Custo de instalação cai e rede de eletropostos cresce 50% no Brasil

São Paulo – O número de eletropostos públicos instalados no Brasil chegou a cerca de 18 mil unidades até o começo de outubro, de acordo com dados da ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico. Esse número representa avanço de 50% sobre os 12 mil eletropostos que o País tinha no fim de 2024, e os carregadores rápidos tiveram avanço mais relevante, chegando a 4 mil unidades, contra 1,5 mil em dezembro.

Para Ayrton Barros, diretor de infraestrutura da ABVE, o Brasil ainda está longe do número ideal de eletropostos, que é de um para cada dez carros elétricos e híbridos plug-in: o cenário atual é de um para dezoito. Mas o avanço da rede de eletropostos rápidos melhorou bastante o cenário:

“Mais do que dobramos o número de carregadores rápidos disponíveis, o que traz uma grande melhora na qualidade do serviço oferecido aos proprietários de elétricos e híbridos plug-in”.

Para Henri Karam, diretor de comunicação e de relações públicas da BYD, o movimento foi natural, com as empresas investindo cada vez mais em recarga após o crescimento da frota de veículos elétricos. A BYD tem cerca de cem eletropostos rápidos instalados no País e mais algumas dezenas serão instaladas nas próximas semanas, afirmou o Karam.

A velocidade da recarga também tem avançado e, depois de muito desenvolvimento, a BYD conseguiu produzir um carregador que entrega 400 quilômetros de autonomia em 5 minutos — e ele será instalado no Brasil:

“Era um pedido do nosso CEO global que a engenharia desenvolvesse um eletroposto que carregasse o carro elétrico no mesmo tempo que um a combustão demora para abastecer. Fizemos isto e em breve estará disponível no Brasil”.

Davi Bertoncello, um dos fundadores da Tupi Mobilidade, empresa que desenvolve softwares para a gestão de eletropostos, lembrou que com o avanço da tecnologia o custo do investimento diminuiu e isto tem ajudado no crescimento da rede de recarga. No passado um eletroposto rápido custava em torno de R$ 1 milhão e, agora, com esse valor, é possível instalar de sete a até dez unidades, dependendo da potência:

“Hoje o custo do investimento na infraestrutura de recarga é até dez vezes menor do que em 2019. Dessa forma muitos empresários de outros segmentos começam a ter interesse na instalação dos eletropostos, como os donos de postos de combustível”.

Tributação precisa avançar

O advogado Edgar Junqueira Freire, do Escritório Rolim, fez um estudo para atender a demanda da ABVE para mostrar que a operação de um eletroposto deve pagar apenas o ISS, imposto sobre serviços, uma vez que é uma prestação de serviços e não a venda de um produto, como um carro ou um sorvete, na qual é cobrado o ICMS pelo governo de cada Estado.

O problema é que não foi definido de forma clara e traz insegurança jurídica para o segmento. O advogado entende que precisa haver um alinhamento de estados e municípios para que seja cobrado apenas o ISS, e não o ICMS. No cenário muda de região para região, dificultando muitas vezes o investimento e crescimento da rede:

“É preciso que esta conversa seja levada à frente e que a legislação tributária dos eletropostos seja clara, para que as empresas possam operar sem riscos. No nosso ponto de vista o ISS é o mais adequado”.

A expectativa de Freire é que a reforma tributária traga melhorias para o setor de recarga, tornando o sistema de tributação mais claro. Mas como o sistema atual de cobrança seguirá em vigor com a reforma, de 2026 a 2032, é importante que se defina também dentro das regras atuais, pois as empresas terão que conviver com os dois modos de tributos durante o período de transição.

Especial GWM: Muitas transformações antes de começar a produzir.

