Centro de serviços Hyundai Caoa abre as portas em 1º de junho

A Hyundai Caoa abrirá segunda-feira, 1º de junho, as portas de seu centro de manutenção e reparos em Moema, área nobre da Capital paulista – iniciativa revelada com exclusividade pela Agência AutoData em 15 de abril. A estrutura destina-se apenas aos serviços de pós-venda e contou com investimento de R$ 25 milhões, aplicados em adequações, obras e ferramental.

Batizado de Caoa Hyundai Premium Services, o espaço é grandioso: são 7 mil m² de área construída, em total de 10 mil m². Nas palavras de Rogério Gonzaga, diretor de pós-venda da Caoa, trata-se de uma vitrine de serviços. “Nosso foco é tornar a operação referência na prestação de serviços e satisfação do cliente e levar, gradualmente, esse padrão a outras unidades no Brasil.”

Dentre os esforços está o aumento de 26% no quadro total de funcionários da rede, que deve passar, somadas as unidades em todo o País, de 1 mil 981 colaboradores para 2,5 mil até o fim de 2015.

“No primeiro trimestre as passagens nas oficinas da rede caíram 3%, de 136,5 mil para 132,6 mil. Na mesma comparação as vendas tiveram queda de 6%, de 150,6 mil para 142,2 mil. Ainda assim ampliamos nossa capacidade operacional com vistas a alcançar o patamar de satisfação das redes de marcas japonesas.”
Segundo Gonzaga a nova estrutura sediará a direção do pós-venda Caoa: “Nada melhor que estar no dia-a-dia, viver a operação”.

A nova estrutura conta com 80 funcionários, três mil itens no estoque de peças e tem capacidade para receber três mil clientes por mês.

“Começaremos com 1 mil passagens/mês e estimamos tíquete médio de R$ 600 nos serviços.”

A oficina é dedicada apenas aos modelos Hyundai, contemplando além dos importados aqueles produzidos em Anápolis, GO, e a linha HB20, feita em Piracicaba, SP. Outras bandeiras do Grupo, tais como Ford e Subaru, estão excluídas da iniciativa.

“Com a nova unidade ampliamos a nossa capacidade operacional em 10% a 15%, chegando à capacidade de 24 mil passagens/mês em São Paulo.”

Dentre os serviços oferecidos na nova unidade estão cinco boxes para atendimento rápido: em alguns casos, mais simples, o tempo de realização de reparos é de 10 minutos. Serviços de pintura, troca de óleo e todos aqueles destinados à mecânica e pintura fazem parte das ofertas do espaço, incluindo lavagem a vapor.

Para os clientes há área de conveniência, espaço para crianças, lanchonete e rede wi-fi para aguardo dos serviços. Inicialmente as oficinas funcionarão de segunda a sexta-feira.

Tupy dribla baixa de mercado com produtos de maior valor agregado

O primeiro trimestre passou e a Tupy trouxe boas notícias para seus acionistas: a despeito do mau desempenho do mercado brasileiro de veículos e da própria economia, o lucro líquido da companhia, de capital aberto na Bovespa, dobrou com relação ao período de janeiro a março de 2014.

A forte presença no mercado externo, de onde vem mais de 70% da receita, combinada com a valorização do dólar, contribuiu para o resultado positivo. Outro importante fator foi o recorde de vendas de blocos com tecnologia embarcada: das 128,2 mil toneladas comercializadas no período, 16% foram de produtos usinados e 13% de CGI, sigla em inglês para produtos em ferro vermicular.

“Podemos esperar mais recordes nesses produtos para os próximos trimestres”, assegurou Fernando Cestari de Rizzo, vice-presidente da unidade de negócios automotivos da Tupy, em entrevista à Agência AutoData. “A indústria demanda mais desses produtos, uma vez que tem novas tecnologias aplicadas em seus produtos.”

Segundo o executivo a companhia se especializou na fundição de blocos e cabeçotes de motores em ferro fundido e na sua aplicação na indústria automotiva, atendendo às diferentes legislações de controles de emissões de poluentes. “Contribuímos desde o início no desenvolvimento de novos projetos, ao lado dos nossos clientes.”

