Campo, SP, da EMTU, Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo. Já a operação da estação é de responsabilidade da Petrobras Distribuidora.

Financiamentos de veículos recuam 18,2% em maio

Os financiamentos de veículos – automóveis e comerciais leves, motocicletas e pesados, novos e usados – caíram 18,2% em maio, de acordo com dados da Cetip, companhia responsável pela operação do Sistema Nacional de Gravames. Foram financiados 435 mil 775 veículos no mês passado, dos quais 195 mil 724 novos e 240 mil 21 usados.

Houve queda também na comparação com abril: 0,5%. No acumulado de janeiro a maio foram financiados 2 milhões 267 mil 663 veículos, um recuo de 11,8% com relação às 2 milhões 572 mil 848 unidades de janeiro a maio do ano passado.

A queda foi maior nos modelos zero quilômetro: 20,4% no acumulado do ano, ante 3,4% em veículos usados.

No segmento de automóveis e comerciais leves a queda, somados novos e usados, chegou a 11%%, ou 1,8 milhão de unidades. Novamente a curva de declínio foi maior no segmento de zero quilômetro, com 22,4% de retração, para 625 mil unidades, ante recuo de 3,1% nos usados, para 1 milhão 147 mil veículos.

Em motocicletas o mercado total recuou 9,9%, para 407,6 mil unidades. Os financiamentos para motocicletas novas somaram 363 mil unidades, queda de 10,9%, e os para usadas alcançaram 44,6 mil unidades, alta de 0,1%.

O mercado de pesados fechou o período com queda de 31,5% nos financiamentos em geral, para 82,9 mil unidades. Para modelos zero quilômetro a retração alcançou 52,2%, ante 9,3% de recuo para caminhões e ônibus usados.

MWM prevê elevar exportações em 30% neste ano

A MWM anunciou na terça-feira, 16, projeção de elevar em 30% seus negócios com o Exterior em 2015. Em comunicado o presidente da fabricante, José Eduardo Luzzi, considerou que “em um cenário desafiador como o atual da economia brasileira precisamos buscar alternativas em outros segmentos e mercados. É uma tradição da MWM a exportação de motores e componentes”.

Pelos cálculos da empresa os negócios com exportações já somaram mais de 650 mil motores em 60 anos de atividades no País, sendo 80% para uso automotivo e os 20% restantes para o industrial, para mais de trinta mercados, dentre eles Alemanha, Argentina, China, Egito e Estados Unidos, além de países na América Latina e Leste Europeu.

Ainda de acordo com a MWM para 2015 a maior projeção de crescimento porcentual nos negócios com exportações está nos negócios com o México, de 46%: fornece motores para veículos produzidos pela Navistar, empresa do mesmo Grupo, ali.

A fabricante também estima elevação de 20% nos embarques para o Egito ante 2014, para cerca de quatro mil motores. O país é atualmente o maior mercado de exportação da MWM para motores destinados a repotenciamento de veículos e ainda ao segmento de geração de energia.

Os motores MWM destinados à exportação são desenvolvidos pela equipe brasileira de engenharia no Centro Tecnológico da empresa, instalado no bairro de Santo Amaro, em São Paulo.

Mercado de reposição suaviza queda na indústria de pneus

Graças ao aumento na demanda do segmento de reposição as vendas de pneus nacionais registraram queda de apenas 2,6% nos primeiros cinco meses do ano, segundo dados divulgados pela Anip, associação que reúne as fabricantes do setor. Foram comercializados 31 milhões de pneus de janeiro a maio por aqui e no Exterior, ante 31,9 milhões no mesmo período do ano passado.

O fornecimento às montadoras recuou 20,6%, caindo de 8,1 milhões para 6,6 milhões de unidades. Em compensação a reposição cresceu 9%, passando de 18 milhões para 19,6 milhões de unidades – em volume, a queda de um mercado compensou o outro.

A diferença que provocou a queda nas vendas veio do mercado externo: de janeiro a maio foram comercializados 4,9 milhões de pneus para outros países, queda de 13,7% comparado com as 5,7 milhões de unidades dos primeiros cinco meses de 2014.

O segmento de carros de passeio segura o desempenho da indústria de pneus. O maior em volume, registrou crescimento de 3,3% de janeiro a maio, para 16 milhões de unidades. Os pneus de carga e de camionetas registraram queda de 18,4% e 5,4%, respectivamente.

Outro índice positivo vem da produção, ainda não afetada pela crise – embora o reflexo possa vir nos próximos meses, uma vez que fabricantes como Bridgestone, Michelin e Pirelli já começaram a efetuar cortes nas programações. De janeiro a maio foram produzidos 30,4 milhões de pneus, alta de 1,7% sobre as 29,9 milhões de unidades do mesmo período de 2014.