Um comunicado em 18 de agosto de 2021 confirmou os rumores de que a Mercedes-Benz negociava a venda da sua fábrica de Iracemápolis, SP, paralisada desde dezembro, para um fabricante chinês. O terreno de 1,2 milhão de m2, edificações e alguns maquinários foram adquiridos pela ainda desconhecida Great Wall Motor. Nem o valor da transação foi divulgado. A econômica nota distribuída à imprensa informava que seriam criados 2 mil empregos e continha uma declaração do vice-presidente da GWM, Liu Xiangshang, enfatizando que “este investimento criará mais empregos diretos e indiretos na região e impulsionará o desenvolvimento de P&D local, promovendo a transformação e atualização da estrutura industrial, contribuindo com mais lucros e impostos para o governo brasileiro”.

Quase seis meses depois, em janeiro de 2022, a Great Wall Motor tomou posse oficial da fábrica e revelou seu ciclo de investimento de mais de R$ 10 bilhões no Brasil até 2032, com os primeiros R$ 4,4 bilhões aplicados para a produção em Iracemápolis. A equipe estava em formação e as primeiras informações davam conta de que seria uma fábrica exclusiva para modelos eletrificados e que a capacidade nominal seria ampliada para 100 mil unidades, ante as 20 mil da operação Mercedes-Benz. A realidade dá conta de que muitas reviravoltas ocorreram desde aquele momento até o início da produção de três modelos, em 2025, dois deles equipados só com motor a diesel, sem eletrificação.

Para arredondar o projeto industrial que demorou quase três anos para iniciar atividades a GWM buscou um dos profissionais brasileiros mais experientes no desenvolvimento de linhas produtivas: Márcio Alfonso, que participou da equipe que levantou a moderna e inédita fábrica da Ford no Nordeste brasileiro, liderou a produção global do Ecosport a partir da unidade de Camaçari, BA, e depois criou padrões internacionais multiplataforma e multimarcas para a Caoa-Chery em Anápolis, GO.

MUDANÇAS DESAFIADORAS

Esta reportagem foi publicada na edição 425 da revista AutoData, de Setembro de 2025. Para ler ela completa clique aqui.

Foto: Divulgação/GWM

Mercedes-Benz lança plataforma de agendamento de serviços de vans

São Paulo – A Mercedes-Benz Cars & Vans lançou no Brasil a sua plataforma digital para agendamento de serviços e revisões de vans. A plataforma DSD Book, digital service drive, já está em operação em mais de cinquenta países e começou a funcionar no País na segunda-feira, 6.

Por meio da DSD Book é possível agendar revisões e outros serviços online, digitalizando a experiência de pós-vendas, algo que já era feito nos automóveis da empresa. A meta da Mercedes-Benz Cars & Vans, aqui, é que 10% dos clientes passem a realizar o agenda online até o fim do ano que vem.

Produção de veículos segue desacelerando ritmo na Argentina

São Paulo – De janeiro a setembro saíram das linhas de produção, na Argentina, 379,2 mil veículos, 4,6% acima dos nove meses do ano passado. Apesar do resultado positivo o ritmo de crescimento vem diminuindo mês após mês: no acumulado até agosto havia alta de 6,2% em comparação ao mesmo período no ano passado e, até julho, de 10,1%.

Os dados foram divulgados pela Adefa, que representa as montadoras. Neste mesmo período as exportações recuaram 9,1%, somando 199,8 mil unidades nos nove meses do ano.

Em setembro a produção de 47,1 mil veículos superou em 5,8% a de agosto. No entanto, frente ao mesmo mês em 2024, houve recuo de 5%.

Foram exportadas no mês passado 26,4 mil unidades, 3,6% acima de agosto mas 17,2% aquém de setembro de 2024.

Na análise do presidente da Adefa, Martin Zuppi, o setor continua mantendo um saldo positivo: “Por um lad, a produção e as vendas seguem acumulando desempenho melhor do que em 2024. Por outro as exportações reagiram no mês, embora na comparação anual continuem com dificuldades de ampliar os volumes e de acessar novos mercados, o que representa desafio estratégico para um setor com forte perfil exportador”.