Nos últimos anos a Tupy ampliou sua capacidade em usinagem, parcial ou total, de produtos fundidos em diversas ligadas metálicas, segmento em crescimento. O mesmo ocorreu com os CGI, ou ferro vermicular, cujas propriedades permitem a redução de peso e contribuem para a produção de motores mais eficientes. De acordo com Rizzo a Tupy lidera a produção e desenvolvimento desses blocos globalmente.

Esse é um dos motivos do desempenho da companhia no Exterior. Outra razão foi nunca deixar de lado as oportunidades para exportar: mesmo quando o dólar baixou para patamares inferiores aos R$ 2, a Tupy manteve sua política mandar para o Exterior em torno de 45% a 55% de sua produção.

Para entender melhor esse fenômeno é preciso voltar doze anos: “Até este período dependíamos de uma base pequena de clientes, o que promovia muitas oscilações de resultados. Abrimos o leque e buscamos novos setores e clientes. Hoje temos contratos firmes de longo prazo na Itália, Inglaterra, Alemanha e China, em diferentes segmentos. Nossa carteira pulverizada permite menor exposição ao risco”.

A dependência do mercado externo nos resultados cresceu a partir de 2012, quando a companhia adquiriu duas fundições do México, mas as exportações continuam fortes a partir de Joinville, SC. “A Tupy é a empresa que mais contribui para a balança comercial de autopeças. Embora sejamos o terceiro maior exportador do setor, não importamos nada.”

As buscas por novos clientes lá fora não param. Com escritórios nos Estados Unidos e na Europa, além das fábricas mexicanas, o objetivo é estar sempre próximo das grandes montadoras, alguns de seus principais clientes.

A fábrica no México, porém, não deverá reduzir a produção de Joinville para o Exterior. Segundo Rizzo a produção é bem dividida e cada unidade especializada em determinados tipos de produtos.

A redução de 26% nos investimentos no primeiro trimestre é explicada pelo diretor: nos últimos cinco anos os aportes foram volumosos em novas fábricas, ampliação de usinagem e aquisições. Os valores, agora, são aplicados em pesquisa e desenvolvimento e na manutenção do parque fabril.

Metalúrgicos paralisam produção de agregados na M-B do ABCD

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC promoveu na quarta-feira, 27, protesto contra a demissão de quinhentos trabalhadores, de grupo de 750 atualmente em lay-off, decisão confirmada pela montadora para efetivação na sexta-feira, 29. Aproximadamente 1,5 mil trabalhadores da área de agregados – produção de motores, caixas de câmbio e eixos – interromperam as atividades.

A linha de montagem de veículos, de acordo com porta-voz da fabricante, prosseguiu normalmente.

De acordo com o sindicato novas mobilizações ocorrerão na quinta-feira, 28. Para a sexta-feira, 29, já estava agendado protesto na sede do sindicato, para pressionar as autoridades pela aprovação do PPE, o Plano de Proteção ao Emprego.

Em nota Moisés Selerges, diretor do sindicato, assegurou que “juntos faremos uma mobilização forte, que faça a Mercedes repensar neste processo truculento”. Ele acrescentou que “em momentos de ganho, onde a fábrica recebe uma série de incentivos, a paixão pelos trabalhadores é grande. Em momentos de queda, é necessário que a gente busque caminhos para a preservação dos empregos. Todos sabem a difícil situação do setor, mas não vamos deixar a empresa dividir os trabalhadores”.

VOLVO – Enquanto isso na Volvo de Curitiba, PR, a greve chegou ao vigésimo dia – até então o maior período de paralisação dos metalúrgicos na unidade desde sua inauguração, em 1979, fora de cinco dias – sem qualquer sinal de acordo das partes.

Segundo comunicado do SMC, Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, na quarta-feira, 27, “cerca de 95% dos trabalhadores nem apareceram na empresa”. A paralisação afeta apenas as operações produtivas, vez que o pessoal administrativo já aceitara acordo e trabalha normalmente.

Nova assembleia está agendada para a manhã da quinta-feira, 28. Na terça-feira, 26, a montadora afirmou que estuda medidas judiciais para encerrar o movimento. A principal discussão é em torno da primeira parcela da PLR: a Volvo oferece R$ 5 mil e o SMC reivindica R$ 9,5 mil.

RENAULT – E na Renault em São José dos Pinhais, PR, também base do SMC, duas assembleias realizadas na terça-feira, 26, decidiram pela aprovação de acordo de compensação para o feriado de Corpus Christi, na quinta-feira, 4: os trabalhadores terão folga também na sexta-feira, 5, data que será compensada futuramente.

Rede unificada Peugeot e Citroën chega a seis casas no País

Depois de Taguatinga, DF, receber a primeira concessionária unificada Peugeot Citroën no Brasil, a Saga France, em setembro do ano passado, outras cinco casas já foram autorizadas pelo Grupo PSA a trabalhar no chamado Projeto Y, segundo fontes ligadas às marcas.

Na prática, trata-se de concessionárias Peugeot e Citroën que funcionam lado a lado e compartilham a área da oficina, mas têm fachada e showrooms em separado, além de equipe de vendas e CNPJ distintos.

No Interior paulista as concessionárias Citroën do Grupo Lumière em Araçatuba, Bauru, Marília e Presidente Prudente já foram autorizadas pela PSA a representar também a Peugeot.

Luiz Carlos Bianchini, concessionário do Grupo Lumière e presidente da Abracit, Associação Brasileira dos Concessionários Citroën, afirmou em entrevista à Agência AutoData que as casas, antes apenas Citroën, já oferecem assistência técnica autorizada para os modelos Peugeot.

“No período de sessenta a 120 dias teremos também o showroom Peugeot, com espaço dedicado às vendas de novos e seminovos em separado, marcando a conclusão do processo completo de representação das duas marcas.”

Para Bianchini, representar as duas marcas foi uma oportunidade. “Vivemos tempos de ajustes econômicos, redução do volume de mercado e encerramento de atividades de concessionárias em alguns pontos do País. Recebemos, então, o convite para representar as duas marcas e aceitamos. Trata-se de uma sinergia que aumenta o fluxo nas casas e dilui os custos fixos. Creio que, como em todo o mundo, seja uma tendência no Brasil.”

Em Poços de Caldas, sul de Minas Gerais, a concessionária La Roche também trabalhava apenas com bandeira Citroën e agora igualmente acumulou as operações com a Peugeot.

Vinícius Confelvan, diretor do Grupo La Roche, conta que a oficina já é compartilhada e, em breve, a Peugeot ganhará espaço exclusivo de vendas ao lado das vitrines Citroën.

“Atendíamos clientes Peugeot com veículos fora de garantia. Havia aqueles que pediam que também atendêssemos os novos, então surgiu a oportunidade de representarmos as duas marcas.”

Confelvan afirma que a atividade compartilhada no pós-vendas começou há pouco, mas já se refletiu em alta nos negócios. “A passagem na oficina aumentou 25%. Estamos satisfeitos e já negociamos para obter representação da Peugeot também em São João da Boa Vista, no Estado de São Paulo, onde já somos Citroën.”

Consultada, a PSA não comentou estas ocorrências até o início da noite da terça-feira, 26.

KS Kolbenschmidt e Riken formam aliança global

A alemã KS Kolbenschmidt e a japonesa Riken, fabricantes de pistões e anéis para a indústria automobilística, respectivamente, anunciaram a formação de uma aliança estratégica global para as áreas de vendas, engenharia e desenvolvimento.

Segundo comunicado conjunto divulgado pelas empresas “o desenvolvimento conjunto de pistões buscará a redução de emissões de CO2, maior confiabilidade e redução total de custo de propriedades para motores da linha leve e pesada nos mercados automotivo e industrial”.

As áreas de vendas regionais, engenharia e suporte técnico buscarão levar as soluções locais para a base global de clientes OEM da KS e da Riken.