As vendas no país, de acordo com dados da Acara, entidade que representa os concessionários, somaram de janeiro a setembro 500,1 mil unidades, alta de 60,4% com relação ao mesmo período de 2024. No mês passado os emplacamentos de 55,8 mil unidades superaram em 27,8% os de setembro do ano passado e em 1,7% os de agosto.

Zuppi reiterou a importância do trabalho conjunto dos setores público e privado visando a melhorar a competitividade: “Como uma das prioridades está a redução da carga tributária para consolidar ambiente mais favorável ao investimento e ao desenvolvimento produtivo e exportador.”

Instituto MBCBrasil é lançado para acelerar a descabonização da mobilidade

São Paulo – Nascida MBCB, Acordo de Cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil, coalizão que envolve fabricantes de veículos, fornecedores, empresas do setor de bioenergia, entidades de tecnologia e engenharia e sindicatos, a iniciativa agora se transforma em entidade: Instituto MBCBrasil.

Com o objetivo de acelerar a descarbonização da mobilidade com soluções técnicas e atuação estratégica o Instituto MBCBrasil foi oficialmente lançado para estruturar sua atuação em três eixos estratégicos: descarbonização viável, tecnologias da bioeletricidade e transição energética justa. 

O objetivo é buscar interlocução técnica e política com entidades e participantes do setor da mobilidade, articulando com iniciativas públicas e privadas, promovendo letramento e conscientização sobre o tema, além de propor e apoiar políticas públicas e investimentos que incentivem a adoção de soluções adequadas ao contexto brasileiro.

A nova entidade já reúne representantes de Abimaq, Abiogás, Abipeças, AEA, Alcopar, Bioind, Biosul, Bosch, Bruning Tecnometal, Conarem, Copersucar, Cummins, IPT, John Deere, Mahle, SAE Brasil, Scania, SIAMIG, SIFAEG, Sindaçúcar PE, Sindaçúcar AL, Sindalcool PB, Stellantis, Toyota do Brasil, Tupy-MWM e Unica.

José Eduardo Luzzi é o presidente do conselho de administração e Orlando Merluzzi o gestor operacional. 

RX abre segundo lote de ingressos para o Salão do Automóvel

São Paulo – A alta demanda pelo Salão Internacional do Automóvel de São Paulo esgotou o primeiro lote de ingressos, o que levou a RX, organizadora do evento, a antecipar a abertura das vendas do segundo. A trigésima-primeira edição do evento será realizada de 22 a 30 de novembro, no Distrito Anhembi.

Os valores das entradas passaram por reajuste de R$ 145 para R$ 162, em fins de semana, e de R$ 58 para R$ 63 a meia entrada em dias de semana. Os ingressos VIP, que dão acesso ao Dream Lounge, foram de R$ 530 a R$ 640 nos fins de semana.

As vendas são realizadas exclusivamente pelo site oficial www.salaodoautomovel.com.br.

Rodolfo Possuelo é o novo diretor de pós-vendas da Nissan do Brasil

São Paulo – Rodolfo Possuelo, responsável pelo pós-venda da Nissan América Latina, passou a acumular as funções da diretoria de pós-venda para o Brasil, o maior mercado da região. Retorna à função que assumiu em 2017, quando foi contratado.

Possuelo liderou também a área de satisfação dos clientes e desenvolvimento de rede e depois foi diretor de vendas. Em 2022 foi alçado a diretor comercial, responsável por vendas, pós-vendas, qualidade e desenvolvimento de rede.

Em 2024 assumiu a diretoria de pós-vendas para a América Latina, a partir do escritório da empresa em São Paulo. Formado em administração pela Universidade de Brasília, tem MBA em marketing pela Fundação Getúlio Vargas e acumula quase trinta anos de experiência na indústria automotiva.

Congresso SAE 2025 debate importância da regionalização na transição energética

São Paulo – Sob o tema Engenharia Brasileira: Pioneirismo, Inovação e Sustentabilidade na Mobilidade do Futuro, a trigésima-segunda edição do Congresso e Mostra Internacionais de Mobilidade SAE Brasil será realizada na terça-feira, 7, e na quarta-feira, 8, no Pro Magno, em São Paulo.