O movimento não é inédito: KS e Riken são parceiras na Índia, onde possuem as joint-ventures Shiram Pistons e Rings Limited. Buscam agora também ampliar a cooperação em conjunto na China, onde assinaram uma carta de intenções para formar uma nova joint-venture para fabricar anéis com base nas instalações da Riken, na província de Wuhan, em Hubei.

Volvo estuda acionar justiça para colocar fim à greve

A Volvo estuda medidas legais para tentar colocar fim à greve dos metalúrgicos na unidade de Curitiba, PR, que chegou ao décimo-nono dia na terça-feira, 26, sem perspectivas de encerramento. A questão prossegue em torno do valor do adiantamento da PLR.

Segundo porta-voz da montadora afirmou à Agência AutoData a Volvo ofereceu nova proposta de acrescentar ao adiantamento de R$ 5 mil os 27,5% retidos pelo Imposto de Renda, de forma que os metalúrgicos recebessem o valor líquido, para posterior desconto quando do pagamento do restante da PLR. Já o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, SMC, afirmou que a fabricante ofereceu R$ 7,8 mil, mas a proposta foi rejeitada em assembleia na segunda-feira, 25 – a reivindicação sindical é de R$ 9,5 mil para a primeira parcela do benefício.

De acordo com o presidente do SMC, em nota, “caso a Volvo decida resolver a questão envolvendo a justiça certamente vamos dialogar no tribunal e vamos aceitar sua mediação, buscando construir uma solução para o impasse criado pela empresa”.

Nova assembleia foi agendada apenas para a quinta-feira, 28, na porta da unidade.

MERCEDES-BENZ – Também na Mercedes-Benz segue impasse com relação à demissão de quinhentos funcionários atualmente em lay-off, agendada para dia 29. Reunião da montadora com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC na segunda-feira, 25, foi infrutífera e a fabricante disparou telegramas aos trabalhadores envolvidos.

De acordo com porta-voz do sindicato haverá mobilização dos trabalhadores na porta da unidade de São Bernardo do Campo na manhã da quarta-feira, 27, mas os representantes dos metalúrgicos evitam falar em greve. Em nota o presidente Rafael Marques depositou na aprovação do PPE, Programa de Proteção ao Emprego, pelo Governo Federal, a esperança para reverter o quadro. “Estou confiante de que estamos próximos de sua implementação e isso ajuda a nossa luta para a manu­tenção dos empregos ameaçados na Mercedes em São Bernardo.”

O sindicato agendou para a sexta-feira, 29, ato para pressionar as autoridades a colocar o PPE em prática o quanto antes.

Na segunda-feira, 1º., a montadora concede férias coletivas para todos os funcionários da unidade, que prosseguirão até o dia 16.

NO MDIC – Na semana passada representantes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC estiveram na sede do MDIC, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em Brasília, DF, para tratar de temas relacionados à indústria automotiva. Integrantes do APL – Arranjo Produtivo Local – de Ferramentaria também par­ticiparam do encontro com o novo secretário de de­senvolvimento da produção do MDIC, Carlos Gadelha.

José Roberto Nogueira da Silva, mais conhecido como Bigodinho, diretor do sindicato, afirmou em nota que os metalúrgicos sugeriram o relançamento do Conselho Automotivo e prorrogação do programa Inovar-Auto, que vai até 2017, além de “um olhar mais cuidadoso com relação à concessão de empréstimos para exportação por parte do governo federal e o estímulo à exportação de plataformas”. O dirigente considerou que ser preciso “investimentos principalmente na área de motores para que o Brasil con­tinue na ponta da discussão automobilística”.

O PPE foi igualmente abordado durante o encontro, segundo o sindicato. De acordo com Bigodinho o saldo da reunião foi positivo: “O debate avançou sobre o modelo de exportação que está em vigor hoje e como o País deve bus­car uma nova forma de inser­ção no mercado automotivo global”.

Dayco tem novo presidente para América do Sul

A Dayco, fabricante de correias, tensionadores e dampers, tem novo diretor presidente para seus negócios na América do Sul: João Simões Ramon. O executivo vem da Actuant Corporation e anteriormente foi presidente da unidade brasileira da Gates, também do segmento de correias e tensionadores, por mais de uma década.