“A engenharia brasileira dedicada à mobilidade sempre foi muito atuante, e esta edição do evento propõe entender quais valores usados para se atingir este nível de pioneirismo e criatividade que estão influenciando o mundo, pois voltamos a ser protagonistas em vários aspectos”, afirmou Claudio Castro, presidente da SAE Brasil, à Agência AutoData. “E o que devemos fazer para continuar trilhando este caminho.”

Simultaneamente serão abordados quatro temas principais durante o evento, além da engenharia brasileira, a descarbonização, a transformação digital e a mobilidade: “O congresso deste ano está mais movimentado, embora o número de dias seja o mesmo”.

São 150 debatedores — em 2024 eram 110, aumento de 36,3%. E o número de painéis principais também passou de doze para dezessete, incremento de 41,6%, além de cinco painéis referentes ao simpósio do hidrogênio. Quanto ao número de trabalhos técnicos apresentados no ano passado foram sessenta e, este ano, são quase oitenta, ou seja, acréscimo de 33,3%. É esperado público de 3 mil pessoas nos dois dias de evento, 7 e 8 de outubro.

Pesquisa e educação técnica para promover avanço da indústria 

Perguntado sobre o que é necessário para desenvolver cada vez mais a indústria brasileira e ampliar a localização de tecnologias ele avaliou que o primeiro passo é ampliar o fomento à pesquisa aplicada: “Precisamos ter mais centros de pesquisa e inovação não só desenvolvendo a capacitação da mão de obra como aperfeiçoando os profissionais técnicos”.

Segundo o dirigente antigamente muito se falava em engenheiros, mestres e doutores, mas hoje é preciso estimular o ingresso de profissionais interessados na carreira técnica.

Outro ponto é que o País desenvolve muitas tecnologias emergentes adequadas à realidade local, a exemplo do motor híbrido flex, em sua visão adequado para ser o primeiro carro de passeio das famílias. Para ampliar a regionalização, ainda, ele enxerga a importância de cada vez mais serem aportados recursos na economia circular.

O presidente do congresso SAE 2025 é Rafael Chang, CEO da Toyota na América Latina e no Caribe.

Mercado de implementos rodoviários estabiliza em queda

São Paulo – As vendas de implementos rodoviários somaram 111,4 mil unidades de janeiro a setembro, queda de 5,6% na comparação com iguais meses do ano passado, de acordo com os dados da Anfir, entidade que representa as fabricantes nacionais. Como até agosto a retração do mercado foi de 5,5%, o presidente da Anfir, José Carlos Sprícigo, notou estabilidade no tamanho da queda:

“O levantamento indica que podemos estar estabilizando nesse porcentual ,o que de certa forma tornaria a tarefa de recuperar as vendas não realizadas este ano, em 2026, um pouco menos difícil”.

O recuo de janeiro a setembro foi puxado pelo segmento pesado, de reboques e semirreboques, que somou 53,7 mil vendas, volume 20,4% menor do que o de igual período do ano passado. O segmento leve registrou 57,7 mil unidades, avanço de 14,1% sobre igual período de 2024. 

As exportações cresceram 48,4%: 3,1 mil implementos.

Missão do Sindipeças volta da África do Sul com US$ 1,1 milhão em potenciais negócios

São Paulo – A missão comercial que levou fornecedores brasileiros em busca de novos negócios na África do Sul, realizada pelo Sindipeças e pela ApexBrasil, gerou potencial de vendas de US$ 1,1 milhão em doze meses. As negociações foram tocadas por doze empresas brasileiras e por 35 possíveis compradores.

As rodadas de negócios, de cinco dias, resultaram em contratos fechados em torno de US$ 170 mil, fora o potencial para os próximos doze meses. O continente africano recebeu US$ 58,3 milhões em componentes exportados a partir do Brasil em 2024 e tem forte potencial de crescimento nos próximos anos, de acordo com o Sindipeças.