O executivo é formado em Engenharia e Administração de Negócios e será responsável por todas as atividades da Dayco na América do Sul, incluindo as áreas comercial, operações, engenharia, materiais e distribuição para os setores automotivo e industrial. Ele ficará sediado em São Paulo.

Em comunicado o CEO global da Dayco, John Bohenick, considerou que “a Dayco acelerará investimentos para crescer na região, incluindo a recente aquisição da Nytron, parte de nossa estratégia global de expansão. Estamos satisfeitos que o Ramon tenha se juntado a nós para liderar nossa equipe na América do Sul, pois ele sempre alcançou resultados expressivos em sua trajetória profissional”.

Ainda na nota Ramon adicionou que “o interesse e confiança demonstrados pela empresa em expandir a atual liderança no setor automotivo e entrar no setor industrial será a bandeira para desenvolver a unidade de negócios, com novos produtos e modernização das unidades fabris”.

FPT – Enquanto isso a FPT Industrial anunciará na semana que vem seu novo presidente para a América Latina, cujo nome ainda é mantido em sigilo.

O escolhido substituirá a José Luis Gonçalves, que foi nomeado presidente da JCB no Brasil – empresa de origem inglesa fabricante de equipamentos para construção civil, tais como máquinas retroescavadeiras e manipuladores telescópicos.

Gonçalves fora o primeiro brasileiro a assumir o cargo, em agosto de 2013. Antes da FPT, acumulou passagens pela Denso, Electrolux e Grupo Volvo.

Na JCB ele sucedeu Carlos Hernández, que ficou por 9 anos no cargo e foi transferido para a matriz, de onde conduzirá operações de vendas para Europa e Rússia.

Argentina poderá substituir US$ 420 milhões em importações de autopeças

O programa de nacionalização de autopeças incentivado pelo governo argentino poderá substituir, somente neste ano, US$ 420 milhões em importações, de acordo com prognósticos da ministra da Indústria local, Débora Giorgi. As informações foram publicadas no site do órgão governamental.

É mais do que o dobro das substituições de importações no setor no ano passado, que alcançaram US$ 217 milhões. Mas a ministra ainda não está satisfeita.

Ao fim do primeiro quadrimestre foi divulgado um levantamento com trinta empresas de autopeças, dentre as mais de uma centena que apresentou informação sistematizada sobre suas atividades. Sediadas em sete estados, empregam quase 6,3 mil pessoas e podem fornecer 806 componentes às montadoras locais e do Exterior.

Trata-se da nova modalidade do programa de nacionalização, que procurou desenhar um mapa definitivo do potencial de cada autopeça para fornecer às montadoras estabelecidas na Argentina. “Essa segunda etapa de reindustrialização da Argentina requer maior esforço para articular ciência, tecnologia e inovação com os padrões mundiais de qualidade e design e internacionalizar nosso sistema produtivo”.

O ministério promove encontros com executivos de autopeças e montadoras para avançar na localização de partes e peças. Para auxiliar, o governo oferece ferramentas de financiamento e capacitação.

“As mesas de integração são uma política de estado”, disse Giorgi, em referência aos encontros com os executivos do setor. “Impulsionamos sinergias das montadoras e fábricas para alcançar maior integração nacional e poder também exportar peças argentinas para o mundo.”

A integração argentina alcança atualmente 35%, peça sobre peça, e o objetivo é chegar a 50%.

Para Anef, faltam clientes para financiamentos

Os bancos de montadoras têm liquidez e dinheiro disponível para emprestar, mas faltam consumidores interessados em entrar em planos de financiamento. Essa foi a declaração – de certa forma surpreendente – de Décio Carbonari, presidente da Anef, durante apresentação que encerrou o Workshop AutoData Tendências Setoriais – Automóveis e Comerciais Leves, no fim da tarde de segunda-feira, 25, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo.

Supreendente porque a sensação do mercado, geralmente transmitida por varejistas e executivos de montadoras, é justamente a oposta: os clientes procuram os bancos, mas suas fichas são recusadas.

Carbonari explicou: “Nos bancos de montadoras [representados pela Anef] não houve mudança nas análises de fichas. É verdade que historicamente sempre fomos mais conservadores, mas a visão que temos hoje é a que faltam clientes”.

O presidente da Anef explicou que os bancos de varejo, como Itaú e Bradesco, reduziram seu apetite no setor automotivo nos últimos anos, atitude que fez as promoções agressivas com prazos longos praticamente sumissem do mercado. O fato abriu também espaço para os bancos de montadoras crescerem.

Mesmo assim o saldo da carteira de financiamentos do setor apresentou queda de 9,4% em março, para R$ 192,7 bilhões. Segundo o dirigente da Anef a tendência é pela continuidade deste quadro, acompanhando o mercado de veículos que caiu nos últimos dois anos.

“Primeiro vem a redução do mercado e só depois a do saldo da carteira. No nosso segmento o impacto da queda é diluída.”

Para Carbonari o desempenho do mercado em 2015 poderá ser inferior ao projetado pela Anfavea e Fenabrave: o executivo acredita em vendas na casa de 2,5 milhões de automóveis e comerciais leves, mantendo o ritmo do primeiro quadrimestre.

Ele, entretanto, salientou que “é difícil projetar, mas enquanto não cessar a queda no desemprego e da renda média do trabalhador não há como pensar em retomada”. Para o presidente da Anef, “ainda não chegamos no fundo do poço”.

Fim de semana registrou movimento em alta nas lojas, dizem Caoa e Fiat

O último fim de semana, dos dias 23 e 24 de maio, surpreendeu positivamente executivos da Fiat FCA e do Grupo Caoa. “As concessionárias registraram um movimento mais acentuado, que divergiu do cenário observado durante outros dias de maio”, revelou Roger Corassa, diretor de vendas do mercado interno da Fiat FCA.

O executivo participou de painel do Workshop AutoData Tendências Setoriais – Automóveis e Comerciais Leves, realizado na segunda-feira, 25, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo. Ele dividiu o palco com Antônio Maciel Neto, presidente do Grupo Caoa.

Para Corassa o movimento maior durante o fim de semana pode indicar sinalização de melhor entendimento e aceitação do consumidor às medidas na economia – corte de R$ 69,9 bilhões do orçamento da União foi anunciado na sexta-feira, 22. “Começamos o mês com um feriado e logo em sequência houve o Dia das Mães. Somente neste final de semana as coisas começaram a ficar mais claras para os consumidores”, considerou o executivo da Fiat.

Maciel igualmente reportou bons resultados no final de semana, mas em sua visão este pode ter representado somente “um soluço do mercado”. O presidente do Grupo Caoa considerou ainda que “mesmo com os bons negócios de sábado e domingo o mês de maio deve encerrar abaixo das 200 mil unidades, em volume de vendas 25% menor na comparação anual”.

Ambos afirmaram esperar um mercado total em 2015 inferior a 3 milhões de unidades no País.

Nas contas de Maciel, “se o ritmo melhorar no segundo semestre devemos encerrar em 2,9 milhões de unidades, mas caso mantenha-se nesse patamar atual não passaremos de 2,7 milhões”.

Corassa ressaltou que para enfrentar o atual cenário a Fiat realiza reuniões “praticamente diárias” para acompanhar os estoques e definir estratégias de vendas. “Já concedemos férias coletivas em março e maio na unidade de Betim, MG, e realizamos algumas paradas técnicas. Estamos avaliando cada passo do mercado e reforçando as ações promocionais, inclusive no segmento de vendas diretas”.

Maciel revelou durante sua participação no evento que a estratégia do Grupo Caoa também ficou mais agressiva. “Cada vendedor da rede faz em média 50 ligações diárias e estamos pagando o valor cheio da Tabela Fipe nas negociações de troca por um 0 KM. Estamos fazendo o possível para não deixar nenhum negócio escapar.”